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Destaque

Cervejaria Petrópolis e Santander disparam ataques cruzados

4/09/2023
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A recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis virou um cabo de guerra entre a companhia e o Santander. Segundo o RR apurou, as tratativas entre os representantes da empresa e do banco estão travadas. Os espanhóis recusam a proposta de deságio de 70% do passivo apresentada pela empresa de Walter Faria.

E essa é a parte menos complexa e mais “amistosa” do enredo. Nos bastidores, a relação entre ambos é tensa e marcada por ataques recíprocos. O Santander acusa a empresa de pressionar credores menores, com reduzido poder de barganha, como fornecedores, para que aceitem o plano de recuperação. O banco estaria também vasculhando o patrimônio de Faria no Brasil e no exterior.

O objetivo é descobrir se o empresário estaria ocultando bens de forma deliberada, com o intuito de lesar os credores da cervejaria. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Petrópolis e o Santander, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O Santander é personagem central na recuperação judicial da Petrópolis. A cobrança de uma dívida de R$ 107 milhões feita pelo banco espanhol foi a gota d´água para a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. Esse valor, ressalte-se, é apenas uma parte do problema. Ao todo, a Petrópolis deve mais de R$ 450 milhões ao Santander, que, diga-se de passagem, não tem sido lá muito eficiente na análise de crédito de seus clientes – vide Americanas.

Em meio ao processo de recuperação judicial, Petrópolis e Santander deixaram de ser apenas devedor e credor para se tornarem litigantes. Em março, a empresa de Walter Faria protocolou uma queixa crime na Polícia Civil do Rio contra o banco, com graves acusações. A Petrópolis afirma que a instituição espanhola reteve mais de R$ 30 milhões em recursos da empresa e quebrou o sigilo de suas contas bancárias para usar os dados em ações judiciais.

Em tempo: a negociação entre a cervejaria e os demais bancos caminham vagarosamente. A Petrópolis teve algumas vitórias recentes, com avanços nas tratativas com o BMG, Daycoval e Banco do Uruguay. No entanto, a briga com o Santander tem o efeito de contaminar as conversas com outras grandes instituições financeiras, notadamente por conta das acusações cruzadas.

#BMG #Cervejaria Petrópolis #Santander #Walter Faria

Destaque

Atrasos do INSS causam prejuízos a bancos responsáveis pelo pagamento de aposentados

11/04/2023
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Como se não bastasse a polêmica redução dos juros do consignado para aposentados e pensionistas, há um novo ponto de fricção entre o governo e a banca privada relacionado ao INSS. Instituições financeiras responsáveis pelo pagamento dos benefícios da Previdência Social têm cobrado uma solução para o enorme volume de pedidos de aposentadoria represados na autarquia. São mais de cinco milhões de solicitações que estão paradas à espera da análise do INSS. Trata-se de um expressivo contingente de potenciais clientes que escapam entre os dedos dos bancos em razão da morosidade da máquina pública. Em 2019, Santander, Crefisa, Agibank. Itaú, BMG e Mercantil do Brasil venceram o leilão e assumiram o pagamento de todos os novos benefícios concedidos entre 2020 e 2024. No total, 23 bancos disputaram a licitação, realizada estado por estado. O sexteto vencedor ofereceu, em média, um ágio de 612%, número que dá a dimensão do interesse da banca pelo negócio.  

As seis instituições financeiras se comprometeram a pagar ao INSS cerca de R$ 24 bilhões ao longo de cinco anos. O valor do dote foi calculado com base na estimativa de que cinco milhões de novos aposentados e pensionistas entrariam na base de dados dos bancos a cada ano. Bulhufas. Entre 2020 e 2022, dos mais de 15 milhões de beneficiários projetados, apenas a metade ingressou no sistema, ou seja, uma média de 2,5 milhões por ano. Tudo em razão da letargia do Instituto em analisar os pedidos de benefício, uma bola de neve que cresceu durante o governo Bolsonaro – e, até agora, ainda não deu qualquer sinal de que derreterá na gestão Lula. Ou seja: os seis bancos que ganharam a licitação estão pagando por algo que não vêm recebendo. Com isso, a conta não fecha. O grande apelo para administrar a folha do INSS é justamente a possibilidade de oferecer produtos financeiros a aposentados e pensionistas. Consultado pelo RR sobre as perdas causadas pela lentidão da Previdência Social, o Mercantil do Brasil disse que “essas informações são de uso e controle interno e que não divulga esse tipo de dado. Por essa razão, a instituição não irá se manifestar sobre o assunto.” Também procurados, os demais bancos responsáveis pelo pagamento dos benefícios do INSS não se manifestaram.

#Agibank #BMG #Crefisa #INSS #Itaú #Lula #Previdência Social

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