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O que precisa ser dito

Trump e Milei contra o SUS

20/02/2025
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Alceni Guerra, colaborador especial

O mais aplaudido discurso que já fiz, em um plenário lotado – muitos aplausos em pé – foi no Congresso da OPAS, em Washington, em setembro de 1990. Discursei em espanhol, língua dos ministros de saúde das Américas, que eu dominava bem, com meu bom acento portenho. As palmas não eram para mim, eram para a lei 8080, que eu descrevia, recém aprovada no Brasil, que criava o nosso Sistema Único de Saúde.

Desci da tribuna e o embaixador do Brasil, Bernardo Pericás, me disse que o presidente Collor acabara de vetar boa parte da minha lei 8080. Voltei à Brasília no mesmo dia e entreguei ao presidente meu pedido de demissão. Os vetos diziam que eu não falava em nome dele. Collor havia sido orientado por advogados, acendeu um charuto, olhou para o teto e me disse: “Ministro Alceni, faça outra lei com a porra destes vetos, que vamos aprovar nesse ano ainda.”

No dia 28 de dezembro de 1990, os espermatozoides dos vetos da lei 8080 deram cria à lei 8142, e juntas as duas originaram no melhor sistema de saúde do mundo, nosso SUS, que precisou de uma pandemia para mostrar que é a maior conquista social da História do Brasil.

A pandemia, e meu nome nas duas leis do SUS, me tornaram referência em cinco continentes para explicar como se organiza um sistema unânime de saúde em um país. E me permiti sugerir que o U desse sistema de três letras fosse trocado de Único para Universal, para unir todos os países na ciência, nas informações e nas ações de saúde. Para isso, é imprescindível a presença da OMS, Organização Mundial de Saúde.

Agora, Donald Trump e Javier Milei anunciam a saída dos Estados Unidos e da Argentina da OMS. É preciso que alguém lhes explique que, sem as populações dos dois países na OMS, os vírus universais terão mais facilidades dentro de seus territórios.

#Milei #SUS #Trump

RR - Pelo Mundo

Eleição de Milei e o futuro do Mercosul

23/11/2023
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De um lado, as intrincadas negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia; do outro, a possível ampliação dos BRICs, com a entrada, entre outros, da Argentina – projeto que tem no presidente Lula o seu maior patrocinador. E no meio de tudo, entra em cena Javier Milei, com suas promessas de desarrumar peças e desfazer movimentos no tabuleiro geopolítico. Para além do perímetro sul-americano, Milei é visto como uma ameaça ao Mercosul e, por um efeito dominó, às relações deste com outros blocos econômicos? A seguir, algumas análises que indicam como o fator Milei está sendo tratado na União Europeia e entre países dos Brics:

 

O Ministro de Alimentação e Agricultura da Alemanha, Cem Özdemir, analisou que a vitória de Milei dificultará o “ambiente” para a aprovação do acordo. Mercosul e União Europeia assinaram o tratado de livre comércio em junho de 2019, após duas décadas de negociação. Questões de preservação ambiental estão entre as principais diretrizes do acordo. A Alemanha é uma das principais doadoras do Fundo Amazônia. O ministro ponderou sobre a ascensão do populismo tanto na Europa quanto na América do Sul, pedindo a união entre as nações democráticas e aqueles que lutam para a preservação da floresta tropical.

 

As negociações entre Mercosul e UE encontram uma barreira no negacionismo do presidente eleito em relação às mudanças climáticas. O acordo representa também um trato de preservação da floresta amazônica. Países como França e Áustria, principalmente, podem ver na retórica negacionista de Milei um argumento para o fim do acordo. A não concretização pacto resultaria em perdas econômicas e políticas, sobretudo para a União Europeia, que tem tentado ampliar sua influência política desde o início da Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

 

A eleição de Javier Milei preocupa pela incerteza. O ultraliberal mostrou, ainda durante sua campanha eleitoral, posição desfavorável ao Mercosul, classificando o bloco como uma “união aduaneira defeituosa” e defendendo a saída da Argentina. A promessa de saída do Mercosul conflita com o próprio discurso de Milei abertura de mercado. Os atrasos no acordo aconteceram por exigência da União Europeia de normas ambientais mais rigorosas. O Brasil é o atual presidente do bloco e vê com inquietação o resultado do pleito argentino, assim como parlamentares europeus, preocupados com as negociações do acordo entre União Europeia e Mercosul. O resultado vai acelerar a oficialização do tratado entre os dois blocos, cujas negociações ocorrem há duas décadas.

 

Na avaliação de Patricio Giusto, diretor do think tank Observatório China-Argentina, é líquido e certo: a Argentina não vai entrar no “Clube dos Brics”. A avaliação é que Javier Milei não mudará sua posição. Para isso, conta internamente com o apoio do partido da Proposta Republicana, pelo qual se elegeu. Os olhos de Milei estão voltados para os Estados Unidos e Israel, classificados pelo novo presidente como aliados prioritários da Argentina.

 

Na segunda-feira, um dia após o resultado das eleições argentinas, o presidente Lula e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen conversaram por telefone para avançar nas negociações do trato. Lula informou que pretende fechar o acordo ainda neste ano, até o dia 7 de dezembro, quando o Brasil deixará a presidência rotativa do Mercosul e que haverá uma reunião com von der Leyen para tratar do assunto durante a COP28, em Dubai. A União Europeia espera que a formalização aconteça até essa mesma data. Os dois lados aceleraram as negociações temendo a posse de Milei, que acontecerá no dia 10 de dezembro. Dentre os quatro países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), dois deles, Paraguai e Uruguai, tem líderes com espectro político próximo a Milei. Entretanto, o futuro do bloco se dá principalmente pela relação com o Brasil, a maior economia e o atual presidente do Mercosul.

#eleição #Mercosul #Milei

Política externa

Sergio Massa quer Lula como seu garoto-propaganda

20/10/2023
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Em meio às solicitações de financiamento que têm marcado as relações da Argentina com o Brasil, eis que surge um pedido razoavelmente singelo: ontem, assessores de Sergio Massa fizeram chegar ao Palácio do Planalto um pedido para que Lula grave um vídeo de apoio ao candidato governista à Presidência da República. O objetivo é viralizar o filmete nas redes sociais no fim de semana – as eleições ocorrem no próximo domingo. Seria uma clara resposta ao vídeo que Jair Bolsonaro gravou pedindo aos argentinos que votem em Javier Milei, o candidato de oposição. O depoimento foi postado por Milei em suas redes sociais na última terça-feira, ao lado da frase que já virou um bordão de campanha: “Viva la Libertad, carajo”.

#Argentina #Milei #Sergio Massa

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