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Destaque
O que o BTG enxergou no Magazine Luiza e na Lojas Marisa?
6/09/2024Há muito em comum, além da consonância fonética, entre Magazine Luiza e Lojas Marisa: as dores da crise do varejo, aumento do passivo, necessidade de aporte emergencial dos controladores, o atropelamento pelas plataformas de e-commerce chinesas e… o BTG. A presença do banco de André Esteves nas duas redes varejistas – seja como credor, seja como acionista – tem provocado alvoroço no setor, alimentando diversas conjecturas a respeito dos seus próximos passos e do futuro de ambas as empresas.
Entre executivos do varejo ouvidos pelo RR, há quase um consenso de que o BTG está pavimentando o caminho para ter ingerência no management tanto do Magazine Luiza quanto da Marisa. Até por conta de uma boa dose de dependência financeira, tanto Luiza Helena Trajano quanto os Goldfarb, controladores da Marisa, têm uma boa relação com o BTG. No setor, é sabido que, além do respaldo financeiro, o banco tem atuado como uma espécie de consultor informal das duas empresas para o enfrentamento da delicada situação do varejo.
Ou seja: o BTG está em uma posição privilegiada para os mais variados fins: desde participar ativamente da reestruturação das duas companhias até mesmo a costurar possibilidades de M&A. Para ambas ou entre ambas. Com a sua onipresença, é mais do que provável que, entre os cenários contemplados pelo banco de André Esteves, esteja a hipótese de uma associação ou uma combinação de ativos entre o Magazine Luiza e a Marisa.
À primeira vista, há complicadores para uma eventual criação deste “Magazine Mariluiza”. As duas atuam em segmentos distintos: a Marisa está focada exclusivamente em moda feminina; a Luiza é uma grande loja de departamentos. Nada, no entanto, que não poderia ser equacionado, por exemplo, com a manutenção das duas marcas e das operações separadas e a criação de uma nova holding para capturar as sinergias entre as duas empresas.
Não custa lembrar que logo ali, no passado recente, em 2019, ambas firmaram uma parceria para o compartilhamento de pontos de venda, notadamente para a retirada de produtos comprados pela internet. Consultados pelo RR, BTG e Marisa responderam que não comentariam o assunto. O Magazine Luiza, por sua vez, não se pronunciou.
Seja qual for o roteiro traçado pelo BTG, trata-se de um percurso lento, gradual e seguro, sem afobação, um trajeto que parece ter sido meticulosamente calculado pelo banco. No caso da empresa de Luiza Helena Trajano, o BTG já tem um pé no capital, com quase 6% das ações.
E, como se sabe, com um único pé, o banco de Esteves costuma ser quase uma centopeia. A qualquer ordem de compra de um volume mais expressivo de ações da rede varejista na B3, o mercado logo levanta a lebre de que fundos ligados ao BTG estão por trás da operação. Assim tem sido desde o início do ano, quando do aumento de capital privado feito pelo Magazine Luiza.
O banco não apenas entrou com R$ 250 milhões como também garantiu o funding – “por meio da celebração de determinados contratos e acordos de derivativos” – para Luiza Helena Trajano injetar R$ 1 bilhão na companhia.
Não se sabe ao certo a dimensão do financiamento e o quanto isso pode representar em termos de ações. Mas, desde então, o varejo especula fortemente a possibilidade de o BTG converter o valor do aporte e do funding em uma participação societária ainda maior no Magazine Luiza – conforme o RR antecipou.
Em relação à Marisa, não consta que o BTG tenha participação societária. Mas, a essa altura, isso é só um detalhe. O banco é um dos maiores credores da rede varejista, praticamente um arrimo financeiro no longo e ainda errático processo de reestruturação da empresa.
Segundo o balanço da Marisa, somente entre abril e junho deste ano a empresa obteve três notas comerciais junto ao BTG, nos valores exatos de R$ 100.002.000,00, R$ 150.000.000,00 e R$ 50.000.000,00. Em novembro do ano passado, captou outros R$ 55.000.000,00 junto ao banco.
Ou seja: a família Goldfarb está indexada a André Esteves. Se assim o quiser – ou, talvez seja melhor dizer, quando quiser – o BTG tem um notório poder de fogo para, digamos assim, negociar a conversão de seus créditos em participação acionária.
Ressalte-se que a Marisa vive uma situação financeira proporcionalmente pior do que a do Magazine Luiza, o que consequentemente a torna um alvo mais vulnerável à investida do BTG.
Empresa
Marisa dá a partida em nova temporada de cortes
1/02/2024A rede varejista Marisa vai fechar nos próximos dias sua loja no Shopping Campo Grande, na capital do Mato Grosso do Sul. Não se trata de uma decisão isolada, mas do início de uma nova etapa no processo de enxugamento da rede varejista – conforme o RR antecipou. Procurada, a Marisa não quis comentar o assunto.
Varejo
A guilhotina está novamente armada na Marisa
8/01/2024O 2024 da Marisa não será muito diferente do 2023. Segundo informações filtradas da própria empresa, a direção da rede varejista discute o fechamento de até 15 lojas no primeiro trimestre deste ano. Ao longo de 2023, 88 pontos de venda foram desativados. Os contínuos resultados negativos empurram a família Goldfarb, dona da companhia, contra a parede. No terceiro trimestre de 2023, o prejuízo da Marisa bateu nos R$ 196 milhões, 92% a mais do que no mesmo intervalo em 2022.
Empresa
Fechamento de lojas causa atritos na Marisa
28/07/2023Existem algumas arestas a serem aparadas na relação entre a família Goldfarb, dona da Marisa, e a Galeazzi Associados e a BR Partners, contratadas pelos próprios acionistas controladores para conduzir a reestruturação da rede varejista. O que se diz nos corredores da empresa é que as divergências estariam ligadas ao plano de fechamento de lojas da Marisa. A partir do planejamento traçado pela Galeazzi e pela BR Partners, 88 pontos de venda foram desativados em pouco mais de cinco meses, quase um terço dos 330 estabelecimentos existentes em janeiro. Poderiam ter sido até mais. O plano original previa o encerramento de 92 lojas. Em comunicado ao mercado, a Marisa citou “a preservação de pontos em que foram identificadas melhorias e que deverão resultar em maior eficiência operacional”. No entanto, os próprios acionistas teriam colocado um freio, ainda que leve ou tardio, no enxugamento do número de lojas. Entre os acionistas controladores, a leitura é que Galeazzi e BR Partners exageraram na dose, tratando-se de uma rede varejista que depende maciçamente do varejo físico. No primeiro trimestre deste ano, as lojas físicas responderam por mais de 90% do faturamento total da empresa. Procuradas pelo RR, Marisa, Galeazzi e BR Partners não se pronunciaram.
Empresa
Controladores da Marisa estudam venda de parte do capital
19/04/2023Há informações de que a família Goldfarb vem conversando com fundos sobre a possibilidade de venda de um pedaço da Lojas Marisa. Um dos investidores que teria se aproximado da rede varejista está a Starboard, gestora que, durante pouco mais de três anos, controlou e comandou a reestruturação da Ricardo Eletro. Para os Goldfarb, a venda de uma participação no capital funcionaria como uma saída intermediária, com o objetivo de evitar uma solução mais radical: a venda do próprio controle da Marisa. A rede varejista atravessa uma delicada situação financeira, com insistentes rumores de uma recuperação judicial. Pressionada por uma dívida de curto prazo de quase R$ 600 milhões, a Marisa mergulhou em uma profunda reestruturação, que deve, entre outras consequências, resultar no fechamento de um terço de suas lojas.
Empresa
Marisa pode fechar até 15% das suas lojas
13/03/2023Segundo o RR apurou, discussões internas na Marisa apontam para a possibilidade de fechamento de até 50 lojas ainda neste ano. Esse número equivale a algo em torno de 15% do total de pontos de venda da rede varejista da família Goldfarb. Os estudos são conduzidos em parceria com a consultoria Galeazzi, uma especialista em guilhotinar custos e cabeças. A Marisa enfrenta uma delicada situação financeira, com dívidas de quase R$ 600 milhões. Procurada, a empresa não quis se manifestar
Negócios
Impasse com credores aumenta risco de recuperação judicial da Marisa
2/03/2023O RR apurou que os acionistas e consultores da Marisa passaram a trabalhar com a hipótese de recuperação judicial. Esse cenário ganhou força nos últimos dias diante do impasse nas negociações com os bancos, conduzidas pela BR Partners e pela Galeazzi. Segundo uma fonte envolvida nas conversações, até o momento as instituições financeiras têm recusado as tentativas da rede varejista de repactuar o passivo de curto prazo. O Banco Safra seria o mais intransigente dos credores. O Itaú também tem adotado uma postura de pouca ou nenhuma flexibilidade. Sem um acordo com as instituições financeiras, a conta não fecha. A Marisa tem cerca de R$ 200 milhões em dívidas bancárias com vencimento ao longo deste ano. No último balanço divulgado, em setembro do ano passado, a empresa tinha uma posição de caixa de R$ 180 milhões. Muito provavelmente, boa parte desses recursos já foram queimados. Entre janeiro e setembro de 2022, a rede varejista teve um fluxo de caixa negativo de R$ 72 milhões. Consultada pelo RR, a Marisa não quis se manifestar.
Uma combinação de fatores tem contribuído para o impasse com os bancos e a maior probabilidade de um pedido de recuperação judicial. O agravamento da crise da Marisa já traz um histórico de desgaste e de deterioração da credibilidade da família Goldfarb, controladora da companhia, junto aos credores. Nos últimos anos, a empresa lançou mão de seguidas tentativas de reestruturação que não surtiram efeito, quase sempre acompanhadas da tomada de mais crédito bancário. Some-se a isso o caso da Americanas, que automaticamente criou uma aversão das instituições financeiras a aumentar sua exposição no varejo, o que explica a posição mais hostil do Safra e do Itaú. Este último é o maior credor da empresa de Jorge Paulo Lemann e cia., com R$ 6, 1 bilhões a receber. O Safra, por sua vez, tem um crédito de R$ 2,5 bilhões contra a Americanas.
Renner entra na briga pela Marisa
16/08/2021A Marisa está no centro de uma disputa acirrada. O RR teve a informação de que a Renner estaria tentando atravessar as negociações entre a Americanas e a rede de vestuário e fechar a compra da companhia. A chave para superar a empresa de Jorge Paulo Lemann e cia. seria um prêmio maior sobre o valor de mercado, de até 25%. Tomando-se como base o preço da ação da Marisa no fechamento de ontem, a proposta da Renner ficaria em torno de R$ 2,5 bilhões. Segundo uma fonte envolvidas nas negociações, a Americanas teria acenado com um prêmio em torno de 15%, ou seja, uma proposta de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Procuradas pelo RR, Renner e Marisa não se pronunciaram. A Renner, cabe ressaltar, se armou até os dentes para esta batalha. Em abril, captou quase R$ 4 bilhões por meio de uma oferta de ações. Do ponto de vista do perfil operacional, a incorporação da Marisa pela Renner faz até mais sentido do que a associação com a Americanas. Ambas têm uma atuação concentrada no varejo de moda, com vários fornecedores em comum. A fusão entre Renner e Marisa resultaria em uma rede com mais de 900 lojas e faturamento na casa dos R$ 8 bilhões.
Oferta sobre o balcão 2
21/07/2021A rede varejista Marisa estaria preparando uma nova oferta de ações em bolsa. Os recursos teriam destino prioritário: o plano de expansão do número de lojas.
Prejuízo.com
8/10/2015A exemplo da divisão de venda direta, desativada no início deste mês, a operação de e-commerce da Lojas Marisa também estaria fechando no vermelho mês após mês. A rede varejista prevê que o breakeven só deverá vir em dois anos. Isso se o tranco no PIB em 2016 não for maior do que o projetado.