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Um dia chave na recuperação judicial do Grupo João Santos

8/12/2023
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O RR apurou que o Grupo João Santos – no passado uma das maiores cimenteiras do Nordeste – tem até o fim do dia de hoje para pagar a primeira parcela do acordo judicial de renegociação da sua dívida com a União. O valor da fatura é de R$ 230 milhões. Há uma tensão entre os credores da companhia em relação ao pagamento ou não do valor. Caso não cumpra o prazo, a renegociação firmada com a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) é automaticamente anulada. E a dívida, que caiu para R$ 4 bilhões, voltaria à casa dos R$ 11 bilhões. Com esse passivo, a recuperação da empresa e o pagamento dos demais credores se torna uma tarefa de outro mundo. Na paralela, o Grupo João Santos tenta reativar a fábrica da controlada Cimentos Nassau na cidade de Codó (MA). Dali não sai um grânulo de cimento há cerca de sete anos. Procurada, a companhia não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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Grupo João Santos a caminho da recuperação judicial

27/08/2018
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Um dos cinco maiores fabricantes de cimento do Brasil, o Grupo João Santos vai jogar a toalha. Segundo uma fonte que presta assessoria à empresa, o pedido de recuperação judicial deverá sair nos próximos dias. Seria a bala de prata para impedir a decomposição de um dos grandes conglomerados industriais do Nordeste, dono da Cimento Nassau. Segundo o RR apurou, a medida pode englobar todas as 12 fábricas do grupo pernambucano, cada uma delas uma empresa separada.

Trata-se de uma fragmentação societária que tem dificultado até mesmo que a companhia calcule o tamanho real da sua dívida. Há subsidiárias em que os passivos variam de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões. O RR fez seguidas tentativas de contato com o Grupo João Santos por telefone e e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Desde o ano passado, circulam no mercado rumores sobre a recuperação judicial ou até mesmo a falência do grupo, seguidamente desmentidos por seus dirigentes.

A crise financeira alimenta também especulações sobre o futuro das fábricas. Trata-se de uma cesta de ativos capaz de fazer diferença na balança da indústria cimenteira. O João Santos detém uma capacidade instalada da ordem de oito milhões de toneladas. Na hipótese de uma venda em bloco das fábricas, seria o suficiente, por exemplo, para a Lafarge Holcim ultrapassar a Intercement, leia-se Camargo Corrêa, na segunda posição no ranking nacional. Mesmo uma eventual recuperação judicial pode fazer parte do problema e não da solução, dado o notório estado de fratricídio societário do grupo desde a morte do patriarca, em 2009.

Sem o poder moderador de João Santos, a família cindiu. Três de seus filhos, Fernando, José Bernardino e Maria Clara ficaram de um lado; no front oposto, agruparam-se outras duas filhas do empresário, Ana Maria e Rosália. Enquanto os herdeiros se digladiam, as empresas se arrastam. No ano passado, a produção na fábrica de Itapetinga (PI) ficou temporariamente suspensa. A unidade de Cachoeiro do Itapemirim (ES) foi paralisada no fim de 2017.

Em janeiro, os funcionários da planta de Itaituba (BA) receberam férias coletivas de 30 dias. Em março, o mesmo ocorreu na fábrica de Ituaçu (BA). O Grupo João Santos é alvo de um número cada vez maior de ações no Ministério Público do Trabalho do Piauí, São Paulo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Em março, a Justiça bloqueou cinco imóveis da unidade em Codó (MA) para o pagamento de R$ 7 milhões em dívidas trabalhistas. Os relatos sobre as dificuldades passadas pelos funcionários do Grupo João Santos estão disponíveis na internet. No Facebook, há uma página denominada “Demitidos Cimento Nassau”, com mais de 500 integrantes.

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