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A pressão internacional pela retirada da COP30 de Belém exige um esforço concentrado de todos os agentes públicos e privados envolvidos na organização do evento. Uma solução que poderia ser pensada, se é que já não foi, seria o spin off da Conferência em várias cidades, a começar por Manaus, com todo o seu simbolismo de capital do estado que concentra quase um quarto da Amazônia Legal. Seria uma forma de o governo atenuar as dificuldades impostas pelo notório esgotamento de Belém. Do ponto de vista logístico, o deslocamento de parte da agenda e dos participantes para Manaus não exigiria grandes contorcionismos. A necessidade de descentralização da COP30 cresce em função da dimensão tomada pelo evento. Conforme o RR já informou, a expectativa no próprio governo é que a Conferência tenha uma ambiência próxima ao do Fórum Econômico de Davos, com um amplo ecossistema para muito além das autoridades e especialistas do clima presentes. Economistas, intelectuais e artistas deverão ter uma participação expressiva. Circula que Lula já teria convidado diretamente Chico Buarque. Seu ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil é tido também como presença certa.
A desconcentração da COP30 em outras cidades facilitaria também a realização de importantes eventos paralelos vinculados à Conferência. É fundamental, por exemplo, a organização de espaços para negócios na esfera empresarial. O governo avalia deslocar essa agenda exatamente para Manaus. A COP30 desponta como o vitrine de ouro para o Brasil mostrar ao mundo, por exemplo, o potencial bioeconômico da Amazônia.
Francisco Ourique é um colaborador especial do Relatório Reservado.
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