Tag: Ministério da Indústria e Comércio

Destaque

Governo finalmente se reencontra com a indústria de bens de capital

19/02/2024
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O flerte inicial entre a indústria de bens de capital e construção pesada e o governo Lula está se tornando um namoro tórrido e público. Na esteira da nova política industrial e do PAC – dois dos programas do governo com maior afinidade entre si -, o ministro da Indústria e Comércio e Turismo e vice-presidente, Geraldo Alckmin, tem alinhado com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, novas formas de apoio compartilhado com a iniciativa privada para aumentar o gás de ambos os segmentos. Não se pensa em nada que lembre subsídio ou incentivo via Tesouro Nacional. Mas uma miríade de títulos e mecanismos para o aumento da formação bruta de capital fixo do país. Há uma preocupação do governo de que as políticas de fomento possam ser caracterizadas como repetição da estratégia dos “campeões nacionais”. Por isso, o modelo de financiamento usado recorrentemente nos demais governos do PT vai ficar lá mesmo, no passado.

Em 2024, os investimentos em infraestrutura alcançarão um recorde histórico, mas ainda com um carry over expressivo das concessões cavadas pelo ex-ministro e governador de São Paulo, Tarcísio Freitas. A comunicação será um fator fundamental para que a retomada das inversões em infraestrutura não esteja associada aos vícios e más práticas do passado.  A ideia é que 2025 seja melhor ainda, já que há um ano inteiro para trabalhar novas PPPs e concessões. Além da nova ordem mundial da “economia verde”, na qual o Brasil tem vantagens comparativas.

Em conversa com o RR, o diretor de planejamento da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base), Roberto Guimarães, deixou claro que o setor e o governo estão bastante alinhados. Ele lembra que a ABDIB participa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), do qual o presidente da Associação é um dos integrantes, além de atuar em todas as discussões sobre a política industrial, incluindo a Nova Indústria Brasil, lançada no mês passado. Guimarães classifica como excelente a troca com o atual governo e considera a nova política “muito bem desenhada”, com tudo para funcionar. Ele acredita que a reindustrialização do país está a caminho e agora é para valer. Bom ouvir palavras tão otimistas vindas de um vocalizador da indústria. Já era a hora.

O setor de bens de capital teve seu auge entre 1950 e o fim do século XX. De lá para cá o que se viu foi uma terra arrasada. Entre os pioneiros que acompanharam a ascensão e queda do setor, alguns se adaptaram e outros foram obrigados a se retirar. Poucos saíram ilesos. Em meio a esse processo de desmonte, alguns dos grandes nomes fundadores da ABDIB, como as Indústrias Villares, Cobrasma e Máquinas Piratininga, desapareceram. Outras, como a Bardella, se apequenaram ou entraram em recuperação judicial.

Entre as pioneiras, a Romi, por exemplo, continua operando e é uma das principais fabricantes de máquinas-ferramenta do Brasil, com uma produção diversificada e atuação internacional. Listadas na Bolsa, Inepar, Aeris e WEG (esta última um case de sucesso) são algumas que também atuam na área com destaque. Com relação à indústria da construção pesada, é desnecessário dizer a demolição feita com o Lava Jato ou dar nome aos bois daqueles que foram atingidos de forma brutal com a operação. Todas as grandes companhias foram empurradas para o cadafalso. E eram o creme que o Brasil tinha na indústria nacional.

#BNDES #Geraldo Alckmin #Lula #Ministério da Indústria e Comércio

Destaque

Risco de desabastecimento da Zona Franca mobiliza o governo

25/10/2023
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O risco de desabastecimento de componentes para as empresas da Zona Franca de Manaus virou assunto de Estado. O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, discutem um plano emergencial para garantir o fornecimento de insumos, afetado pelas secas nos rios da Amazônia. As tratativas envolvem também pelo governador do Pará, Helder Barbalho. A solução encontrada é ampliar a distribuição de cargas a partir do Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA).

O governo federal já solicitou ao Pará o reforço de funcionários da Companhia Docas do estado para acelerar a movimentação e, sobretudo, o despacho de mercadorias. Os insumos estão sendo levados até Manaus por balsas, que, ao contrário de grandes navios, ainda conseguem chegar à capital amazonense mesmo com a redução do nível dos rios e as condições de navegabilidade desfavorável. Ocorre que a capacidade dessas embarcações corresponde a apenas 10% do volume de um cargueiro, o que vai exigir um ritmo frenético no porto de Vila do Conde para assegurar o abastecimento da Zona Franca.

Alckmin e Costa Filho têm recebido dados diários da Suframa, que monitora o ritmo de suprimento das indústrias locais. A preocupação aumenta por conta da proximidade das encomendas do varejo para o Natal. Na última segunda-feira, 33 empresas da Zona Franca paralisaram suas atividades e iniciaram um período de férias coletivas por falta de insumos. Há informações de que, até o fim de semana, outras fábricas também vão suspender a produção.

#Geraldo Alckmin #Helder Barbalho #Ministério da Indústria e Comércio #Suframa #Zona franca de Manaus

Tributação

Governo estuda um sarrafo intermediário para taxação do aço chinês

20/10/2023
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Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. O governo estuda uma saída intermediária para a pressão do setor siderúrgico contra o aço chinês. As discussões no Ministério da Indústria e Comércio, comandado pelo vice Geraldo Alckmin, passam pelo aumento da taxa de importação dos atuais 9,6% para algo em torno de 15%. No mês passado, a direção do Instituto Aço Brasil levou ao próprio Alckmin a proposta de elevação da alíquota para 25%. No entendimento do governo, trata-se de um sarrafo alto demais. O receio é que uma elevação tão expressiva das barreiras alfandegárias provoque uma reação do governo chinês, em um cenário mais danoso até mesmo com retaliações comerciais.  

#China #Ministério da Indústria e Comércio

Automotivo

Inmetro estuda normas técnicas para a produção de carros elétricos

21/09/2023
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O governo, ao que parece, começou a se mexer para acabar com uma zona cinzenta na cadeia de produção de veículos elétricos e híbridos no Brasil. O RR apurou que o Inmetro, vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio, trabalha na elaboração de normas técnicas para motores e, sobretudo, equipamentos de recarga montados no país. Trata-se de uma cobrança da própria indústria automotiva e de fabricantes de componentes.

Por questões de segurança, há uma preocupação especial com o padrão, ou pior, a falta de padrão para as estações de recarregamento dos veículos – as baterias de lítio têm maior suscetibilidade ao superaquecimento, o que aumenta os riscos de incêndio.  Em contato com o RR, o Inmetro confirmou que “está atualmente com iniciativas em andamento para, no futuro próximo, contemplar de forma adequada as questões relacionadas com a regulamentação específica para carros elétricos”.

A falta de normas técnicas e de regras padronizadas de segurança para os equipamentos de recarga é um problema a mais para um negócio que ainda engatinha no Brasil. A rede de reabastecimento é um dos grandes gaps para o aumento da oferta de carros elétricos e híbridos no país. Faltam estações para o recarregamento de baterias. Em média, os demais países têm uma unidade para cada oito automóveis ou caminhões em circulação. No Brasil, essa relação é de um para 14.

#Ministério da Indústria e Comércio

Energia

Os planos da Land Rover para a transição energética no Brasil

7/08/2023
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A Land Rover deu a partida no projeto de produzir carros elétricos no Brasil, mais precisamente na fábrica de Itatiaia (RJ). Segundo fonte ligada à empresa, o grupo tem feito estudos para a fabricação de dois modelos, a ser iniciada em 2025. Trata-se de uma direção diferente da que vem sendo tomada por outros grupos do setor. Volkswagen e Stellantis – esta última conforme o RR antecipou já anunciaram planos de fabricar veículos híbridos no país, combinando eletrificação e etanol. No caso da Land Rover, o que está em jogo é a própria sobrevivência da fábrica de Itatiaia e da operação brasileira. O grupo inglês já anunciou que encerrará a produção de veículos a combustão em todo mundo até 2030. A julgar pelo aumento da publicidade da montadora, notadamente nas redes sociais, a ameaça a operação da companhia no país pode ser considerada amena. A Land Rover garante que o Brasil é um mercado estratégico para o grupo a longo prazo. Foi o que próprio diretor global de estratégia e sustentabilidade da companhia, François Dossa, disse ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, no encontro que tiveram em março.  

#François Dossa #Land Rover #Ministério da Indústria e Comércio #Stellantis #Volkswagen

Política

“Frente ampla” 2

3/11/2022
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Emissários do PT, como o ex-governador Fernando Pimentel, trabalham para construir pontes entre a futura gestão Lula e Flavio Roscoe, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais). Bastante próximo de Romeu Zema, Roscoe empurrou a indústria mineira para a campanha de Jair Bolsonaro. A ponto do dirigente empresarial ter sido cotado para assumir um eventual Ministério da Indústria e Comércio em um segundo mandato de Bolsonaro.

#Fernando Pimentel #Flavio Roscoe #Lula #Ministério da Indústria e Comércio #Romeu Zema

BNDES será o “Ministério da Indústria” de Lula

5/09/2022
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O governo Lula já tem definido que voltará a fazer política industrial. O comitê de assuntos econômicos do candidato do PT, contudo, tem outros planos para a instância responsável pela indústria. Quem receberá esta competência não fica em Brasília nem é sequer um ministério. O dono da bola, ou para ser preciso, da indústria é um banco de fomento e está situado na Av. Chile, no Rio de Janeiro, quase em frente à Petrobras.

Trata-se do BNDES, que receberá uma verdadeira reparação do estrago cometido na gestão Bolsonaro e voltará a gerir a política do setor secundário da economia. A missão deixa de ser do Ministério da Economia – coisa que nunca foi mesmo -, e o antigo Ministério da Indústria e Comércio permanece extinto. É uma missão hercúlea para o banco: reduzir o hiato entre o crescimento do Produto Industrial de pouco mais de 30% do PIB, há cerca de 40 anos, para 11% do PIB, na atual gestão.

Apesar de Lula insistir em afirmar que o BNDES financiará primordialmente as pequenas e médias empresas – declaração comum a todos os candidatos porque dá voto – nas internas do comitê econômico do PT o programa para ressureição da indústria já ganhou os retoques finais. O banco vai financiar, sim, as PMEs, com a transferências dos Sebraes nacional e regionais e mais foco e aportes nessa operação. Mas não são as PMEs a pedra de toque do BNDES idealizado pelos petistas. A divisão de funções é bem mais ampla.

O BNDES voltará a atuar na substituição de importações – adubo, chips, aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites aeroespaciais, complexo industrial de saúde, entre outros (ver RRs de 28 de janeiro e 28 de julho) – com financiamento ou cofinanciamento a empresas que se dispuserem a ingressar nesses setores. O banco se dedicará também às concessões, tocando o mesmo diapasão que permitiu a Paulo Guedes amealhar centenas de bilhões de compromissos de investimentos até 2030. Todos os projetos deverão estar em linha com a agenda ESG e a renovação da matriz energética. A ideia é que a combinação desses vetores potencialize a indústria e inverta a rota de “africanização” do setor. O BNDES é o órgão de governo mais abalizado para cumprir essa tarefa. Se vai conseguir, somente o futuro dirá.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Indústria e Comércio #PT

Profissão de fé

27/12/2021
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A nomeação de André Mendonça para o Supremo não saciou a comunidade evangélica. A “bancada da bíblia” trabalha para abocanhar ao menos duas cadeiras na reforma ministerial prevista para abril. Um dos nomes já levados ao presidente Jair Bolsonaro é o do deputado Marcos Pereira, que comandou o Ministério da Indústria e Comércio no governo Temer.

#André Mendonça #Ministério da Indústria e Comércio

Causa própria

4/01/2021
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O deputado Marcos Pereira, do Republicanos, é a principal voz do Centrão que tenta convencer Jair Bolsonaro a recriar o Ministério da Indústria e Comércio. Pereira já se vê de volta ao cargo que ocupou no governo Temer.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Indústria e Comércio

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