Tag: Rio Paraguai

Logística

Exportação de minério para vizinhos do Mercosul está à beira de um colapso

27/10/2023
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Cerca de 600 mil toneladas de minério de ferro represadas nos portos da região e mais de US$ 60 milhões em perdas para as companhias de navegação. Esta é uma das consequências mais graves da combinação entre a seca e a falta de investimentos em dragagem no Rio Paraguai. Os números constam de documento elaborado pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Norte (Adecon) e, segundo o RR apurou, enviado na última terça-feira ao diretor de Infraestrutura do DNIT, Erick Moura de Medeiros. Segundo a Adecon, que reúne empresas privadas de logística das Regiões Centro-Oeste e Norte, as barcaças estão trafegando pela Hidrovia do Paraguai com uma carga 30% inferior à sua capacidade por conta do assoreamento do rio.

As empresas de afretamento, o agronegócio e o setor de mineração estão no mesmo barco. Todos pressionam o Ministério dos Transportes e o DNIT cobrando obras emergenciais de dragagem no Rio Paraguai.  O nível da água vem baixando de seis a oito centímetros por dia. Nesse ritmo, calcula-se que a navegação comercial na Hidrovia do Rio Paraguai poderá ser interrompida já na segunda semana de novembro, provocando um gargalo, principalmente, nas exportações de minério e de grãos para os demais países do Mercosul.

#exportação #ferro #minério #Rio Paraguai #seca

Destaque

Dragagem do Rio Paraguai é o novo ponto de tensão entre Marina Silva e o agronegócio

16/10/2023
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A ministra Marina Silva está no centro da mais nova queda de braço entre o agronegócio e o governo Lula. A bancada ruralista tem feito pressão em Brasília pela concessão da licença ambiental para a dragagem do chamado tramo sul do Rio Paraguai, um trecho de 592 quilômetros entre Corumbá e a foz do Rio Apa. Segundo o RR apurou, integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura solicitaram uma audiência com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para tratar do assunto.

Querem também uma reunião com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e o Coordenador-Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestre do Instituto, Regis Fontana Pinto. Os grandes produtores rurais do Centro-Oeste e companhias de navegação tratam a limpeza como fundamental para aumentar o escoamento de grãos pela Hidrovia do Paraguai. No entanto, há uma Marina Silva no meio desse rio.

No Ministério do Meio Ambiente e do Ibama há fortes restrições à obra. Aos olhos do aparelho ambiental do Estado, o projeto conduzido pelo DNIT descumpre uma série de requisitos. Segundo o RR apurou, o Ibama levantou riscos de danos à qualidade da água para o abastecimento público, notadamente às populações ribeirinhas. De acordo com informações filtradas do Ministério, um minucioso estudo assinado por cientistas da Embrapa Pantanal, ICMBio, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e Panthera, organização global de conservação de felinos selvagens, aumentou ainda mais a resistência da ministra Marina Silva e de sua equipe.

Os pesquisadores apontam os potenciais impactos da dragagem para o Pantanal, com declínio nos sedimentos e nutrientes e diminuição dos habitats dos peixes, com severos efeitos sobre a subsistência e a atividade econômica da pesca na região. Um exemplo: a ruptura das termoclinas (camadas de oxigênio dissolvido), com a consequente mistura de faixas distintas da água, é uma ameaça à fauna local. Consultado pelo RR, o Ibama não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Guardadas as devidas proporções, a dragagem do Rio Paraguai virou uma espécie de “Margem Equatorial” do agronegócio para a gestão Lula, em referência à rígida posição da ministra Marina Silva. Se, no caso da Foz do Amazonas, a pressão maior vem do próprio Estado – a Petrobras -, o impasse em relação à hidrovia é mais uma zona de fricção entre o governo e um setor da economia que já é naturalmente hostil ao presidente Lula. O ciclo das secas, que vai até o início de dezembro, aumenta os decibéis das cobranças do agronegócio em Brasília. O período potencializa os prejuízos causados pelo assoreamento de diversos trechos do Rio Paraguai.

As interrupções no fluxo de navios carregados são constantes. Estima-se que seja necessária a retirada de até dois milhões de metros cúbicos de sedimentos do manancial, trabalho previsto para quase três anos. Mesmo com as condições adversas de navegabilidade, a Hidrovia do Paraguai tem sido uma rota crescente não apenas para o agro, mas também para o setor de mineração. No primeiro semestre deste ano, o transporte de grãos cresceu 258% em comparação a igual período do ano passado. No caso do minério de ferro, o aumento beirou os 60%.

#Agronegócio #Ibama #Lula #Marina Silva #Renan Filho #Rio Paraguai

Política externa

Brasil e Argentina navegam em direções opostas sem perder a ternura jamais

18/05/2023
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Uma raríssima ocasião em que os governos de Lula e Alberto Fernández estarão em lados opostos. Segundo fonte do Itamaraty, o Brasil fechou questão e vai se alinhar a Bolívia, Paraguai e Uruguai contra a cobrança de pedágio imposta por autoridades argentinas na Hidrovia Paraguai-Paraná, no trecho entre o Porto de Santa Fé e a confluência do Rio Paraguai. A posição brasileira será levada, nos próximos dias, à Comissão Intergovernamental da Hidrovia, que reúne os cinco países. Conforme o RR já informou, do lado brasileiro há pressões do agronegócio e do setor de mineração, leia-se a Vale, para que o governo Lula interceda pela derrubada do pedágio de US$ 1,47 por tonelada.

#Alberto Fernández #Argentina #Lula #Rio Paraguai

Internacional

Rio Paraguai vira uma rara rusga entre Brasil e Argentina

7/02/2023
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Um pequeno ruído na sintônica relação entre os governos Lula e Alberto Fernández: o Brasil enviou a autoridades argentinas um pedido formal de explicações sobre a nova taxa que passou a ser cobrada de embarcações no trecho do Rio Paraguai entre as cidades de Santa Fé e Influência. Sem mais nem menos, a Argentina passou a morder US$ 1,47 por tonelada transportada. Não há procedimento semelhante em nenhum dos outros três países cortados pelo rio – Brasil, Paraguai e Bolívia. Estes dois últimos também já cobraram explicações, segundo o RR apurou junto a fonte do Itamaraty. Até o momento, o governo argentino não deu qualquer explicação e muito menos suspendeu a cobrança da taxa. Empresas de navegação já pressionam o governo brasileiro a levar o caso a uma corte de arbitragem se o impasse persistir. A hidrovia do Rio Paraguai tem sido uma importante rota de escoamento para exportações brasileiras, notadamente de minério de ferro e soja.

#Alberto Fernández #Lula #Rio Paraguai

Meio ambiente

Assoreamento nas exportações

31/10/2022
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A balança comercial brasileira está ameaçada de perder alguns bilhões daqui até o fim do ano por conta da seca no Rio Paraguai. Segundo o RR apurou junto a uma grande companhia logística, as condições de navegabilidade pioraram muito nos últimos dias e a tendência é que a situação se agrave até dezembro. Em alguns trechos a profundidade está em menos de 90 cm, quando o mínimo necessário para garantir o fluxo de embarcações é acima de 1,5 metro. O problema atinge, notadamente, o transporte de grãos e de minério.

#Rio Paraguai

Rio seco

5/10/2021
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Empresas de navegação estão suspendendo suas atividades no Rio Paraguai. Nos últimos dois dias, o risco de encalhe de embarcações cresceu consideravelmente com as secas.

#Rio Paraguai

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