Tag: Airbus
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Embraer recorre ao velho dono enquanto o novo não surge
28/07/2020A Embraer está voltando ao útero materno. A empresa vai bater novamente à porta do BNDES. O rompimento do acordo com a Boeing e a pandemia, com os consequentes atrasos na entrega de pedidos, formaram a tempestade perfeita. Até que as nuvens se dissipem, a empresa não vê outra saída se não buscar o calor e a segurança do ventre do Estado, seu ex-controlador, combinado a novas linhas de crédito de bancos privados. Mesmo porque o que já está ruim pode piorar. Entre os executivos da Embraer e os fornecedores, há um crescente temor com o risco de cancelamento de encomendas, o que provocaria um efeito-dominó sobre toda a cadeia de produção em torno da empresa – em São José dos Campos, são mais de quatro mil empregos diretos.
A Embraer já acusa as primeiras sequelas mais sérias do coronavírus: no primeiro semestre deste ano, apenas 17 aeronaves foram entregues, um terço do volume registrado entre janeiro e junho de 2019. Não por acaso, somente no primeiro trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 1,2 bilhão. A busca por crédito é um remédio apenas para o curto prazo. Na Embraer, o consenso é de que o longo prazo só será equacionado quando o vazio deixado pela Boeing na aviação comercial for preenchido. O novo CEO da área, o holandês Arjan Meiker, se debruça sobre o tabuleiro internacional em busca de um parceiro. O cancelamento da venda para a Boeing deixou a fabricante brasileira em corner, com um leque de opções reduzidas e menos atrativas.
A Airbus já tem a Bombardier. Não precisa mais da Embraer. O caminho, portanto, aponta para o Oriente. Na China, uma hipótese seria um acordo com a Comac. A empresa conta com farta ajuda do governo chinês. O problema é que sua atuação está praticamente restrita ao mercado local, que responde por 90% das suas vendas. Uma alternativa seria uma associação com a japonesa Mitsubishi. A companhia está desenvolvendo uma linha de aviões comerciais de menor porte, o Jet Star. Já gastou mais de US$ 6 bilhões no projeto. No entanto, o programa está sete anos atrasado. A Mitsubishi enfrenta ainda dificuldades na certificação internacional de suas aeronaves. Esse é justamente uma das grandes specialidades da Embraer. Os sinais que vêm do mercado internacional aumentam a apreensão. As duas grandes concorrentes globais da Embraer já amargam a suspensão de pedidos.
A Boeing acumula o cancelamento de 307 aeronaves. Na Airbus, são 67 encomendas suspensas. A diferença entre o trio é o lastro financeiro obtido por cada um em meio à pandemia. A Boeing levantou US$ 25 bilhões em uma oferta de títulos. E ainda tem como a possibilidade de recorrer à linha de crédito de US$ 17 bilhões aberta pelo governo dos EUA para o setor aeroespacial. Já a Airbus conseguiu um financiamento de 15 bilhões de euros. A Embraer, por sua vez, só teve até o momento a linha de US$ 600 milhões disponibilizada pelo BNDES e por um pool de bancos privados. Consultada sobre tratativas para um novo empréstimo da agência de fomento, a empresa não se pronunciou. A Embraer também não revelou se já teve alguma encomenda cancelada. A companhia informou que “tem hoje um backlog de US$ 15,4 bilhões, que corresponde a encomendas firmes” e que “na aviação comercial, acreditamos que os jatos regionais liderarão a recuperação do setor”.
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O longo e cansativo voo da Embraer na OMC
14/02/2017Nos cálculos mais otimistas da Embraer, a queixa contra a Bombardier formalizada pelo governo brasileiro na OMC, por conta de subsídios do governo canadense de US$ 4 bilhões, é caso para mais de uma década. Segundo o RR apurou, a empresa toma como base ação similar movida pela Boeing contra a Airbus, que começou em 2004 e só foi julgada em setembro de 2016. Consultada, a Embraer limitou-se a dizer que apoia a iniciativa do governo brasileiro. Estranho seria se falasse o contrário.
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Pouso forçado
26/09/2016Pressionada pelos seguidos prejuízos (mais de R$ 700 milhões em perdas no ano passado), a Azul pretende ajustar o acordo firmado com a Airbus. Das 53 aeronaves previstas inicialmente, a companhia deverá manter a encomenda de 40 delas. Diante das projeções pouco otimistas para o setor, já está de bom tamanho. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Azul.