Petróleo e energia
ECONOMIA
Petróleo e energia
A confirmação ou não de corte entre 10 e 15 milhões de barris de petróleo em acordo entre Arábia Saudita e Rússia, antecipada hoje pelo presidente Trump, deve ser o fator central nos mercados globais, amanhã. Se o corte for efetivado, impulsionará não somente o setor de Óleo & Gás (Petrobras à frente, no Brasil, e gás de xisto nos EUA) como o de biocombustíveis e energias renováveis. Ao mesmo tempo, alimentará tendência de interrupção no ciclo de baixa nos preços da gasolina, diesel e, mais recentemente, GLP, internamente. O impacto no mercado seria diluído ao longo da próxima semana, no entanto, em função de enorme queda no consumo mundial.
Medidas trabalhistas
Paralelamente, no Brasil o foco se aprofundará para o programa de proteção ao emprego, que prevê redução de jornada entre 25% a 70%, com compensação do governo federal para trabalhadores. Como no caso da bolsa de R$ 600 para informais, o ponto de interrogação será a capacidade que o governo terá para desenvolver o programa na mesma velocidade em que se fazem sentir os impactos da paralisação econômica, que já provoca rescisões de contrato e milhares de demissões.
No caso de medidas trabalhistas, o Judiciário será “parceiro” importante, assim como o Congresso, já que haverá questionamentos judiciais. O processo vai fortalecer a liderança de Rodrigo Maia, que terá papel importante na aprovação e na aplicação do “orçamento de guerra”, prevista para os próximos dias.
Nesta sexta feira o Senado votará, ainda, proposta que suspende prazos contratuais até 30 de outubro deste ano devem ser excluídos, em negociações de última hora, os aluguéis residenciais.
O grau da retração econômica em março – EUA à frente
Sai amanhã um panorama das economias norte-americana e europeia já do mês de março, que deve refletir os duros impactos gerados pelo coronavírus e parcialmente precificados pelo mercado.
O destaque será o Relatório de Emprego dos EUA, que deve registrar forte recuo. Estima-se uma perda na casa de 100 mil empregos (frente à criação de mais de 273 mil em fevereiro), mas se o número vier muito acima disso, o que não se pode descartar, efeito nas bolsas globais será mais forte ao logo do dia. Ainda nos Estados Unidos, teremos a taxa de desemprego, o PMI Composto (Markit) e o PMI de Serviços (ISM). A expectativa é de retração significava nos serviços e aumento de pelo menos 0,3% no desemprego (de 3,5% para 3,8%). Mas pode haver surpresas.
Já na Europa, serão divulgados nesta segunda o PMI Composto e de Serviços (Markit) para a Zona do Euro e Alemanha, fechados. Os números devem confirmar a pesada queda já antecipada no final de março. As Vendas no Varejo para a Zona do Euro também saem nesta sexta, mas ainda relativas a fevereiro. Estima-se crescimento de 0,1%, frente a 0,6% em janeiro.
Retomada na China e adaptação da indústria
Dois fatores centrais para expectativas econômicas, que terão efeitos de médio e longo prazos, mas acerca dos quais já haverá sinais importantes nos próximos dias, serão:
1) A capacidade da China e de países como Coreia do Sul para retomar a produção industrial e restabelecer algum tipo de normalidade, ainda que com medidas de distanciamento e controle social. Em termos industriais, as indicações são positivas, mas será preciso observar se a curva de contaminação voltará a subir com o relaxamento de medidas e a tentativa de impulsionar a economia. Esse fator se refletirá nas expectativas acerca da recuperação do restante do mundo;
2) Os movimentos, nos EUA, na Europa e no Brasil, para adaptar a produção industrial tanto de grandes quanto de pequenas e médias empresas para insumos médicos, como respiradores e máscaras. O efeito imenso será não apenas na saúde, mas na criação de uma válvula de escape para a indústria.
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