Tag: Romero Jucá
Velha aliança
6/04/2022Lula e Romero Jucá, candidato ao Senado por Roraima, têm conversado regularmente. É quase certo que um subirá no palanque do outro. Mais do que isso: Jucá carrega consigo um pedaço considerável do MDB.
Um brinde a 2022
9/12/2021Renan Calheiros está organizando um jantar de lideranças do MDB com Lula. Eunício de Oliveira e Romero Jucá são tidos como nomes certos. A expectativa maior fica por conta da presença ou não de Michel Temer.
Repeteco?
24/11/2021Lula tem conversado regularmente com Eunício de Oliveira, Romero Jucá e Renan Calheiros, três dos principais avalistas da coalizão PT-MDB que governou de 2003 a 2016.
O múltiplo Jucá
5/10/2021Romero Jucá está jogando com um duplo na loteria eleitoral. Em campanha para voltar ao Senado em 2022, tem feito aproximações sucessivas tanto com Jair Bolsonaro quanto com Lula. E, se precisar, até a eleição fecha sua aposta com a terceira via.
Trio afinado
6/01/2021O ex-senador Romero Jucá, velho cacique do MDB, entrou de cabeça na campanha de Baleia Rossi à presidência da Câmara. Jucá toca de ouvido com Michel Temer, padrinho político de Rossi.
Procura-se um cargo
8/11/2019Romero Jucá é o nome do MDB para concorrer à Prefeitura de Boa Vista (RR) em 2020. Fazer o que? A exemplo de Eunício Oliveira, cotado para disputar a Prefeitura de Fortaleza, é mais um velho cacique do partido buscando abrigo nas eleições municipais.

Lei de Migração é o “muro” de Bolsonaro contra refugiados
24/06/2019O presidente Jair Bolsonaro planeja endurecer a Lei de Migração. A crise venezuelana dá o motivo e o respaldo necessário para uma agenda que está no cromossomo do governo Bolsonaro – vide a saída do Brasil do Pacto Global de Migração da ONU em 8 de janeiro – e une a extrema direita internacional. A adoção de normas mais restritivas à entrada de estrangeiros no Brasil se justificaria pelas seguidas ondas de refugiados venezuelanos que têm cruzado a fronteira. A solução mais à mão seria acelerar a tramitação do Projeto de Lei (PLS) 408/2018, de Romero Jucá, que está parado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
O PLS propõe uma série de mudanças na Lei de Migração, promulgada há apenas um ano e meio, e na Lei 9.747/97, o Estatuto dos Refugiados. O entendimento no Planalto é que é necessário adequar a legislação a estes “novos tempos”, ainda que o país adote uma política de acolhimento humanitário, digamos assim, menos acolhedora. Desde novembro, com o agravamento da crise econômica no governo Maduro, em média 400 refugiados venezuelanos atravessam a fronteira a cada dia. Segundo projeções da ONU, o número de imigrantes da Venezuela no Brasil mais do que duplicará ao longo de 2019, chegando perto dos 190 mil.
A maioria segue concentrada no Norte, sobretudo em Roraima. Mas dez mil refugiados já se espalharam por outros estados, e 16 mil aguardam autorização para fazer o mesmo. O RR entrou em contato com a Presidência da República, que informou que o assunto é da alçada do Ministério da Justiça. Este, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento da edição. Pelo PLS, a Lei 9.474/97 passaria a contemplar a hipótese de expulsão do país de refugiados ou peticionário de refúgio condenado em decisão final da Justiça por qualquer crime praticado no Brasil. Goste-se ou não da medida, trata-se de uma régua bem definida.
O mesmo não se aplica a outra proposta contida no projeto. Ele estabelece a possibilidade de refugiados serem expulsos por “motivo de segurança nacional ou ameaça à ordem pública”. Este é um critério mais complacente, que pode ser espichado ao gosto da circunstância. O projeto de Jucá daria ainda à União instrumentos para definir a capacidade de o país absorver refugiados e peticionários a partir de uma cesta de critérios, tais como oferta de empregos, IDH, renda per capita, oferta de leitos hospitalares e vagas na rede pública de educação. Ou seja: o governo federal passaria a ter um respaldo legal mais sólido para restringir movimentos imigratórios ou mesmo, no limite, fechar as fronteiras brasileiras a refugiados.
Operação Jucá
7/05/2019Romero Jucá trabalha para que Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, seja o próximo presidente do MDB. Jucá não vota exatamente em Ibaneis, mas em si próprio: está convicto de que se trata do nome ideal para continuar dando as cartas no partido.
Um teto para Jucá
25/04/2019Existe uma articulação no MDB para alçar Romero Jucá à presidência da Fundação Ulysses Guimarães. O consenso é que o afastamento “temporário” de Moreira Franco do cargo será definitivo. Em tempo: curiosamente, há dois anos, Jucá chegou a sugerir o fim da Fundação. À época, tinha mandato de senador e era um dos homens fortes do governo Temer.
Obra do Jucá
28/02/2019Mecias de Jesus (PRB-RR) enxerga as dez digitais do desafeto Romero Jucá no vazamento de informações e nas seguidas denúncias de que teria sido ele o autor da fraude na eleição à Presidência do Senado. Trata-se de uma rixa antiga na política de Roraima, que se acirrou de vez em 2018. Jucá perdeu a eleição ao Senado – e consequentemente o foro privilegiado – para Mecias por uma diferença de apenas 426 votos.
Acervo RR
Ato final
5/02/2019Romero Jucá foi um consigliere decisivo para que Renan Calheiros retirasse sua candidatura à presidência do Senado. No início da tarde de sábado e mesmo após aberta a votação, em um último esforço Jucá manteve contato com mais de quatro dezenas de senadores em busca de apoio a Renan. Por volta das 17 horas, ao ver que a derrota era certa, recomendou ao aliado que pulasse fora. A mise-en-scéne na tribuna ficou por conta do próprio Renan.
Efeito Temer
12/09/2018Romero Jucá, um dos cavaleiros da távola redonda de Michel Temer, quer distância do presidente. A proximidade com Temer contaminou seu desempenho eleitoral. Candidato à reeleição ao Senado por Roraima, Jucá tem aparecido nas pesquisas atrás de Márcia de Jesus (PRB) e Angela Portela (PDT).
Távola redonda
4/06/2018A távola redonda de Michel Temer, notadamente Eliseu Padilha e Romero Jucá, tem cobrado que o pré-candidato Henrique Meirelles seja mais incisivo na defesa do governo. Melhor esperar sentado.
Jucá perdeu
2/03/2018Romero Jucá teve uma raríssima derrota no governo. Na última terça-feira, intercedeu diretamente junto a Michel Temer na tentativa de evitar a demissão de Fernando Segovia no comando da Polícia Federal. Temer, como sempre, disse que ia ver com carinho…
Apadrinhados
19/12/2017Calcula-se que Romero Jucá tenha mais de uma dezena de apadrinhados em cargos de gerência para cima na Eletronorte. Assim fica difícil privatizar a Eletrobras.
Os cenários de 2018
29/11/2017João Doria e Romero Jucá tiveram uma longa conversa no último fim de semana, fora das agendas oficiais, sobre cenários para 2018.
Conselho de ética
8/11/2017Romero Jucá tem nas mãos um projeto de compliance para o PMDB, que será apresentado na convenção do partido, em janeiro. As propostas incluem a elaboração de um novo código interno e a criação de um comitê de ética, formado por “notáveis” do partido. Se a Bolívia, sem acesso ao mar, mantém um Ministério da Marinha, por que o PMDB não pode ter comitê de ética?
Tudo em casa. Ou quase
24/10/2017Romero Jucá bateu o martelo: a candidata do PMDB ao governo de Roraima será sua ex-mulher e atual prefeita de Boa Vista, Teresa Surita.
Meirelles blindado
29/09/2017O governo armou uma barricada para evitar a constrangedora presença de Henrique Meirelles na CPI da JBS. Parlamentares da base aliada na Comissão, à frente o senador Romero Jucá e o deputado Carlos Marun, garantem já ter os votos suficientes para barrar a convocação do ministro da Fazenda, requerida pelo senador Randolfe Rodrigues.
A difícil missão de higienizar o PMDB
28/09/2017Os marqueteiros do PMDB discutem nos mínimos detalhes o “espetáculo” da convenção nacional marcada para o próximo dia 4 de outubro, quando o partido mudará sua identidade para MDB. A maior preocupação é evitar que o evento ganhe a pecha de “convenção da Lava Jato”. Há quem defenda, inclusive, que Moreira Franco, Eliseu Padilha e Romero Jucá participem em horários diferentes. A ideia é evitar que três dos mais próximos e maculados aliados de Michel Temer sejam capturados no mesmo instantâneo. No partido, é citada, como exemplo, a reunião de março de 2016 que formalizou a saída do PMDB do governo Dilma. Na ocasião, a imagem de Eduardo Cunha, Jucá e Padilha celebrando, juntos, com as mãos para o alto bombou nas redes sociais. Se serve de alento, desta vez Cunha é uma preocupação a menos para a marquetagem do PMDB.
Jucá e suas apostas
22/09/2017A proposta de que os partidos políticos virem um salão de bingo para arrecadar recursos é uma pedra cantada há tempos na cartela de Romero Jucá. O senador sempre foi chegado a uma fezinha. Em 2001, como relator do projeto de lei que permitia a abertura de cassinos no Brasil, incluiu um artigo que legalizava também o jogo de bicho. A proposta ficou pelo caminho, mas o desejo de Jucá, não. Hoje, o senador é um dos maiores entusiastas do novo projeto de lei 186/2014 que autoriza o jogo no país. No que depender do empenho de Jucá, a proposta será votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado em outubro.
Dr. Ulysses não merecia tamanha homenagem
20/09/2017Moreira Franco, Eliseu Padilha e Romero Jucá estão à frente de uma estranha cruzada. O trio “Lava Jato” pressiona a Executiva do partido a aprovar a transformação da Fundação Ulysses Guimarães em instituto – a proposta será analisada no próximo dia 4 de outubro. Parece uma filigrana, mas só parece. Sob o regime de instituto, muita coisa muda de figura, a começar pelo fato de que a entidade estará imune à fiscalização do Ministério Público. Não custa lembrar que Moreira e Eliseu são os “donos” da capitania. Entre mandatos alternados, ambos comandam a Fundação Ulysses Guimarães há 16 anos.
Bye-bye Zezé
13/07/2017Eunício de Oliveira e Romero Jucá estão pessoalmente empenhados em defenestrar o senador Zezé Perrella, amigo do peito de Aécio Neves, do PMDB.
Segredo de polichinelo
22/05/2017Um ponto relativamente menor diante do todo passou despercebido no diálogo grampeado entre Michel Temer e Joesley Batista. Em determinado momento, o empresário deixou escapar que o “Ministério do Planejamento é do Jucá”. Como em tantas outras partes do diálogo, não foi retrucado por Temer.
Os “amigos” de Milton Lyra
21/03/2017Além de Renan Calheiros e Romero Jucá, o lobista e agora delator Milton Lyra tinha uma relação intestina com o também senador Valdir Raupp.
Afastamento?
6/01/2017José Yunes se afastou do Palácio do Planalto tanto quanto Romero Jucá está longe do Ministério do Planejamento.
Romero Jucá articula o acordão do “Fica, Temer”
2/01/2017O senador Romero Jucá tem se aproveitado da sua condição de parlamentar anfíbio – um pé no Congresso e o outro no Executivo – para conspirar, dentro e fora do governo, sobre propostas que envergonhariam golpistas ferrenhos e de tradicional linhagem. Jucá desmente na lata quem disser que ele está querendo raspar da Constituição os trechos que, conforme seu discurso, “ameaçam a ordem” do país, na mais atípica das circunstâncias críticas nacionais. Mas está sim.
O movimento viria do Legislativo e das classes empresariais. O STF seria parceiro no golpe. Ou seria golpeado. A ver. O RR fez várias tentativas de contato com o senador Romero Jucá, por e-mail, celular e por intermédio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A chicana viria em dois movimentos. O primeiro seria encontrar expediente que pudesse blindar Michel Temer no caso de uma decisão do TS cassando a chapa com Dilma Rousseff.
Temer gozaria de dois anos de anistia, de forma a completar o ajuste econômico e concluir a transição para as eleições diretas em 2018. A alternativa, segundo os dizeres atribuídos a Jucá, seria a barbárie política com o risco do retrocesso do autoritarismo. Temer somente sairia em um processo de impeachment clássico, com provas de culpabilidade criminal. Mesmo assim, com o Congresso na mão, teria condições para esticar a corda.
É uma boa aposta que não deixaria o governo antes de 2018. Para o caso desse drible por fora da lei não dar certo, Jucá costura uma segunda proposta: se Temer sair, a equipe econômica (Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Pedro Parente, Maria Silvia Bastos etc.) fica, tornando o futuro presidente um monarca ridiculamente sem poderes. O grupo dos tecnocratas eleitos deveria estar protegido das delações e da sede punitiva da Lava Jato.
Caberia a eles dar sequência ao plano de estabilização econômica, transformado, nos novos termos, em um programa de Estado. O RR exibe o trailer dessa película trash para conferência futura. Quem assistiu aos últimos filmes da escatologia política nacional não tem por que duvidar de mais essa obscenidade.
Dúvida de festim
20/12/2016No PMDB, o que se diz é que Michel Temer vendeu o mesmo carro a duas pessoas. Garantiu tanto a Romero Jucá quanto a Eunício de Oliveira seu apoio na eleição à presidência do Senado em 2017. No partido, a aposta é que, passado o jogo de cena, Eunício ficará a pé.
O fator Yunes
15/12/2016Uma medida do poder do advogado José Yunes, parceiro de Michel Temer há mais de quatro décadas. Ao contrário do que ocorreu nos casos de Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, nem mesmo o desestabilizador-mor do Planalto, Moreira Franco, ousou fazer pressão pelo afastamento do então assessor especial da Presidência da República. A saída de Yunes do cargo foi acertada exclusivamente entre Temer e o fiel escudeiro.
Planalto
28/11/2016Na sexta-feira, circularam entre empresários pelo menos três listas elencando políticos supostamente citados na delação da Odebrecht. Uma delas foi a requentada e manjadíssima relação divulgada em março. As outras duas traziam nomes diversos apesar da base ser mantida. Em todas constavam Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Romero Jucá. Michel Temer e Eliseu Padilha só figuravam em uma delas.
Fogo amigo
11/11/2016Eunício de Oliveira recebeu o beijo da morte do Planalto. Ele tinha a garantia de que seria o candidato do PMDB à presidência do Senado em 2017. No entanto, com a devida orientação de Michel Temer, todo o partido estaria deslizando para a candidatura de Romero Jucá. É bem verdade que todo esse barulho pode ser por nada. Quem vai mesmo decidir a parada é Sergio Moro.
Bom menino
25/10/2016Henrique Meirelles trata o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, como se fosse do seu staff. Meirelles agradece todo o dia a substituição de Romero Jucá na Pasta.
Sempre na foto
16/09/2016Nem quando era ministro do Planejamento, Romero Jucá estava tão próximo de Michel Temer. O senador tem marcado presença em quase todos os eventos oficiais ao lado do presidente. O mais recente foi a posse de Grace Mendonça na AGU.
Acervo RR
Bumerangue
9/09/2016Romero Jucá e Geddel Vieira Lima fizeram de tudo para convencer Michel Temer a não aprovar o novo slogan criado pelo marqueteiro Elsinho Mouco: “Fora, ladrões”. Foram votos vencidos. Bastaram poucas horas para mostrar que Jucá e Geddel sabiam do que estavam falando. Assim que saiu a notícia sobre a campanha, o slogan ganhou um adendo nas redes sociais: “Fora, ladrões golpistas”.
Bumerangue
9/09/2016Romero Jucá e Geddel Vieira Lima fizeram de tudo para convencer Michel Temer a não aprovar o novo slogan criado pelo marqueteiro Elsinho Mouco: “Fora, ladrões”. Foram votos vencidos. Bastaram poucas horas para mostrar que Jucá e Geddel sabiam do que estavam falando. Assim que saiu a notícia sobre a campanha, o slogan ganhou um adendo nas redes sociais: “Fora, ladrões golpistas”.
Influência
2/09/2016Ao dizer em alto e bom som que intercedeu junto ao STF para “desfazer” o indiciamento de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, Renan Calheiros mandou um recado para dentro de casa. A suposta ajuda ao casal petista seria uma gotícula se comparada aos créditos que Renan tem com seus pares do próprio PMDB. A começar por Romero Jucá.
Cabo de guerra
18/08/2016Romero Jucá tem usado de toda a sua influência sobre Michel Temer para brecar a transferência da Secretaria de Orçamento do Planejamento para a Fazenda, como quer Henrique Meirelles. Como se sabe, Jucá deixou o Ministério do Planejamento, mas a Pasta não deixou Jucá.
Sempre ao lado
3/06/2016Observação de um ministro “abandonado”: Michel Temer despacha mais com Romero Jucá do que com a maioria esmagadora dos titulares do seu Ministério. No ranking das agendas, Jucá só está atrás de Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Um pacto à luz do dia em nome da democracia
31/05/2016O futuro da democracia brasileira passa, nas próximas semanas, pela antecipação da eleição direta para a Presidência, um pacto entre as principais lideranças políticas e os Poderes da República e a definição sobre a negociação de uma “janela” na Lava Jato para que o pleito possa se dar de forma soberana. A ordem dos fatores altera o produto. O pacto social antecede os demais, pois lubrifica as mudanças constitucionais necessárias e o novo ambiente institucional. O acordão por meio do qual pretende se legitimar as “Diretas Já” é primo distante daquele conspirado por Romero Jucá e Sérgio Machado. É motivado por intenções distintas, pode ser articulado e anunciado à luz do dia e, em vez de ser uma costura entre Eduardo Cunha, Michel Temer, Renan Calheiros et caterva, seria alinhavado, por cima, por Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ciro Gomes, Dilma Rousseff, Jaques Wagner, Tasso Jereissati e, acreditem, Aécio Neves, além de empresários de primeira grandeza que voltaram a pensar no Brasil. Os articuladores não acreditam em uma reação de Temer e sua turma, denunciando o “golpe dentro do golpe”, apesar de estarem atentos aos afagos cada vez mais explícitos do presidente interino aos comandantes militares. O professor de Direito Constitucional e suas eminências pardas sabem que a governança do país é extremamente frágil. Um “frentão” juntaria as ruas com a Av. Paulista e mudaria de direção o leme da imprensa. O espinho é o que fazer com a Lava Jato, que, se por um lado, descortinou as tenebrosas transações com a pátria mãe tão distraída, por outro, gangrenou a democracia com a criminalização do futuro. A instituição de uma “janela” na nossa Operazione Mani Pulite seria uma concessão para que as eleições diretas já não se dessem no ambiente de investigações, delações e aceitação de provas forjadas que sancionam a culpa antes mesmo da denúncia. Pensa-se em algo derivado a partir do modelo de anistia com punições razoáveis criado para a repatriação do capital estrangeiro: quem confessa sua irregularidade não é criminalizado, mas paga multa pecuniária. Todos os participantes desse programa de adesão espontânea não teriam seus direitos eleitorais subtraídos inteiramente, mas somente no próximo pleito. A condição para que o próprio infrator confessasse a “malfeitoria de fato” sem ser criminalizado esterilizaria os porões das investigações, nos quais a intimidade do cidadão é devassada e revelada no limite dos seus pensamentos inconfessáveis, que nada têm a ver com qualquer dos delitos aventados. É nesse ponto crucial que surge a importância simbólica de Sérgio Moro em toda essa arrumação. Caberia a ele validar a seguinte mensagem: a Lava Jato não morreu, a Lava Jato entrou em uma nova fase. E não vai ter “golpe” e crime estampado diariamente nas bancas de jornais. Vai ter eleição e vai ter governança.
Tropa de choque
23/05/2016O Planalto escalou uma tropa de choque para garantir que o Senado aprove a polêmica Medida Provisória 706. Na linha de frente, estão os ministros Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, que têm notória influência sobre o Congresso. Entre os senadores, o trabalho de convencimento é conduzido pelos peemedebistas Eduardo Braga e Edison Lobão – não por coincidência, dois ex-ministros de Minas e Energia. A MP 706 prevê o repasse aos consumidores de energia de R$ 3,5 bilhões relativos a perdas das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. A proposta passou sem problemas pela Câmara dos Deputados. Mas, devido à forte reação contrária das empresas de energia e da própria Aneel, o governo colocou seus centuriões em campo para evitar uma reviravolta no Senado.
Utilitário
11/05/2016Lobistas da Anfavea tentam persuadir a “guarda suíça” de Michel Temer – notadamente Eliseu Padilha e Romero Jucá – para que sua primeira viagem oficial ao exterior seja à Argentina. O objetivo é acelerar a aprovação do novo acordo automotivo com o presidente Mauricio Macri. Por enquanto, os lobistas estão cheios de dedos em abordar José Serra.