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Mineração
Apollo Management garimpa metais estratégicos no Brasil
25/10/2024Circula no setor de mineração que o Apollo Global Management está vasculhando ativos no Brasil, notadamente metais estratégicos para a transição energética, como lítio. Há cerca de dois meses, cabe lembrar, o Apollo fechou uma joint venture com a Vale para a gestão de um terminal portuário em Omã, um negócio de US$ 600 milhões. Vai ver é só coincidência. Ou não.
Destaque
Governo bate cabeça em relação a metais estratégicos para a transição energética
15/10/2024O que fazer com o lítio, terras raras, grafeno, entre outros? Essa é a discussão que vem sendo travada dentro do governo. O ponto nevrálgico, que provoca maior dissenso, é o grau de ingerência do Estado sobre a exploração de metais estratégicos para a transição energética.
Basicamente, há duas correntes, encabeçadas, respectivamente, pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. Silveira defende um modelo de rédeas curtas. Ou seja: uma presença mais aguda do governo na formulação de uma política para esses recursos.
Segundo informações apuradas, Silveira é favorável, inclusive, a que o próprio Estado tenha uma pequena participação acionária em empreendimentos na área, com ênfase no lítio, hoje o mais demandado pelo capital estrangeiro. Seria uma forma do governo manter uma posição em projetos viscerais para a economia do futuro. Silveira não está sozinho. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pensa de forma similar. Por outro lado, Rui Costa trata a questão com alta dose de pragmatismo.
O pragmatismo de quem tem um PAC, de R$ 1,7 trilhão, para cuidar. Costa é partidário da ideia de que se trata de um contrassenso dar dinheiro a quem não precisa, caso de grandes mineradoras com fácil acesso a crédito internacional, quando o país tem de tocar um caminhão de obras de infraestrutura. A posição do ministro da Casa Civil se baseia também em um cálculo político e eleitoral. Estrada, ponte, casas, rede de esgoto, escola, hospital dão voto; lítio, não.
Até o momento, o que vigora no país está mais para o “modelo Rui Costa”. O Estado tem ficado à margem dos principais movimentos na área dos metais estratégicos, a começar pelo lítio. Este é um jogo que vem sendo jogado por players privados e, majoritariamente, estrangeiros. Entre as companhias já presentes no país figuram a australiana Pilbara Minerals, maior produtora mundial de lítio, e a Atlas Lithium, sediada nos Estados Unidos, mas hoje controlada pelas chinesas Chengxin Lithium Group e Yahua Industrial Group.
Há também a Sigma Lithium. A empresa está sediada em Vancouver, no Canadá. Seu principal acionista é o A10 Fund-FIA, cuja maior cotista é a investidora brasileira Ana Cabral-Gardner, CEO da companhia. Mas, a julgar pelos rumores que circulam no mercado há meses, tudo leva a crer que, em pouco tempo, a Sigma Lithium não será nem canadense nem brasileira. A chinesa CMOC Group e o PIF (Public Investment Company), fundo soberano da Arábia Saudita, são apontados como fortes candidatos à compra do controle da mineradora.
Chineses, árabes, australianos… Gradativamente, o eixo decisório sobre o lítio brasileiro vai deslizando para fora do país. É exatamente o que o ministro Alexandre Silveira e uma parte do governo mais alinhada a ele tentam conter, não apenas no caso do lítio, mas dos demais metais voltados à transição energética e cobiçados pelo mundo. Um caminho seria a entrada em cena do BNDES como sócio de grupos privados de mineração. Outra hipótese, essa bem mais complexa, seria a criação de uma estatal especificamente para metais estratégicos.
Está mais para uma solução de quem não vai solucionar nada. A essa altura, seria uma extravagância intervencionista. De toda a forma, é importante ressaltar que há referências semelhantes nas cercanias, notadamente na Bolívia e no Chile, detentores de aproximadamente 60% das reservas mundiais de lítio. A primeira conta com a Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB); o governo chileno, por sua vez, já anunciou a intenção de montar uma empresa pública para encabeçar projetos no setor.
Um terceiro cenário, mais complexo do ponto de vista institucional, seria, digamos assim, persuadir a Vale a entrar na produção de lítio. Sentido faz. A empresa já tem um negócio parrudo em minerais também voltados à transição estratégica, a Vale Base Metals, onde estão concentrados seus negócios globais em níquel e cobre. Seria uma barreira de contenção, impedindo que parcelas cada vez maiores do lítio e de outros metais estratégicos ficassem plenamente nas mãos de players estrangeiros. Aos olhos do governo, ao menos desse governo, a Vale é quase uma paraestatal ou algo do gênero. Para o bem e para o mal.
Painel RR – Mineração
Como o mundo vê o Brasil no mapa do lítio?
19/10/2023A decisão dos acionistas da Sigma Lithium de vender o controle da companhia coloca foco sobre o mercado de lítio no Brasil, onde os canadenses já investiram mais de R$ 1,5 bilhão. O comprador da empresa terá uma posição razoavelmente relevante em um país que reúne cerca de 8% das reservas mundiais do mineral. Analistas internacionais se debruçam sobre os impactos da operação e consequentemente sobre a importância do Brasil no grande jogo global do lítio:
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- Rubens Adams
As negociações para a venda dos ativos da Sigma Lithium beneficiam os exploradores que estão mais avançados na corrida do lítio, reforçando verdadeiros oligopólios do setor. É o que acontece no mundo; é o que pode acontecer no Brasil. https://stockhead.com.au/resources/eye-on-lithium-a-sniff-of-sigma-like-success-has-asx-hard-rock-explorers-moving-to-brazil/
- Sam Klein-Markman
Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda por lítio poderá aumentar até 42 vezes em duas décadas. E o Brasil tem o seu lugar nessa corrida.
https://nacla.org/global-race-lithium-brazil
- Renato Rostás
O principal atrativo no Brasil para as grandes mineradoras mundiais no de outras companhias é o projeto da Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha. O empreendimento encontra-se ainda na fase 1, com capacidade de produção estimada em 36,7 mil toneladas anuais. A meta para as fases 2 e 3 é que a produção chegue a 104 mil toneladas anuais.
https://www.fastmarkets.com/insights/brazils-sigma-lithium-looking-at-m-a-proposals-after-first-shipments
- Rowan Dunne
O Brasil oferece uma posição razoavelmente privilegiada e vinculada a compromissos ESG. Destaque para o Triple Zero Green Lithium, o lítio verde, produzido na Grota do Cirilo. No final de setembro, a Sigma enviou 22,5 toneladas do produto à mineradora suíça Glencore. https://mugglehead.com/sigma-lithium-to-make-third-20k-tonne-shipment-of-triple-zero-green-lithium/
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- Déficit à vista
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A BMI, braço de research da Fitch Solutions, alerta para um possível déficit no mercado do lítio por volta de 2025. O motivo seria a demanda da China pelo mineral, que não é suprida pela capacidade de produção e fornecimento das mineradoras. O Fórum Económico Mundial estima que a procura global de lítio ultrapassará os 3 milhões de toneladas métricas até 2030, ultrapassando em muito as 540.000 toneladas métricas produzidas em 2021.
https://economictimes.indiatimes.com/news/international/world-news/chinas-rising-appetite-for-lithium-maybe-the-reason-for-2025-global-shortage/articleshow/104422295.cms?from=mdr
Destaque
Lítio entra no mapa da “JBS da transição energética”
11/10/2023Os irmãos Batista têm planos de criar a “JBS da transição energética”. O projeto passa pela ampliação das atividades da J&F Investimentos na área de mineração, com a sua entrada na produção de lítio. No grupo, há o entendimento de que este seria um momento propício para aquisições, uma vez que os poucos projetos existentes no Brasil ainda estão em período de maturação.
A tendência é que os ativos fiquem mais caros à medida que entraram em fase operacional. Vide a canadense Sigma Lithium, que nem bem iniciou a extração e já colocou sua subsidiária no Brasil à venda. A intenção da J&F é ter um arco de negócios voltados à produção de energia limpa. Ainda na mineração, seus planos incluem também a extração de níquel, outro insumo para a descarbonização da matriz energética – conforme o RR já informou, o conglomerado dos irmãos Batista teria interesse em disputar concessões no setor. A “JBS da transição energética” englobaria ainda a Âmbar Energia e outras atividades já existentes no grupo, como a produção de bioenergia a partir do metano emitido por suas fábricas e de resíduos orgânicos, como o sebo do boi e o óleo de cozinha. Procurada pelo RR, a J&F não quis se manifestar.
LEIA AINDA HOJE NO RR: OS NOVOS INVESTIMENTOS DA J&F EM LOGÍSTICA.
Destaque
Petrobras pode ser o ponto de fusão entre Brasil e Bolívia no lítio
30/08/2023A retomada dos investimentos da Petrobras em terras bolivianas vai além da exploração de petróleo e gás. A estatal poderá ser uma ponte entre Brasil e Bolívia para uma parceria na produção de lítio. Ainda que incipientes, já existem alguns passos nessa direção.
Segundo o RR apurou, uma comitiva da Petrobras viajará ao país vizinho no mês que vem para visitar reservas do mineral pertencentes à estatal YLB (Yacimientos de Lítio Bolivianos). A delegação deverá percorrer as jazidas de Uyuni, Coipasa e Pastos Grandes, que somam cerca de 23 milhões de toneladas de lítio já comprovadas. De acordo com a mesma fonte, a agenda incluiria também encontros com representantes da chinesa Citic Guoan Corporation e da russa Uranium One Group.
Ao lado da YLB, ambas estão construindo dois complexos industriais opara a extração e processamento do mineral nas reservas de Uyuni e Coipasa, um investimento da ordem de US$ 1,5 bilhão. Em contato com o RR, a Petrobras informou que “está, no momento, desenvolvendo estudos sobre os investimentos para seu Plano Estratégico 2024-2028.” Segundo a companhia, “o direcionador estratégico para a área de gás e energia e renováveis é atuar de forma competitiva e integrada, otimizando o portfólio e atuando na inserção de fontes renováveis, com um indicativo de investir entre 6% e 15% do total previsto em projetos de baixo carbono.
” A Petrobras lembra que “baterias e outras tecnologias de armazenamento de energia fazem parte do contexto da transição energética”. Mas é cautelosa e diz que “atualmente não há nenhuma definição quanto a investimentos ou parcerias neste segmento nem acerca de seu posicionamento no segmento de extração de lítio.”
O próprio ministro de Energia da Bolívia, Franklin Molina, já andou dando spoiler sobre o assunto. Há pouco mais de um mês, em entrevista a uma TV local, deixou escapar a possibilidade de a Petrobras investir em lítio no país. O script idealizado pelo Brasil vai ainda mais longe. O governo brasileiro vislumbra a oportunidade de trazer parceiros internacionais para a produção do mineral do lado de cá da fronteira. Mais do que isso: a parceria com a Bolívia seria o passaporte para um movimento multilateral sabidamente almejado pela gestão Lula: a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, o bloco que está sendo costurado por bolivianos, chilenos e argentinos, detentores de quase 70% das reservas globais do insumo. O governo brasileiro acreditar estar empilhando créditos para que isso aconteça: além da retomada dos projetos da Petrobras na Bolívia, há conversações para o aumento dos volumes de gás adquiridos do país vizinho.
Mineração
Fundo inglês mira o lítio brasileiro
19/05/2023O lítio brasileiro entrou no radar da gestora inglesa Appian Capital. Os britânicos pretendem investir em projetos para a extração do mineral no país. Há conversas, inclusive, com uma mineradora que já iniciou a exploração de lítio no país. A Appian está longe de ser um “pato novo” no subsolo brasileiro. Com ativos da ordem da US$ 4 bilhões a gestora já tem participações em duas mineradoras: a Vale Verde, produtora de cobre no sertão de Alagoas, e a Atlantic Nickel, que tem uma mina de níquel sulfetado no sul da Bahia.
Destaque
Governo estuda medidas para impulsionar a produção de lítio
3/05/2023O RR apurou que o Ministério das Minas e Energia estuda a criação de um departamento nacional do lítio, que terá recursos para induzir a pesquisa e exploração do mineral estratégico. O departamento assumiria os estudos para a prospecção das reservas do metal no país, hoje conduzidos pelo Serviço Geológico do Brasil. Seria responsável, sobretudo, por estimular novos projetos de exploração do lítio, em parceria com grupos privados nacionais e estrangeiros. Atuaria em dobradinha com o BNDES. O banco teria um papel importante no financiamento de futuros empreendimentos – o que, aliás, se encaixaria na estratégia da agência de fomento de focar em setores ligados à inovação.
Entre as grandes nações produtoras de lítio, há um poder cada vez maior do Estado sobre o setor. O Chile, por exemplo, não apenas anunciou a criação da Empresa Nacional do Lítio como já sinalizou a intenção de nacionalizar toda a produção do metal, inclusive restringindo a atuação do capital privado a participações minoritárias em projetos de controle estatal. Antes dos chilenos, o México já havia nacionalizado, no ano passado, todos os seus depósitos de lítio. O governo brasileiro pensa distante das decisões políticas dos seus companheiros da América Latina. Quer fomentar, mas não quer controlar.
A produção de lítio no Brasil ainda é incipiente. Os poucos projetos já existentes são tocados por empresas privadas. A Companhia Brasileira de Lítio explora a Mina da Cachoeira. A AMG Brasil tem uma operação em Nazareno. O player mais novo é a canadense Sigma Lithium, que promete iniciar neste mês a produção em sua mina, na divisa entre os municípios de Araçuai e Itinga. Todos estão concentrados em Minas Gerais, que reúne as maiores reservas já conhecidas de lítio do Brasil. Não por acaso, Romeu Zema vem tentando atrair o protagonismo do estado no setor, sob certo aspecto saindo na frente até mesmo do governo federal. Na semana passada, Zema anunciou a criação do Lithium Valley Brazil, projeto que será apresentado na Nasdaq no próximo dia 9 e tem como meta atrair mais de R$ 5 bilhões em investimentos na cadeia do lítio em cidades mineiras.
Se, no front interno, o governo estuda a criação de uma autarquia para o setor, da fronteira para fora todos os esforços da política externa do governo Lula têm como prioridade a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”. Trata-se do bloco que está sendo formado por Bolívia, Chile e Argentina, trio que detém quase 70% das reservas globais do metal. O Brasil tenta conquistar um lugar à mesa, ainda que com um poder de barganha bem menor do que seus vizinhos – estima-se que o país tenha algo com 8% de todo o lítio existente no mundo.
Negócios
Grupo canadense avança no titânio brasileiro
6/04/2023Enquanto tenta entrar na “Opep do Lítio” – ver RR – o Brasil avança no mapa do titânio. Segundo o RR apurou, a Vanádio de Maracás, leia-se a canadense Largo Resources, deverá iniciar até junho o beneficiamento de ilmenita, um dos óxidos de titânio com maior importância econômica. O grupo está investindo cerca de R$ 2 bilhões na operação, na cidade de Maracás. A meta dos canadenses é produzir, até 2029, cerca de 120 mil toneladas de pigmento de titânio por ano. O produto é destinado, sobretudo, à indústria química. Hoje, o Brasil tem enorme dependência externa em relação ao insumo: importa mais de 70% do volume consumido.
Destaque
Brasil tenta cavar um lugar na “Opep do lítio”
28/03/2023A proposta da Bolívia de criação de uma “Opep do lítio” com a Argentina e o Chile, deixando o Brasil fora de um jogo tão estratégico quanto esse, causou forte estranheza no Itamaraty. Seja por todos os acenos de parceria que têm sido feitos por Lula ao presidente Luiz Arce, seja pelo tamanho das reservas brasileiras. Estima-se que o país tenha o equivalente a 8% de todo o lítio existente no mundo. Ainda que o poderio de Argentina, Chile e Bolívia à mesa de negociações seja muito maior – o trio detém algo em torno de 68% das reservas globais -, o Brasil carrega um ativo nada desprezível, que lhe permite pleitear um assento nesse “Country Club do lítio”. Por isso mesmo, a ordem em Brasília é reagir com a velocidade e a ênfase que a situação exige. O embaixador brasileiro em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes, já teria sido acionado para costurar a visita de uma comitiva oficial do governo brasileiro à Bolívia. O Brasil tem moedas de troca razoavelmente valiosas. É o maior comprador de gás boliviano. Além disso, Lula já disse repetidas vezes que pretende liderar um grande projeto conjunto entre os países sul-americanos rumo à transição energética, tema de encontros recentes entre o presidente e Luiz Arce.
O surgimento de uma aliança multilateral entre os grandes produtores de lítio do mundo já era pedra cantada há algum tempo. No ano passado, a Bolívia abriu conversações com outros países em busca de parceiros para a extração do mineral no seu próprio território. Argentina, Chile, Rússia e China saíram na frente. Os asiáticos, por sinal, já conseguiram fincar sua bandeira no solo, ou melhor, no subsolo boliviano. Há pouco mais de um mês, o governo de Luiz Arce anunciou uma parceria com o consórcio chinês CBC – liderado pela Contemporary Amperex Technology (Catl), uma das maiores fabricantes de baterias para automóveis do mundo – para investimentos de US$ 1 bilhão para a produção de lítio.
Natural que o Brasil tenha ficado para trás no tabuleiro sul-americano do lítio. O governo Bolsonaro pouco ou nada vez para colocar o país em uma posição privilegiada. Ignorou a “chamada pública” da Bolívia e não levou adiante qualquer negociação diplomática a respeito do assunto – conforme o RR já noticiou. Jair Bolsonaro, como se sabe, estava mais preocupado com o grafeno, por muito tempo um inexplicável fetiche mineral do ex-presidente. Em agosto do ano passado, por exemplo, durante a Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, Argentina e Chile lançaram o Grupo de Trabalho Binacional sobre Lítio e Salinhas, um dos primeiros movimentos mais agudos de parceria multilateral na América do Sul em torno do mineral. Não há notícia de que o Brasil tenha buscado uma participação nesse bloco. Isso em um momento em que a demanda global tende a disparar. O mundo consome atualmente algo em torno de 350 quilotoneladas (kt) de carbonato de lítio por ano. Há estimativa de que esse número passará das duas mil quilotoneladas em 2030.
Lítio é mais uma oportunidade perdida
16/02/2022A incompetência do governo Bolsonaro em valorizar os principais ativos brasileiros no exterior se manifesta agora no mercado de lítio. Na edição da última segunda-feira, o Financial Times revelou que, entre os países detentores de grandes reservas, Argentina e Chile são os mais avançados na atração de investimentos internacionais. A Bolívia, por sua vez, está começando agora a buscar parceiros para o negócio.
O trio forma uma espécie de “Opep do lítio”, com o equivalente a 70% das reservas globais. O Brasil, que soma aproximadamente 8% das jazidas mundiais, poderia muito bem fazer parte desse bloco. No entanto, o país sequer é citado na reportagem. Pudera.
O governo não está movendo nem uma palha para potencializar a produção do mineral. Tampouco tem buscado oportunidades conjuntas com os países vizinhos. Ou seja: a um só tempo, o Brasil está perdendo a corrida pelo dinheiro e pela afirmação no exterior de uma nação comprometida com a redução de poluentes e o uso de um insumo vital para a produção de baterias de veículos elétricos.