Tag: futebol
Esportes
Será que vai rolar um touchdown na grama (nem tão verde) do Maracanã?
1/11/2024A gestão do Maracanã, leia-se Flamengo, está em conversações com a NFL para…
Mídia
Cazé TV entra na briga pela Taça Libertadores
14/10/2024Futebol
O Mengão vai virar SAF? Depende de quem ganhar a eleição
8/10/2024SAF or not SAF? Essa é a discussão que vem esquentando os bastidores da eleição no Flamengo, marcada para 9 de dezembro. O candidato da situação, Rodrigo Dunshee de Abranches, tem se mostrado favorável à implantação da Sociedade Anônima do Futebol. Mas seu principal concorrente e favorito nas pesquisas, Luiz Eduardo Baptista, o “Bap”, ex-presidente da Sky no Brasil, é contra o modelo. E mais: aponta que Dunshee quer instituir a SAF não necessariamente para buscar investidores, mas, sim, para criar uma instância de poder sob medida para Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo. Por essa lógica, uma vez eleito, Dunshee entregaria a Landim o cargo de CEO da SAF. Ou seja: na prática, o ex-sócio de Eike Batista continuaria comandando o business que realmente interessa, o futebol. Na política rubro-negra há até quem faça um paralelo entre Landim e Vladimir Putin, que, durante um certo tempo, se alternou entre a Presidência da República e o cargo de primeiro-ministro da Rússia, para driblar as amarras constitucionais que impunham limites à reeleição. Bem, depois de um certo tempo, Putin perdeu de vez os pruridos e não precisou mais de uma “SAF”: alterou a Constituição, o que lhe permitirá ficar na Presidência até 2036. É um benchmarking para muitos na Gávea.
Futebol
Treecorp já espreita a porta de saída da SAF do Coritiba
26/07/2024Pouco mais de um ano após comprar 90% da SAF do Coritiba, a Treecorp dá sinais de cãibras. Há informações de que a empresa de private equity está se movimentando nos bastidores para vender parte ou mesmo a totalidade da sua participação. A gestora sofre pressões de dirigentes do clube associativo e da torcida do “Coxa” pelos maus resultados no futebol e na gestão. Há pouco mais de um mês, a Treecorp chutou para escanteio o executivo Carlos Amodeo, que até então ocupava o cargo de CEO da SAF. Amodeo, diga-se de passagem, não ficou muito tempo ao relento: poucos dias depois foi anunciado como novo CEO da SAF do Vasco.
Futebol
A engenharia de Landim para o futuro estádio do Flamengo
24/07/2024Futebol
BRB é um banco de muito coração
24/04/2024O Banco Regional de Brasília (BRB) negocia um acordo de patrocínio com o Santa Cruz, de Recife. Em meio às conversações, os cartolas do tradicional clube pernambucano sonham alto. Querem que o BRB assessore a criação da SAF do Santa Cruz. E sonham mais alto ainda, com o banco estatal comprando uma parte das ações. Tanto otimismo talvez seja alimentado pela presença de um ilustre torcedor do “Santinha” na mesa de negociações: o próprio presidente do BRB, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa. Ressalte-se que o banco do Distrito Federal assinou recentemente um contrato com o Flamengo, que pode render ao clube carioca até R$ 155 milhões. Nesse caso, o coração que bate pelo rubro-negro carioca é o do próprio governador do DF, Ibaneis Rocha. Bate tanto que Ibaneis é dono de uma franquia de uma loja oficial do Flamengo em Brasília.
Justiça
São Paulo calcula todos os custos do condenado Daniel Alves
1/03/2024Advogados do São Paulo estão debruçados sobre a sentença de Daniel Alves e o antigo contrato do ex-jogador. O objetivo é verificar se o clube pode ou não suspender o pagamento de R$ 450 mil mensais ao ex-atleta, referente a salários e direitos de imagem em atraso durante a sua passagem pelo Morumbi, entre 2019 e 2021. Além do gasto financeiro, há o custo intangível, leia-se a vinculação da imagem do São Paulo a Daniel Alves, condenado por estupro na Espanha. Em tempo: estima-se que, desde a sua prisão, em janeiro de 2023, o ex-atleta deixou de ganhar quase R$ 40 milhões em contratos de patrocínio e outras receitas comerciais.
Futebol
Fundo inglês ensaia entrada nos gramados brasileiros
20/12/2023Um grande banco de investimentos brasileiro, que carrega um punhado de mandatos para a venda de SAFs (Sociedade Anônima do Futebol), vem mantendo conversações com a Aethel Partners, sediada em Londres. Em pauta, não apenas a possibilidade de compra de participações em clubes brasileiros, mas também a aquisição de direitos comerciais, como licenciamento de marca e contratos com TV. A gestora pertence ao investidor português Ricardo Santos Silva e à norte-americana Aba Schubert. No ano passado, a Aethel fez uma proposta de 2,4 bilhões de euros para comprar o Chelsea, então controlado pelo magnata russo Roman Abramovich. Mas perdeu o jogo para o empresário norte-americano Todd Boehly.
Futebol
Queda de presidente provoca cortes em cascata na CBF
18/12/2023Após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, as degolas começam a chegar na diretoria da entidade. Os ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero querem a cabeça do advogado Helio Santos Menezes Junior, que ocupa a diretoria de governança e conformidade e responde interinamente pela área jurídica da Confederação. Baiano, assim como Ednaldo Rodrigues, Menezes foi levado para a CBF pelo agora ex-presidente. Outro personagem que deve ser atingido pelo “takeover” da entidade é o diretor de comunicação, Rodrigo Paiva.
Futebol
São Paulo sai a campo em busca de recursos para o Morumbi
8/11/2023O São Paulo procura parceiros para tirar do papel a reforma do Morumbi. Há conversas com um grande banco de investimentos, já presente nos gramados brasileiros. O clube também teria mantido contatos com a WTorre, mas, nesse caso, a tabelinha é mais difícil. A construtora deverá concentrar seus esforços na reconstrução da Vila Belmiro – o contrato com o Santos foi assinado em setembro.
Futebol
Serengeti quer entrar na Liga Forte, mas só no segundo tempo
7/11/2023O Serengeti ainda está no jogo. O fundo, que saiu de campo e não acompanhou o desembolso de R$ 2,6 bilhões para os 25 clubes da Liga Forte do Futebol (LFF) e do Grupo União, sinalizou o interesse em participar da segunda etapa do aporte, prevista para daqui a um ano. Entre as agremiações, no entanto, o aceno dos norte-americanos é visto com ceticismo e até um certo desdém. O que se diz nos bastidores da bola é que o Serengeti jamais apresentou garantias e tampouco comprovou ter os recursos necessários para o negócio
Mercado
BTG monta fundo de investimentos lastreado em nova liga de futebol
16/10/2023O BTG estuda a criação de um fundo de investimentos atrelado à Libra (Liga Brasileira de Futebol). Entre os ativos estariam os direitos comerciais, notadamente publicidade e contratos de direitos de transmissão, dos 17 clubes que compõem a Liga, entre os quais Flamengo e Corinthians. Ao lado da Kodajás Sports Kapital, o BTG é um dos advisers da criação da Liga, que tem o Mubadala como o seu maior investidor.
- O novo fundo, ressalte-se, é mais um capítulo da disputa particular entre o banco de André Esteves e a XP por negócios relacionados ao futebol. Esta última joga com a camisa da LFF (Liga Forte do Futebol). A XP já anunciou a criação de um fundo similar e pretende captar no mercado R$ 800 milhões para investimentos nos 18 clubes integrantes da LFF e mais as quatro SAFs com as quais já fechou acordo para a compra de 20% dos direitos comerciais por 50 anos (Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco). Procurado pelo RR, o BTG não quis se manifestar.
Futebol
Grêmio procura um parceiro de ataque para comprar estádio
13/09/2023O Grêmio aposta em uma nova estratégia para, enfim, comprar o “seu” estádio, em Porto Alegre. A diretoria do clube gaúcho busca um investidor, notadamente da área de real estate, para ser seu parceiro na operação. A arena pertence à Coesa, ex-OAS, e ao FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica. A negociação com o banco estatal seria a parte menos complexa. Mas as relações entre o Grêmio e a empreiteira andam pouco amistosas, sobretudo porque nos últimos meses o clube não tem cumprido compromissos financeiros referentes ao uso do estádio. Para embolar ainda mais o meio de campo, há outros três protagonistas neste enredo: Banrisul, Banco do Brasil e Santander. A trinca de bancos conseguiu recentemente na Justiça a penhora da arena por uma dívida de R$ 220 milhões ainda referente ao empréstimo para a construção do empreendimento.
Futebol
Um nome além-mar para a gestão da nova liga de futebol
8/08/2023O ex-CEO do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, foi sondado por um grande banco de investimentos brasileiro para entrar no projeto de criação da nova liga de futebol no país. Oliveira é visto, inclusive, como um nome neutro, capaz de assumir a gestão do negócio. Antes, caberia ao executivo português a difícil tarefa de unir a Libra e a Liga Forte do Futebol (LFF). Do lado da primeira, estão 15 clubes, com o apoio financeiro do Mubadala; a LFF, por sua vez, reúne 26 agremiações, mais o fundo norte-americano Serengeti e a gestora brasileira Life Capital Partners (LCP).
Domingos Oliveira comandou a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Benfica – equivalente à brasileira SAF – entre 2004 e este ano. Em sua longeva gestão, conduziu não apenas o IPO da empresa, em 2007, mas outras 13 ofertas públicas de ações subsequentes. Oliveira também teve seu nome associado a escândalos: já foi acusado pelo Ministério Público português de crimes de fraude fiscal e falsificação. Ainda assim, é um nome em alta no setor. Além das sondagens vindas do Brasil, a imprensa portuguesa especula que Oliveira teria um convite para assumir a direção executiva do Al-Ittihad, um dos quatro grandes clubes da Arábia Saudita que contam com o apoio do trilhardário fundo soberano local.
Negócios
Paramount entra em campo na disputa pelo Brasileirão
24/02/2023A Paramount promete entrar pesado na disputa por direitos de transmissão de futebol no Brasil. A plataforma de streaming norte-americana já iniciou conversas nos bastidores para exibir o Campeonato Brasileiro a partir de 2025 – o contrato atualmente em vigor termina no ano que vem. A Paramount já deu seu cartão de visitas ao comprar os direitos da Libertadores e da Sul-Americana para serviços de streaming.
A entrada da Paramount no game coloca ainda mais eletricidade no negócio de transmissões esportivas no Brasil. Esse mercado vive um frenesi, em grande parte alimentado pela criação de duas ligas simultâneas: a Libra, com 18 clubes e a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF), com 26 integrantes. A coexistência dessas duas “holdings” vai acirrar ainda mais a concorrência por direitos de exibição do Brasileiro, uma negociação, ressalte-se, já naturalmente fragmentada pela possibilidade de contratos distintos para TV aberta, fechada e streaming.
Negócios
Sucesso no Mundial coloca Twitch na disputa por direitos de transmissão
9/12/2022O Twitch, plataforma de streaming controlada pela Amazon, estuda entrar na disputa pela compra de direitos de transmissão de campeonatos de futebol no Brasil. O projeto é estimulado pelo sucesso da maior estrela da empresa no Brasil, o influencer Casimiro, mais conhecido como Cazé. Com direito a exibir um jogo da Copa do Mundo por rodada, o canal de Cazé no Twitch tem alcançado mais de 300 mil espectadores simultâneos. O streamer ostenta o recorde da plataforma no país: no começo deste ano, atingiu quase 540 mil visualizações simultâneas na transmissão da pré-estreia do documentário “Neymar – O Caos Perfeito”. O Twitch já vislumbra a possibilidade de usar o canhão Casimiro em transmissões do Campeonato Brasileiro. No ano que vem os clubes devem dar a partida nas negociações para a venda dos direitos da competição a partir de 2025.
Esportes
Tite a caminho do Corinthians?
2/12/2022Uma das maiores interrogações destes tempos de “transição”: para onde Tite vai após a Copa do Mundo? No que depender da diretoria do Corinthians, essa pergunta já tem resposta. Emissários do presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, sondaram o técnico. Seu alto salário não chega a ser um empecilho. Tite recebe por ano algo próximo de R$ 20 milhões – é o quarto treinador mais bem pago entre todos que disputam a Copa do Mundo. Nada muito distante da remuneração do ex-técnico corinthiano, o português Victor Pereira, que tinha rendimentos na casa dos R$ 18 milhões. Além de toda a história de Tite no Corinthians, jogam a favor do clube a amizade e, digamos assim, uma certa sintonia ideológica entre o técnico e Monteiro Alves. O atual presidente do Corinthians é filho do sociólogo e ex-dirigente do clube Adilson Monteiro Alves, um dos idealizadores da “Democracia Corintiana”, nos anos 80.
Negócios
Oferta do Mubadala depende do futebol brasileiro dar liga
17/11/2022A polarização política também chegou ao futebol brasileiro, colocando em risco uma operação financeira bilionária. A proposta de R$ 4,7 bilhões do Mubadala para a compra de 20% da Libra – a nova Liga de Clubes – está ameaçada por um racha entre as maiores agremiações do país. A oferta do fundo de Abu Dhabi (informação antecipada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo), está condicionada à fusão entre a Libra, que reúne 15 clubes, e a LFF (Liga Forte Futebol), composta por outros 24 times. O problema é que, neste momento, esse M&A da bola parece distante.
Negócios
A Copa já começou no Banco Safra
11/11/2022O Safra saiu na frente no marketing de venda do rial – moeda do Catar – para quem vai assistir à Copa ao vivo. O banco está fazendo a fila na internet e disponibilizando a moeda desde já pelo WhatsApp, além do câmbio nos postos de atendimento dos Aeroportos de Guarulhos e do Galeão. O Safra tem uma pegada diferente das demais instituições financeiras. É um banco sisudo, mas com boas marketadas e sacações. Atualmente, está debruçado em como ganhar dinheiro na área ambiental. Quer correr na frente na estruturação e venda de ativos nesse setor.
A bola está com Neymar e cia.
13/09/2022A CBF vai aguardar pela Copa do Mundo para negociar com empresas internacionais o novo contrato de venda dos amistosos da seleção brasileira no exterior. A entidade aposta na eventual conquista do hexa para inflacionar o valor do seu principal ativo. Segundo o RR apurou, a diretoria da CBF pretende fechar um acordo mais curto, com validade, no máximo, de quatro ou cinco anos. O contrato com a Pitch International, que terminará em dezembro, já está em vigor há quase dez anos. Foi assinado na polêmica gestão de José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar em Nova York.
KTO dobra a aposta no Brasil
8/09/2022O site de apostas KTO está se movimentando no mercado brasileiro para patrocinar clubes de futebol do eixo Rio-São Paulo e equipes de e-sports. Com sede em Curaçao, a empresa é controlada pelo investidor sueco Andreas Bardun.
Mercado promissor
24/08/2022A Socios.com, uma das maiores empresas de NFTs (non fungible tokens) do mundo, tem planos de se associar a TVs de clube de futebol no Brasil. Com sede em Malta, o grupo comprou recentemente 24,5% do Barça Studios, braço de produção de conteúdo do Barcelona, por cem milhões de euros.
Energético
14/02/2022A Red Bull ensaia mais um investimento no futebol brasileiro: a construção de uma arena para o Bragantino.
Mais um português no futebol brasileiro?
27/01/2022O fundo português Codecity Sports Management, liderado por Rui Pedro Soares, tem sido sondado para investir no futebol brasileiro. Ao menos dois bancos já contataram Soares. O investidor português carrega uma trajetória polêmica. No futebol, comprou o futebol do Belenenses, tradicional time de Lisboa, uma operação que deu origem a uma acirrada batalha judicial com o clube associativo. Foi ainda um dos principais executivos da Portugal Telecom durante o governo do primeiro-ministro José Socrates, preso posteriormente por corrupção. Sua gestão à frente da empresa de telefonia também é eivada de aquisições.
O dia em que a XP chutou a própria canela
15/12/2021Ou a XP controla as parlapatices de seu sócio Pedro Mesquita ou as portas do futebol brasileiro gradativamente vão se fechar à instituição. Um tweet postado ontem, às 8h11, por Mesquita foi recebido no Cruzeiro e em outros clubes como uma espécie de chantagem ou algo que o valha. Na postagem, o executivo disse textualmente que, se a agremiação mineira não aprovar a venda do seu controle na sexta-feira, “nós da XP deixaremos o comando do processo, pois será inviável realizar uma transação que seja interessante para o futuro do clube”. Talvez nunca tenha se visto uma empresa colocar a faca no pescoço de um cliente dessa maneira e publicamente. O tweet escancarou a má impressão que Mesquita tem deixado no business do futebol. Segundo o RR apurou, em reuniões com profissionais do mercado, o sócio da XP costuma chamar a atenção pelo desconhecimento em relação à dinâmica financeira dos clubes e aos critérios de valuation dos ativos. Em um desses encontros, causou espanto ao sugerir que a precificação de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) poderia se dar com base no número de seguidores de um time nas redes sociais.
Bola murcha
8/12/2021A Record está penando para vender as cotas de patrocínio do Campeonato Carioca de 2022. Ecos da edição passada: a audiência foi a menor das últimas duas décadas.
Linha de crédito para Abel Ferreira
30/11/2021A Crefisa vai aumentar o valor do patrocínio ao Palmeiras. Com isso, o clube colocará sobre a mesa a maior proposta já feita a um técnico no Brasil na tentativa de manter o português Abel Ferreira, bicampeão da Taça Libertadores. Em tempo: Crefisa e Palmeiras são praticamente uma coisa só. Leila Pereira, presidente da financeira, assumirá o comando do clube em 15 de dezembro.
Uma partida que ainda não terminou
19/10/2021Segundo uma fonte do TST a Subseção I de Dissídios Individuais da Corte vai julgar nos próximos dias o caso do jogador Cléberson Frolich, do Bahia, que morreu de AVC, em 2007, 24 horas após jogar pelo time baiano. As filhas do atleta exigem uma indenização, alegando que o clube não fez exame médico admissional do pai. Por ora, o Bahia está vencendo essa triste partida: já ganhou a ação no TRT-BA e no próprio TST.
Vem aí o “Brasileirão” da recuperação dos clubes
17/08/2021O futebol brasileiro vai disputar sua partida mais importante. A lei 5.516/2019, que autoriza o surgimento de clubes-empresa no país por meio da criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), abre uma bifurcação sem precedentes para o saneamento dessas agremiações. De um lado, a possibilidade de captação de funding por meio do mercado de capitais; do outro, as condições para reduzir um passivo bilionário a patamares confortáveis. Entre os próprios dirigentes, há um entendimento, inclusive, de que este deverá ser o primeiro grande efeito positivo da lei: antes até mesmo de estimular uma tão aguardada onda de investimentos no futebol, a nova legislação resultará em uma temporada de pedidos de recuperação judicial, algo até então vedado a clubes de futebol.
Segundo o RR apurou, Botafogo e Cruzeiro – ambos em grave crise financeira, com dívidas próximas a R$ 1 bilhão – são os principais candidatos a puxar a fila da recuperação judicial. O clube mineiro, inclusive, já contratou a Alvarez & Marsal, consultoria especializada em RJs. Procurados, Botafogo e Cruzeiro não se manifestaram. Ressalte-se que o carry over é pesado: os 15 clubes de maior faturamento do país, por exemplo, somam uma dívida superior a R$ 14 bilhões. A lei prevê duas formas de adesão ao novo regime jurídico. A agremiação poderá se transformar integralmente em SAF. Ou, então, optar por uma separação de suas atividades: de um lado, permaneceria apenas o clube social exatamente como é hoje, ou seja, uma entidade sem fins lucrativos; do outro, surgiria a sociedade anônima, com o departamento de futebol e seus ativos (direitos econômicos de atletas, patrocínios, contratos de transmissão etc).
No segundo caso, ele terá, na partida, 100% do capital da SAF. Tanto em um cenário quanto no outro, a capitalização virá por meio da emissão de ações ou de debêntures dessa nova sociedade. Ressalte-se que não há limites ou mesmo obrigação de oferta. Se quiser, o clube pode manter 100% da SAF sob sua propriedade como também pode ofertar todas as ações em mercado. Nesse caso extremo, por exemplo, o “Flamengo social” não teria mais qualquer vínculo societário com o “Flamengo futebol”. Não deve ser este o cenário mais provável. Difícil imaginar que os cartolas aceitem abrir mão por completo do futebol. A tendência é que a maior parte dos clubes ofereça em mercado apenas um pedaço da SAF.
Simples não é. O RR conversou com alguns dirigentes. No próprio meio do futebol ainda há muita “bateção” de cabeça em relação à nova legislação. A lei 5.516/2019 carrega pontos cegos, ainda pendentes de regulação. Uma das questões mais controversas diz respeito à hipótese de cisão entre o clube social e a SAF. Nesse caso, ressalte-se, todo o passivo permanecerá com a agremiação; a SAF não herda um centavo das dívidas. Pela lei, 20% de todos os ganhos do clube provenientes da Sociedade Anônima (venda de ações ou dividendos) terão de ser obrigatoriamente revertidos para o pagamento de dívidas.
Será necessária uma fiscalização rigorosa para que um clube social eventualmente não desvie esse dinheiro para outra finalidade. Tradicionalmente dirigentes de futebol no Brasil não costumam ser tão retos na aplicação de recursos. Os agentes financeiros estão cansados de conhecer a maior ameaça desse modelo de cisão: os ativos vão para uma nova companhia e a banda podre fica dentro de uma empresa-casca, sem qualquer garantia de pagamento dessas dívidas. Outra zona cinzenta da nova lei diz respeito às regras de governança.
Pela legislação, nos casos de cisão dos ativos do futebol, a gestão da SAF será independente e desvinculada da diretoria do clube social. Será? Mais uma vez, o risco é a natureza dos cartolas e os vícios quase atávicos do futebol brasileiro. Como estabelecer essa chinese wall enquanto o clube mantiver alguma participação relevante na Sociedade Anônima? Quem garante que os investidores, mesmo detendo 51% do controle ou até mais, terão autonomia, por exemplo, para trocar um treinador ou vender um atleta sem ingerência do clube e de seus dirigentes?
Um facho de luz
5/01/2021O Botafogo está tentando atrair um grande fundo chinês com negócios no futebol europeu. É a segunda vez em quase dois anos que o clube ensaia uma tabelinha com investidores da China. A primeira passou longe do gol.
Bola muito murcha
4/01/2021Os cartolas já dão como certo que o futebol brasileiro terá, neste início de 2021, a mais fraca janela de transferências de jogadores dos últimos anos. Estima-se que a arrecadação será até 50% inferior à registrada no meio do ano passado, já sob impacto da Covid-19. Na ocasião, as três maiores negociações de jogadores somadas chegaram a 61 milhões de euros, abaixo dos 77 milhões de euros contabilizadas em 2019. A pandemia formou a tempestade perfeita: de um lado, os clubes europeus com menor poder de fogo do que o
habitual; do outro, as agremiações brasileiras absolutamente asfixiadas, sem capacidade de barganhar preços melhores.
Betmotion no Brasil
13/11/2020Após fechar parceria com o Novo Basquete Brasil, o site de apostas Betmotion, sediado em Curaçao, está em conversações para patrocinar três times de futebol do país.
Clubes querem chutar Profut para 2021
20/08/2020Há uma articulação dos dirigentes dos grandes clubes junto ao Congresso para que a suspensão dos pagamentos do Profut – o “Refis do Futebol” – seja prorrogada até fevereiro de 2021, independentemente da evolução ou não da Covid-19. A articulação passa por Rodrigo Maia – a mudança depende de um novo projeto de lei. Maia, ressalte-se, tem se notabilizado pelas tabelinhas com os clubes: nesta semana, a pedidos, prorrogou por mais um mês a MP 984, que muda as regras para a venda dos direitos de transmissão. Os cartolas justificam o novo waiver pela necessidade de adequar os calendários do Profut e das competições de 2020 – que só terminarão em 2021. A alegação é que o atraso dos campeonatos terá forte impacto sobre o fluxo de caixa dos clubes, uma vez que a maior parte da receita de TV só será liberada em 2021.
Adversário em comum
8/07/2020Talvez tenha sido só um chiste, mas Jair Bolsonaro chamou o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para participar da sua tradicional live das quintas-feiras. O assunto não seria outro: a MP 984, que Bolsonaro deu de bandeja para Landim, provocando um
escarcéu na venda de direitos de transmissão de futebol.
Segredos de polichinelo
19/06/2020- Que diachos levam um presidente da República, no meio da pandemia, a se preocupar com direitos de transmissão de futebol?
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- Quem será mais prejudicado pela atitude de Jair Bolsonaro?
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- Qual clube tem batido de frente com o grupo detentor dos direitos?
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- Que Ministério acabou de ser criado e colocado no colo do genro de um empresário da mídia?
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- Que dirigente esteve com Bolsonaro na véspera da edição da MP?
Clubes de futebol querem seu “Minha Casa, Minha Vida”
14/05/2020Além da suspensão dos pagamentos do Profut (leia-se as dívidas com a União) – conforme o RR antecipou em 22 de março –, o futebol busca um novo remédio para as dores da pandemia. Há um pleito para que a Caixa Econômica interrompa até o fim do ano a cobrança de empréstimos concedidos para a construção de estádios. Também não haveria incidência de juros sobre as parcelas postergadas para 2021.
O “Minha Casa, Minha Vida da bola” beneficiaria dois clubes: Corinthians e Grêmio – este último de forma indireta, uma vez que o financiamento está em nome da OAS. Os passivos giram em torno dos R$ 550 milhões. Consultada, a Caixa informou que “não fornece informações a respeito de operações de crédito específicas”. A maior pressão pelo waiver viria do Corinthians. A dívida do clube com a Caixa pela construção do Itaquerão começou em R$ 400 milhões e não para de crescer. Já supera os R$ 500 milhões, devido aos seguidos atrasos no pagamento das parcelas mensais, no valor R$ 5,7 milhões.c
Segundo o RR apurou, em duas ocasiões, a mais recente no segundo semestre o ano passado, a Caixa ameaçou executar a dívida e tomar o estádio. Perto da dificuldade do Corinthians, a Arena do Grêmio é até café pequeno. A OAS tem uma dívida de R$ 44 milhões com Caixa. Mas, o nervo dói diretamente no clube gaúcho. Em negociações para assumir o controle do estádio, o Grêmio é o herdeiro natural do passivo.
Clubes brasileiros correm atrás do “Proer da bola”
29/04/2020Os grandes clubes do país negociam com o governo um amplo pacote de medidas emergenciais para atravessar a crise do coronavírus – algo como um “Proer do futebol brasileiro”. Os dirigentes pedem um prazo maior, ao menos de 180 dias, para a suspensão da cobrança de dívidas junto à União. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) já concedeu um perdão de 90 dias, a contar de 20 de março. Os clubes reivindicam também a interrupção do pagamento das parcelas do Profut até o fim do ano. Trata-se de um programa de refinanciamento de dívidas das entidades esportivas, que fatiou um passivo de mais de R$ 1,6 bilhão em 240 prestações.
Há outro pleito sobre a mesa bem mais complexo: os cartolas reivindicam que a Fazenda Nacional reconheça em definitivo a isenção tributária dos clubes de futebol no pagamento de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, com base em entendimento do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O assunto é uma bola dividida e incandescente. Sempre que pressionada sobre esta questão, a PGFN se ampara em um emaranhado de leis e decretos conflitantes e argumenta que é necessário avaliar caso a caso, débito a débito, a partir de súmulas distintas do próprio Carf. Ressalte-se que, nos últimos anos, a Receita Federal tem feito marcação cerrada, apertando a fiscalização contra os clubes.
Em 2018, por exemplo, o Fisco arrecadou cerca de R$ 590 milhões entre os 20 times da Série A. Um ano antes, o valor não havia passado de R$ 431 milhões. O “Proer da bola” funcionaria como um “overlaping”, uma ultra- passagem para além da pandemia. Entre os dirigentes, o consenso é de que o pior está por vir. Tão ou mais preocupante do que o carry over de passivos é o montante de novas dívidas que serão contraídas por conta da crise do coronavírus. Os clubes estão asfixiados.
A Globo já suspendeu o pagamento dos direitos de transmissão dos estaduais. Não há previsão para o início do Campeonato Brasileiro e a retomada das competições continentais, jogando por terra qualquer projeção de novas receitas nos próximos meses. Com raras exceções, a Covid-19 pegou os clubes brasileiros cheios de comorbidades. Os passivos das entidades esportivas inscritos na dívida ativa da União somam R$ 5,3 bilhões. Os dez primeiros respondem por metade desse valor. Nem o Flamengo, incensado como o mais europeu dos clubes brasileiros, escapa: está em quinto no indesejável ranking, com R$ 224 milhões na dívida ativa, segundo dados da PGFN. O líder é o Corinthians, com R$ 737 milhões. A cifra, ressalte-se, não inclui os quase R$ 500 milhões que o clube deve à Caixa, referentes ao empréstimo para a construção do Itaquerão.
Clubes vão ao governo pedir por apostas eletrônicas
7/04/2020Premido pela pandemia do coronavírus, que paralisou as competições e já atinge as cotas de TV, o futebol brasileiro joga suas fichas em Paulo Guedes e cia. Os clubes estão pleiteando que o Ministério da Economia regulamente, a toque de caixa, o mercado de apostas eletrônicas no Brasil. A lei que autoriza o desembarque dos sites de jogatina no país foi aprovada em dezembro de 2018, ainda no governo Temer, mas, desde lá, o assunto hiberna no governo.
A reivindicação dos cartolas é que a normatização para as apostas online saia até maio. Esse timing abriria caminho para que grandes empresas – a exemplo de Bet365 e Sportingbet – se instalassem no Brasil no segundo semestre, quando se espera que o futebol já tenha retomado suas atividades. Segundo o RR apurou, nesta semana representantes do clube deverão fazer uma reunião virtual com integrantes da equipe de Paulo Guedes.
De acordo com a mesma fonte, os dirigentes vão pedir também que o Ministério abra mão de receita fiscal, flexibilizando a tributação sobre as apostas. A lei é dúbia a esse respeito e abre a possibilidade de uma alíquota de 15% a 35% sobre o lucro líquido das plataformas eletrônicas. Os clubes defendem que uma mordida menor será um estímulo para o rápido ingresso dos sites.
Em meio a uma crise sistêmica sem precedentes, os clubes tentam desencavar duas novas fontes de receita. Uma delas é dinheiro direto na veia: há uma grande expectativa de que as plataformas de apostas esportivas se tornem grandes patrocinadores dos clubes brasileiros. A outra é indireta, via participação na arrecadação – a lei prevê o repasse de 2% para as entidades esportivas. As projeções (pré-Covid) indicavam um movimento financeiro da ordem de R$ 6 bilhões/ano.
Klein Futebol Clube
6/02/2020Clubes de futebol do interior de São Paulo têm feito uma romaria junto ao investidor Saul Klein. Tentam beliscar também um pedacinho da fortuna de R$ 1,5 bilhão do fi lho de Samuel e irmão de Michael. Em dezembro, Saul comprou uma participação na Ferroviária, de Araraquara. Consta que já aportou R$ 10 milhões no negócio.
Bola dividida no Congresso
23/01/2020O Senado vai votar até abril o projeto de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) que cria as Sociedades Anônimas de Futebol. Votar e aprovar, no que depender do empenho de Paulo Guedes. O ministro é adversário ferrenho de outro projeto, o do clube-empresa, aprovado na Câmara no fim de 2019. O PL abriu caminho para um novo parcelamento das dívidas fiscais dos clubes brasileiros. Na prática, mais um “Calotão Futebol Clube” na União.
É muita falta do que fazer
23/12/2019A Secretaria Nacional do Desporto está solicitando a diversos ministérios um documento com uma manifestação formal de apoio à realização da Copa do Mundo de Futebol Feminino no Brasil, em 2023. Mera purpurina e um desperdício de tempo do serviço público que beira o non sense. Estranho seria se algum Ministério se manifestasse contra a candidatura do Brasil depois do sinal verde do próprio presidente Jair Bolsonaro.
Futbook
2/12/2019O Facebook está estudando a fundo o mercado de direitos de transmissão de futebol no Brasil. Vem coisa grande por aí.
Milagre de Jesus
18/11/2019Ao menos uma dezena de jornalistas portugueses já solicitou credenciamento à Conmebol para cobrir in loco a final da Libertadores entre Flamengo e River Plate, no dia 23, em Lima. Atravessarão o Atlântico no embalo do patrício Jorge Jesus.
Mito Futebol Clube
18/06/2019O comparecimento de Jair Bolsonaro a estádios de futebol foi aprovado pelos gênios de marketing do Palácio do Planalto. A filharada também gostou. Nos jogos do Flamengo com o CSA e na estreia do Brasil na Copa América, os aplausos da torcida e as imagens do presidente com uma expressão sorridente deixaram todos empolgados. Vai ter repeteco. Na retomada do Brasileiro, é pule de dez que Bolsonaro assista a uma partida do Athletico Paranaense na Arena da Baixada. O presidente do clube, Mario Celso Petraglia, é “bolsonarista” de carteirinha. No ano passado, às vésperas da eleição, obrigou os jogadores rubro-negros a entrarem em campo e ouvirem o hino com uma camisa amarela. Além disso, o Athletico é patrocinado pela Havan, de Luciano Hang, apoiador de primeira hora de Bolsonaro. Como se não bastasse, trata-se do time de Sergio Moro.
Copa América não empolga a Anac
13/06/2019A Copa América, que começa amanhã, não está no rol dos megaeventos, ao menos para a Anac. Ao contrário do que ocorreu na Copa do Mundo, a Agência optou por não montar operações especiais nos aeroportos de Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Salvador – cidades-sede da competição. Isso, mesmo com a suspensão das atividades da Avianca e o remanejamento dos bilhetes comprados para outras companhias.
Cerimonial
11/06/2019Jair Bolsonaro pretende comparecer aos três jogos da seleção brasileira na primeira fase da Copa América – dois em São Paulo e um em Salvador. Depois dos aplausos e gritos de “mito” com que foi recebido na última quarta-feira, no Mané Garrincha, o Capitão quer mais é cair nos braços da galera.
Caça às bruxas
26/04/2019O Ministério da Família, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal preparam uma operação conjunta para fiscalizar alojamentos de clubes de futebol. As diligências terão início na primeira semana de maio e serão feitas de surpresa, sem notificação prévia. As instalações que não atenderem a pré-requisitos de segurança serão fechadas. A medida foi desencadeada pela tragédia no Ninho do Urubu, em fevereiro, quando dez jovens atletas do Flamengo morreram após o incêndio no local.
Caixa de Pandora do futebol
12/02/2019O governo vai anunciar ainda nesta semana a criação de um comitê interministerial que terá a missão de fiscalizar e elaborar novas normas para os alojamentos das categorias de base dos clubes de futebol. Desde a última sexta-feira, na esteira da tragédia que matou 10 adolescentes no Centro de Treinamento do Flamengo, o Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos tem recebido diversas denúncias sobre as condições de moradia de jovens atletas.
Desimportante
4/06/2018Michel Temer descartou a ideia de viajar à Rússia para a estreia da seleção na Copa. De tão desimportante, a missão de representar o governo cairá no colo do ministro do Esporte, Leandro Cruz.
Rei do Morumbi
29/09/2016Um grupo de conselheiros do São Paulo tenta convencer Abilio Diniz a se candidatar à presidência do clube nas eleições de abril de 2017. Abilio participa ativamente da vida política do São Paulo, mas quase sempre atrás da coxia.
“Neymarketing”
9/09/2016Neymar ensaia uma nova jogada de craque: a criação de uma agência para a gestão da carreira de atletas, a começar por ele próprio, garoto-propaganda de mais de uma dezena de empresas.
Vai dar Santos?
31/08/2016Pelé procura um clube em São Paulo para abrir sua segunda academia de futebol. A primeira, em parceria com o Resende, ficará no Rio de Janeiro. O investimento gira em torno dos R$ 30 milhões.
Cunha manda CPI do Futebol para escanteio
9/08/2016A CPI do Futebol é o mais novo exemplo do poder que Eduardo Cunha mantém na Câmara dos Deputados – ainda que um exemplo relativamente prosaico se comparado a algumas de suas maiores façanhas. Nos últimos dias de trabalho da CPI, encerrada há duas semanas, o ex-presidente da Câmara escalou alguns de seus melhores beques na Casa para garantir o esvaziamento da pauta, chutar as votações para escanteio e, sobretudo, proteger atuais e ex-dirigentes da CBF. O desempenho da zaga de Eduardo Cunha – liderada pelos deputados Washington Reis (PMDB-RJ) e André Moura (PSC/CE), dois de seus mais fiéis aliados – não poderia ter sido melhor. A CPI chegou ao fim sem que o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, tenha sido sequer convocado a depor. Os dois últimos caciques da entidade, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, também escaparam ilesos. É mais um tento na lista de serviços prestados por Cunha à entidade. O parlamentar tem uma estreita relação com a CBF desde os tempos de Teixeira. Mais recentemente, foi o artífice da indicação do deputado mineiro Marcelo Aro para a diretoria de Ética e Transparência da Confederação.
CBF entra de sola nos ex-patrocinadores
6/07/2016O sinal de alerta está aceso no Banco Itaú, Nike , Vivo, Samsung e demais patrocinadores da seleção brasileira. O motivo é a truculência com que a CBF vem tratando seus ex-parceiros. A entidade entrou na Justiça contra a BRF, com quem manteve contrato até o início deste ano. A justificativa é que a Sadia está fazendo “marketing de emboscada” em sua campanha publicitária para a Olimpíada ao vestir seu tradicional mascote com uma camisa verde e amarela. Ou seja: ao que tudo indica, Marco Polo Del Nero e cia. entendem que a CBF tem a primazia sobre as cores da bandeira. A BRF não está sozinha. Segundo o RR apurou, a Confederação também está abrindo um processo contra a Michelin, que patrocinava a seleção brasileira até fevereiro. A alegação é de que a empresa francesa não teria cumprido cláusulas do contrato relativas ao prazo e aos valores da rescisão. Procurada, a BRF confirmou o processo e disse lamentar a “postura da CBF”. Como apoiadora oficial da Rio 2016, a empresa afirma ter o direito contratual de usar os uniformes das equipes brasileiras, cujas cores “não são exclusivas da entidade”. A CBF não quis comentar o assunto. A Michelin também não se pronunciou. Ao olhar para a BRF e a Michelin, os atuais patrocinadores da CBF temem o efeito do “eu sou você amanhã”. A percepção é de que a entidade iniciou uma caça às bruxas em represália aos ex-parceiros. E não são poucos. A escalação inclui ainda nomes como Gillette e Unimed. Não por coincidência, o turnover publicitário cresceu consideravelmente nos últimos dois anos, em meio aos seguidos escândalos envolvendo os ex e atuais cartolas da entidade. Ricardo Teixeira sumiu do mapa. O também ex-presidente José Maria Marin cumpre regime de prisão domiciliar em Nova York. Já Marco Polo Del Nero não sai do Brasil nem a decreto, temendo ter o mesmo destino de Marin, seu antecessor, preso na Suíça e extraditado para os Estados Unidos.
Bancada da bola chuta todas para escanteio
28/04/2016A bancada da bola tem suado a camisa como nunca. Como se não bastasse o esforço para esvaziar duas CPIs simultâneas – a do Futebol, no Senado, e a da Máfia do Futebol, na Câmara –, seus componentes já saíram a campo em uma nova missão: chutar para o mato o projeto de lei apresentado na semana passada pelo deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) que prevê a criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). A zaga parlamentar é composta pelos deputados Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff e ex-dirigente do Atlético-GO, Marcus Vicente (PP-ES), ex-presidente interino da CBF, e Vicente Candido, que acumula o mandato com o posto de diretor de assuntos internacionais da Confederação. Não estão sozinhos. Além da própria CBF, um grande clube do Rio e outro de São Paulo, este último com raízes fincadas no Congresso, já trabalham contra o projeto. O projeto de lei de Otavio Leite abre caminho para que os clubes captem recursos em bolsa com a emissão de ações das SAFs, uma espécie de sociedade de propósito específico que abrigaria investidores e parceiros. Em tese, uma ideia que pode dar samba. Mas, como se sabe, o que é bom para o futebol nem sempre – ou quase nunca – é bom para a cartolada. Os dirigentes enxergam na proposta o risco de perder espaço e poder.
Marca do pênalti
22/04/2016Os dirigentes de Corinthians e Vasco respiram aliviados. No momento em que Michel Temer já aquece à beira do gramado, os dois clubes foram os últimos a renovar o contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal – os cariocas por metade do valor do ano passado. A cartolada está convicta de que a fonte vai secar em um provável governo Temer.
CBF escala seus beques no Congresso
18/04/2016Marco Polo del Nero e Ricardo Teixeira têm o corpo fechado no Congresso Nacional. Há cerca de dez dias, o próprio Renan Calheiros suspendeu a convocação dos cartolas pela CPI do Futebol, em curso no Senado. Agora, a blindagem se dá na Câmara dos Deputados. Parlamentares da bancada da bola se movimentam com o objetivo de esvaziar a CPI da Máfia do Futebol, instaurada há apenas um mês. O camisa 10 do time é o deputado Marcelo Aro (PHS-MG). Uma de suas missões mais importantes é exatamente barrar os pedidos de convocação de Del Nero, que reassumiu na semana passada a presidência da CBF, e de Ricardo Teixeira, ex-nº1 da entidade – ambos já protocolados pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS/ PA). No melhor dos mundos para a CBF, seria aprovado apenas o pedido de depoimento do antecessor de Del Nero, José Maria Marin, que já está purgando seus pecados junto à Justiça norte-americana. A CBF – em especial Marco Polo del Nero – confia bastante em Marcelo Aro. O parlamentar, que se notabilizou por fazer micagens com um boneco do ex-presidente Lula durante as sessões da comissão do impeachment, vem de uma longeva linhagem de cartolas. Há mais de 40 anos, sua família manda e desmandam no futebol mineiro. Seu avô – José Guilherme Ferreira, chefe do gabinete militar do governador Magalhães Pinto na década de 60 – dirigiu a Federação local. Já seu pai e seu tio foram afastados da entidade, no início dos anos 2000, por denúncias de formação de quadrilha, falsificação de documentos e desvio de recursos. A bola agora está com Marcelo de Aro.
O sombra
3/03/2016A CPI do Futebol no Senado deverá trazer à luz um personagem que só costuma entrar em campo quando os refletores se apagam: o lobista Vanderberg Machado, que tem serviços prestados para Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo del Nero.
Cara do gol
25/11/2015Romário avança sobre a CBF. Hoje, a CPI do Futebol vai votar o requerimento de quebra do sigilo fiscal e bancário do Comitê Organizador da Copa de 2014, que foi presidido por Ricardo Teixeira e, depois, por José Maria Marin.
12º jogador
21/09/2015A CPI do Futebol trabalha com a informação de que o FBI vai revelar até o fim de outubro o nome do misterioso “co-conspirador 12”, um dos últimos envolvidos no escândalo do Fifagate cuja identidade ainda é mantida em sigilo. No mundo da bola, todos dão como certo que essa camisa 12 pertence ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
Como João Doria Jr
18/06/2015Como João Doria Jr. cansou de brincar de chefe de delegação da seleção brasileira e retornou ao Brasil, é grande a pressão para que Walter Feldman viaje para o Chile e assuma o posto até o fim da Copa América. Ele, no entanto, prefere ficar no Brasil. Desde a prisão de José Maria Marin na Suíça, Marco Polo Del Nero e os demais dirigentes da CBF desenvolveram um súbito medo de avião.