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Empresa
Enel puxa energia financeira de outros países para abastecer sua operação no Brasil
5/08/2024A crise da Enel em São Paulo está provocando um efeito-dominó sobre os negócios do grupo na América Latina. Os italianos deverão remanejar para o Brasil recursos inicialmente destinados a outras operações na região. Há informações também de que a Enel pretende realocar em sua operação brasileira uma parcela expressiva das cifras amealhadas com a recente venda de suas participações em duas empresas de geração no Peru, um negócio de US$ 1,3 bilhão. É o esforço do grupo para iluminar sua reputação institucional no Brasil, fortemente abalada pelos problemas no fornecimento de energia em São Paulo.
Mercado
Enel tem tudo para ser um saco de pancadas eleitoral
29/07/2024Até prova em contrário, a Enel conseguiu um voto de confiança de Lula, do ministro Alexandre Silveira e do governador Tarcísio Freitas após apresentar a eles um novo plano de investimentos para São Paulo, no valor de R$ 6,2 bilhões. No entanto, os italianos têm uma pedra no sapato difícil de ser removida: o prefeito Ricardo Nunes. O alcaide tem se mostrado menos flexível nas conversas com a cúpula do grupo, mais especificamente o CEO global da Enel, Flavio Cattaneo, e o presidente da subsidiária brasileira, Antonio Scala.
Qualquer semelhança com a proximidade da disputa eleitoral de outubro não seria mera coincidência. As seguidas falhas no fornecimento de energia na capital paulista tornam a empresa um potencial alvo de ataques tanto de Nunes quanto de seus adversários. Nenhum candidato, especialmente o atual prefeito, vai correr o risco de poupar uma prestadora de serviços que, neste momento, não conta com a menor simpatia do eleitor paulistano – para se dizer o mínimo. Ou seja: a Enel tem tudo para ser a Geni da campanha eleitoral em São Paulo. Procurada pelo RR, a companhia não quis comentar o assunto.
Energia
Fúria de Caiado contra a Enel vai doer no caixa de Goiás
16/07/2024A Equatorial vai ganhar uma “receita” inesperada em Goiás. O Tribunal de Justiça do Estado anulou as mudanças nas regras do Fundo de Apoio à Celg (Funac) feitas pelo governador Ronaldo Caiado em 2019. À época, Caiado estava em guerra aberta contra a Enel, então controladora da Celg, por conta das seguidas falhas no fornecimento de energia elétrica no estado. Na prática, a modificação nas normas do Funac e a consequente redução dos subsídios públicos repassados à distribuidora goiana serviram como instrumento de pressão para forçar a saída da Enel do negócio. Deu certo – em 2022, a Equatorial comprou a Celg; mas também deu errado. Com a decisão do TJ-GO, o governo do estado terá de ressarcir a distribuidora com um valor correspondente aos recursos não transferidos desde 2019. A cifra ainda será calculada com base em uma perícia técnica.
Destaque
Venda de ativos é o caminho para Enel concentrar sua energia em São Paulo
10/05/2024A grave crise da Enel em São Paulo tem alimentado diversas conjecturas em relação ao futuro do grupo no Brasil. Algumas com maior voltagem. Nos últimos dias, circula na corrente elétrica do setor a informação de que os italianos avaliam uma reorganização de seus negócios no país. As mudanças atingiriam suas duas principais áreas de atuação.
No segmento de geração, o caminho aventado seria a busca de um sócio para a Enel Green Power, seu braço de energia renovável. Trata-se de um portfólio com 94 usinas hidrelétricas, eólicas e solares, além de outros 16 projetos em desenvolvimento. No entanto, os movimentos mais agudos estariam reservados para o setor de distribuição, justamente o calcanhar de aquiles da companhia no Brasil.
E que movimentos seriam esses? De um lado, a alienação da Enel Rio, a antiga Ampla; do outro, a retomada do processo de venda da Enel Ceará, ex-Coelce, suspenso em novembro do ano passado. Procurada, a Enel não quis se pronunciar.
O enredo tem gigawatts de lógica. O grupo passaria a concentrar grande parte da sua energia, metafórica e literalmente, em seu maior e, ao mesmo tempo, mais problemático negócio no Brasil: a Enel São Paulo. Com quase R$ 20 bilhões em receita, a distribuidora paulista responde por quase metade do faturamento total do conglomerado no Brasil.
É também a operação mais lucrativa dos italianos no país. Às vezes, não se pode ter tudo. E talvez a Enel esteja exatamente no momento de fazer escolhas e renúncias no mercado brasileiro. A venda de parte da Enel Green Power e a negociação das distribuidoras do Rio e do Ceará dariam ao grupo fôlego extra e permitiriam destinar a São Paulo a maior parte dos investimentos já anunciados no país, de R$ 18 bilhões.
A essa altura, seria quase um “seguro concessão”, uma forma de a Enel debelar os riscos regulatórios e políticos que cercam a distribuidora em razão dos seguidos apagões na capital paulista.
A Enel Rio é um ativo considerado de mais fácil liquidez, digamos assim. Está encravada em um mercado importante – atende a 66 municípios do estado do Rio de Janeiro, ou mais de 2,5 milhões de consumidores. No caso da Enel Ceará, há um fio solto.
A venda da distribuidora está condicionada a uma negociação política com o governo federal para a renovação antecipada da concessão, que vence em 2028. Ninguém vai se aventurar a comprar uma empresa cujo contrato expira logo ali na esquina, em pouco menos de quatro anos.
Destaque
Quem mais quer eletrocutar a Enel em São Paulo?
5/04/2024A ofensiva sobre a Enel em São Paulo não deve ser interpretada apenas como uma questão de ordem regulatória ou mesmo política. Por trás das investidas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do governador Tarcísio Freitas e da Aneel contra o grupo italiano, esconde-se um jogo de interesses privados. Sob a penumbra, está em curso uma operação de lobby de alta voltagem que tem como objetivo final a tomada da concessão de distribuição de energia no mais cobiçado mercado do Brasil. CPFL e Equatorial Energia são apontadas como as principais pretendentes a ficar no lugar da Enel. Os dados estão rolando com razoável velocidade. É mais do que sintomático o timing que a State Grid, controladora da CPFL, escolheu para anunciar seu mega plano de investimentos no país. Na última terça-feira, em meio às ameaças faiscantes de Silveira, Tarcísio e Aneel contra a Enel, o gigante chinês revelava ao próprio ministro a intenção de aportar R$ 200 bilhões no Brasil. É dinheiro de sobra para nunca mais faltar luz em São Paulo. A Equatorial Energia, por sua vez, também carrega investidores pesos-pesados. Um deles é o CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board), potentado com mais de meio trilhão de dólares sob gestão. Por sinal, este é um fio diretamente conectado ao Grupo Votorantim. O CPPIB é sócio dos Ermírio de Moraes na empresa de energia Auren. Procuradas, CPFL e Equatorial não se manifestaram.
A cada dia que passa, a Enel parece ser a peça mais desprotegida e vulnerável desse tabuleiro. O grupo italiano se agarra a critérios de ordem regulatória. Alega não haver fundamentos técnicos para a cassação do seu contrato em São Paulo. Como se esse fosse o único e determinante fator para decidir o futuro da operação. A composição desse algoritmo é muito mais complexa. Vale lembrar que, por muito menos, a Enel saiu praticamente escorraçada de Goiás, forçada, sobretudo pelo governador Ronaldo Caiado, a vender sua operação no estado. O comprador? A própria Equatorial Energia. Agora, há muito mais gigawatts em jogo.
O que está em disputa é a primazia da venda de energia para o segundo maior PIB do Brasil. A Enel São Paulo atende a capital e outros 23 municípios da Grande São Paulo. São mais de 18 milhões de pessoas – atrás apenas da estatal Cemig (cerca de 19 milhões). Para a CPFL, a incorporação do território da Enel permitiria montar um cinturão e dominar a venda de energia em grande parte do estado de São Paulo. A companhia já detém três concessões locais – CPFL Paulista, CPFL Piratinga e CPFL Santa Cruz. Somando apenas a área de atuação da Enel e a CPFL Paulista, passaria a ter sob seu guarda-chuva 259 municípios e mais de 28 milhões de consumidores. No caso da Equatorial Energia, por sua vez, assumir a concessão que hoje pertence à Enel significaria seu grande salto na área de distribuição. Além de Goiás, o grupo reúne ativos no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá.
Destaque
Ministério de Minas e Energia discute cassação da licença da Enel em São Paulo
25/03/2024A situação da Enel no Brasil é bastante delicada. Segundo o RR apurou, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discute com o presidente da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, a cassação do contrato de concessão da companhia italiana em São Paulo, seu maior negócio no país. De acordo com uma fonte da própria Pasta, a área técnica do Ministério já entregou a Silveira um minucioso relatório com critérios operacionais para embasar a eventual caducidade da licença. O RR tem informações de que Silveira está particularmente irritado com a demora e a incapacidade da Enel de equacionar as seguidas interrupções no fornecimento de energia em São Paulo.
Trata-se de um problema que já extrapola a raia do setor de energia e começa a ganhar alta voltagem política, exigindo do governo federal uma posição mais rigorosa em relação à empresa. Até porque o governador Tarcísio Freitas já assumiu a dianteira e capitalizou a crise dos apagões em São Paulo ao pedir publicamente que o contrato de concessão com a Enel não seja reja renovado – a licença vence em 2028. Consultado pelo RR, o Ministério de Minas e Energia encaminhou nota, por meio de sua assessoria, afirmando que “a interrupção nesta segunda-feira (18/3), se soma a diversas outras falhas na prestação dos serviços de energia elétrica pela concessionária Enel SP, que tem demonstrado incapacidade de prestação dos serviços de qualidade à população.”
A Pasta disse ainda que é “urgente a comprovação de que a empresa seja capaz de continuar atuando em suas concessões no Brasil.”. Perguntado especificamente sobre a possibilidade de cassação da licença, o Ministério não se pronunciou sobre esse ponto. Também consultada pelo RR, a Enel não quis comentar o assunto. Os problemas operacionais da Enel no país se acumulam há algum tempo. Desde que assumiu a distribuição de energia em São Paulo, em 2018, já recebeu R$ 157 milhões em sanções da Aneel por problemas operacionais.
Some-se os R$ 12,7 milhões aplicados pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) devido ao apagão na capital paulista no início de novembro de 2023. Em setembro do ano passado, os italianos despacharam o CEO global do grupo, Flavio Cattaneo, para o Brasil na tentativa de distensionar as relações com o governo federal. Na ocasião, Cattaneo se reuniu com Geraldo Alckmin e o próprio Silveira, anunciando novos investimentos no país. De lá para cá, no entanto, o cenário só se agravou. Nesse período ocorreram ao menos três grandes apagões em São Paulo.
A Enel tenta compartilhar a responsabilidade. Uma hora, a culpa é da chuva; na outra, da Sabesp. O fato é que o track records da empresa no Brasil não ajuda. A companhia foi praticamente escorraçada de Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, com um script semelhante ao de São Paulo. Após seguidas falhas no fornecimento de energia, a empresa italiana vendeu o seu braço de distribuição no estado do Centro-Oeste para a Equatorial.
Energia
Mais um curto-circuito entre a Enel e os agentes reguladores
12/01/2024Os advogados da Enel avaliam recorrer à Justiça na tentativa de reverter ou ao menos reduzir substancialmente a multa de R$ 95,8 milhões aplicada pela Aneel por problemas no fornecimento de energia em São Paulo em 2021. A empresa usaria a seu favor as divergências na própria diretoria da agência reguladora em relação ao valor da sanção. A discordância ficou evidente na reunião do colegiado do último dia 8 de dezembro, quando os diretores da Aneel defenderam punições distintas, em um intervalo de R$ 53 milhões aos R$ 95,8 milhões impostos inicialmente. O embate chegou a tal ponto que o processo foi retirado de pauta. A Enel, por sinal, é figurinha carimbada na Aneel quando o assunto é multa. Desde que assumiu a distribuição de energia em São Paulo, em 2018, já recebeu R$ 157 milhões em sanções da Aneel por problemas operacionais. Some-se os recentes R$ 12,7 milhões aplicados pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) pelo apagão na capital paulista no início de novembro.
Destaque
Apagão em São Paulo deixa venda da Coelce às escuras
4/01/2024A crise da Enel em São Paulo está irradiando por outros negócios dos italianos no Brasil. As graves falhas operacionais na distribuição de energia na capital paulista tornaram-se um óbice à renovação antecipada da concessão da Coelce, também controlada pelo grupo. Segundo o RR apurou, a Aneel recuou nas tratativas para a prorrogação do contrato da distribuidora cearense, que vence em 2028. A resistência é ainda maior no Ministério de Minas e Energia. O ministro Alexandre Silveira não quer jogar na sua conta o desgaste político de negociar a extensão da concessão da Enel no Ceará. Na atual circunstância, seria como dar um “presente” a um grupo que foi responsável por um apagão na maior cidade do país e é alvo de uma CPI na Alesp. Consultada pelo RR, a Enel informou que “não comenta rumores”.
O efeito em cascata causado pelo blecaute em São Paulo atinge também os planos da Enel de vender o controle da Coelce. A operação está diretamente condicionada à prorrogação do contrato de concessão. A falta de qualquer garantia nesse sentido travou as negociações com a CPFL e a Equatorial, as duas principais candidatas à aquisição. Nenhuma das duas vai gastar aproximadamente R$ 8 bilhões na compra de um ativo cuja licença expira em quatro anos.
Energia
Equatorial paga um preço alto pela herança da Enel em Goiás
27/11/2023A italiana Enel, que enfrenta duras cobranças, a começar pelo governador Tarcísio Freitas, pelos problemas no fornecimento de energia em São Paulo, deixou para trás um breu em Goiás. A Equatorial Energia já investiu mais de R$ 1 bilhão e prevê desembolsar outro tanto ao longo de 2024 para arrumar a operação de distribuição no estado. O grupo adquiriu a companhia local, a Celg, junto à Enel no ano passado. Os italianos deixaram Goiás praticamente expulsos pelo governador Ronaldo Caiado.
Negócios
Preço provoca curto-circuito na venda da Enel Ceará
20/10/2023Além do prazo curto até o vencimento da concessão (2028), o valuation emperrou o processo de venda da distribuidora de energia da Enel no Ceará. Os italianos insistem em pedir quase R$ 8 bilhões pelo controle da empresa – 2,3 vezes o valor de mercado da empresa. No entanto, a Equatorial Energia, principal candidata à aquisição, não passa dos R$ 6,5 bilhões, segundo fonte que participa das tratativas. A CPFL, leia-se State Grid, já teria se retirado da disputa.
Energia
Enel põe suas cartas na mesa pela renovação da concessão da Coelce
15/09/2023O CEO global da Enel, Flavio Cattaneo, aterrissou em Brasília cheio de cifrões. Nas reuniões que teve com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Cattaneo adiantou que o grupo pretende investir US$ 4 bilhões no Brasil até 2026. Segundo o RR apurou, o executivo teria enfatizado também a intenção da companhia em duplicar os aportes previstos em energia renovável, chegando perto de US$ 2 bilhões. É literalmente a moeda de troca que a Enel está colocando sobre a mesa para assegurar a renovação antecipada da concessão da Coelce – condição fundamental para a venda do controle da empresa. A atual licença vence em 2028. Cattaneo passou a conduzir diretamente as negociações com o governo brasileiro, conforme o RR antecipou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/enel-cerca-governo-por-todos-os-lados-para-estender-concessao-da-coelce/).
Energia
Enel cerca governo por todos os lados para estender concessão da Coelce
5/09/2023A alta direção da Enel está mobilizada em torno da renovação antecipada da concessão da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o próprio CEO global do grupo italiano, Flavio Cattaneo, tem mantido interlocução direta com o governo brasileiro, mais precisamente com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Cattaneo engrossa o coro que já conta com as vozes do CEO e do chairman da companhia no Brasil, respectivamente Nicola Cotugno e Guilherme Lancastre, na linha de frente das conversações com o próprio Ministério e também com a diretoria da Enel.
A tour de force do grupo italiano é mais do que justificável. A extensão do contrato de concessão da Coelce é tida como condição sine qua non para a negociação do controle da distribuidora cearense. E quem o diz não é a parte vendedora, ou seja a Enel, mas os próprios candidatos à aquisição. CPFL e Equatorial Energia, os dois principais interessados no negócio, só aceitam levar as negociações adiante com a garantia de que a licença da empresa será estendida por mais 15 ou 20 anos.
A venda da Coelce, avaliada em aproximadamente R$ 8 bilhões, é mais um movimento chave na reestruturação dos negócios da Enel no Brasil. Os italianos já se desfizeram da operação de distribuição de energia em Goiás.
Energia
Prazo de concessão vira entrave para a venda da Coelce
15/08/2023A direção da Enel abriu tratativas com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia com o objetivo de antecipar a renovação da licença da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o ministro Alexandre da Silveira tem se mostrado mais flexível ao pleito, ao contrário da agência reguladora, que condiciona a extensão do contrato a uma série de exigências, especialmente em relação a investimentos. São garantias que a Enel não pode dar. Os italianos estão de saída do negócio e tentam a renovação antecipada justamente como forma de destravar a venda da distribuidora cearense. A CPFL e a Equatorial, principais candidatas à aquisição da Coelce, estariam condicionando o negócio à prorrogação da concessão. Entre outras questões, o fim da concessão em 2028 é um óbice à tomada de crédito por prazos mais longos.
Negócios
Enel rearruma suas operações em energia renovável
26/06/2023A Enel está passando por uma rearrumação dos seus negócios no Brasil. Além do processo de venda da cearense Coelce – CPFL e Equatorial estão do outro lado da mesa -, o grupo italiano discute possibilidades de associação na área de geração renovável. Há dois modelos em análise: a cisão de todos os ativos em energia limpa em uma nova empresa, com a venda de parte do capital, ou a busca de sócios especificamente para cada projeto. No momento, segundo a fonte do RR, a balança pende mais para este segundo cenário. Emissários da Enel têm conversado com gestoras de private equity. Uma delas seria a Cubico Sustainable Investments, de Londres, que tem como acionistas os fundos Ontario Teachers Pension Plan e PSP Investments. Consultada, a Enel disse que “não comenta rumores”.
Política externa
Mais energia para a Argentina e para Alberto Fernández
12/05/2023Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo brasileiro estuda medidas para viabilizar o aumento das exportações de energia para a Argentina. A Pasta vai autorizar novas empresas a vender o insumo ao país vizinho. Nos últimos meses, grandes grupos do setor, notadamente Enel e Engie, têm se notabilizado no fornecimento de energia aos argentinos. O fechamento de novos contratos seria estimulado também pela linha de crédito especial já anunciada pelo presidente Lula, com o objetivo de aumentar as exportações brasileiras para a Argentina.
Mesmo com todas as ações do governo Lula, o aumento das exportações de energia para a Argentina, de Alberto Fernández, vai depender, e muito, de questões climáticas. A partir deste mês, o Brasil começa a entrar em um período de menos chuvas, com impacto direto sobre os reservatórios das hidrelétricas. O alento é que as usinas saíram do verão com uma “poupança” razoável. Nas hidrelétricas do Sul/Sudeste, por exemplo, os níveis de armazenamento hídrico estão em torno de 88%. Trata-se do maior volume dos reservatórios da região para um mês de maio desde 2000, quando do início da série histórica do ONS.
Empresa
Energisa desponta como candidata à compra da Coelce
24/04/2023O RR apurou que a Energisa, da família Botelho, entrou no páreo para a aquisição da Coelce, colocada à venda pela italiana Enel. A distribuidora de energia do Ceará está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. A operação tem mobilizado alguns dos grandes grupos do setor. A Equatorial também está na disputa. A Neoenergia chegou a abrir conversas com a Enel, mas recuou. A compra da Coelce colocaria um pingente a mais no colar de ativos da Energisa na área de distribuição, que já reúne concessões em dez estados. A companhia capitaneada por Ivan Botelho e seu filho, Maurício, sairia de uma receita líquida de R$ 21 bilhões para algo próximo dos R$ 30 bilhões por ano, além de um Ebitda combinado em torno de R$ 7,5 bilhões – a números de 2022. Talvez o mercado já esteja precificando o avanço da Energisa sobre a Coelce: nas últimas três semanas, o papel acumula uma alta de 16%. No mesmo período, o índice de energia elétrica da B3, que reflete o comportamento de 18 empresas do setor, subiu pouco mais da metade (algo como 9%). Procurada, pelo RR, a Energisa informou que “está sempre atenta em relação às oportunidades de mercado, mas não comenta aquisições ou possível interesse em ativos.”. A Enel, por sua vez, não se manifestou.
Empresa
Equatorial Energia negocia compra da Coelce
24/02/2023De primeira: a Equatorial Energia está na disputa pela compra da Coelce, a distribuidora de energia elétrica do Ceará. A empresa foi colocada à venda pela italiana Enel. As conversações são intermediadas pelo BTG. A Coelce está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. Coincidentemente, ou não, os dois grupos protagonizaram uma das principais operações de M&A do setor elétrico realizadas recentemente no Brasil: no fim do ano passado, a Equatorial comprou da Enel a concessão de distribuição de energia em Goiás, por aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Consultada pelo RR, a Equatorial informou que “não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Enel disse também que “não comenta o tema”.
Energia
Equatorial Energia herda os “apagões” deixados pela Enel
30/01/2023A Equatorial Energia recebeu alguns fios desencapados de herança ao comprar a Celg, antes pertencente à italiana Enel. As grandes indústrias do estado, notadamente do setor automobilístico e farmacêutico, pressionam por investimentos em geração e distribuição. Nos últimos dias, a Equatorial recebeu também uma série de reivindicações do comércio, que acumula reclamações e prejuízos em série devido às constantes interrupções no fornecimento de energia registradas nos últimos dois anos. Foi um dos problemas que levou o governador Ronaldo Caiado a praticamente expulsar a Enel do estado, ao forçar a venda da Celg para um novo concessionário.
Negócios
Neoenergia mira na aquisição da Coelce
28/11/2022Segundo o RR apurou, a Neoenergia tem interesse na aquisição da Coelce, distribuidora de energia do Ceará. Na semana passada, a italiana Enel anunciou a intenção de vender o controle da empresa. Trata-se de uma oportunidade de alta voltagem para a Neoenergia expandir seu latifúndio elétrico no Nordeste. O grupo já controla as distribuidoras de energia da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Com a compra da Coelce, passaria a ter um cinturão de empresas no Nordeste com faturamento na casa dos R$ 30 bilhões e mais de dez milhões de consumidores.
Energia
Caiado vai eletrocutar a Enel até o fim
23/11/2022A Enel não vai ter vida fácil em Goiás nem na hora da despedida. A Aneel está monitorando de perto todo o processo de transferência da concessão de distribuição de energia de Goiás do grupo italiano para a Equatorial Energia. O pedido de fiscalização partiu do próprio governador Ronaldo Caiado. Uma das missões da agência reguladora será avaliar a eventual responsabilidade dos italianos nas quedas no fornecimento de energia em Goiás, que têm sido registradas com alguma recorrência desde o fim de outubro. Em contato com o RR, o governo de Goiás confirmou as tratativas com o governo federal e a agência reguladora: “O processo de transferência para a Equatorial está sendo avaliado pela Aneel, que vai verificar se a nova empresa cumpre as exigências para atender Goiás”. De acordo com a assessoria do governo goiano, Ronaldo Caiado tratou do assunto diretamente com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, durante encontro realizado no último dia 26 de outubro.
A relação institucional entre o governador Ronaldo Caiado e a Enel está em curto-circuito praticamente desde o início do mandato. Caiado acusou seguidamente o grupo italiano de prestar um serviço ineficiente, com permanentes ameaças de cassação do contrato. A saída “acordada” foi a venda da concessão, comprada pela Equatorial. Ainda assim, não sem as últimas faíscas. O governo de Goiás ingressou com ação na Justiça por conta de “eventuais suspensões dos planos de manutenção”. A partir de um pedido da Procuradoria-Geral do Estado, a Justiça determinou que a Enel se abstenha de “qualquer conduta que prejudique a adequada prestação de serviço de distribuição de energia elétrica”, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão. A Enel não se manifestou até o fechamento da matéria.
Curto-circuito final
27/09/2022O governador Ronaldo Caiado vai criar um grupo de trabalho para acompanhar a transferência da concessão da Enel Goiás para a Equatorial. O anúncio da medida será feito ainda nesta semana. Caiado, que comprou uma briga com a Enel, não vai perder a chance de capitalizar o “despejo” às vésperas da eleição.
Acervo RR
Alta voltagem
10/08/2022A Enel prepara uma temporada de pesados investimentos em energia renovável no Brasil. O funding virá da iminente venda da Celg-D, avaliada em cerca de R$ 10 bilhões. O grupo italiano vai usar boa parte dos recursos em projetos de geração eólica e solar.
Hidrogênio verde
7/02/2022A italiana Enel está empacotando um plano de investimentos para a produção de hidrogênio verde no Brasil. Segundo fonte ligada à empresa, o desembolso deve passar de R$ 1 bilhão. A Enel já tem negócios no segmento na América do Sul, notadamente no Chile.
Energia de sobra
25/01/2022A chinesa CGN Energy International vem mantendo conversações com o governo do Ceará para instalar um complexo de usinas eólicas no estado. O que não falta ao grupo é energia para investir no Brasil. Os asiáticos estão desembolsando R$ 1 bilhão na Bahia em projetos de geração renovável. E pagaram mais de R$ 3 bilhões por ativos energéticos da italiana Enel.
“Seguro-energia”
25/08/2021A italiana Enel, distribuidora de energia de Goiás, sinalizou ao governo do estado um pacote de investimentos, entre eles a construção de quase oito mil quilômetros de rede. Com a proximidade da eleição todo o cuidado é pouco. Em 2019, o governador Ronaldo Caiado chegou a pedir a cassação da concessão. Procurada, a empresa diz que “segue investindo para ampliar a capacidade da rede de distribuição”.
Vento no rosto
28/06/2021O novo complexo eólico inaugurado no Piauí, um investimento da ordem de R$ 3 bilhões, não saciou o apetite da Enel. O RR apurou que o grupo italiano saiu em busca de aquisições no setor.
Energia chinesa
7/01/2021A chinesa CGN, especializada em energia eólica e solar, está dando os últimos retoques em um plano de investimentos da ordem de R$ 10 bilhões no Brasil. A empresa chegou ao país em 2019 com a compra de ativos de energia renovável da italiana Enel.
Acordo de paz?
5/10/2020O presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, negocia com o governador Ronaldo Caiado uma voltagem maior no plano de investimentos da empresa em Goiás. Os italianos esperam que seja o cessar-fogo definitivo com Caiado, que esteve perto de cassar a concessão da distribuidora.
Efeito colateral positivo
14/09/2020Ainda que por vias transversas, a Covid-19 tornou-se aliada da Enel. A dificuldade em realizar uma nova licitação no breu da pandemia esfriou o ímpeto do governador Ronaldo Caiado de cassar a concessão da distribuidora de energia de Goiás, sob a alegação de graves falhas no fornecimento de energia. As rusgas prosseguem, mas surgiram canais de interlocução que passam pelo aumento dos investimentos dos italianos no estado. A ver.
Armistício temporário
15/04/2020Está longe de ser por um bom motivo, mas, com a Covid-19, o governador Ronaldo Caiado deu uma trégua à Enel. Por ora, deixou de lado a ofensiva para retomar a concessão da distribuidora de energia de Goiás.
Curto circuito
14/02/2020A Enel se arma para uma guerra jurídica. Já teria parecer de dois grandes juristas apontando abuso de poder do governador Ronaldo Caiado, caso a cassação da licença da distribuidora goiana seja consumada, como tudo indica.
Câmara de Arbitragem
30/01/2020A disputa entre a Enel e Ronaldo Caiado tem novo round. O grupo está pleiteando ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, que intervenha na contenda. A companhia encaminhou a Albuquerque e à Aneel farta documentação para comprovar que tem cumprido as metas previstas na privatização da antiga Celg Distribuição. Caiado diz o contrário e quer cassar a concessão. Procurada, a Enel afirma manter “diálogo constante” com o Ministério.
As sombras de Ronaldo Caiado
21/01/2020A pressa do governador Ronaldo Caiado em tirar a distribuição de energia de Goiás das mãos da italiana Enel começa a chamar a atenção de outras instâncias de poder no estado. Principalmente pelo empenho de Caiado na transferência automática da concessão para a EDP. A Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas de Goiás já se mobilizam para questionar a legalidade da troca de concessionário sem nova licitação. Há um entendimento que não se trata da venda de um ativo entre entes privados: a ação do governo goiano sobre a Enel configuraria uma cassação da licença. Curiosamente, em dezembro, o TCU emitiu um relatório afirmando que o serviço da Enel em Goiás apresentou “sensível melhora” e que o “desempenho está dentro dos limites contratuais”. Tem muita penumbra nessa história.
Lobby em força máxima
17/12/2019A Enel recorreu ao Olimpo. Tem feito gestões junto ao Palácio do Planalto e ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, para que ambos intervenham no imbróglio com o governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado quer tomar a concessão da distribuidora no estado alegando falta de investimentos e péssima prestação de serviços.
Primeiros da fila
26/07/2019Enel e Energisa despontam como candidatas ao leilão da Companhia Energética de Brasília (CEB). Tanto os italianos quanto a empresa da família Botelho já estão em linha direta com o governo do Distrito Federal e o BNDES, responsável pela modelagem da operação.
Ventos fortes
27/02/2019A compra de três parques eólicos da Enel no Nordeste, por R$ 3 bilhões, foi só o primeiro ato. A chinesa CGN Energy deverá investir R$ 2 bilhões nas usinas.
Omega avança sobre usinas da Enel
28/08/2018Nem mesmo a ameaça de um apagão nos subsídios para a produção de energia tira o apetite da Omega Geração. A empresa estaria negociando a compra de dois parques de energia solar da Enel, localizados na Bahia e no Piauí. As tratativas são conduzidas pelo Banco Rothschild. Há cerca de duas semanas, a Omega fechou a compra de 50% do complexo solar de Pirapora, com um desembolso de R$ 1,1 bilhão.
State Power descarrega bilhões para ser nº 1 do setor de geração
7/06/2018A venda da Eletropaulo para a Enel ainda reluz nas manchetes e já existe outra grande operação de M&A em gestação no setor elétrico. O RR apurou que a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) costura sua entrada no capital das usinas de Santo Antônio e de Jirau, dois dos maiores projetos hidrelétricos da Amazônia. No primeiro caso, o ingresso se daria com a compra da participação da Cemig (10%) e de parte das ações em poder de Furnas, detentora de 39%. A Eletrobras, por sinal, é o ponto de interseção entre as duas operações. A porta de entrada da SPIC em Jirau seria a aquisição de um naco das ações pertencentes à Chesf e à Eletrosul, que, juntas, detêm 40% da Energia Sustentável do Brasil, consórcio controlador da hidrelétrica.
Para atar todos esses fios societários, estima-se que o desembolso dos chineses ultrapasse os R$ 12 bilhões. Procuradas pelo RR, SPIC, Eletrobras e Cemig não quiseram se pronunciar. A operação parece feita sob medida para as circunstâncias e as pretensões de seus três protagonistas. A SPIC, que recentemente pagou R$ 7 bilhões para comprar a hidrelétrica de São Simão junto à Cemig, se tornaria o maior grupo privado de geração de energia do Brasil. A empresa passaria a ter em sua carteira um colar de usinas com capacidade de produção de mais nove mil MW, superando a franco-belga Engie e a conterrânea Three Gorges – hoje as duas principais empresas do segmento.
A Cemig, por sua vez, está no meio de uma tour de force para alienar ativos e reduzir sua alavancagem financeira. Desde o ano passado, busca um comprador para a sua participação na Usina de Santo Antônio. A operação também aliviaria o torniquete da Eletrobras. A venda de uma parcela das respectivas participações de Chesf, Eletrosul e Furnas nas duas hidrelétricas geraria caixa em um momento de notória fragilidade financeira do grupo.
O próprio governo enxerga a operação com bons olhos, mesmo porque, a esta altura, ninguém mais em Brasília acredita na venda das distribuidoras federalizadas e muito menos na privatização da Eletrobras. Ressalte-se ainda que não é de hoje que a Eletrobras tem reduzido gradativamente sua participação no segmento de geração de energia elétrica. Em 2011, a companhia era responsável por 36% da capacidade instalada no país; hoje, esse índice beira os 30%. E tende a cair. Na década passada, a Eletrobrás respondeu por 28% da expansão da geração no Brasil. De 2011 para cá, entrou apenas com 15% dos novos projetos.
Bipartidarismo
29/12/2017A Cemig já identificou que a maioria esmagadora das 13 empresas que demonstraram interesse na compra da Light não passa de figurante. A própria diretoria da estatal aposta que o páreo ficará restrito à italiana Enel e à chinesa State Grid.
Negócios
Carga extra
16/10/2017A italiana Enel e a Equatorial Energia estariam costurando uma oferta conjunta pela Light. A chinesa State Grid, ao que tudo indica, é o adversário a ser batido.
Fio desencapado
16/08/2017A inadimplência corrói o valuation da Light. Segundo om RR apurou, a italiana Enel está recalculando a proposta que pretende encaminhar à Cemig, com base no salto das contas em atraso da distribuidora fluminense. No último trimestre, o nível de inadimplência chegou a 3,1%, o dobro do índice registrado em junho de 2016.
Leilão de usinas da Cemig sofre um blecaute de candidatos
11/08/2017No que depender de alguns dos maiores grupos do setor elétrico, a equipe econômica já pode lançar R$ 11 bilhões a mais na coluna das receitas frustradas. Segundo alta fonte da Pasta de Minas e Energia, China Three Gorges (CTG), Neoenergia, Enel e Energisa já comunicaram ao ministro Fernando Coelho Filho que não participarão do leilão das hidrelétricas de Jaguará, São Simão, Volta Grande e Miranda caso o governo e a Cemig não cheguem a um acordo definitivo sobre a transferência das usinas. Outras empresas do setor deverão seguir o mesmo caminho.
De acordo com a mesma fonte, os chineses da CTG e os italianos da Enel foram mais além e já teriam solicitado o adiamento do leilão, marcado para 27 de setembro. Ninguém quer correr o risco de ganhar e não levar. Por ora, tudo é breu ao redor das quatro hidrelétricas, retomadas pelo governo federal. No dia 22 de agosto, o STF julgará ação cautelar impetrada pela Cemig requerendo a posse das usinas e a renovação dos contratos por mais 20 anos.
Mesmo que o pedido seja indeferido, a estatal mineira já anunciou sua disposição de entrar com novo recurso. Ou seja: o imbróglio tende a avançar setembro adentro. O leilão das quatro usinas é um curto-circuito jurisdicional sob os mais diversos aspectos. Além da bola dividida quanto ao controle das geradoras, há ainda o risco de o Tribunal de Contas da União brecar a licitação.
O órgão exigiu o recálculo da taxa interna de retorno do investimento (WACC, na sigla em inglês), sob a alegação de que as geradoras são operacionais e, portanto, os custos maiores já estão amortizados. Por esta razão, os vencedores do leilão não devem receber uma remuneração tão alta como se fossem erguer as geradoras do zero. A Aneel informou ter atendido as exigências técnicas, mas não explicou que contorcionismo permitiu incorporar as recomendações do TCU sem alterar o WACC de 8,08%.
Entre os candidatos à compra das usinas, a convicção é que o Tribunal não vai deixar barato e exigirá a redução da taxa. Faz sentido. Nem o governo Temer, que faz o que quer com o Congresso e já pegou o jeitinho de tocar o país com MPs, PECs e outras pinguelas legiferantes, tem conseguido conter o TCU. O órgão vem brecando concessões de infraestrutura e interrompendo obras (a Transnordestina é o caso mais notório). É bem verdade que, na última quarta-feira, rejeitou pedido de cautelar da Cemig para suspender o leilão. Na estatal mineira, no entanto, o entendimento é que a decisão se deveu muito mais a uma questão processual do que técnica – o plenário determinou que o pedido fosse juntado a outra ação que trata do tema.
Arrastão elétrico
9/06/2017A italiana Enel está fazendo um cata-cata de ativos de distribuição de energia no Brasil. O grupo tem interesse em participar do leilão da Ceal, de Alagoas, e da Cepisa, do Piauí, hoje sob gestão da Eletrobras. Ambas fazem parte do embrulho de distribuidoras federalizadas que serão ofertadas no PPI – a essa altura, sabe Deus quando. No ano passado, a Enel arrematou o controle da goiana Celg, que também estava pendurada na Eletrobras. Consultada, a empresa diz “que está atenta a oportunidades, mas não comenta sobre ativos específicos”.
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Além da busca por novos ativos, a Enel vai investir ao longo deste ano US$ 285 milhões na Ampla, uma de suas distribuidoras no Brasil.
Pimentel recorre à venda da Light para acender a luz na Cemig
24/06/2016O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, quer fazer da Cemig a sua agenda positiva. Busca uma solução a jato para os péssimos resultados financeiros da estatal mineira. Pimentel foi denunciado por prática de corrupção na Operação Acrônimo e seu afastamento do cargo está sendo analisado pelo Superior Tribunal de Justiça. Dificilmente a Cemig conseguirá se livrar da desmobilização de ativos como saída para reduzir o passivo. O endividamento tem uma relação dívida líquida/Ebitda de quatro vezes. Segundo projeções da própria empresa, deverá bater em cinco vezes até o fim do ano. O resultado é exatamente o dobro do limite estipulado nos estatutos da Cemig, que é de 2,5 vezes. O prato principal do programa de venda de controladas da companhia deverá ser a Light, da qual a Cemig tem 26%. Somente com essa transação, a estatal projeta receber em torno de R$ 1,5 bilhão – valor baseado na cotação média dos últimos dois anos, mais um prêmio de controle da distribuidora de energia elétrica carioca. O valor é equivalente a 10% do total do endividamento da companhia mineira. A opção pela venda da Light ganhou força após a aquisição esse mês da gaúcha AES Sul pela CPFL por R$ 1,7 bilhão. O acordo no Rio Grande do Sul é visto no mercado como o ponto de partida de um intenso processo de consolidação no setor de energia elétrica. Esse cenário torna a venda da Light muito mais atraente para investidores, já que a empresa ocupa o quinto lugar no ranking de distribuição do país, com receita de R$ 11 bilhões e área de concessão no segundo maior mercado consumidor de energia do país. A CPFL é vista pela Cemig como uma candidata natural ao negócio em função de sua estratégia de se consolidar como líder no segmento – tem 15% de mercado, à frente da Eletropaulo e da Cemig. A Enel, dona da Ampla, já teria sido procurada pela estatal. A Light e a Ampla têm áreas de concessão contíguas no Rio de Janeiro. Com a transação, a Enel terá ganhos operacionais e ainda passará a ter 8% de participação na distribuição de energia, do mesmo tamanho da Cemig. As seguintes empresas não se pronunciaram: Cemig.
Enel Brasil busca ativos para não virar uma lâmpada queimada
2/06/2016O novo presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, chegou à empresa como um salvador da pátria. Das duas uma: ou o executivo consegue impor seu plano de negócios e inaugurar uma temporada de aquisições ou a companhia está fadada a virar uma mera produtora de fagulhas ou algo que valha, em razão do progressivo processo de esvaziamento da operação brasileira. Zorzoli está empenhado em transformar a primeira hipótese em realidade e já saiu a campo em busca de ativos para engordar a operação da Enel no Brasil. No topo da lista está a AES Sul. A norte-americana AES já decidiu vender a distribuidora para se concentrar no Sudeste, por meio da Eletropaulo. A intenção de Zorzoli é não apenas avançar em um mercado de razoável proporção, como o gaúcho, como também transformar a AES Sul em plataforma para a compra de outras distribuidoras na região. Com a empresa gaúcha, os italianos ficariam bem posicionados, por exemplo, para participar da privatização da área de distribuição da CEEE, que tem área de concessão contígua à da AES Sul. Muito provavelmente terá como adversária a CPFL, que já tem uma distribuidora no estado, a RGE. O cardápio de oportunidades para a Enel se estende ainda a outros estados, diante do desejo manifesto do governo em privatizar as nove concessões de distribuição penduradas na Eletrobras. Zorzoli chegou ao país em circunstância hostil e acabou se transformando na grande esperança de uma subsidiária que, gradativamente, vem perdendo poder na operação da Enel na América Latina. Os italianos estão transferindo o centro de decisões do grupo na região para o Chile, mais precisamente para a controlada Enersis. Neste momento, a companhia está passando por um processo de cisão, que dará origem a duas empresas, a Enersis Chile e a Enersis América – , ambas com ações na Bolsa de Santiago. A subsidiária brasileira ficará subordinada à segunda. Zorzoli se esforça para evitar que estas mudanças reduzam ainda mais a importância relativa da Enel Brasil e inviabilize seus planos para a companhia, que, além de aquisições, incluem uma reorganização societária. O executivo pretende juntar os ativos de geração e distribuição da antiga Endesa Brasil – incluindo a Ampla e a Coelce –, com os da Enel Green Power, de energias renováveis. Esta nova estrutura transformaria a Enel em um grande grupo integrado da área de energia elétrica, algo bem diferente do atual condomínio de empresas que operam praticamente uma de costas para as outras. * Citada, a Enel não retornou o nosso contato.
Limpeza
25/04/2016O espanhol está fadado a virar língua morta na Enel Brasil. O italiano Carlo Zorzoli, novo presidente da companhia, tirou todos os executivos ligados ao antigo controlador, a Endesa. O último a apagar a luz será o diretor de planejamento, Luis Larumbe Aragon. Procurada pelo RR, a Enel não comentou o assunto.
Head hunter
5/01/2016O período sabático do ex-presidente da Light Paulo Roberto Pinto promete ser curto. O executivo está cotado para comandar a Enel no Brasil.