Tag: Embraer
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Mercado
O novo pouso da BlackRock na Embraer
6/12/2024Desde a manhã há um alarido no mercado de que a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, com mais de US$ 10 trilhões, voltou a comprar expressivos lotes de ações da Embraer. Em setembro, os norte-americanos já haviam adquirido uma fatia expressiva de papéis da fabricante de aeronaves, chegando a 5,5% do capital.
Defesa
Super Tucano da Embraer está prestes a aterrissar em Portugal
25/11/2024A Embraer está em negociações avançadas para a venda de um lote de aeronaves A-29 Super Tucano para a Força Aérea de Portugal. Segundo uma fonte da área de defesa, a operação deverá ser anunciada ainda neste ano. O caça está se revelando um dos grandes sucessos da empresa brasileira na área militar. Recentemente, a Embraer fechou a venda de aviões Super Tucano para o Uruguai e o Paraguai, neste último com financiamento do BNDES.
Mercado
Fabricante de “carros voadores” da Embraer prepara nova captação internacional
21/10/2024Empresa
Embraer usa dinheiro da Boeing para reduzir alavancagem
26/09/2024A indenização de US$ 150 milhões que a Boeing pagará à Embraer pelo rompimento unilateral do acordo de fusão entre as duas empresas é dinheiro já “carimbado”. Segundo informações de mercado, a fabricante brasileira usará os recursos para reduzir sua alavancagem.
De acordo com relatório recente do JP Morgan, se a cifra for integralmente usada para o pagamento de passivos, a relação dívida liquida/Ebitda da Embraer poderá cair de 2 para 1,8 vez. Poderia ser melhor. Bem melhor.
A projeção inicial era de que a Embraer receberia entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões no processo de arbitragem contra a Bombardier. No fim das contas, a disputa extrajudicial acabou encerrada por bem menos. Foi o possível.
Empresa
Embraer sobrevoa o Peru com seus Super Tucanos
10/09/2024A Embraer está em conversações com o governo do Peru para a venda de jatos A-29 Super Tucanos. Para a fabricante brasileira, o negócio teria uma razoável importância geoeconômica. Representaria seu avanço sobre mais um mercado sul-americano na área de Defesa.
A Força Aérea do Peru não conta com nenhuma aeronave da Embraer. Não foi por falta de tentativas. Em 2011, o país vizinho esteve muito perto de comprar 12 aeronaves do mesmo modelo, mas, na hora H, recuou. Em 2013, houve uma nova negociação, igualmente frustrada. O A-29 Super Tucano é um relativo sucesso de vendas na América do Sul.
Na semana passada, a Embraer anunciou um contrato com o Uruguai para a entrega de até seis aviões. O modelo é usado também pela Força Aérea do Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e, claro, Brasil. Procurada, a Embraer não se manifestou.
Empresa
Embraer faz rasantes com seu cargueiro militar no Oriente Médio
30/07/2024Ecos da Farnborough International Airshow, uma das maiores feiras da área de defesa do mundo, realizada na Inglaterra na semana passada: a Embraer teria aberto negociações com o Egito para a venda do C-390 Millenium, seu cargueiro militar. A se confirmar, será mais um movimento estratégico da companhia para avançar nos países árabes. Desde o início do ano, a Embraer mantém tratativas com a Arábia Saudita para a venda de até 33 aeronaves C-390 Millenium, um contrato que pode chegar perto dos US$ 3 bilhões.
Para além de um acordo comercial bilionário, a encomenda pode significar também o passaporte para a Embraer se instalar naquele país. O próprio vice-presidente da divisão de Defesa e Segurança, Caetano Spuldaro Neto, já falou publicamente da possibilidade da empresa de produzir o cargueiro de transporte militar na Arábia Saudita. Teria ao seu lado a Sami, companhia da área de defesa controlada pelo PIF, o fundo de investimento público dos sauditas. Procurada, a Embraer não se pronunciou.
Destaque
Embraer faz seus primeiros rasantes sobre a Força Aérea da Colômbia
5/07/2024A direção da Embraer e o próprio governo brasileiro estão irmanados em uma tour de force junto ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Na área de Defesa, há informações de que a companhia, com o auxílio do Itamaraty, teria aberto conversações com autoridades colombianas para a venda dos caças que vão substituir 16 aeronaves Kfir da Força Aérea local. Em jogo, um negócio que pode chegar a US$ 3 bilhões. A Embraer fala por si e pela sueca Saab, sua parceira. A operação envolveria o fornecimento dos aviões Gripen montados pela dupla em Gavião Peixoto (SP).
A influência do governo Lula junto a Gustavo Petro, um de seus principais aliados na América Latina, é um trunfo importante da dobradinha Embraer/Saab. Trata-se de uma disputa comercial, mas, antes de tudo, uma concorrência de ordem geopolítica. Israel era um forte candidato ao negócio – o Kfir (“leãozinho” em hebraico) foi fabricado pela Israel Aircraft Industries. No entanto, a não ser que aconteça uma reviravolta, o país é carta fora do baralho. Em maio, a Colômbia rompeu relações diplomáticas com Israel por conta dos ataques à Palestina – Gustavo Petro se referiu a Benjamin Netanyahu como um “genocida”. Em 2022, o governo colombiano chegou a abrir conversações com a francesa Dassault para a aquisição da aeronave Rafale, mas as tratativas não avançaram. Nesse cenário, os Estados Unidos despontam como o principal concorrente da dobradinha Suécia/Brasil, com o F-16, fabricado pela Lockheed Martin. Procurada pelo RR, a Embraer não se pronunciou.
Fontes da área de Defesa entendem que a dupla Embraer/Saab ganhou alguns pontos preciosos com a visita do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, à Suécia, no mês passado. Na ocasião, Petro se encontrou com executivos da fabricante de aeronaves. Inicialmente, a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto foi projetada para a montagem de 15 das 36 aeronaves Gripen compradas pela Força Aérea Brasileira. No entanto, além da transferência de tecnologia, o acordo firmado entre a Embraer e a Saab já prevê um volume maior de investimentos e o aumento da capacidade de produção para atender a encomendas na América Latina. Além da proximidade de Lula com Gustavo Petro, a dupla tem outra valiosa carta na manga: o BNDES. O banco de fomento é, historicamente, um dos maiores financiadores de contratos de exportação da Embraer.
Empresa
Um pedágio a mais para a Embraer aterrissar no Paraguai
9/05/2024Aos 46 minutos do segundo tempo, surgiu um entrave que está atrasando a assinatura do acordo entre a Embraer e o Paraguai para a venda de seis tucanos A-29. O RR apurou que o governo do presidente Santiago Peña estaria condicionando o acerto à modernização, a custo , de seis aeronaves Tucano, modelo T-27, pertencentes à Força Aérea local. Além dos US$ 100 milhões pela negociação do A-29, a Embraer teria pedido cerca de US$ 30 milhões pelo serviço de manutenção das velhas aeronaves. Ao que tudo indica, as partes vão chegar a um consenso nos próximos dias. Mas com alguma dose de turbulência que não estava no radar da empresa brasileira. Procurada, a Embraer não se manifestou.
Negócios
Embraer negocia venda de cargueiro militar para o Uruguai
11/04/2024Próxima parada da Embraer: Uruguai. O RR teve informações de que as tratativas para a venda de duas aeronaves KC-390 à Força Aérea uruguaia (FAU) estão bem avançadas. Os cargueiros militares substituirão os dois Hercules C-130H da FAU que estão parados – ambos foram fabricados na década 80.
Negócios
Embraer tem mais uma disputa marcada com Bombardier e Boeing
4/04/2024A Embraer abriu conversações com a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). A companhia africana teria interesse na aquisição de aeronaves modelo E2, que comporta até 144 passageiros. A MEX (Moçambique Express), subsidiária do grupo, já opera três aviões Embraer 145. Controlada pelo governo de Moçambique, a LAM está no meio de uma reestruturação conduzida pela sul-africana Fly Modern Ark. O que aumenta a probabilidade de uma acirrada disputa entre a Embraer e suas arqui-concorrentes Bombardier e Boeing. A Fly Modern é revendedora de aeronaves das duas multinacionais. Consultada, a Embraer não quis comentar.
Empresa
BNDES é o caminho mais curto entre Embraer e Arábia Saudita
26/03/2024Segundo o RR apurou, a Embraer está negociando mais um expressivo contrato de financiamento com o BNDES. O crédito envolveria a venda de 33 cargueiros militares C-390 Millenium para a Arábia Saudita. Dependendo da configuração da aeronave, trata-se de um contrato que pode beirar os US$ 4 bilhões. O BNDES é, historicamente, um dos maiores financiadores da fabricante de São José dos Campos. No ano passado, o banco aprovou sete operações de financiamento para a empresa, um pacote que englobou R$ 10 bilhões e a venda de 67 aeronaves. Procurados, Embraer e BNDES não se manifestaram.
O C-390 Millenium é uma das grandes apostas da Embraer na área de Defesa. A própria empresa calcula haver um mercado potencial de US$ 60 bilhões nos próximos 20 anos. Em tempo: ao que parece, a bolsa já está precificando a encomenda. Ao longo do últimos 30 dias, o papel da Embraer disparou, acumulando uma alta de 50% no período.
Empresa
Super Tucano da Embraer está prestes a pousar no Paraguai
15/03/2024A diretoria da Embraer já dá como certa a venda de seis aeronaves A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Paraguai. O RR apurou que as negociações avançaram significativamente nas últimas duas semanas. O pacote é de US$ 110 milhões. Consultada, a Embraer não se manifestou.
Negócios
Embraer mira venda de aviões para nova (velha) companhia aérea mexicana
2/01/2024A Mexicana de Aviación tem mantido contatos preliminares com a Embraer para a compra de aeronaves. Em São José dos Campos, há a expectativa de que a encomenda seja fechada ao longo do primeiro semestre de 2024. A empresa já utiliza um modelo da Embraer, um ERJ-145 de 50 lugares. Uma das mais antigas empresas aéreas das Américas, fundada em 1921, a Mexicana de Aviación entrou em falência em 2010. No início de 2023, o governo do presidente Manuel Lopez Obrador comprou marcas e ativos operacionais que faziam parte da massa falida e refundou a companhia. A empresa é tão estatal, mas tão estatal que sua operação está a cargo da Fuerza Aérea Mexicana.
Empresa
Embraer negocia venda de aeronaves militares para a Coreia do Sul
30/10/2023O RR apurou que a Embraer abriu conversações com o governo da Coreia do Sul para a venda de um lote do cargueiro militar KC-390. É provável que a companhia brasileira precise de munição de alto calibre para essa disputa, leia-se, mais uma vez, o apoio do BNDES no financiamento da encomenda. O principal concorrente da Embraer é a Airbus Defense and Space, com o seu modelo A400M – militares sul-coreanos já visitaram a fábrica da companhia na Espanha para vistoriar a aeronave. Outro competidor é a Lockheed Martin, que ofereceu o cargueiro C-130J. A Força Aérea da República da Coreia do Sul (ROKAF) busca um substituto para a sua frota de C-130H Hercules.
Destaque
Ecos da guerra: Embraer ganha vantagem sobre concorrente israelense
23/10/2023O conflito entre Israel e o Hamas poderá abrir caminho para importantes movimentos da Embraer no setor de Defesa. A guerra eclode justamente no momento em que a empresa brasileira e a Israel Aerospace Industries (IAI) travam uma disputa por contratos na América do Sul. Segundo o RR apurou, as duas companhias estão no páreo para o fornecimento de aeronaves militares às Forças Armadas da Colômbia e Argentina.
São negócios fundamentais para a parceria entre a Embraer e a sueca Saab ganhar altitude – leia-se o acordo firmado em abril para a venda conjunta dos caças F-39 Gripen que serão montados em Gavião Peixoto (SP). O contrato de maior interesse da dupla é também aquele que, por uma combinação de fatores, mais poder ser impacto pelos confrontos na Faixa de Gaza: o fornecimento dos novos caças da Força Aérea colombiana, encomenda estimada em mais de US$ 1 bilhão.
De acordo com uma fonte do RR na área militar, a IAI era tida como pule de dez para ganhar a concorrência. Colômbia e Israel têm ligações comerciais históricas na indústria bélica, que fazem a balança pender para este último.
As 22 aeronaves Kfir que a Aeronáutica colombiana pretende substituir foram fabricadas exatamente pela Israel Aerospace Industries. No início deste ano, o país sul-americano fechou um contrato de US$ 130 milhões com a própria companhia para a compra de um sistema de defesa aérea, negócio que já estaria vinculado a um segundo movimento: o fornecimento dos caças. No entanto, o estremecimento nas relações diplomáticas entre Colômbia e Israel fragiliza a posição da IAI na disputa. O presidente colombiano, Gustavo Petro, tem feito pesadas críticas à postura do governo de Benjamin Netanyahu. Petro já mencionou publicamente a possibilidade de romper relações com Israel por conta do “genocídio” na Faixa de Gaza. O timing, ressalte-se, beneficia a dobradinha Embraer/Saab. Os próximos três meses serão decisivos na disputa pelo contrato com a Força Aérea colombiana: o país pretende firmar um memorando de entendimentos com o fabricante até o início de 2024, uma vez que os Kfir só serão utilizados até o fim do ano que vem.
As circunstâncias restringem também o poder de fogo da Israel Aerospace Industrie nas negociações junto à Argentina. Nesse caso, Embraer e IAI concorrem pelo fornecimento do caças que substituirão o Dassault Mirage III, desativados em 2015. Em termos financeiros, trata-se de um contrato inferior ao da Força Aérea colombiana: a estimativa é de aproximadamente US$ 600 milhões. Ainda assim, trata-se de um duelo importante para marcar território no mercado da América Latina. China e Índia também disputam a encomenda. No entanto, Brasil e Israel já estariam em tratativas mais avançadas. Devido às notórias restrições orçamentárias da Argentina, a própria IAI já ofereceu às Forças Armadas locais uma solução meia-sola: a venda de aeronaves Kfir de segunda mão, que teriam de passar por uma modernização em uma de suas fábricas em Israel. A Embraer, por sua vez, tenta emplacar o F-39 Gripen. Tem como trunfo as relações entre os governos do Brasil e a Argentina. E os efeitos que um conflito eventualmente mais longo poderão ter sobre sua concorrente.
O prolongamento da guerra na Faixa Gaza coloca em xeque a capacidade da Israel Aerospace Industrie de abrir novas frentes comerciais neste momento. A indústria de Defesa de Israel está desviando emergencialmente suas linhas de produção para atender às Forças Armadas do país – desde o início do confronto com o Hamas, a IAI passou a operar 24 horas por dia. Some-se a isso o fato de que a empresa já vinha de uma sobrecarga por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, que aumentou a demanda armamentista entre as principais nações da Europa.
Empresa
Embraer negocia venda de aviões militares para a Arábia
22/09/2023A Embraer teria aberto negociações para a venda de aeronaves militares KC-390 para a Arábia Saudita. A Força Aérea local pretende substituir seus aviões de transporte Lockheed C-130 Hercules, produzidos no fim da década de 1970. As tratativas são um desdobramento da aproximação entre os dois países e do recente encontro entre Lula e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Por sinal, o itinerário diplomático do presidente tem sido uma boa bússola das investidas comerciais da Embraer. A companhia negocia a venda de quatro KC-390 para a Angola, onde Lula também esteve recentemente. Consultada, a companhia não se manifestou.
Destaque
BNDES é o combustível financeiro da parceria entre Embraer e Saab
5/09/2023O BNDES terá um papel relevante para turbinar a operação da Embraer no setor de Defesa, notadamente a partir da parceria firmada com a sueca Saab. Segundo o RR apurou, há negociações para que o banco de fomento financie contratos de exportação do F-39 Gripen “made in Brazil”. Trata-se das aeronaves militares que serão montadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP) e comercializadas conjuntamente pela companhia brasileira e pela Saab.
Estudos preliminares feitos pelas duas empresas indicam um potencial de encomendas da ordem de US$ 1,5 bilhão na América do Sul em um período de até três anos. A primeira parada deverá ser a Colômbia. Existem tratativas para a venda dos F-39 Gripen à Força Aérea Colombiana, que pretende substituir gradativamente suas 22 aeronaves israelenses IAI Kfir, em uso há mais de 40 anos. De acordo com a mesma fonte, as Forças Armadas do Equador e do Chile também já demonstraram interesse pelo F-39.
Os equatorianos querem tirar de linha os Atlas Cheetah, criados na África do Sul nos anos 1980 a partir de uma atualização do francês Mirage III. Já a Força Aérea chilena pretende desativar os caças norte-americanos Northrop F-5 E/F. Procurados pelo RR, Embraer e BNDES não quiseram se manifestar.
O BNDES, além de acionista, é historicamente um dos maiores financiadores da Embraer. Os números são hiperativos. Nos últimos 25 anos, a agência de fomento liberou cerca de US$ 25 bilhões para a companhia, que resultaram na venda de mais de 1,2 mil aeronaves.
No momento, a carteira do banco soma 26 operações ativas de empréstimo para a empresa. A mais recente foi firmada em novembro do ano passado: um crédito de R$ 2,2 bilhões para a produção e venda de jatos comerciais. Ao financiar a venda dos F-39 Gripen montados em Gavião Peixoto, o BNDES dá propulsão a um acordo bilateral costurado diretamente pelos governos do Brasil e da Suécia. Inicialmente, a fábrica de Gavião Peixoto seria responsável apenas pela montagem de 15 dos 36 caças F-39 Gripen comprados para a Força Aérea Brasileira.
A associação entre as duas empresas passou a ter contornos maiores após o memorando de entendimentos firmado em abril, com o objetivo de “buscar novas oportunidades de negócio”. Por novas oportunidades de negócio, entenda-se o que tem tudo para ser uma relação de ganha-ganha. A Saab passa a ter uma cabeça de ponte na América Latina, valendo-se do poder de influência do Brasil na região para a venda de aeronaves militares.
A Embraer, por sua vez, tem a chance de dar um novo impulso a suas vendas no setor, operação que perdeu alguma altitude nos últimos dois anos. Em 2021, a área de Defesa & Segurança respondeu por 13,7% do faturamento total da companhia. No segundo trimestre deste ano, esse índice caiu praticamente à metade (6,8%).
Destaque
A “tempestade perfeita” para a Embraer na África
18/07/2023O RR apurou que a Embraer pretende montar o KC-390 em Portugal, em sua fábrica localizada em Évora. O cargueiro é atualmente a joia da coroa no portfólio da companhia na área de defesa. Trata-se de um passo a mais no projeto da empresa de transformar sua operação em Portugal em cabeça de ponte para a venda de aeronaves militares a países africanos, um jogo predominantemente dominado por Rússia e China. O eixo central desse projeto é o acordo firmado em abril com duas empresas aeroespaciais locais – a Empordef Tecnologias de Informação e GMVIS Skysof – para a produção do Super Tucano em Portugal. A princípio, o foco é o fornecimento de aeronaves militares para países da OTAN, da qual Portugal faz parte. No entanto, já existem entendimentos para a ampliação do escopo da parceria. Procurada pelo RR, a Embraer não quis se manifestar.
Há, neste momento, uma combinação de fatores feita quase sob encomenda para os planos da Embraer em relação à África. Entram nessa alquimia elementos de ordem geopolítica e diplomática com razoável peso no tabuleiro das negociações com países africanos. O principal deles talvez venha da política externa do governo Lula. Entre as empresas brasileiras, a Embraer tem tudo para ser uma das mais beneficiadas com a reaproximação entre o Brasil e África. Um evento importante está no radar da companhia brasileira. Em agosto, Lula irá à África do Sul para a reunião de cúpula dos Brics. Na ocasião, vai se reunir com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Nesse encontro deverá ser sacramentado um acordo entre a Embraer e o governo sul-africano para a produção e reparo de aeronaves. Com mais um pouquinho de combustível, há possibilidade também da África do Sul confirmar a encomenda de um lote do KC-390. Outros alvos da empresa são Moçambique e Angola. Ressalte-se que a Força Aérea angolana tem em sua frota o Super Tucano, produzido pela fabricante brasileira.
A Embraer pretende ocupar o vácuo no comércio internacional de equipamentos de defesa deixado pela Rússia. A guerra contra a Ucrânia fragilizou a posição russa nessa disputa pelo mercado africano, e nem poderia ser diferente. A indústria bélica local está hegemonicamente concentrada no suprimento das próprias Forças Armadas da Rússia, consequentemente com dificuldades de honrar encomendas externas. Há registros de atrasos no cumprimento de contratos internacionais. Em março, a Rússia comunicou à Índia que não seria possível honrar a entrega de duas baterias do sistema antiaéreo S-400. Segundo um relatório recente do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o país não tem conseguido até mesmo repor equipamentos e armas às Forças Armadas locais no ritmo necessário. Esse apagão abre oportunidades comerciais para a Embraer na África. Ressalte-se que os já citados Moçambique e Angola, contam com um expressivo número de aeronaves russas em suas respectivas Força Aérea. A oportunidade faz a hora para o governo brasileiro e a Embraer.
Destaque
BNDES cerca a Embraer por todos os lados
26/06/2023O BNDES quer entrar no capital da Eve, a fabricante de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL na sigla em inglês) controlada pela Embraer. Não faltam motivações para esse movimento. Ao se associar à empresa, o banco de fomento aumentaria o apoio a uma indústria nascente e hoje uma das maiores apostas de longo prazo da Embraer. Somando-se todas as cartas de intenção firmadas até agora, a Eve já contabiliza mais de 2,8 mil encomendas potenciais do veículo, conhecido como “carro voador”. No fim do ano passado, o BNDES aprovou um financiamento da ordem de R$ 490 milhões para a empresa. A cifra representa 75% do valor total que a Embraer prevê investir na fase de desenvolvimento e testes do protótipo. É o que se pode chamar de um “empréstimo-decolagem”, para tirar o projeto do chão. No entanto, a necessidade maior de recursos ainda está por vir. O BNDES deverá ter um papel importante no financiamento de contratos de venda do eVTOL. A Eve enfrenta uma concorrência que já está alguns pés acima, tanto em termos de desenvolvimento tecnológico quanto de funding. É o caso da norte-americana Joby Aviation e da alemã Lilium, fabricantes de “carros voadores” que receberam mais de US$ 900 milhões do braço de venture capital da Lufthansa. A também norte-americana Archer, por sua vez, contou com um aporte da United Airlines.
Financiar por financiar, o BNDES poderia se limitar à aprovação de empréstimos para a Eve. No entanto, a investida na companhia é um movimento de maior altitude. Trata-se de uma questão de Estado. A entrada no capital da fabricante de “carros voadores” é vista no BNDES como uma forma, mesmo que indireta, de aumentar seu poder dentro da Embraer. O governo Lula não esconde de ninguém que pretende ter maior influência na condução da companhia, para além dos direitos que lhe são garantidos pela golden share detida pela União. Recentemente, o próprio BNDES, dono de 5,4% do capital da companhia, trabalhou para emplacar um representante no Conselho de Administração. O eleito foi Marcio Rosa, atual secretário-executivo do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC) e nome de confiança do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.
Política externa
Lula pretende ir à Índia com um olho na África do Sul
30/05/2023De primeira: segundo uma fonte do Itamaraty, no recente encontro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante a reunião de cúpula do G7, Lula comprometeu-se a fazer uma visita oficial ao país no segundo semestre. A agenda da viagem vai girar em torno da retomada do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul, o Ibas. Para Lula, é quase uma questão autoral em meio à política externa brasileira. O petista teve protagonismo nas tratativas que levaram à criação do Ibas, em 2003, exatamente no início de seu primeiro mandato. Formalmente, o Fórum de Diálogo nunca deixou de existir. Mas foi quase que totalmente abandonado no governo Bolsonaro. Em março, durante conversa telefônica com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Lula tratou também da revitalização do bloco trilateral.
Em tempo: neste momento, nenhuma outra empresa brasileira tem mais a ganhar com a aproximação entre Lula e o governo de Narendra Modi do que a Embraer. A companhia está em avançadas tratativas com as Forças Armadas indianas para o fornecimento de um lote de até 80 cargueiros militares KC-390. Para além desse acordo comercial, a Embraer tem interesses ainda maiores na Índia: o projeto de instalar uma fábrica de aviões regionais no país, ao lado de investidores locais.
Negócios
Venda de aviões militares da Embraer sobrevoa agenda diplomática com a Colômbia
9/01/2023Além da questão da Amazônia, a agenda diplomática do governo Lula com a Colômbia passa também pela área de Defesa. O Itamaraty trata como prioridade acelerar as negociações para a venda de um lote de aeronaves Super Tucano, da Embraer, para a Força Aérea colombiana. As tratativas em torno do fornecimento do modelo militar EMB-314 se arrastam há quase dois anos. Do ponto de vista geoeconômico, o contrato é fundamental não apenas para a Embraer, mas para a indústria brasileira de Defesa. A empresa de São José dos Campos tem uma posição importante no mercado colombiano de aviões militares. A Força Aérea do país vizinho conta com 14 aviões EMB-312 Tucano e 24 aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, estes últimos entregues em 2008. No entanto, nos últimos anos, a Embraer perdeu espaço para a norte-americana Beechcraft Corporation, contemplada na última grande aquisição feita pela Aeronáutica colombiana – oito aeronaves de treinamento avançado T-6C Texan II.
Negócios
Embraer tenta recuperar altitude no mercado de Defesa
6/12/2022A Embraer Defesa e Segurança está perto de fechar a venda de cinco aeronaves C-390 para a Força Aérea da Holanda. Na paralela, há tratativas também para a comercialização de aeronaves militares às Forças Armadas de Portugal. A Embraer conta com esses dois negócios para dar uma chacoalhada nas expectativas do mercado em relação ao seu braço de Defesa. No terceiro trimestre deste ano, este foi o único segmento da companhia que registrou queda de receita. E não foi uma queda qualquer: o resultado foi 42% inferior ao registrado em igual período em 2021.
Negócios
Empréstimo da Embraer já estava “precificado”
18/11/2022Corre no mercado que um grande banco de investimento brasileiro entrou pesado na ponta compradora de ações da Embraer na quinta e sexta-feira da semana passada. Nesses dois dias, a média de negócios com o papel foi de R$ 184 milhões. Esse valor foi 74% superior à média do volume movimentado nos dez pregões anteriores (R$ 105,6 milhões). A forte investida da instituição financeira chamou ainda mais a atenção do mercado pelo seu, digamos assim, poder preditivo: na segunda-feira seguinte, dia 14, o BNDES anunciaria um empréstimo de R$ 2,2 bilhões à Embraer. Desde a quinta passada, dia 10, quando o premonitório banco iniciou a pescaria de ações, o papel acumula uma alta de 12%.
Negócios
Contrato na Embraer
24/10/2022A Embraer mantém tratativas com a polonesa Lot para a venda de aeronaves modelo E195-E2. A Airbus também está na disputa. A Embraer leva uma vantagem: a Lot é a única companhia do mundo que opera com os quatro modelos E-Jets da primeira geração da fabricante brasileira -E170, E175, E190 e E195.
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Elétrico, pero no mucho
9/09/2022A Eve, leia-se Embraer, está em conversações com Saudia, companhia aérea da Arábia Saudita, para a venda do “carro voador” eVTOLs. As negociações se dão no âmbito do acordo com a britânica BAE Systems para a busca de mercados no Oriente Médio. Por ora, a Eve é um “quase” sucesso: já soma cartas de intenção para a venda de mais de dois mil eVTOLs. Mas pedido firme que é bom, até agora nada.
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Embraer quer pousar seus veículos elétricos na China
11/08/2022O RR apurou que a Embraer planeja montar uma joint venture na China voltada à fabricação e comercialização de eVTOLs – veículos elétricos de decolagem e pouso vertical. De acordo com a mesma fonte, um dos caminhos aventados seria um parceria com a Aviation Industry Corporation of China (Avic), de quem a empresa brasileira já foi sócia na produção de jatos executivos. A Avic também tem feito estudos para desenvolver modelos de eVTOL, por meio da China Aviation Industry General Aircraft, sua subsidiária. A direção da Embraer trata a associação com um grupo chinês como um movimento fundamental para alavancar as vendas do seu futuro veículo elétrico, uma espécie de passaporte não apenas para o mercado local, mas para outros países da Ásia. A investida faz parte de um projeto maior da Embraer de iniciar também a produção de jatos regionais na China – ver RR de 4 de abril. Consultada, a companhia não se pronunciou. A carteira comercial da Eve – a subsidiária da Embraer responsável pela produção dos eVTOLs – soma aproximadamente 1,1 mil pedidos. Além do foco na China, a companhia aposta também em parcerias para o desenvolvimento de produtos segmentados. É o caso do recente acordo firmado com a britânica BAE Systems, voltado ao desenvolvimento de variantes do “carro voador” para o setor de defesa. A associação já nasceu com uma encomenda potencial de 150 aeronaves.
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Combustível verde
2/08/2022A Raízen pretende investir em startups dedicadas ao desenvolvimento de combustíveis verdes. Tem tudo a ver com um dos grandes projetos em curso na empresa: a parceria com a Embraer para a produção de um querosene de aviação sustentável.
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Embraer busca um bilhete na Índia
7/07/2022A Embraer está em conversações com a indiana Star Air para a venda de um lote de aeronaves da linha E-2, de até 144 passageiros. A companhia aérea já utiliza uma família anterior de aviões da fabricante brasileira, a ERJ-145. Ainda assim, a tratativa comercial não é simples. A Embraer enfrenta uma concorrência cada vez mais acirrada da estatal Commercial Aircraft Corp. of China (Comac) no mercado asiático. A Comac tem investido pesado na produção de jatos de 90 a 170 passageiros.
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Voando baixo
21/06/2022Ontem, circulava no mercado a informação de que a Embraer prepara um novo programa de recompra de ações – apenas sete meses após a última aquisição de papéis em bolsa. Desde janeiro, a ação acumula uma queda de 56%.
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Crise da Avibras deixa militares em estado de alerta
5/05/2022Uma fonte da cúpula militar informou que a crise financeira da Avibras está sendo discutida nas esferas mais altas das Forças Armadas. Entre o oficialato, cresce o entendimento de que muito provavelmente o governo terá de atuar na busca de soluções para a empresa controlada pelos herdeiros do empresário João Verdi de Carvalho Leite. De acordo com a mesma fonte, há pelo menos três cenários sobre a mesa. Uma das hipóteses seria pendurar a Avibras na Embraer Defesa, movimento este que teria de contar com algum apoio financeiro do Estado.
Outra ideia seria empurrar a companhia para dentro da Aeronáutica. A terceira possibilidade aventada é uma fusão da Avibras com a Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), transformando a empresa em uma subsidiária do Exército. Ou seja: as duas últimas propostas passam pela estatização da Avibras, com a sua incorporação pelas próprias Forças Armadas. Ainda que sob o guarda-chuva do Estado, uma possível fusão com a Imbel não seria nada muito diferente do que acontece na indústria de Defesa, em que há um processo de consolidação – vide a associação entre Taurus e CBC.
Procurados pelo RR, o Exército e a Aeronáutica não se pronunciaram. Avibras e Embraer também não se manifestaram. A atenção dos militares à questão é proporcional à importância dos projetos tocados pela Avibras para as Forças Armadas. Há uma preocupação de que a situação delicada da empresa afete o ritmo de entregas de encomendas para a corporação. Entre outros, a Avibras é responsável por um dos principais programas de modernização da área de Defesa, o Astros 2020, novo sistema de artilharia e mísseis do Exército Brasileiro. Dividido em várias etapas, o projeto prevê entregas até o ano que vem. Entre os militares existe também o receio de que a crise da Avibras possa provocar um efeito-cascata sobre outros players da indústria brasileira de Defesa, dado o ecossistema de fornecedores que orbitam ao seu redor.
A relevância da Avibras para o setor passa ainda pelo capital humano. A empresa tem um importante papel na formação de quadros técnicos para a área de Defesa. Outro fator que aumenta a preocupação das Forças Armadas em relação à Avibras é a recorrência com que a empresa enfrenta turbulências financeiras. Nos últimos 30 anos, a companhia atravessou praticamente uma grande crise por década. No início dos anos 90, chegou a pedir concordata. Em 2008, entrou em recuperação judicial, que durou dois anos. Em março deste ano, com uma dívida da ordem de R$ 570 milhões, protocolou novo pedido de recuperação judicial. Além disso, suspendeu o contrato de trabalho de 570 funcionários.
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Embraer traça seu plano de voo para voltar à China
4/04/2022O RR apurou que a Embraer planeja retomar a produção de aeronaves na China. O projeto sobre a mesa passa pela fabricação do jato comercial E2, uma evolução do E-190, por meio de uma joint venture com um parceiro local. De acordo com uma fonte ligada à empresa, o principal candidato é a Comac (Commercial Aircraft Corporation of China), que chegou a ser cogitada como eventual compradora da própria Embraer após o rompimento da associação com a Boeing, em 2020.
Segundo informações apuradas pelo RR nos meios militares, a operação conta com a simpatia das Forças Armadas. Do ponto de vista geoeconômico, há uma oportunidade de ocupação de espaço, potencializada pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia e suas consequências sobre o setor.
No rastro do ataque à Ucrânia, as sanções internacionais impostas à Rússia podem deixar um vácuo comercial no mercado de aviões na Ásia. A região é um dos principais compradores do Sukhoi Superjet 100 (SSJ100), aeronave regional de até 100 passageiros produzida pela russa Sukhoi. Ressalte-se que, nos próximos anos, nenhum outro país do mundo vai adquirir mais aviões do que a própria China. Estimativas do setor apontam que, até 2040, os chineses vão demandar mais de 1,5 mil jatos de até 150 lugares.
Retomar a produção no país asiático devolveria à fabricante brasileira uma posição estratégica nesse jogo, perdida há cerca de cinco anos, com a hibernação da Harbin Embraer Aircraft Industry, joint venture criada com a Avic (Aviation Industry Corporation of China). Vento que sopra lá, sopra cá. Do lado da Comac, por sua vez, a aliança com a Embraer permitiria mitigar um grave problema: a dificuldade de certificação internacional das suas aeronaves.
A indústria aérea chinesa enfrenta notórios percalços na homologação de seus projetos, ao contrário da Embraer, conhecida no mercado pela capacidade de adequação de suas aeronaves a padrões internacionais. Consultada sobre os planos de voltar a produzir na China, a Embraer não quis se manifestar. O fato é que o projeto, de certa forma, marcaria o fim de um complexo período de transição da companhia.
Ou melhor, de “destransição”. A empresa ficou praticamente parada por quatro anos: passou dois anos se preparando para ser Boeing e outros dois para deixar de ser. Vários funcionários deslocados para os Estados Unidos tiveram de ser reinternalizados. Havia projetos conjuntos sendo desenvolvidos em Eugenio de Melo, distrito de São José dos Campos, aos quais pouquíssimos engenheiros do lado brasileiro tinham acesso; a primazia era quase toda de profissionais da Boeing. Como se diz dentro da própria fabricante brasileira, só agora a Embraer está voltando a ser Embraer.
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Guerra na Europa respinga no programa nuclear brasileiro
28/03/2022Os Altos Comandos militares estão debruçados sobre os conflitos na Europa e suas possíveis consequências para o programa nuclear brasileiro. A leitura nas Forças Armadas é que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode colocar em risco a continuidade da parceria entre a Eletronuclear e a Rosatom, a estatal russa de energia atômica. Em setembro do ano passado, os governos dos dois países firmaram um memorando de entendimentos para a construção e manutenção de usinas nucleares.
Ocorre que, no cenário mais radical, os militares já contemplam a hipótese de suspensão do acordo por pressão de outras potências internacionais, notadamente países com interesses estratégicos na área de Defesa no Brasil. É o caso da França e da Alemanha. Os franceses são parceiros do Programa de Submarinos da Marinha, o Prosub, que inclui a construção da primeira embarcação nuclear desse tipo no país. Por sua vez, a alemã ThyssenKrupp atua ao lado da Embraer Defesa na construção de quatro fragatas da classe Tamandaré para a Força Naval brasileira.
Entre os militares, a percepção é de que escolhas terão de ser feitas. Na atual circunstância a coabitação entre essas diferentes parcerias internacionais. No caso de uma ruptura do acordo com a Rosatom, seria mais uma freada nos planos do governo de concluir a construção de Angra 3. Nos últimos meses, as tratativas com os russos evoluíram para a entrada da companhia no projeto, questão, inclusive, discutida no recente encontro de Jair Bolsonaro e Vladimir Putin em Moscou. Segundo o RR apurou, há, inclusive, uma visita de representantes da estatal russa ao complexo de usinas de Angra dos Reis pré-agendada para o mês de maio.
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Mais uma turbulência
1/02/2022Guardadas as devidas proporções, há uma nova Itapemirim no radar da ANAC. A companhia aérea boliviana Amaszonas tem cancelado voos entre Guarulhos e Santa Cruz de La Sierra. O RR teve a informação ainda de que a empresa corre o risco de perder duas aeronaves E190, da Embraer, por atraso no pagamento do leasing. Na Bolívia, a Amaszonas acumula dívidas com fornecedores e operadores aeroportuários.
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Embraer na China
24/01/2022A Embraer está negociando a venda de um lote de aeronaves da linha E-Jets para a China.
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Estrangeiros no céu da Embraer
18/11/2021Existem fundos estrangeiros sobrevoando a Embraer. A empresa precisa de dinheiro novo para enfrentar o rally da concorrência pelo mercado de aviões elétricos.
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Velocidade de cruzeiro
6/10/2021Segundo o RR apurou, a Embraer mantém tratativas com a China Southern Airlines para a venda de um novo lote de aeronaves do modelo E-190.
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Show room
9/09/2021A Embraer vislumbra uma oportunidade comercial no exercício militar de cooperação internacional que será realizado amanhã, na Colômbia. Ao todo, 21 países participarão da operação de treinamento, que utilizará o cargueiro militar KC 390 Millenium, fabricado pela empresa brasileira. Consultada, a Embraer disse que “não comenta possibilidade de negócio”.
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Velocidade de cruzeiro
13/08/2021A Embraer estaria em conversações com a American Airlines para a venda de um novo lote de aeronaves E175. Em 2018, a companhia aérea norte-americana comprou 15 jatos desse modelo.
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Voo rasante
7/06/2021A Embraer estaria negociando com a norte-americana Republic Airways a venda de um lote de aeronaves E175. A companhia aérea é um dos maiores compradores de jatos da fabricante brasileira: são mais de 200 aviões em sua frota. Consultada, a Embraer informou que “não comenta possibilidade de negócios”.
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Embraer volta ao radar da diplomacia brasileira
9/04/2021A demissão de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores reacendeu uma luz no painel da Embraer. Segundo informações auscultadas pelo RR no Itamaraty, o novo chanceler, Carlos Alberto França, está disposto a reabrir conversações no âmbito da OMC em torno da fixação de novas regras multilaterais para a concessão de subsídios do governo ao setor de aviação. O assunto é uma batalha aérea de parte a parte. Assim como a Embraer se queixa de subvenções para concorrentes, sobretudo a Bombardier, há um incômodo lá fora por conta das relações viscerais entre a empresa e o BNDES. O banco costuma financiar a venda de produtos da companhia, de jatinhos a aviões maiores. No início deste ano, por exemplo, o BNDES aprovou uma linha de crédito de R$ 450 milhões para a Embraer, mais precisamente para a exportação de aeronaves modelo E175 à norte-americana SkyWest Airlines. Por essas e outras, no exterior há quem veja a fabricante brasileira como uma “semiestatal”, com garantia de financiamento do governo – ainda que indiretamente – a taxas, no mínimo, competitivas.
Trata-se de uma questão complexa, dada a miríade de interesses comerciais cruzados, envolvendo países como França, China e Rússia. Além da Airbus – principal adversária da Embraer após assumir a divisão de jatos regionais da Bombardier -, a chinesa Comac e a russa Sukhoi despontam como ameaças emergentes à empresa brasileira. Ambas aditivadas com subsídios governamentais de alta octanagem. Ainda assim, cabe lembrar que existe um experimento diplomático razoavelmente bem-sucedido nessa área: o Entendimento Setorial sobre Aviação Civil (ASU), firmado na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2007, considerado um tento da diplomacia brasileira. Embora não seja membro da OCDE, o país participou do acordo, renovado quatro anos depois.
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Por falar em Itamaraty: a primeira missão – ou embate – de Carlos Alberto França nas Relações Exteriores está prevista para a próxima segunda-feira. França levará para a reunião do Mercosul a proposta de redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco econômico. Segundo o RR apurou, mesmo com a resistência do Paraguai e, sobretudo, da Argentina, o governo brasileiro vai defender o corte da TEC entre 15% e 20%. O projeto está sendo alinhavado pelo Ministério da Economia, mais precisamente pela equipe do secretário especial de Comércio Exterior, Roberto Fendt.
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No radar
12/03/2021Segundo fonte próxima à empresa, a Azul teria planos de ampliar sua frota. Já estaria em conversas preliminares com a Embraer. Consultada pelo RR, a Azul disse “não confirmar a informação”. A Embraer, por sua vez, afirmou que “não comenta possibilidades de negócios”.
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Decolagem
8/12/2020Segundo informações filtradas junto à própria Embraer, a companhia já soma oito pedidos firmes pelo Praetor 600, seu mais novo jato executivo.
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Embraer ainda pisca o olho para Boeing
2/10/2020O rompimento do acordo com a Boeing deixou a Embraer com a turbina pinada. Todo o planejamento estratégico da empresa estava centrado na joint venture e foi para o espaço. Mas permanece na cúpula o propósito de associação com algum fabricante estrangeiro. O sonho de casamento com a Boeing, porém, ainda não foi desfeito. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Almeida, é o primeiro a apostar que as núpcias ainda podem ser reatadas.
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Embraer recorre ao velho dono enquanto o novo não surge
28/07/2020A Embraer está voltando ao útero materno. A empresa vai bater novamente à porta do BNDES. O rompimento do acordo com a Boeing e a pandemia, com os consequentes atrasos na entrega de pedidos, formaram a tempestade perfeita. Até que as nuvens se dissipem, a empresa não vê outra saída se não buscar o calor e a segurança do ventre do Estado, seu ex-controlador, combinado a novas linhas de crédito de bancos privados. Mesmo porque o que já está ruim pode piorar. Entre os executivos da Embraer e os fornecedores, há um crescente temor com o risco de cancelamento de encomendas, o que provocaria um efeito-dominó sobre toda a cadeia de produção em torno da empresa – em São José dos Campos, são mais de quatro mil empregos diretos.
A Embraer já acusa as primeiras sequelas mais sérias do coronavírus: no primeiro semestre deste ano, apenas 17 aeronaves foram entregues, um terço do volume registrado entre janeiro e junho de 2019. Não por acaso, somente no primeiro trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 1,2 bilhão. A busca por crédito é um remédio apenas para o curto prazo. Na Embraer, o consenso é de que o longo prazo só será equacionado quando o vazio deixado pela Boeing na aviação comercial for preenchido. O novo CEO da área, o holandês Arjan Meiker, se debruça sobre o tabuleiro internacional em busca de um parceiro. O cancelamento da venda para a Boeing deixou a fabricante brasileira em corner, com um leque de opções reduzidas e menos atrativas.
A Airbus já tem a Bombardier. Não precisa mais da Embraer. O caminho, portanto, aponta para o Oriente. Na China, uma hipótese seria um acordo com a Comac. A empresa conta com farta ajuda do governo chinês. O problema é que sua atuação está praticamente restrita ao mercado local, que responde por 90% das suas vendas. Uma alternativa seria uma associação com a japonesa Mitsubishi. A companhia está desenvolvendo uma linha de aviões comerciais de menor porte, o Jet Star. Já gastou mais de US$ 6 bilhões no projeto. No entanto, o programa está sete anos atrasado. A Mitsubishi enfrenta ainda dificuldades na certificação internacional de suas aeronaves. Esse é justamente uma das grandes specialidades da Embraer. Os sinais que vêm do mercado internacional aumentam a apreensão. As duas grandes concorrentes globais da Embraer já amargam a suspensão de pedidos.
A Boeing acumula o cancelamento de 307 aeronaves. Na Airbus, são 67 encomendas suspensas. A diferença entre o trio é o lastro financeiro obtido por cada um em meio à pandemia. A Boeing levantou US$ 25 bilhões em uma oferta de títulos. E ainda tem como a possibilidade de recorrer à linha de crédito de US$ 17 bilhões aberta pelo governo dos EUA para o setor aeroespacial. Já a Airbus conseguiu um financiamento de 15 bilhões de euros. A Embraer, por sua vez, só teve até o momento a linha de US$ 600 milhões disponibilizada pelo BNDES e por um pool de bancos privados. Consultada sobre tratativas para um novo empréstimo da agência de fomento, a empresa não se pronunciou. A Embraer também não revelou se já teve alguma encomenda cancelada. A companhia informou que “tem hoje um backlog de US$ 15,4 bilhões, que corresponde a encomendas firmes” e que “na aviação comercial, acreditamos que os jatos regionais liderarão a recuperação do setor”.
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Pandemia e Amazônia pesam sobre orçamento militar
14/07/2020As novas “prioridades” impostas às Forças Armadas ameaçam reduzir ainda mais os já limitados recursos disponíveis para a execução de projetos estratégicos da área de Defesa. A pandemia e o desmatamento na Amazônia já teriam custado ao Exército, Aeronáutica e Marinha algo próximo a R$ 500 milhões – fora a dotação orçamentária adicional de R$ 1 bilhão liberada pela equipe econômica para o enfrentamento do coronavírus. A cifra inclui os gastos operacionais com os mais de 30 mil homens das três Forças que dão apoio às ações de combate à Covid-19.
Neste momento, por exemplo, uma parte desse contingente está sendo deslocada para reservas indígenas, como as aldeias Xingu e Yanomami. No caso da Operação Verde Amarelo, são cerca de oito mil soldados engajados na contenção de incêndios na Amazônia. Em dois meses da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região, estima-se que as despesas girem em torno dos R$ 120 milhões. Procurado, o Ministério da Defesa não se pronunciou. Um gasto extra de R$ 500 milhões pode parecer pequeno diante do orçamento do Ministério da Defesa para este ano, aproximadamente R$ 103 bilhões.
No entanto, é preciso ressaltar que cerca de 90% deste valor estão engessados com o pagamento de pessoal (cerca de R$ 80 bilhões) e com o custeio operacional (outros R$ 13 bilhões). O dinheiro sem rubrica obrigatória não passa de R$ 10 bilhões. É o que sobra para todos os investimentos da área de Defesa. Sem uma dotação orçamentária extra, algo pouco provável na atual circunstância, Exército, Aeronáutica e Marinha deverão ser forçados a rever investimentos e cronogramas. Dos principais projetos das Forças Armadas, um dos poucos razoavelmente cobertos é a compra de quatro fragatas classe Tamandaré, orçado em R$ 9 bilhões.
Ainda assim, o primeiro grande contrato da área militar no governo Bolsonaro só foi assinado depois de uma complexa engenharia contábil: a União fez um aporte direto de R$ 4,25 bilhões na Emgeprom (Empresa Gerencial de Projetos Navais), vinculada à Marinha. Outros projetos estratégicos, no entanto, andam a passos lentos. É o caso da aquisição, pela Força Aérea, de 28 KC390, cargueiro militar desenvolvido pela Embraer. O custo total beira os R$ 12 bilhões.
No perverso ranking dos investimentos que já estouraram todos os cronogramas, um dos líderes é o Sisfron, o novo sistema de vigilância de fronteiras. Sua implantação completa, originalmente prevista para 2022, já foi adiada para 2035. Dos mais de R$ 11 bilhões necessários, até o momento apenas R$ 400 milhões teriam sido liberados.
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Turbulência
26/03/2020Efeitos da crise: a companhia aérea Boliviana Amazonas (BOA) já sinalizou à Embraer que vai cancelar a compra de dois aviões EMB 190, com entrega prevista para dezembro. Tamanho da perda para a fabricante brasileira: algo em torno de US$ 120 milhões.
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Perda de altitude
13/01/2020Segundo um alto executivo da Embraer, todas as discussões sobre projetos conjuntos com a Boeing na aviação comercial teriam sido congeladas. A medida teria partido dos próprios norte-americanos, como consequência da gravíssima crise do grupo, que levou à demissão do CEO global, Dennis Muilenburg. Procurada, a Embraer nega atrasos nos projetos, assim como qualquer impacto da delicada situação financeira da Boeing sobre a fusão entre as duas empresas. Ressalte-se que o negócio ainda aguarda pela aprovação da União Europeia e do Cade. Aliás, depois de tudo que está acontecendo com a Boeing, cabe a pergunta: por que mesmo a operação continua de pé?
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Quebrando
18/12/2019Acredite se quiser: a Boeing está quebrando. Sem a ajuda do governo dos EUA, vai à falência. Deus é brasileiro! Foi antes de concluir a compra da Embraer.
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O novo pouso do KC 390
24/10/2019A Embraer estaria em tratativas com a Força Aérea da Áustria para a venda de um lote do cargueiro militar KC-390. A companhia já fechou um contrato de 827 milhões de euros com o governo de Portugal para a entrega de cinco aeronaves.
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BNDES ainda é o banco do desenvolvimento nacional?
21/08/2019O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deveria desviar sua mira dos empresários que compraram jatinhos com financiamentos do banco – afinal, quem compra jatinho são empresários – e colocar foco na produtora dos jatinhos. Bingo para quem falou Embraer. Aos neófitos vale o esclarecimento sobre a informação que Montezano se esmerou em deixar em terceiro plano: a linha de financiamento do BNDES para compra das aeronaves tem sido há vários anos um dos seus diferenciais de competitividade. Sem esses recursos, a Embraer perderia mercado para seus rivais, a exemplo da Bombardier, que teria condições de financiamento bem mais generosas para as três linhas que negocia no Brasil: Learjet, Challenger e Global. Certamente, a Embraer não teria chegado aonde chegou sem essa “parceria” com o banco. Todo mundo sabe disso no mercado de aviação executiva. E ao que consta, mesmo para o credo liberal, não é nenhum desatino uma agência de fomento financiar a comercialização dos produtos da companhia nacional – por enquanto – com o maior coeficiente tecnológico agregado. Essa história de caixa preta já está fazendo mal a todo mundo. Depois de empréstimo “não validado” à JBS, lá nos idos de 2005 – que todo mundo sabia, o TCU já tinha aprovado, e para o qual o banco já havia preparado sua argumentação considerando a operação lisa – agora surgem os jatos da Embraer como suspeita de comportamento inadequado. Fica um singelo conselho: melhor todo mundo começar a trabalhar e deixar essa “caixa malsinada” para quem não tem o que fazer a não ser ameaçar moinhos de vento.
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Neymar é uma festa
16/08/2019Neymar flerta com um novo modelo do Legacy, jatinho produzido pela Embraer. O brinquedinho custa em torno de US$ 28 milhões. O avião chegaria para preencher um vazio na vida do craque. Em abril, a Receita bloqueou um Cessna Citation 680, de propriedade de Neymar, além um helicóptero, como garantia de uma multa de R$ 69 milhões por sonegação fiscal.
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Antidiplomacia
6/08/2019Os generais do Palácio do Planalto defendem que a assinatura da venda de cinco cargueiros militares KC390, da Embraer, para Portugal, pede uma celebração especial, com a presença de Jair Bolsonaro. Trata-se da primeira encomenda do mercado europeu. O problema é convencer o Capitão a dividir os holofotes com o socialista António Costa, primeiro-ministro português.
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Internacional direitista
19/07/2019A Embraer estaria em negociações avançadas para a venda de um lote de cargueiros militares KC 390 para a Hungria. A se confirmar, já se pode prever uma grande celebração da direita internacional, com as presenças de Jair Bolsonaro e Viktor Orbán.
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“Embraer News”
21/05/2019Até o fim do mês, serão anunciados a estrutura de gestão e o nome da joint venture formada pela Embraer e pela Boeing exclusivamente para a fabricação do cargueiro militar KC-390. O batismo deverá ser celebrado com a venda de cinco aeronaves para as Forças Armadas de Portugal.
…
A “Boeing Embraer” bateu o martelo: José Serrador Neto ocupará o nevrálgico cargo de diretor de relações institucionais da nova companhia no Brasil. Nesse ramo, antiguidade é posto: há dez anos, Serrador é o vaso comunicante da Embraer com o Poder.
Saúde
Raul Calfat, que deixou a presidência do Conselho da Votorantim depois de 27 anos no grupo, estaria se juntando a outros investidores na montagem de um fundo de private equity. Calfat é conselheiro de empresas como Embraer e Duratex.
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Decolagem autorizada
10/01/2019Com a “ameaça Bolsonaro” debelada – o Capitão descartou brecar a fusão –, o RR apurou que a Embraer pretende realizar na primeira quinzena de março a assembleia extraordinária de acionistas que baterá o martelo sobre a fusão com a Boeing.
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Antes, Embraer e Boeing vão fazer, digamos assim, diplomacia: estão organizandoa visita de uma comitiva de autoridades brasileiras aos headquarters de Chicago.
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Boeing e Airbus duelam por Neeleman
17/08/2018O empresário David Neeleman está no centro de uma das mais ferozes disputas comerciais do planeta. A Embraer/Boeing vem tentando invadir o espaço aéreo da Airbus/Bombardier e atravessar o acordo feito por esta última para a venda de 60 jatos à nova companhia de aviação que Neeleman está criando nos Estados Unidos. Esse jogo nervoso ganhou novos contornos com a venda da fabricante brasileira. Com a Embraer, a Boeing passa a ter uma posição privilegiada de negociação com Neeleman. A empresa de São José dos Campos tem praticamente cadeira cativa na frota da Azul. Recentemente, o próprio CEO da companhia, John Rodgerson, disse que “não existe a menor possibilidade de a Azul comprar um jato da Airbus/Bombardier”.
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Faltam 91 dias
26/07/2018A Boeing e a Embraer decidiram seguir “piano piano” o seu projeto. Está tudo pronto para a aquisição da companhia nacional. Mas é prudente atravessar o mês de outubro.
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Venda da Embraer é o epitáfio da golden share
11/07/2018O instituto da golden share está prestes a levar uma cutelada casuística do governo brasileiro. Trata-se de medida complexa, encomendada pelo ex-ministro da Fazenda e candidato do próprio ego à presidência Henrique Meirelles. A reunião do TCU sobre a venda das ações de classe especial, inicialmente marcada para hoje, foi adiada para semana que vem. Mas como negociar as golden share sem exterminar com a primazia do Estado e os direitos excepcionais carimbados no título? O assunto está quebrando a cabeça dos técnicos.
Até prova em contrário, a Lei no 8.031, de 1990, continua validando as ações especiais. Na dúvida, diriam confrades acacianos, liquide-se a Lei. Mas há outras interrogações. A regra será para todas as velhas golden share (Vale, IRB e Embraer) ou contemplará uma regulação exclusiva para as novas? Nesta última hipótese, as ações de controle da União passariam a ter um estatuto próprio, híbrido, caso a caso? Com relação à Embraer, imagina-se que o propósito seria negociar em mercado os títulos de classe especial referentes à “Embraer USA” (parte adquirida pela Boeing), pagando adicionalmente um capilé ao governo. Em tempo, não há modelo de precificação de golden share, até porque elas não existem para serem negociadas no mercado.
Do split da atual companhia surgiria a “Embraer do B”, que assumiria as áreas de defesa e aviação executiva. Esta nova empresa estaria submetida ao regime de golden share, mas não se sabe se seria mantido o estatuto da antiga Embraer, um novo com as exigências recauchutadas, ou criada uma geração de ações de classe especial, com licença para morrer desde o seu nascedouro. Qualquer que seja a solução, já existem duas certezas: a decisão é oportunista, pois atende às exigências do acordo de venda da Embraer, e traz contida uma posição de renúncia do Estado em relação à influência no destino dos ativos privatizados.
No novo ambiente institucional e jurídico, o conceito de empresa estratégica passa a constar do dicionário de letras mortas da República. Não só a Embraer, mas a Vale em especial será atingida com a medida. A mineradora tem restrições para a tomada de uma série de decisões, tais como a mudança do seu nome e a transferência da sede para outro país. A Vale, por sinal, foi o berço da discussão sobre a golden share no Brasil. Em pleno programa de privatizações do governo FHC, mesmo sendo candidato à compra da empresa, Antônio Ermírio de Moraes perfilava-se entre os favoráveis à causa.
A ideia de bater bumbo a favor das golden share junto aos setores que resistiam a uma possível desnacionalização da companhia nasceu de uma inusitada reunião, em discreto apartamento no início da Praia do Flamengo, entre o então presidente da mineradora, Eliezer Batista, e o prefeito Cesar Maia, ambos contrários à venda da empresa. A tentativa anterior de Eliezer para brecar ou pelo menos alterar a privatização tinha sido vazar na mídia – no Estado de S. Paulo – o patrimônio mineral da Docegeo, subsidiária da Vale do Rio Doce, um verdadeiro segredo de Estado, onde estavam pendurados os valiosos alvarás de pesquisa e lavra da companhia. Essa montanha de jazidas e áreas de pesquisa mineralógicas não foi inclusa no preço de venda da então chamada CVRD. O inimigo de primeira hora de Eliezer foi o BNDES privatista da gestão FHC, que identificou no silencioso tecnocrata um perigoso adversário.
Por outro lado, as Forças Armadas se tornariam imediatamente simpáticas àquela proposta, de certo modo intervencionista, de certo modo liberal – foi Margaret Thatcher quem criou as golden share como ações preferenciais resgatáveis, em 1979, para viabilizar o programa de privatização arrasa-quarteirão do Reino Unido. Se ontem fosse hoje, a Vale seria esquartejada, a exemplo da Embraer, e teria a sede do seu filé mignon transferida para a Austrália. A julgar pelo andamento da carruagem, a licença para morrer das golden share de última geração poderá ser utilizada logo mais à frente na privatização da Eletrobras, e muito mais. Tudo se tornou radicalmente possível.
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Ciro Gomes aponta suas baterias para a “desnacionalização” da Embraer
6/07/2018Se seguir os mesmos critérios anunciados para a venda das áreas do pré-sal ao capital estrangeiro, Ciro Gomes, caso eleito, vai rasgar o acordo que vem sendo costurado entre a Embraer e a Boeing. No caso das reservas petrolíferas, Ciro disse que expropriaria os campos negociados, ressarcindo os compradores. O presidenciável já afirmou em outras oportunidades que considera a fabricante de aeronaves uma empresa estratégica na indústria nacional. A aquisição da Embraer com pele de fusão, na visão do candidato, é muito mais grave do que se a Vale fosse alienada para o capital estrangeiro. A associação da Embraer com a Boeing, entretanto, está bem mais “hedgeada”, digamos assim, do que as negociações do pré-sal. A criação da mega companhia aérea tem o aval das Forças Armadas, ou, para ser mais preciso, do Comando da Aeronáutica. O mais provável, portanto, é que Ciro acomode a porção mais radical do seu discurso e não busque qualquer pugilato com os militares. Até porque o candidato comenta a boca pequena que não conseguirá implementar as reformas necessárias sem o amparo das Forças Armadas. Na sua concepção, elas desempenhariam um papel de Poder Moderador, permitindo que o Executivo se aprume e leve à frente as medidas estruturantes.
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O looping da Embraer
22/03/2018O presidente Michel Temer já ultrapassou a linha dos 50% de probabilidade de vetar a compra da Embraer pela Boeing. Sua inspiração é a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impedir a compra da Qualcomm pela Broadcom, de Cingapura. Os analistas do mercado de aviação, entretanto, acham que a motivação é puramente eleitoral. Trump pelo menos alega questões de segurança nacional. Se reeleito, o Temer em estado puro bem poderia recuar e permitir o negócio. Mas aí o timing já teria passado. Digamos, no entanto, que o presidente deixe rolar o barco e a Boeing compre a Embraer: os norte-americanos, então, terão de torcer para que Ciro Gomes não venha a se eleger. O candidato do PDT já disse que “a Embraer, eu vou tomar de volta”.
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Governo arma uma arapuca com as golden share
24/01/2018O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pretende fazer o Congresso comer da farinha do engodo, constituída de pedacinhos da golden share. Essas ações de classe especial permitem ao governo intervir na gestão das empresas em casos de liquidação, modificação de objetos, das sedes e da denominação. A função mais enaltecida da golden share é a de que ela pode evitar a desnacionalização das companhias privatizadas. O governo tem uma penca dessas ações na Vale, na Embraer e no IRB. Quer socá-las todas no pilão de forma que cheguem a uma consistência tão fina que um simples sopro as empurre para o esquecimento.
A ideia é se desfazer delas todas, especialmente as que serão criadas com a futura venda da Eletrobras. O embuste do governo é usar as golden share para aprovar a privatização da Eletrobras no Congresso, enquanto, simultaneamente, se prepara para transformá-las em títulos negociáveis, reduzir o seu poder de interferência ou simplesmente sumir com elas. Há precisamente 94 dias, o governo encaminhou consulta ao Tribunal de Contas da União sobre a probabilidade de venda das ações ou até o extermínio delas. Consultado, o TCU informa que “não há, até o momento, deliberação em relação à consulta realizada pelo Ministério da Fazenda sobre a extinção dos direitos conferidos pelas golden share”. Esclarece ainda que “o processo recebeu instrução na unidade técnica incumbida e atualmente está em análise no âmbito do Ministério Público junto ao TCU”.
Neste caso, cabe ressaltar que as negociações entre a Embraer e a Boeing colocaram em banho-maria as tratativas entre o governo e o Tribunal de Contas. Outra questão, noves fora fator soberania, é o retorno financeiro da União, já que essa classe especial de ações possui prerrogativas que exigem uma valoração diferenciada. Desde a privatização da Vale, os diversos governos tentam exterminar as golden share, medida que lubrificaria a venda das estatais. Meirelles está levando ao Congresso um discurso que prevê a manutenção desta modalidade de ação. Para convencer os parlamentares de que a Eletrobras precisa ser privatizada com urgência, dá-se como garantia as ações especiais que mantêm o controle das decisões estratégicas nas mãos do Estado.
Nada contra a venda da Eletrobras, mas tudo contra o logro. São as golden share que garantem a ingerência sobre as companhias públicas desestatizadas, evitando que seu controle seja desnacionalizado e o seu centro de decisões, transferido para o exterior. A ação é um hedge do país contra um neocolonialismo. Mas, como se vê, também pode servir a um governo que tem a intenção prévia de inutilizá-la ao mesmo tempo que faz uso da sua existência para ludibriar o país e gerar caixa a qualquer custo.
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Há mais do que aviões de carreira nos céus brasileiros
5/01/2018A Líder Aviação, empresa de táxi aéreo, estaria na prateleira. A companhia, que atravessou um período de resultados crescentes fazendo transporte para as plataformas de petróleo offshore, viu esse mercado desabar. As operações offshore ocupavam mais de 100 helicópteros no país e a projeção era de que esse número chegaria a 200 aeronaves em 2020. Hoje são menos de 70. Procurada pelo RR, a Líder nega a venda do controle. Está feito o registro. De toda a forma, a empresa está lustrada para a venda. Na feira da Labace, a Líder anunciou que tinha fechado quatro negócios que não se realizaram. A empresa está preocupada com sinalizações de que sua situação é decadente. E tome de marketing e ações confeitivas. É ver até quando dá.
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Se o governo topar e o Congresso aprovar a participação de 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas, o país não terá mais empresa nacional no setor. Todas as aerolinhas já sinalizaram que venderão integralmente suas ações. Dependendo da forma que se olhe, é bom à beça, pois as companhias serão capitalizadas; ou ruim, porque é mais uma parcela da burguesia nacional que se escafede e um centro de decisões que é exportado.
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O apoio de pai para filho do BNDES, assim como sua participação no capital e verbas de fomento concedidas à Embraer nestes anos todos, além da presença quase exclusiva no financiamento de aeronaves, são alguns pontos discutidos em um dos mais altos andares de Brasília. Gente que quer ordenhar os recursos do banco. O consenso é que a operação de maior envolvimento com a Boeing, quer seja uma amizade colorida ou matrimônio, pode ter senões de diversas ordens, mas é boa para o banco, que vai ter um dos seus ativos bastante valorizados.
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O chinês HNA Group, acionista do Galeão, teria aberto tratativas para a compra da participação da Triunfo no aeroporto de Viracopos. A companhia brasileira é dona de 45% da Aeroportos do Brasil, controladora da concessão. Ressalte-se que a Triunfo está com a corda no pescoço: carrega uma dívida de R$ 2,5 bilhões e segue às voltas com um intrincado processo de recuperação extrajudicial.
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Nuvens espessas na rota da Embraer
16/11/2017Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, na semana passada, executivos da Embraer negaram o pagamento de propina para a venda de oito aviões Super Tucano à Força Aérea da República Dominicana. Não é o que diz o Ministério Público do país caribenho, que, segundo a mídia local, já encaminhou à Justiça provas de suborno a pelo menos dois altos oficiais da Aeronáutica. O caso mais rumoroso envolve o coronel reformado Carlos Piccini Núñez, a quem a fabricante de aeronaves teria repassado cerca de US$ 3,5 milhões. A pressão sobre a Embraer tende a aumentar até o dia 30 de novembro, quando dirigentes da empresa prestarão depoimento à Justiça da República Dominicana. Procurada, a empresa disse ter fechado acordos com as autoridades norte-americanas e brasileiras para encerrar as investigações. Em relação à apuração em curso na Justiça dominicana, não se pronunciou.
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Tropa de choque
4/10/2017A Embraer dá como certo que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, comparecerá pessoalmente à OMC, ainda neste ano, para defendê-la no processo contra o governo do Canadá, acusado de repassar cerca de US$ 3 bilhões em subsídios à Bombardier. No mínimo, será uma boa viagem.
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Empregos que batem asas
13/09/2017A Embraer tem um projeto estruturado para transferir, no horizonte de três anos, uma parcela da produção de aeronaves militares para os Estados Unidos. Nada muito diferente do que a empresa já fez com a montagem de jatos executivos, quase que inteiramente deslocada para a Flórida. É estranho que uma companhia pendurada no BNDES se torne uma grande exportadora de emprego do Brasil.
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Airbus ganha altitude na Azul
30/08/2017A Azul até receberá 50 aeronaves da Embraer a partir de 2019. Mas o darling do momento na companhia de David Neeleman é o A320neo, da Airbus. A aeronave de 174 lugares que está substituindo gradativamente os jatos de 118 passageiros da fabricante brasileira tem permitido uma redução do custo operacional de 29% por assento – número confirmado pela Azul. Por essas e outras, mesmo com a nova encomenda, a Embraer tem perdido espaço na frota da companhia aérea.
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“Emenda Embraer” sobrevoa reforma da Previdência
4/08/2017A reforma da Previdência é assunto prioritário para a Embraer. O aparato de lobby da companhia no Congresso está trabalhando em expediente integral para mudar a PEC 287/16. O ponto nevrálgico é o fim da isenção da contribuição previdenciária sobre receitas provenientes de exportação, previsto na emenda constitucional. A Embraer reivindica que as corporações enquadradas como Empresa Estratégica de Defesa (EED), como é o seu caso, não sejam atingidas pela nova regra, mantendo o benefício. A Embraer dá rasantes por gabinetes de parlamentares das mais diversas siglas e matizes. Segundo o RR apurou, a companhia já teria contatado aproximadamente 370 congressistas nos últimos dois meses. Alega que a desoneração previdenciária é uma contrapartida aos altos investimentos em tecnologia e inovação e que o fim da isenção poderá desencadear uma onda de demissões. O setor mantém cerca de 40 mil empregos diretos e 150 mil indiretos. Por esse critério, então, o agronegócio, que também será atingido pelo fim da isenção, tem de ser disparado o primeiro da fila: são 19 milhões de trabalhadores em toda a cadeia do setor.
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Embraer enfrenta turbulências na China
28/06/2017O acordo recém-assinado entre a China Everbright Financial Leasing e a conterrânea Commercial Aircraft Corp. (Comac) para a compra de 30 jatos C919s jogou uma ducha de água fria na Embraer. O avanço da Comac reduz ainda mais a margem de manobra da empresa no mercado chinês. A concorrência tende a ficar mais acirrada a partir de 2018, quando a companhia asiática vai lançar aeronaves com até cem assentos, batendo de frente com um dos principais modelos da Embraer, o E190. Procurada, a Embraer relativiza este embate. Afirma ter mais de 80% do mercado de aviação regional na China. No entanto, no geral a empresa já teve uma posição mais confortável no país asiático. No início da década, as vendas para a China chegaram a representar quase 10% do faturamento. Em 2016, esta fatia não passou dos 5%. As dificuldades já estavam precificadas pela Embraer desde o ano passado, quando a empresa decidiu encerrar a fabricação do jato Legacy 650 no país asiático. Sem o selo de “fabricante local”, a companhia brasileira já não encontra a mesma boa vontade entre as empresas de leasing nativas.
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Embraer ganha altitude na China
23/06/2017A Embraer estaria em negociações para a venda de mais um lote de aeronaves E-190 para companhias aéreas chinesas. Uma delas seria a própria Colorful Guizhou Airlines, que já encomendou cinco aviões.
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A admirável elegância do silêncio
15/05/2017Na noite de sexta-feira, no Rio, por volta de 21 horas, o restaurante Gero espocava de jovens financistas, celebridades e noveaux riches. Em meio ao frenesi e afetação, os comensais dispostos em uma mesa localizada à direita do generoso bar se destacavam pela extrema discrição. Os dois senhores de avançada idade, acompanhados de duas moças, falavam baixo e com gestos contidos.
O mais idoso vestia uma espécie de colete de nylon, desses usados em competições esportivas. Um senhor vistoso, distinto, que lá ficou sem que ninguém se apercebesse de quem se tratava. O RR rastreou o poder imanente e se manteve em alerta. A certa altura, o senhor se levantou com seus acompanhantes. Caminhou até a porta. O RR pensou em uma abordagem sorrateira, como de praxe.
O senhor virou-se, com instinto felino, e mirou com os olhos claros o jornalista indeciso. Era o ex-banqueiro e acionista da Embraer, Julio Bozano, a lenda. Dono de uma das maiores fortunas do país, estimada em R$ 5,5 bilhões, Bozano criou o mais emblemático banco de investimentos brasileiro em uma época em que Jorge Paulo Lemann ainda engatinhava. Quando saiu de cena, cobriu-se com o manto da elegância e do silêncio absoluto. A newsletter, normalmente intrusona, recuou em prudente atitude de respeito. Quem sabe em outra vez. São raros esses tipos, mas alguns personagens mitológicos merecem ser bem guardados. Até mesmo pelo RR.
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Embraer é o xodó do BNDES
7/04/2017O BNDES corta subsídios aqui e ali, mas para a Embraer o tratamento é diferente. O financiamento para a linha de crédito dirigida aos países interessados em comprar os aviões de defesa militar da companhia será bem generoso. Aliás, o BNDES sempre foi um sócio indireto da Embraer através dos subsídios ao crédito. A empresa pretende ampliar as vendas de seu KC-390, que tem um mercado externo estimado de US$ 50 bilhões. Até agora só há um contrato com o governo brasileiro, da ordem de US$ 2,3 bilhões. Na Embraer ninguém acredita que a empresa venha a ser punida com a caça às bruxas dos subsídios. Ela é a princesinha da indústria de tecnologia intensiva do país.
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Embraer aposta na área de Defesa
15/03/2017A Embraer pretende assinar, em até três meses, o primeiro contrato no exterior para a venda do cargueiro KC-390. O novo bijato é fundamental dentro da estratégia da companhia de aumentar as vendas internacionais na área de Defesa – mesmo que a sua principal atração neste segmento ainda seja o Super Tucano, lançado há 13 anos. O KC-390 é um dos últimos modelos desenvolvidos ainda na gestão de Frederico Curado, que deixou a presidência da Embraer após o escândalo do pagamento de propinas em concorrências na América Central e na Ásia.
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O longo e cansativo voo da Embraer na OMC
14/02/2017Nos cálculos mais otimistas da Embraer, a queixa contra a Bombardier formalizada pelo governo brasileiro na OMC, por conta de subsídios do governo canadense de US$ 4 bilhões, é caso para mais de uma década. Segundo o RR apurou, a empresa toma como base ação similar movida pela Boeing contra a Airbus, que começou em 2004 e só foi julgada em setembro de 2016. Consultada, a Embraer limitou-se a dizer que apoia a iniciativa do governo brasileiro. Estranho seria se falasse o contrário.
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Curado ou enfermo?
4/01/2017Frederico Curado, ex-CEO da Embraer, está deixando o cargo de diretor executivo criado para ele em julho do ano passado, no teatro da sucessão encenado em São José dos Campos. Ao se afastar definitivamente da Embraer, perderá a guarida jurídica da empresa. Isso no momento em que minoritários da companhia nos Estados Unidos pulam na sua jugular devido às denúncias de corrupção. Procurada, a Embraer confirmou a saída de Curado, garantindo que ela já estava prevista desde o ano passado.
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Pouso forçado
24/10/2016No embalo da recente visita de Michel Temer à Índia, a Embraer tinha a expectativa de fechar a venda de até 20 aeronaves militares para o governo local. Nada aconteceu. • A seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Embraer.
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Temer vai à China colher o arroz semeado por Dilma
2/09/2016O presidente Michel Temer desembarca hoje em Xangai, na sua primeira missão como titular do cargo, sabendo que os jornais Xinmin Evening News, Beijing Daily, Canako Xiaoxi e Nanfang City News – somente para dizer alguns dos mais votados periódicos chineses – não economizaram palavras simpáticas a sua antecessora. Não poderia ser diferente. Os acordos que serão assinados nos próximos dias avançam muito pouco em relação à agenda bilateral negociada ao longo do governo Dilma Rousseff. A rigor, Temer leva na bagagem, sem maior alarde, apenas duas novidades: o iminente fim das restrições à compra de terras no Brasil por investidores estrangeiros e a flexibilização das regras para a importação de mão de obra. São temas fulcrais para os chineses. O primeiro diz respeito a algumas das maiores tradings agrícolas do mundo, a exemplo do China National Agricultural Development Corporation e do PetroPetron, que têm planos de adquirir áreas para a produção de grãos, notadamente no Centro-Oeste. A segunda questão interessa diretamente a empreiteiras e grupos de infraestrutura chineses, fortes candidatos a ocupar os vazios deixados pela indústria da construção pesada no Brasil após a Lava Jato. Neste caso, os acordos de financiamento para projetos no setor teriam como contrapartida a garantia de contratação de trabalhadores do país asiático. Já há precedentes no aproveitamento, em menor escala, de mão de obra estrangeira em grandes empreendimentos no país. Um exemplo é o da construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico , que contou com a importação de 600 operários chineses. É bem verdade que trocar investimentos por postos de trabalho não é uma escolha simples. Mas talvez doa menos para um governo que, na sua interinidade, já mostrou não dar prioridade à agenda social. Praticamente todos os grandes acordos – do financiamento para a Petrobras à compra de aeronaves da Embraer – estão engatilhados desde a visita do primeiro-ministro Li Keqiang ao Brasil, em maio do ano passado. Michel Temer vai apenas pespegar sua assinatura sobre a de Dilma Rousseff. A verdade verdadeiríssima é que a origem desse namoro com os chineses antecede todos os personagens citados. Ela pertence por mérito ao ex-presidente da Vale Eliezer Batista. Já no governo Lula, Eliezer defendia a atração de investidores chineses como forma de viabilizar a execução de grandes projetos de infraestrutura. Construiu as pontes e saiu de campo. Agora, quem sabe Temer colha do arrozal germinado. Arroz é que não falta.
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Embraer e Bombardier têm novo encontro marcado na OMC
6/07/2016A Embraer pretende inocular rapidamente o antídoto capaz de evitar que a Bombardier vire o jogo na disputa por encomendas de aeronaves de até 130 assentos no mercado mundial. Segundo uma fonte de alta patente na companhia, a fabricante nacional vai acionar na Organização Mundial de Comércio (OMC) o grupo canadense. A acusação é de que a Bombardier tem recebido seguidas injeções de capital do governo canadense e da Província de Quebec, totalizando US$ 2 bilhões, destinados a prática de preços artificialmente baixos nas licitações. O assunto vem sendo tratado junto ao Itamaraty e a estimativa da companhia é que até 2017 o caso já esteja nas mãos da instituição multilateral. A fonte do RR informou que o presidente da Embraer, Frederico Curado, acertou com o governo federal partir para o ataque no máximo até o fim deste mês, pois se trata de um processo que costuma durar anos. Consultada, a Embraer informou que “em relação a uma potencial reclamação junto à OMC, a empresa quer condições de mercado justas e equilibradas.” Quanto mais demorar a se movimentar, maior o risco de que a Bombardier colecione vitórias em dezenas de concorrências. Recentemente, foi a escolhida para o fornecimento de jatos à Delta Airlines depois de um ano sem conquistas sobre a arquirrival. Há ainda o receio da Embraer de que a praga se espalhe na América Latina, terreno dominado pela companhia. Na região, a fabricante brasileira venceu em 60% das disputas com a concorrente nos últimos dois anos, o que lhe valeu 70% de participação de mercado na aviação comercial. Será a segunda pendência com a Bombardier a ser tratada no âmbito da instituição do comércio internacional. Na outra vez, a Embraer levou a melhor e obrigou a concorrente a rever programas de financiamento à venda de aeronaves. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Bombardier.
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Temer acende uma vela para as Forças Armadas
16/05/2016Não se sabe ao certo onde termina o reconhecimento à importância das Forças Armadas para a nação e começam o pragmatismo e o senso de autopreservação de Michel Temer. O fato é que o novo presidente vai governar de mãos dadas com o oficialato. Como se não bastasse o tributo à bandeira no uso do slogan positivista “Ordem e Progresso”, a relevância que Temer dará a esta aliança pode ser medida pela antecedência com que ela foi costurada. Segundo o RR apurou, a estrutura de comando da área de defesa do governo Temer começou a ser alinhavada em setembro do ano passado, quando as discussões sobre o impeachment de Dilma Rousseff se intensificaram e as ruas começaram a efervescer. Esse cenário trouxe a reboque um natural frenesi quanto à hipótese de um quadro de absoluta desordem pública e institucional desembocar em uma intervenção militar, algo que perdurou até a consumação do afastamento de Dilma. Temer tratou de construir suas pontes com as Forças Armadas, contando sempre com a participação decisiva de Nelson Jobim. Candidato de primeira hora de Temer para o Ministério da Defesa, o próprio Jobim recusou o cargo por atuar como advogado de empresas envolvidas na Lava Jato. Mesmo sem se sentar na cadeira de ministro, foi o grande articulador da montagem da equipe de governo para o setor. Curiosamente, os militares queriam a permanência de Aldo Rebello na Defesa, que não aceitou permanecer na gestão Temer. Foi, então, que Jobim sacou o nome de Raul Jungmann e trabalhou pela sua aprovação junto à área militar. Nelson Jobim teve participação decisiva também na escolha de Sergio Etchegoyen para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O ex-ministro do STF é muito amigo do general e de seu irmão Ciro Etchegoyen, relacionamento que vem desde a cidade de Cruz Alta (RS). Foi um momento de inspiração de Jobim. Etchegoyen é duro que nem um carvalho, mas tem um perfil democrata e detona qualquer um que venha pregar como vivandeira junto aos bivaques. O oficial terá sob seu comando uma espécie de “super” Gabinete. A intenção do governo Temer é fortalecer a área de informações de forma ampla, em um aspecto lato sensu. A medida vale não apenas para as Forças Armadas e as polícias civil e militar, mas também para o serviço de inteligência em diversas outras instâncias do Estado, desde o BC e o Coaf, leia-se o monitoramento de movimentações financeiras suspeitas de conexão com o crime organizado e terrorismo internacional, até o Ministério da Agricultura, responsável pelas “fronteiras fitossanitárias” do país. Dentro dessa grande pactuação, é grande a expectativa entre o Alto-Comando Militar que já nos próximos dias Michel Temer anuncie a retomada de projetos estratégicos das Forças Armadas. Espera-se também que o governo apresente um plano para a quitação dos mais de R$ 10 bilhões em dívidas com grandes fornecedores das três Forças, como Embraer e Iveco – ver RR edição de 2 de maio. Outra questão extremamente nevrálgica – e haja ajuda da equipe econômica – é a pressão dos militares por uma melhor política salarial. Uma das reivindicações ao novo governo é trazer para o presente o aumento dos militares concedidos pela presidente afastada Dilma Rousseff. O reajuste, na média de 22%, foi escalonado até 2019. Um soldado, por exemplo, que recebia R$ 1.500, terá de esperar mais três anos para que o soldo chegue a R$ 1.800.
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Ministério da Defesa pedala mais de R$ 10 bilhões em dívidas
2/05/2016O futuro ministro da Defesa de Michel Temer terá de desativar uma bomba-relógio no Orçamento das Forças Armadas, algo já chamado pelos próprios técnicos da Pasta de “pedaladas militares”. O Ministério vem empurrando mais de R$ 10 bilhões em dívidas e atrasos no pagamento de fornecedores. A situação é extremamente crítica e envolve alguns dos maiores e mais estratégicos contratos do Exército, Aeronáutica e Marinha. O governo deve cerca de R$ 1,7 bilhão à Helibras pela encomenda de 19 helicópteros H225M, do programa HX-BR. A Embraer, por sua vez, tem a receber aproximadamente R$ 1,4 bilhão. O Ministério da Defesa estaria atrasando também os pagamentos à Iveco, fornecedora do blindado Guarani, e à Odebrecht, à frente do projeto do submarino nuclear e da construção da base naval de Itaguaí. O tamanho do problema só não é maior porque o governo adiou ou suspendeu importantes projetos da área militar, notadamente da Força Aérea, entre eles a modernização dos caças F- 5E/F e das aeronaves E-99. Durante sua gestão à frente do Ministério da Defesa, Jaques Wagner chegou a fazer uma série de reuniões com os grandes fornecedores das Forças Armadas com o objetivo de repactuar dívidas e alongar prazos de pagamento. Na era Aldo Rebelo, no entanto, a interlocução esfriou. As “pedaladas”, ressalte-se, não atingem apenas parceiros comerciais de alta patente. Uma parte razoável da dívida diz respeito à compra de peças de reposição e à contratação de serviços de manutenção para as Forças Armadas. Ainda que os valores absolutos sejam bem menores, trata-se de acordos tão ou, sob certo aspecto, até mais importantes para a operação militar do que os grandes projetos em atraso. Hoje, os quartéis funcionam com baixíssimo ou nenhum estoque de reposição. A tendência é que o novo ministro da Defesa tenha de administrar um cenário ainda mais delicado a partir do segundo semestre, mesmo porque a Pasta terá gastos que não estavam previstos no orçamento. O Estado Maior das Forças Armadas já dá como líquida e certa a necessidade de um aumento do efetivo que atuará no esquema de segurança da Olimpíada. A expectativa inicial era de que 10 mil homens das Forças Nacionais de Segurança desembarcassem no Rio em julho. No entanto, com o agravamento da crise econômica, esse número não deverá passar de 3,5 mil. Muitos estados não vão bancar os custos de transporte dos agentes – em grande parte composta por policiais militares. Caberá ao Exército cobrir a diferença e arcar com os gastos para o deslocamento de tropas. A princípio, pode soar como um custo residual. Mas tudo pesa para um ministério que, no início do ano, já teve seu orçamento cortado em mais de 30%.
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Caça e caçador
2/02/2016Há ruídos – e não são de turbinas – no acordo entre a Embraer e a Saab para a montagem de 15 dos 36 novos caças da FAB. A empresa brasileira quer repassar aos suecos o custo de adaptação da sua fábrica para a produção do Gripen. A Saab diz que não paga. O impasse tem de ser resolvido logo: os primeiros testes de produção estão previstos para o segundo semestre. A Embraer não comentou o assunto.
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Pouso forçado
22/12/2015A Embraer estaria disposta a reduzir sua participação de 51% na Visiona, joint venture com a Telebras voltada ao monitoramento e mapeamento de áreas via satélite. A oferta de um bloco de ações para um private equity teria como isca a abertura de capital da Visiona. Procurada, a Embraer nega a operação.
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Embraer bate asas para os Estados Unidos
10/12/2015Embraer ou “USAer”? Eis a questão. Frederico Curado, sucessor da nobre linhagem de Ozires Silva e Mauricio Botelho, está fadado a entrar para a história como o executivo que “americanizou” um dos grandes símbolos da indústria nacional. O ano de 2016 será um ponto cardeal na nova cartografia geoeconômica da Embraer, com a consolidação da transferência da operação de jatos executivos para o território norte-americano. Até meados do ano que vem, toda a produção dos modelos Phenom 100 e 300 estará concentrada na fábrica de Melbourne, ao norte de Miami, onde, aliás, as aeronaves já são montadas desde 2013. A Embraer também decidiu transferir para a Flórida a fabricação do Legacy, versões 450/500 e 600/650, e do Lineage 1000, seu modelo mais luxuoso de jato executivo. Consultada, a companhia confirmou que a produção dos Phenom 100 e 300 será feita integralmente nos Estados Unidos. No caso do Legacy e do Lineage, a empresa garante que a “montagem final” prosseguirá em São José dos Campos. No entanto, segundo o RR apurou, a montagem final, na verdade, deverá consistir na conclusão de etapas secundárias do processo, sem qualquer valor agregado – o que os engenheiros do setor costumam chamar de “bateção de chapa”. Em aproximadamente um ano, a Embraer terá consolidado um dos grandes processos de exportação de divisas e de postos de trabalho da indústria brasileira. Ao assumir toda a produção de jatos executivos, a subsidiária norte-americana da Embraer será responsável por aproximadamente 28% do faturamento da companhia – a números de 2015, algo próximo de US$ 1,2 bilhão. Este peso, no entanto, tende a aumentar: estimativas apontam que, em até três anos, a carteira de aviação executiva responderá por um terço das vendas totais da empresa. O projeto de internacionalização, ressalte-se, não está circunscrito à divisão de jatos executivos. Aos poucos, começa a se espraiar também pela unidade de defesa e segurança. Em parceria com a norte-americana Sierra Nevada, a Embraer já iniciou também a produção de Super Tucanos nos Estados Unidos. De lá sairão, por exemplo, os seis aviões de ataque encomendados pela Força Aérea do Líbano. A Embraer voa em busca de hedge cambial, com o claro objetivo de concentrar o máximo possível de sua receita em moeda forte. Além disso, os Estados Unidos respondem por mais de 50% da demanda mundial por jatos executivos. A empresa, sabedora dos riscos da “americanização”, pilota sua estratégia de internacionalização com a maior prudência e discrição. Segundo o RR apurou, os próprios executivos da empresa são orientados a falar o mínimo possível sobre o assunto, notadamente junto à mídia. O cuidado é mais do que compreensível: este é um assunto com grande potencial de impacto junto a públicos sensíveis: das Forças Armadas ao BNDES, financiador histórico da empresa, passando, sobretudo, pela própria mão de obra da Embraer. Há um clima de tensão entre a companhia e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Entre postos de trabalho diretos e indiretos, a divisão de jatos executivos tem cerca de 1,2 mil funcionários. A empresa garante que a equipe dedicada à produção dos Phenom em São José dos Campos será aproveitada na montagem da nova geração de jatos comerciais.
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Capitão Asa
20/10/2015Frederico Curado, Ozires Silva e Cia. preparam uma homenagem a Julio Bozano, que tomou para si a Embraer pagando com um monte de títulos podres. Na ocasião, ninguém queria adquirir a empresa, que era chamada de ferro velho do setor aeronáutico.
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Dassault aprende lição com a derrota para a Saab
19/10/2015A Dassault Aviation aprendeu a lição. Depois da humilhante derrota para a sueca Saab na disputa pelo fornecimento de jatos para a Força Aérea Brasileira, o grupo francês está mudando completamente a estratégia de atuação no país. Sai de cena a postura imperial que fechou portas em Brasília e entra no circuito um jogo diplomático muito parecido com o adotado pela Saab. A companhia vai montar uma base no país da sua área de defesa e já negocia parcerias com a Embraer para desenvolvimento de tecnologia aeronáutica e até a produção conjunta de peças de jatos militares. Em todas as tratativas, estão previstas maciças doses de transferência de tecnologia. Precisou apanhar para entender. A postura é diametralmente oposta à adotada pela Dassault antes do anúncio do vencedor na licitação da FAB. A companhia procurou o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, com a promessa de construir uma fábrica no país, como está fazendo a Saab, caso saia vencedora em novas licitações das Forças Armadas. A Marinha têm interesse em renovar parte da frota aérea e as três Forças pretendem adquirir equipamentos de defesa, cujos contratos deverão chegar a R$ 3 bilhões. A Dassault pretende ainda montar um colar de empresas fornecedoras nacionais, inclusive com participação no capital de algumas.
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Boeing reserva sua cabine para o comandante da Embraer
8/09/2015Em breve, o 787 deverá pousar no Aeroporto Internacional da Filadélfia e dele descerá uma cidadã do mundo de volta à sua querida Pensilvânia. Donna Hrinak está prestes a desembarcar do comando da Boeing no Brasil. Tudo tem seu tempo e o tempo da ex-embaixadora parece ter chegado ao fim. O substituto? Os norte-americanos buscam um executivo brasileiro, que combine perfil técnico, extremo conhecimento do setor aeronáutico e notória autonomia de voo entre os principais gabinetes da República. Um lobista que só falta morar na Boeing jura que ouviu o cochicho: “No Brasil, ele é o melhor”. Quem? Quem? Para os norte-americanos, existe apenas um nome: o presidente da Embraer, Frederico Curado. Além de entregar a gestão da subsidiária a um executivo de primeira grandeza, a presença de Curado ajudaria a Boeing a superar as antipatias que ainda desperta nas mais diversas instâncias do Poder. Permitiria ainda à empresa perscrutar as entranhas, o coração e a alma da Embraer, uma de suas maiores concorrentes no segmento de jatos regionais. A abdução de Frederico Curado não é um desejo simples de se realizar. Nome certo no top ten dos grandes head hunters do país, Curado é patrimônio da Embraer, onde está há 30 anos. Nesse período, passou por todas as áreas e cargos executivos até chegar à presidência, em 2007. Sua posição na empresa corresponde praticamente a de um imperador – algo, diga-se de passagem, natural em se tratando do integrante de uma dinastia iniciada por Ozires Silva e seguida por Mauricio Botelho. Aliás, a Embraer prima pelo baixo turnover em seus postos mais altos. Nessas condições, só mesmo discordâncias graves de estratégia com os acionistas justificariam uma eventual decisão de Curado de trocar de companhia aérea. Por meio da assessoria da Embraer, Frederico Curado negou qualquer contato com a Boeing. A multinacional, por sua vez, garante que não haverá mudanças em sua gestão no Brasil. Dentro da empresa, no entanto, segundo o RR apurou, prevalece o senso comum de que Donna Hrinak já cumpriu sua missão. Conduziu a abertura do escritório no país, em 2011, e emprestou à Boeing seu maior ativo: as relações acumuladas nos três anos em que respondeu pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Por ironia, seu grande ativo foi também seu maior passivo e fator de desgaste no país. Desde que Edward Snowden apareceu para o mundo, qualquer integrante da chancelaria norte-americana passou a ser visto no Brasil como um araponga em potencial. Aliás, é impossível dissociar o episódio de espionagem do grande revés da gestão de Donna: a perda da licitação dos caças da FAB. As viscerais relações entre a fabricante de aeronaves e o Departamento de Estado norte – americano minaram as chances da Boeing. E, ao que tudo indica, selaram a viagem de volta de Donna Hrinak para a Pensilvânia.
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Enola Gay
30/07/2015A esquadrilha de Eduardo Cunha começou a bombardear o BNDES. Circula na internet a informação de que o banco financiou a compra de 20 aviões da Embraer pela Austral, subsidiária da Aerolíneas Argentinas, no valor de US$ 700 milhões. Segundo a denúncia, o contrato apresenta indícios de sobrepreços.
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Há um lugar reservado
6/07/2015Há um lugar reservado para a francesa Thales na cabine de controle da Visiona, integradora de sistemas espaciais criada a partir da associação entre Embraer e Telebras.
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Mesmo com as rajadas do ajuste fiscal
23/06/2015Mesmo com as rajadas do ajuste fiscal sobre o orçamento dos ministérios militares, a Embraer está aumentando os investimentos na área de defesa. Entre outras medidas, a companhia deverá financiar, com recursos próprios, a instalação de novos fornecedores na região de São José dos Campos (SP). Até porque, ressalte- se, não é de hoje que a Embraer sofre uma pressão do próprio governo para elevar o índice de nacionalização de peças e serviços de seus equipamentos militares. O ponto crítico é o fornecimento de motores: quase 100% da produção vêm de fora.
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Pouso forçado
29/04/2015A área de defesa e segurança virou o patinho feio da Embraer. Por conta da queda do número de encomendas e de atrasos de pagamento por parte das Forças Armadas, o faturamento da subsidiária poderá cair até 60% neste ano. Oficialmente, a Embraer confirma a queda, mas garante que suas projeções indicam um recuo da receita de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,1 bilhão, ou seja, 20%.
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Voo duplo
24/02/2015A Saab deverá anunciar nos próximos dias o formato da parceria com a Embraer para a venda global dos caças Gripen que serão produzidos pelos suecos em São Bernardo do Campo. Já está definido que cada uma das companhias terá 50% da nova empresa responsável pela comercialização das aeronaves.
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Azul é a cor mais cruel para a Embraer
3/09/2014O executivo que multiplicou os resultados da Embraer e abriu novas fronteiras, entre elas o cobiçado mercado chinês, ou o dirigente que comandava a empresa em uma de suas mais humilhantes derrotas comerciais? A julgar pelas circunstâncias, a gestão de Frederico Curado será lembrada pela bipolaridade de seus feitos. A companhia está prestes a sofrer um duríssimo golpe – pessoalmente, talvez o maior dos fracassos de Curado em seus quase oito anos a frente da presidência. A Bombardier deverá anunciar em breve um acordo com a Azul para a venda de seu jato CSeries, com capacidade para 120 passageiros. De acordo com fontes que acompanham as negociações, a operação envolve o fornecimento de até 20 aeronaves – o contrato pode passar de US$ 1,5 bilhão. Segundo o RR apurou, os canadenses já colocaram sobre a mesa garantias firmes de financiamento. Mas não são apenas as vantagens financeiras que giram esta turbina. Avião por avião, o da Bombardier é muito mais completo e com uma tecnologia mais moderna do que a aeronave montada pela Embraer. Palavra de um técnico da própria Azul. Por si só, a abertura de um canal de comunicação entre a Bombardier e a Azul já revela uma falha grave no aparato de defesa institucional da Embraer. Desde a sua fundação, a companhia de David Neeleman é praticamente um território cativo da fabricante brasileira, jamais ameaçado por seus maiores concorrentes. Das 144 aeronaves usadas pela Azul, 82 delas, exatamente as de maior porte, saíram de São José dos Campos – o restante da frota é composto por turboélices produzidos pela franco-italiana ATR. Consta que a alta direção da Embraer tomou conhecimento das primeiras tratativas entre a Bombardier e a companhia aérea no início do ano. Talvez tenha subestimado o perigo; talvez tenha sido induzida pela própria Azul a fazê-lo, ao receber a sinalização de que a empresa não faria novas encomendas neste ano. De qualquer forma, a ordem das parcelas não altera o resultado final. A Embraer está perto de ter seu espaço aéreo invadido pela maior rival. Nas últimas semanas, Curado teria batido a porta de sempre: o BNDES. Com o apoio do banco, a Embraer poderia oferecer a Azul um vantajoso acordo para a venda de aeronaves E-195, que concorrem na mesma faixa do CSeries. Oficialmente, o BNDES afirmou que “só comenta operações já aprovadas”. Também procurada, a Embraer negou que tenha procurado o banco para tratar do assunto. Está feito o registro. Digamos, então, que os contatos ainda estivessem por ser feitos. Neste caso, Curado acabaria jogando no colo de um acionista da Embraer uma questão comercial que ele próprio e os demais dirigentes da companhia não teriam sido capazes de resolver. Cutucaria um vespeiro justo no momento em que a abelha rainha está mais abespinhada. O momento político reduz consideravelmente a margem de manobra do banco. Além disso, no próprio BNDES, há um crescente questionamento ao peso da Embraer na carteira de crédito da instituição. Não obstante a importância da fabricante de aeronaves para a própria balança comercial, a área técnica do banco considera que o nível de exposição a companhia já está exageradamente alto. Atualmente, a empresa soma 40% de todo o volume de empréstimos do BNDES vinculados a contratos de exportação. O imbróglio da Azul só alimentou as discussões sobre a dependência da Embraer em relação ao banco.