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Futebol
CBF esvazia Fernando Sarney e se aproxima do PT
26/04/2023Há uma fissura na cúpula da CBF. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, jogou Fernando Sarney para escanteio. Fernando, que ocupa uma das oito vice-presidências da Confederação, foi aparteado de todas as discussões estratégicas dentro da CBF. Rodrigues também tirou do filho do ex-presidente José Sarney o papel de articulador político da entidade junto ao governo e ao Congresso. O esvaziamento é amplo, geral e irrestrito. Há cerca de um mês e meio, Fernando Sarney já havia sido apeado do posto de representante da CBF junto à Fifa e à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Rodrigues comprou uma briga de peixe grande. Além do notório peso político que seu sobrenome carrega, Fernando Sarney tem um longo histórico de poder na CBF. Entre idas e vindas, Fernando atua junto à entidade desde 1989 e ocupa uma das vice-presidências há 19 anos.
Ao lipoaspirar os poderes de Fernando Sarney, Ednaldo Rodrigues está, por tabela, reduzindo também o espaço de influência do ex-presidente da CBF, Marco Polo del Nero. Banido do futebol pela Fifa por suborno e corrupção, Del Nero ainda paira sobre a Confederação como uma eminência parda. Fernando Sarney é um dos integrantes da diretoria da CBF mais ligado ao ex-presidente da entidade. Foi Del Nero quem o indicou, em 2015, para ser o representante da CBF na Fifa.
Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol, que se aproveitou de um vácuo de poder na CBF após o afastamento do então presidente Rogério Caboclo, tem feito mudanças importantes no eixo político da entidade. Rodrigues entregou a articulação política ao novo secretário geral da Confederação, Alcino Reis Rocha. É o nome certo para o momento. Rocha tem linha direta com o PT. Foi secretário Nacional de Futebol e Defesa do Torcedor no segundo mandato de Lula, quando da gestão de Orlando Silva no Ministério dos Esportes. Ocupou ainda a presidência da São Paulo Turismo quando o agora ministro Fernando Haddad era prefeito da capital paulista. Rodrigues parece disposto a fazer as concessões necessárias para azeitar o meio de campo com o governo Lula. Desde o início do ano, por exemplo, há rumores nos bastidores da bola de que Andrés Sanchez poderá ocupar um cargo na CBF. Ex-presidente do Corinthians, Sanchez foi deputado federal pelo PT e é próximo do presidente Lula. Era o manda-chuva do clube paulista quando a Odebrecht construiu o Itaquerão. Em seu depoimento à Lava Jato, o empresário Emilio Odebrecht teria classificado a obra com um “presente” para o corinthiano Lula.