Tag: Dataprev
Governo
Esther Dweck debela “motim” trabalhista na Dataprev
15/12/2023A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, selou um armistício com os quadros da Dataprev, vinculada a sua Pasta. O RR apurou que o Ministério fechou um acordo com os servidores da estatal em relação ao regime de teletrabalho. Todos os funcionários terão de cumprir três expedientes presenciais a cada sete dias úteis. Nos últimos três meses, o Ministério da Gestão e Inovação e a direção da Dataprev travaram uma disputa judicial com os servidores em torno do tema. A estatal exigiu que todos voltassem às atividades de forma 100% presencial. Os trabalhadores se recusaram a cumprir a determinação. Cerca de 300 deles – de um total de 2.900 funcionários – entraram na Justiça e chegaram a obter uma decisão da 24ª Vara do Trabalho de São Paulo autorizando a continuidade do teletrabalho integral. O acordo de paz veio com a intermediação do TST e da SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais), subordinada a Esther Dweck.
Finanças
Falhas operacionais na Dataprev brecam perícias do INSS
30/05/2023Os beneficiários do INSS de diversos estados – notadamente Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte e Maranhão – estão encontrando sérias dificuldades de agendar o atendimento no instituto, notadamente serviços de perícia. O problema está na Dataprev, responsável pela base de dados da Previdência Social. Há mais de uma semana, o sistema da estatal apresenta falhas operacionais, em razão do desligamento involuntário de vários discos.
Consultada, a Dataprev empurra a responsabilidade para outra estatal, a Telebras. Segundo a empresa, “Algumas Agências da Previdência Social (APS) contam com a gestão de links da Dataprev, onde o circuito de internet é provido pela Telebras.” Ao menos nesses casos, a Dataprev diz que sua atuação “consiste em monitorar e fazer a gestão na execução dos serviços junto à Telebras.” Em outras unidades de atendimento, no entanto, a empresa de processamento de dados do governo tira completamente o corpo fora: “Em outras APSs, trata-se de uma infraestrutura já totalmente migrada para a gestão do INSS junto à Telebras. Não tendo, portanto, a Dataprev nenhum tipo de gestão, pois o contrato é firmado entre o INSS e a própria Telebras.”
Política
Lupi quer concurso público para suprir déficit de servidores da Dataprev
6/01/2023Segundo o RR apurou, Carlos Lupi vai solicitar aos ministros da Fazenda e do Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, a realização de um concurso público para a Dataprev. A recomposição do quadro de servidores da estatal é vista pela equipe do ministro Lupi como fundamental para reduzir a enorme fila de pedidos de aposentadoria represados no INSS, que já chega a 5,5 milhões de requisições. Estima-se que a Dataprev – responsável, entre outros serviços, pelo processamento da base de dados da Previdência – tenha um déficit de mais de mil servidores. E poderia ser pior: em 2020, o ministro Paulo Guedes determinou a demissão de 500 funcionários da estatal, mas o governo acabou voltando atrás. Em 2017, a gestão de Michel temer chegou a realizar um concurso para a Dataprev, prevendo 1.073 vagas. No entanto, menos de 200 dos aprovados foram convocados. O governo Bolsonaro estendeu a validade do certame, mas ela expirou em maio do ano passado, o que exige a realização de novo concurso.
Jogo de cena
26/10/2020O Ministério da Economia jogou na Dataprev a culpa pelo cancelamento da reunião do Codefat que discutiria o pagamento de duas cotas extras do seguro-desemprego para os demitidos durante a pandemia. A alegação é que a estatal não disponibilizou a tempo a base de dados atualizada dos beneficiários. Entre boa parte dos conselheiros do Codefat, a interpretação é que não passa de conversa para boi dormir. Paulo Guedes vai cozinhar a proposta até ela se esfarelar na panela.
Em causa própria
13/05/2020Mesmo rebaixado da função de consultor para analista jurídico da Dataprev, por suspeitas de desvios de recursos no extinto Ministério do Trabalho, José Ivanildo Dias Junior poderá manter a gratificação extra de R$ 8 mil na estatal. Deve agradecer a ele próprio. Quando na função comissionada de consultor jurídico, Dias foi um dos participantes da elaboração de uma norma interna (N/GP/031/02), que garante a incorporação do bônus para quem ocupa função de confiança. Procurada, a Dataprev informou que a atual diretoria “tem revisado normas internas” e “casos de eventuais desvios de conduta são encaminhados e tratados pela corregedoria da empresa”.
Coronavírus aumenta a espera pela aposentadoria
15/04/2020O coronavírus tornou-se um fator de risco adicional para os dois milhões de brasileiros que, desde outubro do ano passado, esperam para se aposentar. A Covid-19 ameaça atrasar ainda mais a análise e a liberação dos pedidos represados no INSS. O principal gargalo agora está na Dataprev. A partir desta semana, o sistema da estatal estará sobre-carregado com o processamento de todas as solicitações do “coronavoucher”, o benefício de R$ 600 que o governo concederá a trabalhadores informais.
Ao todo, a previsão do Ministério da Economia é que 54 milhões de pessoas se cadastrem para receber o auxílio – na semana passada, em um único dia, a Caixa Econômica recebeu 23 milhões de pedidos de inscrição. Trata-se de um trabalho formiguinha. A Dataprev terá de cruzar uma série de bancos de dados, que vão do Cadastro Único à Receita Federal, passando pelo próprio INSS.
Com essa sobre-carga, é pouco provável que todos os pedidos de aposentadoria acumulados há mais de seis meses no INSS sejam liberados entre agosto e outubro, conforme as previsões mais otimistas do próprio Instituto de Seguridade Social. Há outro empecilho também como sequela do coronavírus: todos os funcionários da Dataprev e do INSS em grupo de risco, notadamente com mais de 60 anos, estão em casa, o que reduz a força de trabalho das duas estatais – ressalte-se que ambas já sofrem com um déficit de pessoal. Some-se a isso o fato de que apenas na semana passada os sistemas da Previdência Social foram integralmente adaptados às novas regras estipuladas pela reforma das aposentadorias, em vigor desde 14 de novembro.
Operação tartaruga
17/02/2020A nomeação de Gustavo Canuto para a presidência da Dataprev gerou uma onda de insatisfação no Congresso, a começar pelos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Entre os parlamentares, Canuto virou persona non grata pela letargia no atendimento de demandas, sobretudo na liberação de emendas orçamentárias.
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Em tempo: curiosamente o ex-ministro Canuto desembarca na Dataprev em um momento em que a empresa e o INSS são intensamente cobrados pela demora no processamento de dados e na liberação de novos pedidos de aposentadorias. Por dia, são sete mil novas ações na Justiça Federal contra a Previdência.
Faltam braços para alcançar as fraudes bilionárias no INSS
11/02/2020Como se não bastassem os dois milhões de pedidos de aposentadoria sem resposta, o caos do INSS ameaça jogar por água abaixo o esforço do próprio governo em reduzir as fraudes contra a Previdência Social. O prometido pente-fino nos cadastros no Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma das categorias com maior incidência de irregularidades e fraudes, periga não sair do papel tão cedo. O mais complexo já foi feito.
A Dataprev entregou um novo sistema com o cruzamento das diferentes bases de dados dos beneficiários do BPC – pessoas com mais de 65 anos, cidadãos em comprovada situação de miserabilidade, favorecidos pelo Bolsa Família, deficientes físicos etc. Mas faltam braços no INSS. A autarquia não tem servidores em número sufi ciente para atender os beneficiários, realizar a prova de vida e proceder o recadastramento. Provavelmente, os sete mil militares da reserva convocados para a autarquia não serão suficientes.
Eles já estão majoritariamente comprometidos com a tour de force para despachar os pedidos de aposentadoria represados no Instituto. O assunto é tão complexo que causa ruídos dentro do próprio governo. Procurado incialmente pelo RR, o INSS informou que o pente-fino nos benefícios é “de responsabilidade da Secretaria da Previdência”.
Esta, por sua vez, devolveu a questão para o INSS, que não se pronunciou até o fechamento desta edição. Em 2019, o governo suspendeu ou cancelou em definitivo mais de 260 mil aposentadorias irregulares, poupando quase R$ 5 bilhões. No caso do BCP, no entanto, a convocação e a prova da vida ainda não foram realizadas em larga escala. O que há até o momento é uma pescaria aqui e acolá de fraudes em determinadas regiões do país. Alguns casos chegam a ser escabrosos. Em dezembro, o INSS identificou cerca de quatro mil servidores públicos, estaduais e municipais, que recebiam indevidamente o benefício.
Efeito bumerangue
30/01/2020Por uma lógica até certo ponto perversa, o Secretário de Desestatização, Salim Mattar, enxerga a greve da Dataprev como um empurrão na privatização da empresa. Não obstante o desgaste para o próprio governo, o raciocínio é que os transtornos gerados pela paralisação vão se voltar contra a própria estatal e seus servidores, criando uma ambiência mais favorável para a sua venda. A greve da Dataprev, responsável pelo processamento de dados da Previdência, ocorre no momento em que quase dois milhões de pedidos de aposentadoria estão encalhados no INSS.
Fissuras na Dataprev
13/01/2020A reestruturação da Dataprev – corte de 15% dos funcionários e fechamento de escritórios em 20 estados – acirrou divergências na empresa. Segundo informações filtradas pelo RR junto à estatal, os três diretores executivos – André Côrte, Bruno Severiano e Thiago de Oliveira – teriam ficado à margem das decisões mais agudas. De acordo com a mesma fonte, as medidas teriam sido discutidas entre a presidente da Dataprev, Christiane Edington, e o ministro Paulo Guedes. Procurada, a Dataprev diz que “as informações não guardam correlação com a realidade.” A empresa garante que a “a ação foi objeto de aprovação da Diretoria”. Segundo a mesma fonte, o pacote de maldades fez aumentar a impopularidade de Christiane Edington entre seus comandados, inclusive integrantes da diretoria. Desde que assumiu, em março do ano passado, Christiane não teria conseguido conquistar a simpatia dos “Dataprevianos”. A executiva é vista como uma espécie de feitora de Guedes, responsável por sua indicação para a estatal. Consultada, a empresa diz que “o relacionamento entre todos os membros da Diretoria Executiva da Dataprev é ético e profissional.”
Um quatro estrelas na Dataprev?
8/11/2019O presidente Jair Bolsonaro cogita colocar um militar à frente da Dataprev para comandar o processo de privatização da empresa. Segundo a fonte do RR, o nome que circula no Palácio do Planalto é o do general de Exército Décio Luis Schons, ex-comandante da Escola Superior de Guerra e atual chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia da Força.
Eficiência no serviço público ou Coreia do Norte?
2/10/2019A Dataprev pode estar sendo cobaia de um procedimento controverso que tem tudo para se espalhar por estatais e outras instâncias do governo federal. Desde setembro, os mais três mil funcionários da empresa estão proibidos de navegar pelas redes sociais por meio dos computadores corporativos. Facebook e Twitter nem pensar. A exceção fica por conta do LinkedIn, devido ao perfil profissional da plataforma. Procurada pelo RR, a Dataprev informa que “as novas regras de controle de acesso à internet compõem o Programa de Segurança Cibernética da empresa”. Ressalte-se que ainda não há jurisprudência firmada sobre o tema. Mesmo entre os juristas, casos como este ainda provocam divisões: para uns, é uma forma legítima de as empresas aumentarem a produtividade de seus funcionários e ampliarem a segurança de dados corporativos; para outros, censura na veia. Cartas para a Justiça do Trabalho..
Aumento da GEAP não faz bem à saúde
12/08/2019A Dataprev está em ebulição por conta do aumento das contribuições para a GEAP, o plano de assistência médica dos servidores federais. Funcionários da estatal já se mobilizam na tentativa de barrar judicialmente o aumento de 62,5% imposto aos trabalhadores e aposentados. O reajuste passou a vigorar no mês passado. Consultada sobre as razões da pesada derrama, feita de uma vez só, a GEAP joga o peso sobre as gestões passadas da Dataprev. Informou que “por três períodos consecutivos (2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019) a direção da estatal não acatou os valores dos aumentos, gerando o acúmulo”.
Governo Bolsonaro faz uma limpeza na Dataprev
9/01/2019A “reforma da Previdência” já começou. Simultaneamente ao pente-fino no INSS já anunciado por Jair Bolsonaro, o governo pretende passar um ancinho na Dataprev, responsável pelo processamento da folha de benefícios previdenciários. Na visão da equipe econômica, é ali que mora o perigo. O objetivo é garimpar o lançamento de pagamentos irregulares no sistema da Previdência Social e identificar os responsáveis pelos eventuais desvios.A “limpeza” na Dataprev envolve ainda a esfera administrativa. O governo já mapeou mais de 50 servidores lotados em cargos comissionados que deverão ser afastados – a maior parte indicada durante o governo Temer. O martelo ainda não está batido, mas no Ministério da Economia discute-se também a troca de toda a diretoria, a começar pelo presidente, André Leandro Magalhães. Se o Serpro servir de parâmetro, há uma grande possibilidade de que o comando da Dataprev seja entregue a um nome egresso da iniciativa privada. No caso do Serpro, a escolha recaiu sobre o empresário da área de TI Caio Mario Paes de Andrade. Consultado sobre a troca na diretoria e a dispensa dos comissionados da Dataprev, o Ministério da Economia disse “ainda não ter essa informação”. A estatal, por sua vez, afirma “desconhecer” as medidas em estudo no governo.
Reforma da Previdência
6/02/2017A Fazenda ressuscitou o projeto de fusão da Dataprev e do Serpro. Henrique Meirelles, que puxou a Previdência para a sua alçada, é o principal entusiasta da aglutinação. Serpro e Dataprev dizem não participar de qualquer discussão sobre o assunto. É provável mesmo.
Dataprev e Serpro viram uma só na lista de privatizações
30/05/2016O programa de privatizações do governo Michel Temer atira em todas as direções. A nova proposta sobre a mesa prevê a fusão do Serpro e da Dataprev, a criação de uma grande estatal da área de TI e a posterior venda do controle da companhia. Segundo o RR apurou, o Ministério da Fazenda já teria iniciado os estudos para a associação das duas empresas. Não custa lembrar que ambas já estão sob o mesmo guarda-chuva: ao encampar a Previdência Social, a Pasta de Henrique Meirelles herdou também a Dataprev. O governo parte da premissa de que a privatização só é viável neste modelo, com a fusão entre as estatais. Isoladamente, Serpro e Dataprev são vistas como operações pouco atrativas para a iniciativa privada, em razão da limitada escala e da atuação restrita a órgãos públicos. A associação e a consequente montagem de uma estrutura integrada permitiriam a captura das sinergias operacionais e tecnológicas entre as duas estatais. Um exemplo: até o momento, não há qualquer iniciativa concreta do governo para a integração dos dados do Serpro e da Dataprev nas nuvens. Além dos ganhos de escala, haveria outras iscas para os investidores. Mesmo após a privatização, a nova empresa teria a garantia de manutenção dos atuais contratos para o processamento de dados de todos os órgãos da União. Permaneceria também com a gestão e pagamento dos mais de 32 milhões de benefícios da Previdência Social, serviço que responde por mais da metade da receita da Dataprev. Outro ponto importante: a nova empresa teria também caminho aberto para oferecer serviços de TI à iniciativa privada. A fusão entre o Serpro e a Dataprev chegou a ser aventada tanto na era Lula quanto na gestão de Dilma Rousseff, mas a ideia nunca passou de um balão de ensaio solto nos céus de Brasília. Desta vez, a associação não é um fim em si, mas um meio de viabilizar a privatização das duas estatais de TI. Esta nova companhia chegaria ao balcão com uma carteira de contratos combinada da ordem de R$ 3,2 bilhões por ano. No entanto, as duas empresas carregam desempenhos bem distintos. A Dataprev é uma estatal superavitária: em 2015, teve lucro de R$ 210 milhões. Já o Serpro vem de um ano sofrível. No último exercício, amargou um prejuízo superior a R$ 355 milhões.
XP da questão
15/02/2016A XP Investimentos teria amealhado uma pequena fortuna com o frenético sobe e desce das ações da Telebras nas últimas semanas. Em janeiro, a cotação chegou a subir 520% em apenas dois pregões por conta dos rumores de uma fusão entre a estatal, o Serpro e a Dataprev.