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Política externa

Brasil deve voltar a comprar energia da Venezuela

4/08/2023
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O Ministério de Minas e Energia abriu tratativas com o governo da Venezuela para comprar energia do país vizinho. A ideia é que o acordo com a estatal venezuelana Corpoelec entre em vigor ainda neste ano. O objetivo é garantir o suprimento do insumo para a Roraima, que sofre com o déficit energético. Seria uma solução temporária, até a construção da linha de transmissão Manaus-Boa Vista e a consequente conexão do estado ao Sistema Integrado Nacional. Roraima precisa de energia extra. Ponto. Mas, como quase todos os movimentos da gestão Lula na América do Sul, há segundas intenções que conversam com a política externa do governo.

Um importante projeto acalentado pelo presidente Lula é a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – conforme o RR já informou. A Venezuela, membro fundador da Opep, é tratada no governo como a grande avalista para o ingresso do país na entidade. Nesse caso, qualquer moeda de troca com o presidente Nicolás Maduro passa a ter um valor ainda maior. Dessa disposição de entrar na Opep é que derivam as declarações de que “A democracia é relativa” e “Nicolás Maduro é um presidente democrata”.

O governo Lula não está inventando moda. O Brasil comprou energia da Venezuela por 18 anos seguidos. O acordo começou em 2001, no governo FHC, no auge da crise do apagão. Em março de 2019, logo no terceiro mês de mandato, o presidente Jair Bolsonaro desfez o contrato, uma decisão eivada de uma forte dose de ideologia. Desde então, o abastecimento de Roraima tem sido feito por quatro termelétricas da Roraima Energia. As usinas consomem mais de um milhão de litros de diesel por dia, custo que é subsidiado pelo governo federal. Por ano, Brasília repassa a Roraima cerca de R$ 1 bilhão para cobrir as despesas com o funcionamento das térmicas. 

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