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Empresa
Companhia Brasileira de Lítio garimpa uma nova temporada de investimentos
13/05/2024Os executivos da Companhia Brasileira de Lítio (CBL) estão debruçados na montagem de um novo plano de investimentos. O que se diz no setor é que as cifras podem bater na casa dos US$ 80 milhões. Fato consumado? Ainda não. A informação é que o martelo só será batido no segundo semestre, com a definição dos projetos a serem executados ou não. Controlada pelos empresários Salustiano Costa Silva e Aguinaldo Couto, a CBL produz cerca de 1,5 mil toneladas de carbonato de lítio e 45 mil toneladas de concentrado de espodumênio. Nos últimos três anos, seu faturamento saltou de R$ 120 milhões para R$ 700 milhões. Procurada, a CBL não se manifestou.
Destaque
Governo estuda medidas para impulsionar a produção de lítio
3/05/2023O RR apurou que o Ministério das Minas e Energia estuda a criação de um departamento nacional do lítio, que terá recursos para induzir a pesquisa e exploração do mineral estratégico. O departamento assumiria os estudos para a prospecção das reservas do metal no país, hoje conduzidos pelo Serviço Geológico do Brasil. Seria responsável, sobretudo, por estimular novos projetos de exploração do lítio, em parceria com grupos privados nacionais e estrangeiros. Atuaria em dobradinha com o BNDES. O banco teria um papel importante no financiamento de futuros empreendimentos – o que, aliás, se encaixaria na estratégia da agência de fomento de focar em setores ligados à inovação.
Entre as grandes nações produtoras de lítio, há um poder cada vez maior do Estado sobre o setor. O Chile, por exemplo, não apenas anunciou a criação da Empresa Nacional do Lítio como já sinalizou a intenção de nacionalizar toda a produção do metal, inclusive restringindo a atuação do capital privado a participações minoritárias em projetos de controle estatal. Antes dos chilenos, o México já havia nacionalizado, no ano passado, todos os seus depósitos de lítio. O governo brasileiro pensa distante das decisões políticas dos seus companheiros da América Latina. Quer fomentar, mas não quer controlar.
A produção de lítio no Brasil ainda é incipiente. Os poucos projetos já existentes são tocados por empresas privadas. A Companhia Brasileira de Lítio explora a Mina da Cachoeira. A AMG Brasil tem uma operação em Nazareno. O player mais novo é a canadense Sigma Lithium, que promete iniciar neste mês a produção em sua mina, na divisa entre os municípios de Araçuai e Itinga. Todos estão concentrados em Minas Gerais, que reúne as maiores reservas já conhecidas de lítio do Brasil. Não por acaso, Romeu Zema vem tentando atrair o protagonismo do estado no setor, sob certo aspecto saindo na frente até mesmo do governo federal. Na semana passada, Zema anunciou a criação do Lithium Valley Brazil, projeto que será apresentado na Nasdaq no próximo dia 9 e tem como meta atrair mais de R$ 5 bilhões em investimentos na cadeia do lítio em cidades mineiras.
Se, no front interno, o governo estuda a criação de uma autarquia para o setor, da fronteira para fora todos os esforços da política externa do governo Lula têm como prioridade a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”. Trata-se do bloco que está sendo formado por Bolívia, Chile e Argentina, trio que detém quase 70% das reservas globais do metal. O Brasil tenta conquistar um lugar à mesa, ainda que com um poder de barganha bem menor do que seus vizinhos – estima-se que o país tenha algo com 8% de todo o lítio existente no mundo.