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Mercado
ATG tem o desafio (quase impossível) de furar o monopólio da B3
19/07/2024A B3 está se considerando a Petrobras do setor bursátil brasileiro. A empresa tem o monopólio do mercado de valores mobiliários. A princípio, a ATG – marca fantasia da futura bolsa do Rio e nome do operador da iniciativa, o Americas Trading Group – é uma iniciativa fadada ao nanismo. A pergunta repetida entre os agentes financeiros é se a nova plataforma terá escala de negócios para enfrentar a B3, a dona do mercado. Hoje, os operadores da “Bolsa única” dizem que a ATG está longe das condições para esse enfrentamento. Mas há controvérsias.
Um dos principais sócios da nova empresa, o fundo soberano Mubadala, é um artilheiro que não pode ser desprezado. Em hipótese alguma. Trata-se de um dos maiores investidores do mundo, com potencial não só de alocar recursos do seu manancial sem fim, mas também de atrair outros fundos gigantescos. Em segundo lugar, está o fator Eduardo Paes. O atual prefeito e virtual prefeito reeleito do Rio já anunciou que tem como sua prioridade a ATG. Paes é um obstinado e promete dar incentivos a torto e a direito às empresas que optarem pelos negócios na “sua bolsa”. Mesmo que a nova “BVRJ”, como era chamada a Bolsa do Rio, faça só cosquinha na B3, é sempre saudável ver alguma competição com o dono da bola.
Para o Rio de Janeiro, a iniciativa é positiva seja qual for o placar desse jogo. O Brasil, para quem não se lembra, já teve 27 bolsas de valores. Aos poucos, por adensamento, o setor foi se consolidando. Mas, até a década de 80, ainda restavam quatro delas com alguma expressão (Extremo Sul – Rio Grande do Sul e Santa Catarina; Minas, Espírito Santo e Brasília; Pernambuco e Paraíba; e Ceará, que englobava os demais estados), todas representadas pela Comissão Nacional das Bolsas de Valores (CNBV). No final, ficaram as bolsas do Rio e de São Paulo, ficando a primeira disparadamente a mais significativa. Depois, com a criação dos mercados futuros de ouro e a termo, em São Paulo, e a colaboração de um episódio com impacto similar ao da fraude contábil das Americanas na Bolsa do Rio (o caso Naji Nahas), a Pauliceia ganhou de goleada. E a Bolsa do Rio simplesmente fechou. Essa derrota acachapante é uma das responsáveis pelo abandono do Centro do Rio.