Tag: Itaipu Binacional
Energia
Usina solar flutuante vira uma dor de cabeça para Itaipu
12/09/2024O projeto-piloto de Itaipu Binacional de instalar uma usina de energia solar flutuante em seu lago está dando pano para manga. A estatal pretendia anunciar na semana passada o resultado da concorrência para definir a empresa que será responsável pela montagem e administração da geradora. No entanto, a decisão foi postergada para 25 de setembro.
O RR apurou que a conclusão do certame foi postergada devido a uma série de questionamentos feitos pelos candidatos. E não são poucos: há dez interessados, de acordo com a mesma fonte.
Um dos pontos mais controversos é a exigência para que a empresa vencedora forme um consórcio binacional com algum player do Paraguai. Por ora, é um voo no escuro. A gestão paraguaia sequer definiu como será o processo de escolha pelo seu lado.
Destaque
O que está mais perto de Itaipu: as ruas de Belém ou as vítimas da catástrofe gaúcha?
9/05/2024A tragédia do Rio Grande do Sul pode provocar uma reviravolta na liberação de R$ 1,3 bilhão de Itaipu Binacional para a COP 30, em Belém. Há uma forte pressão da bancada gaúcha sobre o governo, a começar pela própria base aliada, para que os recursos da estatal sejam redirecionados à reconstrução de Porto Alegre e das demais cidades devastadas pelas chuvas. Alguns parlamentares do Sul têm, inclusive, discutido uma ida conjunta ao presidente Lula para solicitar a transferência das verbas de Itaipu.
A premissa é que, neste momento, não há nada mais prioritário no país: a questão humanitária se sobrepõe a qualquer outro projeto ou iniciativa, por mais importante que venha a ser. Mesmo porque ainda existe uma grande desorientação das autoridades em relação às consequências da tragédia. Não se sabe ao certo o número de vítimas fatais, a quantidade de desabrigados e muito menos a extensão dos danos materiais e o quanto de recursos financeiros terão de ser empregados na restauração de ruas, bairros e mesmo cidades inteiras.
O governo terá de redefinir rubricas, seja diretamente do orçamento da União, seja de estatais federais, com o objetivo de canalizar o maior volume possível de verbas para o Rio Grande do Sul. Nesse contexto, o “resto” talvez tenha de esperar, nem que o “resto” seja um evento global da maior relevância para tratar de uma das agendas mais fulcrais para a humanidade, como as mudanças climáticas. Entre salvar vidas agora e rediscutir mais à frente outras formas de apoio financeiro à COP 30, que só acontece em novembro de 2025, não há discussão. Ou, pelo menos, não deveria haver.
A coincidência de timing entre a assinatura do convênio com a Prefeitura de Belém, firmado na última segunda-feira, e a tragédia no Sul acabou colocando um foco político maior sobre Itaipu e os critérios para o uso de recursos da estatal. Prova disso que é que ontem o deputado federal Danilo Forte (União-CE) apresentou um Projeto de Lei propondo a destinação de R$ 400 milhões das receitas de Itaipu para abater a conta de luz dos consumidores rurais e residenciais no Rio Grande do Sul. É só o começo. Parece realmente um contrassenso: destinar R$ 1,3 bilhão da hidrelétrica para a rede de saneamento e a pavimentação de ruas de Belém, uma cidade a 3,4 mil km de distância que não usa e muito menos paga pela energia de Itaipu.
No próprio setor elétrico, há questionamentos ao acordo com a capital paraense. O ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e atual presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, classificou o repasse de verbas da usina binacional a Belém como um “escândalo” e uma “usurpação do dinheiro pago pelos consumidores de energia do Sul, Sudeste e Centro-Oeste em suas contas de luz”. A questão é um exemplo didático do desnorteamento em geral em torno da catástrofe no Rio Grande do Sul. A RGE, leia-se CPFL, distribuidora que atende 381 municípios do estado, informou a suspensão da cobrança da conta de luz… nas casas que estão sem energia.
Gasoduto pode dar novo rumo a negociações sobre a tarifa de Itaipu
2/05/2024O governo brasileiro pretende colocar um “jabuti” na negociação com o Paraguai para definir a tarifa da energia de Itaipu. Segundo um assessor do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em conversa com o RR, a ideia é atrelar o acordo à construção de um gasoduto em território paraguaio para que o Brasil possa receber gás natural de Vaca Muerta, na Argentina. Nesse contexto, o governo Lula estaria disposto a ceder e aceitar um reajuste no preço da energia de Itaipu, como tanto querem os paraguaios, tendo como contrapartida a garantia de instalação do pipeline no país vizinho.
O aumento poderia ser acordado já agora ou mesmo em uma segunda rodada de negociações, nos próximos meses, com o avanço das tratativas para a implantação do gasoduto. Seria um jogo de ganha-ganha: por um lado, o governo do presidente paraguaio Santiago Peña sairia vencedor, ao conseguir o tão exigido acréscimo da tarifa; e, do outro, o Brasil também seria vencedor, olhando-se, de uma forma mais ampla, o tabuleiro geoeconômico da energia na América do Sul. A construção de um gasoduto entre a região do Chaco, na Argentina, e o Mato Grosso do Sul, por dentro do Paraguai, permitiria ao Brasil comprar o gás de Vaca Muerta e reduzir a dependência do insumo boliviano.
Pelo mesmo motivo, o próprio Paraguai também se beneficiaria, passando a ter uma alternativa ao gás da Bolívia. Com isso, o governo brasileiro poderia abrir mão da instalação de um pipeline entre a Argentina e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, tido como um investimento mais custoso.
A negociação bilateral em relação a Itaipu virou um jogo de pôquer. As cartas mais importantes ainda estão nas mãos dos jogadores. Inicialmente, o Brasil não abria mão de reduzir a tarifa da hidrelétrica para US$ 14,77/Kw. Mas abriu. No último dia 24, em declarações à imprensa, o próprio ministro Alexandre Silveira admitiu a manutenção do valor atual – US$ 16,71/Kw – caso os paraguaios aceitem algumas “contrapartidas”, como um prazo maior para a revisão do chamado Anexo C do Tratado de Itaipu e o fim dos reajustes anuais – que passariam a ser discutidos a cada dois ou três anos.
Silveira, no entanto, falou da missa a metade. A tal “contrapartida” realmente capaz de mudar o eixo da negociação seria o gasoduto paraguaio. O projeto já foi objeto de conversas, no passado recente, entre o ministro de Minas e Energia e o chanceler Mauro Vieira com autoridades paraguaias. Agora, a proposta ganha outra dimensão com a estratégia do governo brasileiro de usar o preço da energia de Itaipu como moeda de troca para a construção do pipeline.
O Paraguai quer um valor de US$ 20,75/Kw. Esse valor não será. Mas, intramuros, Silveira e a área técnica do Ministério já fazem cálculos do quanto a tarifa em vigor pode ser levemente majorada, para a casa dos US$ 17/Kw. Por ora, são discussões internas, guardadas a sete chaves, mesmo porque dependem de uma sinalização positiva do Paraguai em relação ao gasoduto. O Brasil, ressalte-se, compra parte da cota de energia de Itaipu que, por contrato, cabe aos paraguaios – o país vizinho não tem demanda para toda a sua parcela. A premissa do governo brasileiro é que o custo adicional decorrente do reajuste da tarifa será compensado com a compra do gás da Argentina a preços mais baixos do que o boliviano.
Energia
Há um canhão apontado para a hidrelétrica de Itaipu
25/04/2024Como se não bastassem as divergências entre Brasil e Paraguai em relação ao tema, a renegociação das tarifas de energia de Itaipu tem sido marcada também por ressentimentos históricos. Segundo uma fonte do Itamaraty, em meio às duras conversações, as autoridades paraguaias colocaram sobre a mesa a exigência de devolução do canhão “El Cristiano”. O obuseiro sempre foi tratado do lado de cá da fronteira como um troféu de guerra.
O equipamento foi tomado das Forças Armadas do Paraguai depois que o Exército brasileiro derrotou as tropas de Francisco Solano Lopez. A peça de artilharia está em exposição no Museu Histórico Nacional, no Rio. O “El Cristiano” tem forte simbolismo no Paraguai. Dá nome a cidade, rodovia, ruas, praças e hospitais.
Incluir o canhão nas discussões sobre a renegociação dos preços da energia de Itaipu não deixa de ser uma artimanha dos paraguaios para constranger o governo brasileiro. No ano passado, em encontro com Lula, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, manifestou a intenção de recuperar o canhão. Mas, até agora, nem sinal de devolução do “El Cristiano”.
Política
Gleisi Hoffmann quer ex-presidente de Itaipu no comando da ENBPar
1/02/2024A sucessão na ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacionais), controladora de Itaipu Binacional e da Eletronuclear, promete ser quente. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, trabalha para emplacar Jorge Samek no cargo. Samek comandou a própria Itaipu por 14 anos durante os governos Lula I e II e Dilma Rousseff. Por sua vez, empresas do setor privado fazem campanha pela manutenção de Luiz Fernando Pairoli Santos, ex-presidente da Light e de Furnas. Seu mandato, assim como o de toda a diretoria, se encerrou no dia 3 de janeiro. Ele segue no cargo de forma temporária até 30 de abril, data marcada para a assembleia geral ordinária que poderá reconduzi-lo ao cargo ou eleger um novo presidente. Assembleia “geral”, diga-se de passagem, formada por um único acionista: a União.
Energia
Paraguai quer toda a sua energia em Itaipu. Quer mesmo?
16/06/2023A Administração Nacional de Energia Elétrica do Paraguai fez chegar ao Ministério de Minas e Energia no Brasil que concluirá, até o fim de julho, a instalação de um novo sistema de transmissão conectado a Itaipu. Significa dizer que o país vizinho poderá receber 100% da sua cota sobre a energia produzida na hidrelétrica, algo até então inviável por restrições de ordem técnica. Este é um movimento que promete trazer mais tensão para a negociação do novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira neste ano. O Paraguai já deixou claro às autoridades brasileiras que vai usar plenamente o volume de energia a que tem direito. Será?
No Ministério de Minas e Energia, há quem diga que o governo do presidente Mario Abdo Benitez está criando dificuldades para arrancar um preço mais alto na cessão de parte de sua cota. No ano passado, a energia cedida ao Brasil rendeu aos cofres do Paraguai algo em torno de US$ 360 milhões. A conta dessa luz deve subir a partir do novo Tratado. Até porque, o Paraguai tem razão para cobrar mais. O Brasil hoje paga US$ 44 por KWh do excedente, enquanto no mercado internacional o valor está em torno de US$ 220 por KWh.
Política
Um curto-circuito petista dentro de Itaipu
15/05/2023A distribuição de cargos em Itaipu Binacional está provocando uma saia justa dentro do PT. O presidente do lado brasileiro da hidrelétrica, Ênio Verri, estaria cozinhando até onde pode a nomeação do ex-deputado federal André Vargas como assessor especial da companhia. Seu nome enfrenta resistências dentro do Conselho e da própria direção da estatal. Mas Verri dificilmente vai conseguir atender aos pleitos interna corporis contra a chegada de Vargas. O ex-parlamentar, assim como o próprio Verri, é uma indicação direta da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Vargas foi um dos petistas condenados pelo então juiz Sergio Moro, na Lava Jato. Em dezembro do ano passado, a sentença foi anulada pelo STF. Em fevereiro, a assessoria de Itaipu chegou a soltar nota negando a contratação de André Vargas. No que depender de Gleisi, muito em breve terá de publicar outra, informando sobre a sua nomeação.
Infraestrutura
Ponte inacabada pesa sobre o caixa de Itaipu
2/01/2023Mais uma obra inacabada do governo Bolsonaro vai cair no colo da gestão Lula. A equipe de transição da área de infraestrutura já calcula que Itaipu Binacional terá de arcar com um custo adicional da ordem de R$ 100 milhões para concluir a construção da ponte de integração Brasil-Paraguai, projeto conduzido pela estatal. O novo cronograma prevê o fim das obras apenas para 2025. O aumento dos custos e o atraso na construção fizeram com que a atual direção de Itaipu desistisse de inaugurar a ponte ainda neste ano, conforme estava previsto. “Inaugurar”, ressalte-se, é mera força de expressão. A rigor, seria uma cerimônia cenográfica para Jair Bolsonaro posar como responsável pelo empreendimento.
Política
Paulo Bernardo ganha força para assumir Itaipu
19/12/2022O ex-ministro Paulo Bernardo, integrante da equipe de transição, está cotado para assumir a presidência de Itaipu Binacional. Seu nome conta com importantes apoios dentro do PT, notadamente de Dilma Rousseff, de quem foi ministro das Comunicações, e da presidente do partido, Gleisi Hoffmann – com quem foi casado. No caso de Dilma, é quase um acerto de contas com o passado. Em 2015, a então presidente da República nomeou Paulo Bernardo para a direção-geral de Itaipu. No entanto, se viu obrigada a volta atrás: na mesma semana em que o petista tomaria posse, Sergio Moro enviou para o STF documentos com o suposto repasse de recursos ilícitos para Gleisi, então casada com Bernardo.
A escolha do futuro nº 1 de Itaipu tem ainda mais importância no mosaico de cargos da área de energia devido a uma circunstância especial. No próximo ano, Brasil e Paraguai terão de negociar o novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira no mês de abril.
Energia
Itaipu é com Gleisi Hoffmann
8/11/2022Mais um sinal do poder de Gleisi Hoffmann na composição do futuro governo: caberá à presidente do PT indicar a nova direção de Itaipu Binacional. Para a presidência da estatal o nome mais cotado é de Jorge Samek – isso se não assumir o Ministério de Minas e Energia, para o qual já foi citado como um dos candidatos. Gleisi também deverá aninhar João Vaccari Neto no Conselho de Itaipu. É déjà vu na veia: ambos já ocuparam as mesmas cadeiras nos governos do PT. Samek presidiu a empresa entre 2003 e 2017. Já Vaccari, ex-tesoureiro do PT, integrou o board de 2012 a 2014. Às indicações são essas, mas não custa alertar que Lula quer ver gente nova no seu governo. O RR aposta que Gleisi ganha essa parada.
Rei da mesa
14/10/2022Jorge Samek está cotado para voltar ao comando de Itaipu caso Lula vença a eleição. A indicação tem o apoio de Gleisi Hoffmann. Em termos de longevidade, Samek foi campeão nos governos do PT: presidiu a estatal de 2003 a 2016.
“Vale Itaipu”
10/10/2022Circula no Ministério de Minas e Energia a informação de que o governo do Paraguai quer aumentar o valor dos royalties pagos por Itaipu Binacional aos municípios localizados no seu entorno. A medida valeria tanto para as cidades do lado paraguaio quanto brasileiro. A justificativa é que a usina terá uma folga de caixa de R$ 10 bilhões com a quitação do financiamento referente à sua construção, previsto para 2023.
Quem paga a conta do “Auxílio Paraguai”?
21/09/2022Um contencioso bilateral pode cair no colo do próximo governo – seja ele quem for. O Ministério de Minas e Energia e a diretoria do lado brasileiro de Itaipu Binacional estudam acionar uma corte arbitral internacional contra a lei aprovada recentemente pelo Congresso do Paraguai. A nova legislação determina o pagamento de um bônus a cidadãos paraguaios que trabalharam na construção da hidrelétrica. A medida abrangeria cerca de 15 mil operários. Ocorre que o governo do presidente Mario Abdo Martínez quer fazer política social com o caixa de Itaipu. Estima-se que o benefício custaria quase US$ 1 bilhão aos cofres da usina.
Frente a frente
18/07/2022Prefeitos de cidades que recebem royalties pagos por Itaipu Binacional estão tentando um encontro com Lula. O objetivo é entregar ao petista um documento pedindo ao governo que mantenha o pagamento do benefício. Com a revisão do tratado da hidrelétrica, no ano que vem, não há garantia de sua permanência. Hoje, 90% dos valores são repassados aos municípios e 10% à União. O cálculo considera a quantidade de energia gerada mensalmente, a taxa de câmbio e um fator de atualização do dólar.
Militares batem em retirada da área de Minas e Energia
25/05/2022A área de Minas e Energia está sofrendo um processo de “desmilitarização”. A próxima baixa deverá ser o presidente de Itaipu, almirante Anatalicio Risden Junior. A troca no comando da estatal completaria uma trilogia de demissões de militares,juntando-se às recentes saídas do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras e do também almirante Bento Albuquerque do próprio Ministério. Risden, cabe ressaltar, está no cargo como uma indicação direta e pessoal do colega de farda e ex-ministro.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou. O governo já analisa nomes para a presidência de Itaipu. O RR apurou que o mais cotado é o da ex-governadora do Paraná Maria Aparecida Borghetti, atualmente no Conselho de Administração da hidrelétrica. As articulações não passam exatamente pelo gabinete do novo ministro de Minas e Energia, Alfredo Sachsida. A costura para a indicação de Maria Aparecida estaria sendo conduzida por Ciro Nogueira. Ou seja: Centrão na veia. A ex-governadora é mulher do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e correligionário de Nogueira.
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A possível troca na presidência de Itaipu coincide com um momento de razoável tensão bilateral. O RR teve a informação de que o governo do Paraguai já enviou ao Itamaraty o pedido formal para o início da renegociação do Tratado da hidrelétrica, que vence em 2023. Os paraguaios acenam, desde já, com algumas exigências, como o pagamento de um valor fixo e mensal à província de Canindeyu. Seria uma indenização tardia para cobrir prejuízos econômicos causados pelo desaparecimento de Sete Quedas, ainda nos anos 80.
Uma ponte eleitoral
2/05/2022A construção da nova ponte de integração Brasil-Paraguai está sendo tocada a toque de caixa. A ordem em Itaipu Binacional, responsável pelo projeto, é que a inauguração aconteça até setembro, portanto antes das eleições. O próprio Palácio do Planalto e o Ministério da Infraestrutura têm acompanhado o ritmo das obras com lupa. As informações mais recentes que chegaram à Pasta indicam que cerca de 80% do empreendimento já foram concluídos. Além do aspecto eleitoral, o projeto tem também razoável importância diplomática para o governo brasileiro. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, é um dos raros aliados de Bolsonaro no continente.
Descarga elétrica
4/01/2022Nos próximos dias, o Conselho de Itaipu vai se reunir para analisar o reajuste das tarifas de energia para 2022. No setor, a aposta é
que o board da hidrelétrica vai sair pela tangente e evitar esse fio desencapado, devolvendo o assunto para as Presidências do Brasil e do Paraguai.
Lusco-fusco bilateral
29/11/2021Mais uma faísca nas relações entre Brasil e Argentina: a sincronização das hidrelétricas de Itaipu e Yaciretá, que estava prevista para este ano, deve ficar para 2022. Será o segundo adiamento em um ano e meio. No governo brasileiro, os atrasos são atribuídos à estatal argentina do setor elétrico Cammesa. A cada momento, a empresa apresenta uma nova exigência. É como se a Argentina não quisesse mais sincronizar os ciclos de produção das duas usinas.
Paraguai parte para o ataque
19/08/2021O Paraguai vai subir o tom em relação à cobrança de uma suposta dívida de US$ 4,1 bilhões de Itaipu Binacional – ver RR de 4 de agosto. Segundo informação que chegou ao Ministério das Relações Exteriores, políticos e entidades sindicais paraguaias estão organizando uma manifestação em frente à Embaixada brasileira em Assunção para amanhã. O protesto teria o endosso do próprio governo do presidente Mario Abdo Benítez. Consultado, o Ministério informou ter ciência da manifestação e disse estar em “contato com as autoridades do estado paraguaio para assegurar a proteção de seu pessoal e de suas instalações”.
Mais um fio desencapado no Mercosul
4/08/2021Como se não bastassem as fricções com a Argentina, o Brasil está à beira de um contencioso com o Paraguai. Segundo o RR apurou, o governo paraguaio sinalizou às autoridades brasileiras a intenção de levar a uma corte arbitral internacional a cobrança de uma dívida de US$ 4,1 bilhões junto à Itaipu Binacional. O país vizinho alega ter direito a receber a indenização por supostas perdas sofridas nos anos 80 e 90, em decorrência da redução “artificial” das tarifas de energia da usina. O Ministério de Minas e Energia e a direção brasileira de Itaipu não reconhecem a existência do passivo. Consultada, a estatal informou que “o Examen Especial de la deuda de la Entidad Binacional Itaipu (N.R. processo produzido pela Controladoria Geral do Paraguai que embasa o pedido de indenização) foi feito de forma ´unilateral ´ pelo órgão paraguaio”. Segundo Itaipu, “em nenhum momento diretores ou conselheiros da binacional foram consultados”.
Comportas fechadas em Itaipu
13/05/2020O governo brasileiro brecou uma inusitada operação envolvendo Itaipu Binacional. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, os paraguaios manifestaram a intenção de realizar um empréstimo internacional por meio da geradora. De acordo com a mesma fonte, em uma engenharia sinuosa, o governo do presidente Mario Abdo Benítez pretendia lastrear a operação em recebíveis de Itaipu e destinar os recursos a projetos para o combate ao coronavírus no país vizinho. Faltou o sinal verde do Brasil, que não concordou em aumentar a alavancagem da usina.
Itaipu opera em alta tensão no lado paraguaio
9/04/2020Há uma preocupação na cúpula do Ministério de Minas e Energia e na diretoria de Itaipu Binacional com a segurança operacional da usina. O motivo é a crescente tensão entre o governo de Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai, e os sindicatos locais, em especial do setor elétrico. Segundo o RR apurou, o Ministério de Minas e Energia recebeu de autoridades do país vizinho a informação de que os trabalhadores do lado paraguaio estariam articulando uma paralisação forçada da hidrelétrica.
Seria uma reação à prisão, na semana passada, de cinco dirigentes de sindicatos da área de energia. O pano de fundo da queda de braço é a Covid-19. Os trabalhadores da metade paraguaia de Itaipu protestam contra a decisão do governo de Abdo Benítez de reduzir seus salários entre 10% e 20%. A medida faz parte do pacote de ações adotadas no país para mitigar os impactos do novo coronavírus sobre a economia.
Os empregados da hidrelétrica questionam os “tijerazos” – algo como “tesourada”, em uma tradução livre – com a alegação de que os salários do lado paraguaio já estavam defasados. O assunto, inclusive, começa a espocar nas redes sociais no Paraguai, gerando discussões acaloradas. Há manifestações de apoio aos trabalhadores do setor elétrico tanto quanto mensagens agressivas contra os sindicatos, encorajando o governo a usar de força para impedir eventuais protestos.
Deve haver um “gabinete do ódio” por lá também. Por mais remota que seja, qualquer ameaça de paralisação ou de distúrbios em Itaipu acende um sinal de alerta que vai além dos eventuais transtornos para o setor elétrico – a usina responde por 11% do consumo de energia do Brasil. O ambiente psicossocial no Paraguai e a segurança da usina são questões particularmente caras à atual cadeia de comando da geradora, egressa das Forças Armadas – o Almirante Bento Albuquerque no Ministério e o general Joaquim Silva e Luna na presidência da estatal.
É possível perceber, inclusive, um compreensível zelo das autoridades ao abordar o tema. Procurado, o Ministério de Minas e Energia sugeriu que o assunto fosse tratado com a assessoria de Itaipu. Esta, por sua vez, disse que “não há risco para a segurança operacional da usina”, mas passou a bola para o outro lado da fronteira, recomendando o contato com a divisão de imprensa da margem paraguaia de Itaipu. A comunicação da usina pelo lado do Paraguai não se pronunciou.
Acervo RR
Fronteira elétrica
26/11/2019Em meio à intricada costura do acordo de Itaipu, a Eletrobras e a estatal paraguaia Ande abriram uma outra frente de discussão. Em jogo, a partilha da produção adicional de energia 200 GWh da hidrelétrica. A carga extra é decorrente de decisão do ONS, em função da seca na Região Sul. O Operador do Sistema autorizou Itaipu a gerar energia mesmo com reservatório a 217,2 metros acima do nível do mar, inferior aos 219 metros de outubro.
Depois de Itaipu, os automóveis
21/08/2019Em meio ao rescaldo da grave crise em torno da venda da energia de Itaipu, Brasil e Paraguai avançam em uma nova negociação bilateral: segundo o RR apurou, a equipe de Paulo Guedes deverá apresentar até o dia 30 uma primeira proposta para um acordo automotivo entre os dois países. No Ministério da Economia, há um razoável otimismo de que a versão final seja assinada até o fim de outubro.
Curto circuito bilateral
21/05/2019Há um novo round na disputa entre Brasil e Paraguai pela energia de Itaipu. Na semana passada, o presidente Mario Abdo Benítez autorizou a construção de duas novas linhas de transmissão interligando a hidrelétrica à região de Colonia Iguazu, onde se concentra a maior produção de soja do país vizinho. Abdo, inclusive, já solicitou à CAF – o banco de desenvolvimento da América Latina – um empréstimo de US$ 170 milhões para financiar a obra. A construção das duas linhas de transmissão corrobora a disposição do governo do Paraguai em exigir o aumento da energia fornecida para o país, principal ponto de discórdia na renegociação do Tratado de Itaipu.
O “dono” de Itaipu
21/03/2019Carlos Marun, que se notabilizou como um soldado do governo Temer, parece estar à vontade na tropa do presidente Jair Bolsonaro. Devidamente aninhado no Conselho de Itaipu Binacional, Marun está tomando à frentedo projeto de construção da nova ponte entre Brasil e Paraguai. A companhia financiará quase que integralmente o empreendimento, orçado em torno dos US$ 270 milhões. Na próxima terça-feira, por exemplo, Marun deverá liderar uma comitiva de representantes dos dois países que fará uma visita ao futuro canteiro das obras do lado brasileiro.
Cabo de guerra
27/02/2019Ontem, em conversa reservada com o novo presidente e o novo diretor financeiro de Itaipu – respectivamente o general Joaquim Silva e Luna e o vice-almirante Anatalício Risden Júnior – Jair Bolsonaro deu o tom de como deverá ser dura a renegociação do tratado bilateral com o Paraguai. Segundo a fonte do RR auscultou, Bolsonaro disse que não aceitará pagar mais pela energia excedente não Cabo de guerra utilizada pelos paraguaios, como quer o país vizinho.
Itaipu abre uma nova fenda nas relações entre Brasil e Paraguai
20/11/2018O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tem à sua espera um elétrico imbróglio com o Paraguai. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo do presidente Mario Benítez tem feito pressão pelo cancelamento da licitação para a atualização tecnológica de Itaipu. Excetuando-se a sua construção, trata-se de uma das maiores contratações já realizadas pela empresa binacional: o valor passa dos US$ 600 milhões. De acordo com a fonte do RR, o país vizinho questiona os critérios da concorrência. Alega que a diretoria da hidrelétrica estipulou regras sob medida para embarreirar empresas paraguaias e manter o centro de decisões do projeto no Brasil. Em início de mandato, o presidente Benítez certamente vislumbra a oportunidade de se capitalizar ao brigar pela maior participação de empresas e de mão de obra paraguaia no projeto. Ressalte-se ainda que o impasse tem como pano de fundo uma questão ainda maior. Trata-se da negociação do chamado Anexo C, que envolve as cláusulas financeiras do Tratado de Itaipu – ver RR edição de 17 de outubro. O novo governo paraguaio já sinalizou que quer uma cota maior da energia produzida pela hidrelétrica. Consultada, Itaipu Binacional disse não “ter conhecimento sobre as supostas divergências” em torno do Anexo C. Sobre a licitação, informou que o processo “está em fase de pré-qualificação das empresas e consórcios interessados”. A companhia não se pronunciou acerca dos questionamentos feitos pelo governo do Paraguai. No total, 140 empresas adquiriram o caderno de bases e condições para a licitação – 100 brasileiras e 40 paraguaias. Destas, 21 se apresentaram para a disputa. De acordo com a assessoria de imprensa de Itaipu, as companhias habilitadas serão definidas até 14 de dezembro, data da última reunião do Conselho de Administração em 2018.
Itaipu é um fio desencapado para o futuro governo
17/10/2018Um impasse bilateral de razoável voltagem aguarda pelo futuro presidente da República. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o novo governo do Paraguai pretende antecipar a renegociação do Tratado de Itaipu, notadamente do chamado Anexo C, que abrange as cláusulas financeiras. Em setembro autoridades paraguaias mantiveram os primeiros contatos neste sentido com o ministro Moreira Franco.
O país vizinho aguarda pela posse do próximo presidente brasileiro para avançar na intrincada questão. A rigor, o acordo em vigor vence apenas em 2023. Como contrapartida, o governo do Paraguai acena com a possibilidade de quitação antecipada da dívida referente à construção da hidrelétrica, prevista para o mesmo ano. O tema se torna ainda mais complexo diante do favoritismo eleitoral de Bolsonaro e da expressiva participação de generais que se anuncia para o seu Ministério. Sob a ótica militar, Itaipu sempre foi mais do que uma “mera” usina; trata-se de uma questão de segurança nacional.
Do lado paraguaio, a renegociação figura entre as missões do economista norte-americano Jeffrey Sachs, contratado como assessor econômico do novo presidente Mario Benítez, no cargo há menos de dois meses. Em 2013, curiosamente, o mesmo Sachs elaborou um controverso relatório afirmando que o Paraguai já havia quitado o empréstimo relativo à construção da usina. O fato é que o governo de Benítez alega que as cláusulas em vigor são anacrônicas e não refletem o crescimento da economia local.
Pelo Tratado, os paraguaios são obrigados a dar preferência ao Brasil na venda da energia de Itaipu que não consomem. Mais do que isso: o insumo é vendido a preços prefixados, o que traria prejuízos ao país. Ressalte-se que o Paraguai caminha a passos largos para o que, por décadas, parecia algo inimaginável: usar plenamente a cota a que tem direito, ou seja, metade da produção da hidrelétrica. O franco crescimento da economia local – em média 4,5% ao ano – tem puxado a demanda pelo insumo. Nos últimos dez anos, a contratação de energia pelo Paraguai cresceu, em média, 8,1%. Mas, se considerado apenas o período a partir de 2014, essa média dispara para mais de 20%.
Blairo Maggi passa a enxada na direção da Embrapa
26/01/2017O governo Michel Temer parece disposto a finalmente acabar com rincões da Era Dilma que ainda perduram nas estatais. Após defenestrar o quase eterno Jorge Samek do comando de Itaipu, o alvo agora é a diretoria da Embrapa, a começar pelo presidente, Mauricio Lopes, no cargo desde 2012. A tarefa está nas mãos do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que já negocia com líderes da bancada ruralista nomes para a estatal.
Consultado, o Ministério da Agricultura diz “não ter informações” sobre mudanças na Embrapa. No que dependesse de Blairo Maggi, a direção da Embrapa já teria sido arrancada pela raiz há tempos. O ministro identifica a atual gestão como um foco de resistência à proposta de venda de 51% da Embrapatec, subsidiária que está sendo criada para concentrar a comercialização de biotecnologias desenvolvidas pela empresa.
Maggi chamou a operação para si e quer concluí-la neste ano – ele negocia com a base aliada para que o Projeto de Lei no 5.243/16, que institui a subsidiária, seja votado com celeridade. A proposta andou a passos de quelônio nos últimos meses do governo Dilma Rousseff. Praticamente toda a diretoria da Embrapa remonta à Era Dilma.
Mauricio Lopes é bastante identificado com a ex-ministra da Agricultura, Katia Abreu. Já a diretora de Administração e Finanças, Vania Castiglioni, é ligada à senadora Gleisi Hoffmann. Vania, inclusive, chegou a ser investigada pela Controladoria-Geral da União por supostas irregularidades na criação da Embrapa Internacional, nos Estados Unidos. O projeto, que acabou não indo adiante, teria sido conduzido sem aprovação do Conselho de Administração da estatal. Por sua vez, o diretor de Tecnologia, Waldyr Stumpf Junior, saiu do PT do Rio Grande do Sul.
Duro na queda
26/10/2016O Planalto vai trocar a direção de Itaipu Binacional até dezembro. O que mais chama a atenção, neste caso, não é nem a mudança, mas a sobrevida do diretor-geral da estatal, o petista Jorge Samek, que já contabiliza sete meses de governo Temer. Longevidade, aliás, é uma das marcas do executivo. Ligado a Lula e à senadora Gleisi Hoffman, Samek está no cargo desde 2003. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Itaipu Binacional.
Jorge Samek está de saída
5/07/2016A prisão de Paulo Bernardo selou o destino do diretor geral de Itaipu, Jorge Samek. Ligado ao ex-ministro e à senadora Gleisi Hoffmann, Samek deverá ser defenestrado do cargo nos próximos dias, encerrando uma era de 13 anos à frente da usina.
Despedida da Itaipu
4/07/2016A prisão de Paulo Bernardo selou o destino do diretor geral de Itaipu, Jorge Samek. Ligado ao ex-ministro e à senadora Gleisi Hoffmann, Samek deverá ser defenestrado do cargo nos próximos dias, encerrando uma era de 13 anos à frente da usina.
Light espalha suas geradoras sobre o balcão
20/05/2016A Light prepara um plano emergencial de desmobilização de ativos, notadamente na área de geração, para fazer frente a sua delicada situação financeira. Segundo o RR apurou, a proposta deverá ser submetida ao Conselho de Administração na reunião prevista para a próxima semana. A companhia pretende se desfazer da sua participação na Renova Energia, maior geradora de fontes renováveis do país, e na usina de Belo Monte . Também seriam colocadas à venda cinco usinas hidrelétricas no Rio e em São Paulo, com capacidade total de 855 MW. Segundo o RR apurou, a empresa espera arrecadar algo em torno de R$ 3 bilhões com a alienação dos ativos e, assim, ganhar fôlego para atravessar sua maior crise desde a privatização, há exatos 20 anos. A Light está no meio da tempestade perfeita. A queda no consumo de energia, o avanço da inadimplência, o rombo fiscal de R$ 9 bilhões em Minas Gerais – o que inviabiliza qualquer novo aporte de capital da Cemig, seu controlador – e a escalada do passivo têm formado uma combinação explosiva para a distribuidora fluminense. Nos últimos 12 meses, a relação dívida líquida/Ebitda pulou de 3,7 para 4,3 vezes e a situação tende a se agravar. Segundo o RR apurou, as projeções da própria Light indicam que esse índice vai romper o patamar de cinco para um até o fim do ano. Um dos casos mais delicados – não exatamente pelo montante, mas pelo potencial impacto sobre a própria operação da companhia – é o passivo com Itaipu. Há cerca de dois meses, a Light abriu uma nova rodada de negociações na tentativa de repactuar o pagamento da dívida de US$ 80 milhões referente à compra de energia. No entanto, segundo fontes próximas à empresa, as conversações fracassaram e a geradora exige a imediata quitação dos valores atrasados. A dívida com Itaipu é um fio desencapado que se estende até a Aneel. A presidente da Light, Ana Horta Veloso, solicitou à agência reguladora uma revisão tarifária extraordinária, dois anos antes do previsto. A justificativa da companhia é que ela fez uma série de investimentos adicionais, sobretudo por conta dos Jogos Olímpicos no Rio. No entanto, a direção da Aneel já deixou claro que qualquer discussão está condicionada à quitação dos pagamentos atrasados à Itaipu. Por falar em inadimplência, na outra ponta a Light sofre com o crescente atraso no pagamento das contas de luz. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou em balanço cerca de R$ 50 milhões em provisões para recebíveis de liquidação duvidosa. Ou seja: em apenas três meses, a empresa provisionou mais de 60% do valor lançado ao longo de todo o ano de 2015 (R$ 80 milhões). Procurada pelo RR, a Light não comentou o assunto.
Delação elétrica
9/03/2016A Rádio Lava Jato informa: além da senadora Gleisi Hoffmann, a delação premiada do ex-vereador paranaense Alexandre Romano, vulgo “Chambinho”, apontaria também na direção do presidente de Itaipu, Jorge Samek. A conferir.
Acervo RR
Itaipu Binacional
12/11/2015O presidente de Itaipu Binacional, Jorge Samek, está no centro de um escândalo do outro lado da fronteira. A Contraloría General de la República del Paraguay – a CGU do país vizinho – apura suspeitas de superfaturamento na construção de uma linha de transmissão de 348 km entre a usina de Itaipu e a cidade de Villa Hayes. Procurada, Itaipu nega irregularidades e afirma que os custos do projeto levam em consideração os “índices de inflação e, sobretudo, a variação cambial”.
Itaipu Binacional
12/11/2015O presidente de Itaipu Binacional, Jorge Samek, está no centro de um escândalo do outro lado da fronteira. A Contraloría General de la República del Paraguay – a CGU do país vizinho – apura suspeitas de superfaturamento na construção de uma linha de transmissão de 348 km entre a usina de Itaipu e a cidade de Villa Hayes. Procurada, Itaipu nega irregularidades e afirma que os custos do projeto levam em consideração os “índices de inflação e, sobretudo, a variação cambial”.
Assento marcado
10/09/2015O ex-ministro Paulo Bernardo tem dito que sua vaga na presidência de Itaipu Binacional está assegurada. O Planalto precisava de um respiro devido às implicações da sua cara-metade com a Lava Jato. Daí o recuo de Dilma Rousseff na sua nomeação.
Família Itaipu
3/09/2015Com a cabeça a prêmio, Jorge Samek tem apelado a Lula para permanecer na presidência da Itaipu Binacional. É praticamente um assunto de família. A filha de Samek namora um dos filhos do ex-presidente. Itaipu diz “não ter informação sobre o assunto”. *** Por falar em Itaipu, o governo está prestes a selar um acordo com o Paraguai sobre as tarifas e as dívidas da usina. O passivo referente à construção da geradora, que já caiu de US$ 27 bilhões para US$ 13 bilhões, será zerado até 2023. Para compensar o esforço financeiro, as tarifas de energia vão ser mantidas, conforme pleito do governo paraguaio.
Dilma põe fim ao reinado de “Samek I” na Itaipu Binacional
15/06/2015O pontificado de Jorge Samek está chegando ao fim. Após 12 anos no cargo, o mais longevo diretor-geral da história de Itaipu Binacional vai deixar a empresa até agosto. Segundo fonte do Palácio do Planalto, sua saída já teria sido acertada com a própria presidente Dilma Rousseff. Nomeado para o comando da hidrelétrica no primeiro mandato de Lula, Samek notabilizou-se como um dos mais influentes conselheiros de Dilma para o setor elétrico, desde os tempos em que ela ocupava o Ministério de Minas e Energia. Nos últimos meses, no entanto, a relação perdeu voltagem. Samek já não desfruta de tanto prestígio. No início do ano, o expresidente Lula chegou a trabalhar pela sua indicação para a Pasta de Minas e Energia, mas Dilma rechaçou a indicação. Quadro histórico do PT paranaense, Jorge Samek talvez tenha apenas cometido o pecadilho de estar no lugar errado na hora errada, mas o fato é que o seu esvaziamento coincide com a Lava Jato. Para todos os efeitos, ele segue imune ao petrolão: seu nome não aparece em qualquer depoimento. No entanto, uma a uma, todas as cartas mais altas ao seu redor têm caído sobre a mesa. O ex-deputado André Vargas e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, estão presos. Já a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, Paulo Bernardo, são citados nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef. Ou seja: o PT do Paraná é uma lâmpada incandescente do qual Dilma pretende manter prudente distância. Isso vale para Samek. Caso se confirme a sua saída, a última impressão que ficará da longa gestão de Jorge Samek é um ajuste a la Joaquim Levy. Nos últimos três anos, Samek tem feito uma série de cortes na companhia. O número de funcionários caiu 15%, índice que só não foi maior devido a resistência do governo paraguaio, sócio e cogestor da companhia, em acompanhar o congelamento de postos de trabalho feito do lado de cá da fronteira. Hoje, a porção brasileira tem 1.390 trabalhadores, contra 1.783 no país vizinho. No ano passado, as despesas operacionais caíram 10%. Se estivesse numa empresa de Jorge Paulo Lemann, a navalhada valeria a Samek um polpudo bônus de fim de ano, fora os tapinhas nas costas. Numa estatal, no entanto, tais números cobram um certo preço – mesmo em época de constrição orçamentária. A gestão contracionista dos últimos anos, potencializada pela inevitável fadiga de relacionamento após tantos anos no mesmo cargo, acentuou o desgaste de Samek dentro de Itaipu Binacional, criando um cenário mais desfavorável a sua permanência no cargo.
Conta-petróleo
20/02/2015Ainda falta uma eternidade para as eleições de 2016, mas Gleisi Hoffmann vem perdendo força no PT para concorrer a Prefeitura de Curitiba. O motivo são as citações ao seu nome nas denúncias feitas por Alberto Yousseff. Quem surge como seu principal adversário no partido é Jorge Samek, há 12 anos na presidência de Itaipu Binacional.
Rei da mesa
18/11/2014Mais fácil o presidente do Grêmio, Fabio Koff, cantarolar o hino do Internacional do que a OAS seguir na gestão do estádio do tricolor gaúcho em 2015. O próprio clube deve assumir a administração da arena.