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Haddad reencarna Guedes e Zambelli na ofensiva contra o Fundeb
11/06/2025A novela do Fundeb está longe de um epílogo. Na última revoada de medidas fiscais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, postou-se como um dos paladinos em defesa do Fundo. Àquela altura, conseguiu ganhar a batalha, até porque a punhalada no mecanismo de financiamento levaria à incômoda comparação do governo Lula com a gestão Bolsonaro. Ninguém mostrou a conta, mas qualquer redução no Fundo representa milhões de crianças que deixarão de ser educadas.
Dessa vez, porém, o cerco apertou. Ao esmiuçar os números do Fundeb, assim como do BPC (Benefício de Prestação Continuada), na reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, no último domingo, Haddad deixou claro que sua resistência não é mais a mesma. O ministro sabe melhor do que ninguém que terá de entregar um ou outro anel para salvar os próprios dedos e jogar no colo do Congresso algum corte de incentivos fiscais ou aumento de tributo.
No caso específico do Fundeb, a pressão para ceifar os gastos vem de todos os lados, a começar por fiscalistas. As despesas com o programa também estão na mira dos parlamentares. Na última segunda-feira, o próprio Hugo Motta disparou contra o Fundo: “Se mantivermos o crescimento ao longo dos anos, ele vai para algo em torno de R$ 70 bilhões.
Está se discutindo não que a gente impeça esse crescimento, mas que esse avanço ocorra de forma mais espaçada. É um ponto que vamos discutir”. A rigor, apenas a área de educação esperneia contra a supressão nos recursos do Fundeb.
Há um ponto curioso nesse folhetim orçamentário: por um capricho na conjunção dos astros da política, Fernando Haddad – quem diria? – está se alinhando a Carla Zambelli, a fugitiva número 1 da nação no momento. Em 2020, quando da aprovação da PEC do Fundeb, Carla foi contra a inclusão do Fundo na Constituição e, por consequência, a sua transformação em mecanismo permanente. Só votou a favor da proposta, aos 45 do segundo tempo, após sonora pressão do governo Bolsonaro – Bia Kicis, também do PSL, então sigla de Jair Bolsonaro, decidiu peitar o presidente e acabou expulsa do partido.
Para efeito de contextualização, Bolsonaro e Paulo Guedes queriam desidratar o Fundeb, mas voltaram atrás em função das articulações políticas. Operar na contramão da educação, no caso, não rima com eleição.
Pois agora Haddad trabalha com a ideia de uma nova PEC para impor uma trava ao Fundeb, com o congelamento do reajuste nos repasses pelos próximos dois anos. Em tempos de inflação crescente e juros nas alturas, a suspensão do aumento será um duro golpe para estados e municípios. A tunga é expressiva. Para este ano, o gasto da União com o Fundeb está estimado em R$ 58 bilhões, ou seja, alta de 18% em relação a 2024.
Para o ano que vem, a complementação de recursos prevista chega a 23%. É um dinheiro que já está virtualmente lançado nas contas dos entes federativos e corre o risco de evaporar. E há uma preocupação a mais para governadores e prefeitos: medidas contracionistas como essa sabe-se quando começam, mas não quando terminam. Na possibilidade de Lula ser reeleito ou emplacar seu sucessor, sempre existe a ameaça da subtração nos recursos para a educação ser mantida por mais alguns anos.
Quando o assunto é o Fundeb, há mais agrupamento entre as constelações lulistas e bolsonaristas do que supõe nossa vã filosofia. A crônica do Fundo remonta à gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia. A ideia de sugar recursos do mecanismo de financiamento da Educação foi amplamente discutida pela equipe econômica de Bolsonaro.
Por incrível que pareça, quem acabou segurando o Fundo foi o próprio Guedes, convencido do revés político que a medida custaria ao governo Bolsonaro. O tempo passou, a cadeira de Guedes foi ocupada por alguém com convicções bem distintas, mas, ainda assim, o Fundeb voltou à linha de tiro.
Fundeb vai passar de ano
17/08/2020Em conversas reservadas com secretários estaduais de educação, Davi Alcolumbre tem garantido com todas as letras que o projeto do novo Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) vai passar no Senado sem solavancos. Não haverá qualquer emenda ao texto enviado pela Câmara. A matéria é de grande interesse de estados e municípios: a proposta amplia o repasse de recursos da União em 10% ao longo dos próximos seis anos.
Velocidade máxima
24/07/2020O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fechou um acordo com as lideranças partidárias para votar a PEC do Fundeb sem qualquer alteração no texto enviado pela Câmara. Com isso, a proposta deve ser aprovada até 4 de agosto. Tudo, ressalte-se, está sendo feito ao largo do Palácio do Planalto, que não mexeu um dedo pela votação da PEC e, no fim, diante da inevitável derrota, celebrou sua aprovação na Câmara.
Quase um ex-ministro
10/02/2020Abraham Weintraub foi alijado das tratativas Palácio do Planalto-Congresso para a prorrogação ou não do Fundeb, responsável por 60% dos investimentos em escolas públicas.
Co-ministro da Educação
29/01/2020Assessor especial da Presidência da República, Arthur Weintraub tem ajudado o mano Abraham Weintraub na reformulação do Fundo para a Educação Básica (Fundeb). O governo Bolsonaro é mesmo uma grande família.