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Insinuação
13/06/2018A estranha consultoria Empiricus insinua, ontem, no título do seu post no Facebook que é possível um dólar a R$ 8,00. Pode? Pode. Tá tudo liberado.
Só falta Dilma Rousseff parir o calote
4/03/2016O alerta está nas redes sociais, à vista de todos. Cresce de forma exponencial o número de menções na Internet ao risco de uma moratória do Brasil. Segundo estudo de uma empresa especializada na análise do ROI (Return on investment) nas mídias digitais, ao qual o RR teve acesso, o total de referências ao assunto aumentou 38% nos últimos 15 dias de fevereiro. E bom que se diga que não se trata de paranoia pura e simples. Os principais indicadores que medem o Risco-País – CDS e EMBI+ – apontam para uma relação desconfortável, para se dizer o mínimo. O CDS, que mede o risco de calote da dívida soberana para o período de cinco anos, está em 445 pontos – nos últimos seis meses, subiu mais de 150 pontos. Para se ter uma ideia, numa lista de 50 países permanentemente monitorados pelo Deutsche Bank, o CDS para os títulos brasileiros só é superado pelo do Egito (523 pontos), Ucrânia (1.892) e Venezuela (6.197). Entre os nossos pares no rol dos emergentes, o risco para os títulos chineses e indianos estão, respectivamente, em torno dos 135 e 180 pontos. Por sua vez, o EMBI+, índice do JP Morgan que mede o retorno de instrumentos de dívida externa de nações emergentes, vai na mesma direção. O EMBI+Br está em 502 pontos – há um ano, era de 316 pontos. Para efeito de comparação, o EMBI+ da Argentina marca neste momento 454 pontos. O temor quanto ao risco de um calote não decorre apenas de uma fotografia de momento. Essa percepção embute uma tendência de piora acentuada das contas públicas brasileiras. As previsões para a dívida bruta, hoje em torno de 67% do PIB, são alarmantes. A Tendência Consultoria crava que em 2018 o endividamento bruto chegará a 78,3% do PIB. O Bradesco projeta 79,2%. O Itaú Unibanco vai ainda mais longe e enxerga uma dívida equivalente a 84% do PIB. Ressalte-se que as estimativas dos bancos levam em conta um cenário mais ou menos razoável das taxas de juros, não muito distante do atual patamar, uma inflação meia bomba e um resultado fiscal pouco auspicioso. Ou seja: qualquer fagulha, a dívida bruta bate em 100% do PIB. O vaticínio das agências de rating também reflete, corrobora e alimenta a percepção negativa. A trilogia da perda do investment grade, que se completou em fevereiro com o rebaixamento da Moody´s, escancarou a falta de credibilidade dos agentes financeiros em relação à condução da política econômica e abriu caminho para previsões ainda mais pessimistas. Nesta semana, o ex-banqueiro Luiz Cesar Fernandes afirmou que o risco de calote no pagamento da dívida pública é alto, inclusive com a ameaça de contaminação do sistema financeiro e a quebra de instituições. 1, 2, 3, isola…Deus queira que suas projeções sejam tão eficientes quanto a sua gestão da própria carreira. A consultoria Empiricus, conhecida terrorista digital, publicou um estudo dizendo que o país está tecnicamente quebrado e recomendando que os brasileiros protejam seu patrimônio com aplicações no exterior. Pessimismo gera pessimismo. Ou profecias auto realizáveis. Quanto mais se fala em moratória, mais se estimula a sua realização. Até porque o Brasil tem experiência no assunto: no ranking internacional do calote, ocupa o terceiro lugar histórico, com 10 defaults da dívida pública, atrás apenas da Espanha (14) e dos vizinhos Venezuela e Equador, empatados com 11. Se o governo não sair do estado de astenia em que se encontra vai materializar o fantasma do calote. É a última mancha que falta à coleção de Dilma Rousseff.