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Índio não quer mais apito e, sim, recursos do Fundo Amazônia

31/10/2024

Há uma pressão de entidades da área indígena para que o governo solte…

#BNDES #Fundo Amazônia

Destaque

BNDES desponta como rebocador das concessões de hidrovias

25/10/2024
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O BNDES terá um papel central no esforço do governo para desencalhar o programa de concessões hidroviárias. Segundo o RR apurou, a ideia em discussão na Casa Civil e no Ministério dos Portos e Aeroportos é que o banco entre no negócio como forma de viabilizar a primeira leva de licitações do setor, programada para o ano que vem. A atuação do BNDES se daria de maneira direta, leia-se participação acionária nos consórcios, ou pela garantia de subscrição de debêntures incentivadas de infraestrutura para o financiamento de obras, notadamente serviços de dragagem e a construção de instalações portuárias de apoio.

O que está em jogo é um pacote de investimentos da ordem de R$ 6 bilhões na ampliação de corredores logísticos vitais, sobretudo, para o agronegócio, como é o caso das hidrovias do Rio Madeira e do Rio Paraguai.

A maior preocupação do governo é exorcizar o fantasma dos leilões vazios, ou seja, sem interessados. Hoje, os riscos envolvidos para a iniciativa privada são razoavelmente elevados. Não há sequer um marco regulatório para as hidrovias – o governo promete concluir o texto da chamada “BR dos Rios” até o fim do ano. Na Casa Civil e na Pasta dos Portos, é consenso que, nesse contexto, dificilmente as licitações vão deslanchar sem um empurrão com recursos públicos.

Caberia ao BNDES ser esse rebocador. A leitura no governo é que, com a presença do banco na operação, será possível atrair não apenas investidores da área de infraestrutura, a começar pela Hidrovias do Brasil, leia-se Grupo Ultra, mas também empresas do agronegócio. No setor, há informações, por exemplo, do interesse da Amaggi e da Cargill em disputar os leiloes das hidrovias do Madeira e do Paraguai, duas importantes rotas para o escoamento da produção de grãos.

No ano passado, cerca de 130 milhões de toneladas de cargas foram transportados pelas principais rotas hidroviárias do país. Estudos do Ministério dos Portos indicam que esse volume pode duplicar com as concessões e o consequentemente aumento dos investimentos na dragagem dos mananciais, hoje o maior gargalo do modal.

#BNDES

Destaque

Brookfield espreita a porta de saída na VLI

17/10/2024
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A Brookfield sai ou fica? Essa é a pergunta que vem sendo feita pelos próprios sócios do conglomerado canadense na VLI – Vale, BNDES, Mitsui e, em última linha, o governo, representado no capital pelo FI-FGTS. A Brookfield tem se movido como um pêndulo na holding de concessões ferroviárias e portuárias. Em abril deste ano, comprou 10% pertencentes à Mitsui, tornando-se o maior acionista da VLI, com 36,5%. Tudo levava a crer se tratar de uma decisão estratégica pautada por uma visão de longo prazo em relação ao negócio. De lá para cá, no entanto, os canadenses passaram a se mexer na direção contrária. Segundo informações que circulam dentro da VLI, a Brookfield vem conversando com fundos de investimento sobre a possível venda da sua participação na empresa. No setor, o Pátria Investimentos é apontado como um dos interessados. A iminente renovação antecipada do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) pode ser a peça que falta para a saída dos canadenses. Procurada, a Brookfield não quis se pronunciar.
A garantia de mais 30 anos à frente da FCA surge como um anabolizante do valuation da VLI e, consequentemente, da fatia societária nas mãos da Brookfield. Em abril, o grupo pagou aproximadamente R$ 2 bilhões pelos 10% até então pertencentes à Mitsui – basicamente, a referência foi o valor da VLI marcado no balanço do FI-FGTS, dono de 15,9% da companhia. Ou seja: os 100% da holding de logística foram avaliados em R$ 20 bilhões. No mercado, no entanto, há estimativas de que essa cifra possa chegar a R$ 30 bilhões com a renovação da concessão da FCA. Com base nesse montante, a Brookfield poderia amealhar algo em torno de R$ 11 bilhões com a venda de sua participação de 36,5%.

#BNDES #Brookfield #Mitsui #Vale

Destaque

Governo bate cabeça em relação a metais estratégicos para a transição energética

15/10/2024
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O que fazer com o lítio, terras raras, grafeno, entre outros? Essa é a discussão que vem sendo travada dentro do governo. O ponto nevrálgico, que provoca maior dissenso, é o grau de ingerência do Estado sobre a exploração de metais estratégicos para a transição energética.

Basicamente, há duas correntes, encabeçadas, respectivamente, pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. Silveira defende um modelo de rédeas curtas. Ou seja: uma presença mais aguda do governo na formulação de uma política para esses recursos.

Segundo informações apuradas, Silveira é favorável, inclusive, a que o próprio Estado tenha uma pequena participação acionária em empreendimentos na área, com ênfase no lítio, hoje o mais demandado pelo capital estrangeiro. Seria uma forma do governo manter uma posição em projetos viscerais para a economia do futuro. Silveira não está sozinho. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pensa de forma similar. Por outro lado, Rui Costa trata a questão com alta dose de pragmatismo.

O pragmatismo de quem tem um PAC, de R$ 1,7 trilhão, para cuidar. Costa é partidário da ideia de que se trata de um contrassenso dar dinheiro a quem não precisa, caso de grandes mineradoras com fácil acesso a crédito internacional, quando o país tem de tocar um caminhão de obras de infraestrutura. A posição do ministro da Casa Civil se baseia também em um cálculo político e eleitoral. Estrada, ponte, casas, rede de esgoto, escola, hospital dão voto; lítio, não.

Até o momento, o que vigora no país está mais para o “modelo Rui Costa”. O Estado tem ficado à margem dos principais movimentos na área dos metais estratégicos, a começar pelo lítio. Este é um jogo que vem sendo jogado por players privados e, majoritariamente, estrangeiros. Entre as companhias já presentes no país figuram a australiana Pilbara Minerals, maior produtora mundial de lítio, e a Atlas Lithium, sediada nos Estados Unidos, mas hoje controlada pelas chinesas Chengxin Lithium Group e Yahua Industrial Group.

Há também a Sigma Lithium. A empresa está sediada em Vancouver, no Canadá. Seu principal acionista é o A10 Fund-FIA, cuja maior cotista é a investidora brasileira Ana Cabral-Gardner, CEO da companhia. Mas, a julgar pelos rumores que circulam no mercado há meses, tudo leva a crer que, em pouco tempo, a Sigma Lithium não será nem canadense nem brasileira. A chinesa CMOC Group e o PIF (Public Investment Company), fundo soberano da Arábia Saudita, são apontados como fortes candidatos à compra do controle da mineradora.

Chineses, árabes, australianos… Gradativamente, o eixo decisório sobre o lítio brasileiro vai deslizando para fora do país. É exatamente o que o ministro Alexandre Silveira e uma parte do governo mais alinhada a ele tentam conter, não apenas no caso do lítio, mas dos demais metais voltados à transição energética e cobiçados pelo mundo. Um caminho seria a entrada em cena do BNDES como sócio de grupos privados de mineração. Outra hipótese, essa bem mais complexa, seria a criação de uma estatal especificamente para metais estratégicos.

Está mais para uma solução de quem não vai solucionar nada. A essa altura, seria uma extravagância intervencionista. De toda a forma, é importante ressaltar que há referências semelhantes nas cercanias, notadamente na Bolívia e no Chile, detentores de aproximadamente 60% das reservas mundiais de lítio. A primeira conta com a Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB); o governo chileno, por sua vez, já anunciou a intenção de montar uma empresa pública para encabeçar projetos no setor.

Um terceiro cenário, mais complexo do ponto de vista institucional, seria, digamos assim, persuadir a Vale a entrar na produção de lítio. Sentido faz. A empresa já tem um negócio parrudo em minerais também voltados à transição estratégica, a Vale Base Metals, onde estão concentrados seus negócios globais em níquel e cobre. Seria uma barreira de contenção, impedindo que parcelas cada vez maiores do lítio e de outros metais estratégicos ficassem plenamente nas mãos de players estrangeiros. Aos olhos do governo, ao menos desse governo, a Vale é quase uma paraestatal ou algo do gênero. Para o bem e para o mal.

#BNDES #Casa Civil #Lítio

Governo

Sem metas sociais, BNDES Periferias corre o risco de virar o teleférico da vez

9/10/2024
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Talvez o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, deva prestar um pouco mais de atenção ao que dizem economistas do quilate de Antônio Carlos Porto Gonçalves. O professor da FGV é uma das vozes que defendem com mais veemência que os gastos públicos sejam atrelados ao cumprimento de metas sociais, vide sua recente entrevista ao programa Diálogos com a Inteligência. Ainda há tempo da recomendação ser aplicada à segunda etapa do BNDES Periferias, lançada na última segunda-feira. A destinação de R$ 100 milhões a favelas e áreas de periferia, em que pese se tratar de um valor modesto para o tamanho do problema, é mais uma boa iniciativa, eivada de méritos, mas que corre o risco de não chegar a lugar algum. Não há notícia de que o repasse dos recursos se dará atrelado ao cumprimento de metas quanto ao seu impacto social: tantas moradias com água e esgoto; tanto de melhora dos indicadores básicos de saúde; tantas crianças matriculadas na escola; tantas ruas asfaltadas e assim por adiante. Muito menos se sabe de algum sistema de auditoria vinculado ao BNDES Periferias para metrificar os benefícios gerados. Como diz Porto Gonçalves, sem meta social não há dinheiro público bem gasto. Pensando-se no BNDES, lato sensu, isso vale tanto para R$ 100 milhões destinados a favelas quanto para R$ 1 bilhão em empréstimo a uma montadora.
A história está cansada de mostrar que, por si só, a liberação de recursos para regiões carentes capturadas pelo crime e, portanto, praticamente à margem do controle do Estado, tem um impacto adicionado bastante reduzido. Isso quando o dinheiro não é gasto em equipamentos de infraestrutura fundamentais para a comunidade, mas de benefício efêmero. Um caso clássico é o teleférico do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que um dia levou a então diretora do FMI, a francesa Christine Lagarde, a dizer: “Só vi algo parecido nos Alpes”. Apenas um ano após a visita de Lagarde, a télécabine da “Courchevel carioca” parou de funcionar. E assim está há oito anos.

#BNDES #BNDES Periferias

Destaque

BNDES faz contorcionismos para atrair investidores aos leilões de concessão

13/09/2024
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O BNDES está quebrando a cabeça para encontrar mais soluções voltadas a estimular a participação de investidores nas concessões. O banco acha que os ativos estão bem precificados e já contam com hedge cambial, garantias que não foram dadas em leilões anteriores, além do uso das debêntures incentivadas à infraestrutura.

Para não falar, é claro, de linhas de financiamento a um custo bem abaixo do padrão, que podem ser adicionadas aos recursos captados no mercado de capitais.

Os leilões sem participantes começaram a pipocar aqui e ali. Preocupam e muito.  Cresce o risco de o governo não bater a cota prevista para as concessões neste ano. Ou, pior, ficar abaixo do realizado na gestão Bolsonaro, no mesmo período dos primeiros 24 meses de governança.  

Já se ouviu de tudo um pouco, inclusive a proposta de uso de uma tranche das reservas para conceder incentivos ainda mais atrativos.

Outra ideia, muito heterodoxa, seria o governo sacar parte das suas cotas do FMI, que disponibilizou US$ 15 bilhões, caso o país quisesse aumentar suas reservas, um dinheiro que sairia praticamente de graça.

Trata-se de uma proposta paradoxal, já que o Brasil, junto a 40 países membros, se comprometeu a aportar recursos no Fundo para ajudar os países mais pobres.

Lembrai-vos: o Brasil é a oitava economia do mundo. Aos olhos do mundo, não pegaria bem passar o pires na instituição, mesmo tendo o direito de saque sem condicionalidades. Afinal, o dinheiro é das nações contribuintes, conforme a proporcionalidade das cotas de cada uma.

Bem, lisergias a parte, o fato é que tem havido mais editais e anúncios do que concessões propriamente ditas. Sem esquecer que os recursos provenientes da outorga ajudam no esforço fiscal do governo.

#BNDES

Infraestrutura

A “reprivatização” do saneamento no Piauí

19/08/2024
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Logo após o fracassado leilão da concessão de saneamento no estado,  o governo do Piauí se apressou em afirmar que “algumas adequações serão feitas no edital, em função dos questionamentos recebidos”. Puro eufemismo. O que se diz no setor é que o edital será praticamente colocado abaixo e reconstruído. Há especulações também de que o BNDES será acionado para auxiliar na formatação do novo modelo da licitação. O Piauí foi um dos raros estados que decidiu formatar a venda da sua operação de saneamento com o apoio de consultorias privadas, e não com o BNDES. Deu no que deu. O leilão da última quarta-feira foi cancelado por absoluta falta de propostas. Um dos pontos que deverá ser revisto é o valor de outorga, de R$ 1 bilhão, considerado alto pelos investidores. Além disso, a cifra teria de ser desembolsada de uma única vez antes da assinatura do contrato. Há pressão do setor privado para que a quantia não apenas seja reduzida, mas também a quitação diferida ao longo do tempo de duração do contrato.

#BNDES #Piauí

Infraestrutura

Leilão da pernambucana Compesa deve ficar mesmo para 2025

16/08/2024
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O BNDES praticamente jogou a toalha. No banco, é grande a descrença na hipótese de que o leilão de saneamento de Pernambuco será realizado ainda neste ano. Antes das eleições municipais, esquece. E, pelo jeito, nem depois. A governadora Raquel Lyra tem dado sinais de que pretende empurrar a licitação para o ano que vem. O que se diz é que a governadora teria se comprometido com candidatos a prefeito do seu partido, o PSDB, a distanciar o leilão do calendário eleitoral, jogando-o para 2025. Entre os correligionários de Raquel, o receio é que a venda de parte dos serviços da estatal Compesa seja usada contra eles na campanha.

#BNDES #Compesa #Raquel Lyra

Economia

Depois de Roberto Campos, o BNDES virou pau para qualquer obra

15/08/2024
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Durante anos a fio, diversos opiniáticos da área econômica diziam que se o então BNDE estivesse dando lucro, estava tudo errado. Vale aqui a redundância: o banco de fomento, desde os idos do seu criador, Roberto Campo, o avô, tinha sido pensado para fomentar.  Uma gota de lucro queria dizer o descumprimento da sua função. Durante o governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes,  mandou os pruridos às favas e transformou o banco em um acessório de transferência de renda para o Tesouro. Fomentar, que tinha sido o leitmotiv da sua criação, virou um detalhe. Os agentes econômicos? Que buscassem o mercado de capitais para se financiar. Agora, no governo Lula, o BNDES voltou a realizar lucro. Seu presidente, Aloizio Mercadante, de forma exultante, declarou que vai repassar mais de R$ 15 bilhões ao Tesouro para colaborar com a Fazenda no esforço de equilíbrio das contas públicas. Mercadante foi um dos economistas do PT indignados com a metamorfose do banco da Avenida Chile em vaca leiteira do Tesouro Nacional. Não seria improvável que Paulo Guedes, em suas caminhadas diárias pelo calçadão do Leblon, murmurasse para si mesmo: “Fiz melhor do que eles, transferi centenas de bilhões que poderiam ser dedicados a empréstimos ao setor real da economia.”

#BNDES #Ministério da Fazenda #Roberto Campos

Governo

BNDES aperta o torniquete do seu compliace

2/08/2024
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A Petrobras foi só o início. A exemplo da parceria firmada com a petroleira nesta semana, a Controladoria-Geral da União (CGU) costura um acordo de cooperação com o BNDES para apertar ainda mais os mecanismos de integridade e compliance do banco de fomento. No governo, há que diga que a Caixa Econômica será a próxima. Além do combate à corrupção pela raiz, trata-se de uma estratégia profilática e com alguma dose de pragmatismo por parte da CGU. O órgão de controle quer reduzir a carga de processos que caem no seu colo mesmo que por pequenos descuidos das grandes estatais.

#BNDES #Petrobras

Financiamento

Transição energética made in BNDES

15/07/2024
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Informação fisgada nos corredores do BNDES: governadores do Nordeste, notadamente os petistas Jerônimo Rodrigues, da Bahia, e Elmano Freitas, do Ceará, têm feito gestões junto ao banco para a criação de um fundo que financiaria projetos em transição energética nos respectivos estados. O “benchmarking” vem do próprio BNDES. Seria algo similar à parceria firmada entre agência de fomento e o Governo do Espírito Santo, que, no ano passado, criaram um fundo de R$ 500 milhões para investimentos em energia limpa.

#BNDES

Destaque

BNDES desponta como o rebocador financeiro dos leilões de hidrovias

8/07/2024
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O governo estuda medidas com o objetivo de atrair o maior número possível de investidores para os leilões de concessões hidroviárias. O que está em jogo é um pacote de investimentos da ordem de R$ 5 bilhões, contabilizando-se apenas as quatro primeiras licitações já engatilhadas. Uma das propostas discutidas entre o Ministério dos Portos e Aeroportos e a Casa Civil é o apoio do BNDES aos futuros operadores das hidrovias. A participação do banco poderia se dar de duas formas: no modelo convencional, por meio de uma linha de crédito, ou por intermédio de debêntures incentivadas de infraestrutura.

 

Nesse caso, o BNDES garantiria a compra de uma parcela expressiva dos papéis emitidos pelas concessionárias. Este é um instrumento que tem sido crescentemente usado pelo banco, notadamente na área de saneamento. No ano passado, a agência de fomento subscreveu 26% das debêntures de infraestrutura lançadas no Brasil, o equivalente a R$ 18 bilhões. Além do BNDES, há informações de que o governo pretende utilizar também os fundos constitucionais – notadamente o FNO (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Norte) e o FCO (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste) – para viabilizar os investimentos nas hidrovias. No momento, a Hidrovias do Brasil, agora sob o comando do Grupo Ultra, é dado como um nome certo nos leilões. É pouco.

 

O governo quer estimular a participação de grandes grupos da área de infraestrutura que ainda não operam nesse segmento. No próprio Ministério dos Portos e Aeroportos são citados os nomes da CCR e da dupla Equipav/Perfin Investimentos. Há quem veja também a possibilidade de atrair conglomerados do agronegócio, como o Grupo Amaggi.

 

O primeiro leilão no pipeline é o da Hidrovia do Rio Madeira, um corredor logístico vital para o escoamento da produção de grãos, notadamente do Mato Grosso. Hoje, circulam pelo manancial cerca de 12 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano. A estimativa é que, com os investimentos do futuro operador privado na dragagem do rio, esse número chegue a 20 milhões de toneladas/ano até 2034. Todo o processo de audiências públicas será concluído ainda neste ano.

 

O mesmo se aplica ao aval dos órgãos de controle, que deverá ser obtido até dezembro. Caso esse cronograma seja cumprido à risca, o governo pretende realizar o leilão no primeiro trimestre de 2025. Será o teste de fogo. Na Casa Civil e no Ministério dos Portos e Aeroportos, o entendimento é que a licitação do Rio Madeira vai regular a temperatura dos três outros certames previstos para o ano que vem – as hidrovias do rio Paraguai, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, da lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul, e da Barra Norte, no Amapá, na foz do Rio Amazonas, próximo ao Oceano Atlântico.

#BNDES #Casa Civil #Ministério dos Portos e Aeroportos

Meio ambiente

Bancos federais podem usar ferramenta da ONU para auferir suas emissões

11/06/2024
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Informação que circula no Itamaraty: o governo brasileiro estaria em conversações com a ONU para usar uma ferramenta de medição da pegada de carbono em instituições financeiras criada no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O sistema seria utilizado, em uma primeira fase de testes, nos bancos de fomento federais, como o próprio BNDES, Banco do Nordeste e Basa. No governo, há quem enxergue um valor simbólico na medida. No momento em que o Brasil planeja uma nova emissão de títulos verdes , no valor de aproximadamente US$ 2 bilhões, toda sinalização de compromisso com metas ambientais é útil.

#BNDES #ONU

Economia

Um novo ruído na praça: o encontro dos precatórios com as águas de Porto Alegre

5/06/2024
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Há cientólogos unicampistas próximos ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que veem uma semelhança entre o arranjo fiscal feito com a combinação dos gastos com a pandemia e o atraso dos precatórios, de autoria do ex-ministro Paulo Guedes, e a atual conjuntura, na qual o desastre do Rio Grande do Sul pode impactar as contas públicas e o arcabouço fiscal. Segundo esses economistas, haveria margem para uma manobra fiscal heterodoxa, digamos assim. Alguma geringonça como um waiver de qualquer acréscimo no resultado primário que alterasse a meta de 0%. No seu tempo, Guedes usou o argumento dos gastos extraordinários com a pandemia para criar a chamada “moratória dos precatórios”, ou seja, uma agenda de postergação das dívidas do governo transitadas em julgado. Com a manobra, o então ministro da Economia conseguiu driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal e arrumar uma folga nas contas públicas, já esmagadas com a pandemia  e o Aumento do Auxílio Emergencial. Palavras de Guedes para justificar o empurrão dos precatórios para o governo seguinte: “De um lado, existe o compromisso social, a responsabilidade social. Tivemos aumento no preço da comida, crise hídrica e uma série de pressões inflacionárias. Precisamos proteger as camadas mais vulneráveis”. O argumento é uma meia verdade. A outra metade foi o jogo de rouba montinho na contabilidade das despesas públicas. Um estelionato fiscal, digamos assim.
A gestão de Lula já iniciou trilhando o calvário fiscal deixado com o atraso dos precatórios. Em cima de uma meta do primário apertadíssima veio ainda a tragedia do Rio Grande do Sul, com um custo tremendo, que provavelmente vai se estender por todo o atual governo. Os unicampistas acham pouco. Querem expurgar qualquer despesa que ultrapasse a meta de 0%. O Congresso já concordou em retirar esses gastos do resultado primário deste ano. Uma medida correta. Os cientólogos mais exaltados que  circunvizinham Mercadante, porém, querem mais: defendem que o governo faça um pacto com a Câmara e o Senado de forma a parcelar o valor das emendas parlamentares. Seria o “precatório das emendas”. Surreal! O governo continua com arrecadações recordes e tem tido melhorias em outras variáveis: uma inflação relativamente no centro da meta, a renda e o emprego bombam e a expectativa de um PIB razoável permanece.
De qualquer forma, jeito e maneira, zerar o déficit primário, conforme o prometido, é uma tarefa hercúlea tendo em vista os próprios precatórios e o pantagruelismo do Centrão. Melhor seria esquecer qualquer fuligem no resultado primário desse ano e concentrar esforços nas medidas estruturais que permitiriam uma sustentabilidade fiscal permanente. São as regras de correção do salário-mínimo, a indexação de todos os benefícios sociais – inclusa a Previdência – e o engessamento do orçamento. Esses três fardos inviabilizam crescentemente o ajuste das contas públicas. São piores do que um oceano de precatórios engolfando a área fiscal do país.

#BNDES #Porto Alegre #precatórios

Empresa

BNDES pode ter um papel valioso em investimento da Arauco

5/06/2024
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As paredes do BNDES ouvem demais. Ouvem, por exemplo, que o banco poderá financiar a construção da primeira fábrica de celulose da chilena Arauco no Brasil. Trata-se de um dos maiores projetos previstos no setor: a unidade, na cidade de Inocência (MS), demandará investimentos superiores a R$ 15 bilhões. Em contato com o RR, o BNDES informou que “não comenta projetos ainda não aprovados.” Mas executivos do setor comentam e consideram mais do que sintomático o apoio do banco para a ampliação da Malha Paulista, concessionária da Rumo Logística, de Rubens Ometto. O banco subscreveu R$ 750 milhões do total de R$ 1,5 bilhão em debêntures incentivadas emitidas pela empresa. A ferrovia será uma peça importante no quebra-cabeças logístico para o escoamento da produção da fábrica da Arauco. São quase projetos “irmanados”.

#BNDES

Infraestrutura

Banco do Nordeste vira uma peça importante nos leilões de saneamento

21/05/2024
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Alguns ouvidos mais aguçados no BNDES já captaram conversas com o Banco do Nordeste (BNB) sobre o setor de saneamento. E o que se diz nessas conversas? O BNB ampliaria o volume de financiamentos para o setor, o que seria um chamariz para os futuros leilões de concessão na região, todos com modelagem a cargo do BNDES. O principal alvo no curto prazo é a licitação dos serviços de saneamento em Pernambuco, prevista para o último trimestre do ano. O BNDES ainda não fechou os números, mas cálculos preliminares indicam um pacote de investimentos no estado superior a R$ 18 bilhões. No ano passado, o Banco do Nordeste liberou cerca de R$ 2,8 bilhões em crédito para o segmento. Para este ano, a expectativa no setor é que o sarrafo chegue a R$ 4 bilhões.

#BNB #BNDES #saneamento

Empresa

Marcopolo quer criar um cinturão elétrico na América do Sul

20/05/2024
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A Marcopolo, um símbolo de excelência na indústria nacional, acelera no mercado sul-americano de ônibus elétricos. As placas de trânsito apontam na direção de cidades importantes, como Santiago, Buenos Aires e Lima, todas com projetos de eletrificação de frota. Outro alvo, pelo que circula no setor, seria a Colômbia, onde a empresa já tem uma posição estratégica, como fornecedora de veículos para Bogotá. Uma das grandes apostas da Marcopolo é o modelo Attivi Integral, que entrou recentemente na fase comercial após dois anos de testes.  A empresa acelera na vizinhança, mas sem se descuidar do front interno. Está de olho no pacote de financiamento para a renovação e eletrificação da frota de ônibus no país anunciado há duas semanas pelo BNDES. Ao todo, serão R$ 4,5 bilhões com recursos do FAT e do Fundo Clima. Procurada pelo RR, a Marcopolo não se manifestou.

#BNDES #Marcopolo

Destaque

CSN espera mais um “trem-pagador” na Transnordestina

22/04/2024
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Quase 18 anos depois do início das obras, o único vagão que cruza a Transnordestina é o “trem-pagador” da União. O RR apurou que a CSN, responsável pela construção da ferrovia, está perto de obter a liberação de mais uma tranche de recursos públicos para o projeto. As tratativas conduzidas pela Transnordestina Logística (TLSA), controlada pela siderúrgica, envolvem um financiamento de R$ 3,6 bilhões junto ao Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). De acordo com a mesma fonte, o contrato deverá ser assinado até junho. Em conversa com o RR, a CSN confirmou a negociação. Segundo a empresa, o dinheiro será usado para “compor o funding e finalizar as obras”.

Até o momento, a construção da ferrovia já consumiu mais de R$ 7,5 bilhões – fora o R$ 1,5 bilhão gasto com juros e amortizações. E ainda falta outro tanto para a montagem desse complexo quebra-cabeças logístico e financeiro.

Ao RR, a CSN informou que, para a conclusão da fase 1, ainda serão necessários R$ 6,3 bilhões, dos quais R$ 811 milhões já foram liberados. São 1.040 quilômetros entre o Porto de Pecém (CE) e o município de Paes Landim (PI), com início da operação previsto para 2027. A conclusão da Fase 2 – o trecho de 166 quilômetros entre Paes Landim e Eliseu Martins, também no Piauí – ainda precisará de R$ 1,5 bilhão. Bem, o que a CSN mais tem atualmente é trânsito junto ao governo e, mais especificamente, ao BNDES.

Benjamin Steinbruch tem uma relação quase fraternal com Aloizio Mercadante, presidente do banco. Logo após a eleição de Lula, inclusive, Mercadante chegou a sondar o empresário para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Como se não bastasse o cartaz de Steinbruch, a CSN conta também com uma “escolta política” para acelerar o novo empréstimo da União. Os governadores do Ceará e do Piauí, respectivamente Elmano de Freitas e Rafael Fonteles, ambos petistas, têm desempenhado um papel importante junto ao Palácio do Planalto para a liberação dos recursos.v

#BNDES #CSN #Ministério do Desenvolvimento #Transnordestina

Empresa

BNDES é o caminho mais curto entre Embraer e Arábia Saudita

26/03/2024
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Segundo o RR apurou, a Embraer está negociando mais um expressivo contrato de financiamento com o BNDES. O crédito envolveria a venda de 33 cargueiros militares C-390 Millenium para a Arábia Saudita. Dependendo da configuração da aeronave, trata-se de um contrato que pode beirar os US$ 4 bilhões. O BNDES é, historicamente, um dos maiores financiadores da fabricante de São José dos Campos. No ano passado, o banco aprovou sete operações de financiamento para a empresa, um pacote que englobou R$ 10 bilhões e a venda de 67 aeronaves. Procurados, Embraer e BNDES não se manifestaram.

O C-390 Millenium é uma das grandes apostas da Embraer na área de Defesa. A própria empresa calcula haver um mercado potencial de US$ 60 bilhões nos próximos 20 anos. Em tempo: ao que parece, a bolsa já está precificando a encomenda. Ao longo do últimos 30 dias, o papel da Embraer disparou, acumulando uma alta de 50% no período.

#BNDES #Embraer

Empresa

BNDES quer manter posição na Iguá Saneamento mesmo com IPO

14/03/2024
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O IPO da C – previsto para o último trimestre do ano, conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico – já mobiliza o BNDES. O RR apurou que o banco pretende entrar na operação, para evitar a diluição da sua fatia acionaria na empresa – a BNDESPar detém 10,9% do capital. A agência de fomento considera sua posição societária na Iguá estratégica para impulsionar investimentos no setor de saneamento. Vide a emissão de debêntures realizada pela empresa em junho do ano passado: o BNDES subscreveu R$ 1,8 bilhão, ou seja, quase 50% da oferta total (R$ 3,8 bilhões).

#BNDES #Iguá Saneamento

Governo

Mercadante reverte processo de inanição do BNDES em renda variável 

7/03/2024
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A crítica ao processo de “venda maciça de ações” feita pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, deixa claro o que ele pensa em relação à redução da carteira do banco, na gestão de Gustavo Montezano. Para ser mais fiel aos fatos, Montezano era um ventríloquo de Paulo Guedes, melhor dizer um fantoche. Por ordem de cima, detonou as operações de renda variável do banco. Não bastasse a obsessão de usar o BNDES como galinha poedeira de recursos para a redução do déficit fiscal, Montezano transformou em poeira o apoio à área de infraestrutura por meio da renda variável. As participações através de ações, debêntures e fundos de investimentos em energia – excluído petróleo e gás -, logística e transporte e telecomunicações, desceram ao nível mais baixo da história da BNDESpar. Mercadante quer fazer uma combinação com apoio a setores estratégicos pela via da renda variável com uma gestão eficiente da carteira.

A BNDESpar vai voltar a crescer bastante em sua participação na estrutura de financiamento do banco. Em 2023, o fomento através desses instrumentos foi o mais baixo da série histórica do BNDES, chegando a míseros R$ 400 milhões, segundo dados disponibilizados pelo próprio banco. Um desconto aos valores raquíticos pode ser dado devido ao período ser o primeiro ano do governo Lula. Mercadante tinha de lidar com a herança dos repasses ao Tesouro Nacional e resgatar fontes de recursos que haviam secado na gestão Montezano. No período entre 2024 e 2026, pode ser que o presidente do banco não chegue ao recorde de operações de renda variável – registrado em 2010, no último ano do segundo governo Lula, com investimentos de R$ 30 bilhões –, mas vai disparar em relação a 2023.

#Aloizio Mercadante #BNDES #Gustavo Montezano

Empresa

Fabricação de motores elétricos na China é o novo alvo da WEG

29/02/2024
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O futuro presidente da WEG, Alberto Yoshikazu Kuba, assumirá o cargo, no dia 1º de abril, com um grande projeto à sua frente: iniciar a produção de baterias e motores elétricos para veículos na China. Não começará do zero. A empresa já avançou alguns quilômetros nessa direção, inclusive com o acordo de exclusividade para o fornecimento de carregadores elétricos à montadora chinesa Great Wall Motors no Brasil. Na paralela, segundo o RR apurou, há conversas com o BNDES para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de produtos que poderão ser replicados no exterior. Ressalte-se que recentemente o banco de fomento liberou R$ 118 milhões para o plano de inovação da Weg. De onde saiu esse dinheiro, tem mais. E é merecidíssimo: a Weg é uma das campeãs em P&D no Brasil e um raríssimo case de sucesso da indústria nacional no exterior.

#BNDES #Weg

Infraestrutura

Pernambuco quer espaçar leilão de saneamento da eleição

27/02/2024
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De primeira: a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e o BNDES fecharam questão. O leilão das PPPs de saneamento no estado – um pacote de investimentos estimado em quase R$ 16 bilhões – será realizado em agosto. A data segue o fuso horário eleitoral. Raquel Lyra quer concluir a licitação ao menos dois meses antes do pleito de outubro. Quanto mais próximo da eleições municipais maior a chance do leilão não ocorrer.

#BNDES #Raquel Lyra

Destaque

Governo e empresas de energia se juntam para reduzir dependência do gás boliviano

23/02/2024
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O governo discute diferentes cenários capazes de viabilizar a integração energética entre Brasil e Argentina. Segundo o RR apurou, uma das propostas sobre a mesa é a costura de uma espécie de PPP – um movimento, ressalte-se, com potencial para alterar razoavelmente o tabuleiro geoeconômico do gás na América do Sul. Por PPP entenda-se a possibilidade de o BNDES, Petrobras e empresas privadas brasileiras se juntarem no financiamento para a construção do gasoduto entre a Província de Santa Fé, na Argentina, e Uruguaiana (RS), obra orçada em mais de US$ 1 bilhão.

Segundo uma fonte da própria Pasta, uma comitiva de representantes do Ministério e da iniciativa privada vai viajar para Buenos Aires no mês de março, para conversas com a Secretaria de Energia do país vizinho. Paralelamente, empresas brasileiras têm feito gestões, inclusive com o apoio da própria embaixada brasileira na Argentina, interessadas em firmar contratos de importação de gás. O RR apurou que uma das companhias à frente das negociações é a Transportadora Sul Brasileira (TSB) – diga-se de passagem, a TSB, por si própria, já é uma “Parceria Público-Privada”, uma vez que seus acionistas são Petrobras, TotalEnergies, Ipiranga/Ultra e Repsol.

A negociação é intrincada e depende de que várias pontas sejam amarradas. Uma delas é um encontro de contas, para que parte do custo de financiamento do futuro gasoduto seja abatido no preço do gás comercializado para o Brasil. Além disso, há uma peça fundamental para a montagem desse quebra-cabeças bilateral: a construção de um gasoduto de 615 km entre Porto Alegre (RS) e Uruguaiana (RS). O projeto, a cargo da TSB, vai e volta, volta e vai, há mais de 25 anos.

Tanto entre as autoridades brasileiras quanto entre as empresas privadas, há um certo senso de premência nas conversas com o governo argentino. A Bolívia, maior supridora de gás para o Brasil, sofre com a escassez de recursos para investir na exploração de novas jazidas. Os campos atuais enfrentam queda de desempenho. Um estudo da consultoria internacional Wood Mackenzie mostra que haverá um declínio na produção do gás boliviano mais acelerado do que o previsto, e o país deixará de ser superavitário para se tornar importador do insumo até 2030.

Há dúvidas, inclusive, até quando a Bolívia conseguirá honrar o contrato firmado com a Petrobras, que prevê o envio de até 20 milhões de metros cúbicos por dia. Esse cenário exige que o Brasil busque alternativas. E a que mais se desenha é o acordo com a Argentina. A produção no campo de Vaca Muerta aumenta a passos largos – a reserva é estimada em 600 trilhões de metros cúbicos.

#BNDES #Petrobras #PPP

Governo

BNDES requenta o lançamento do Nova Indústria Brasil

22/02/2024
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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, recebeu recomendações expressas do Palácio do Planalto para que o plano Nova Indústria Brasil seja reapresentado, com informações bem mais detalhadas e fartura de números e dados. Por enquanto, o banco divulgou praticamente um programa de intenções. A orientação é que Mercadante disponibilize seus técnicos à mídia e use o bom e velho modelo do power point.

O Nova Indústria Brasil, que era para ser um dos trunfos do governo, se tornou um saco de pancadas devido à pouca transparência das suas efetivas ações, prazos e números. Em tempo: a sugestão para que o BNDES corrija sua comunicação foi feita por agência que presta serviços à Secom.

#Aloizio Mercadante #BNDES #Nova Indústria Brasil

Destaque

Governo finalmente se reencontra com a indústria de bens de capital

19/02/2024
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O flerte inicial entre a indústria de bens de capital e construção pesada e o governo Lula está se tornando um namoro tórrido e público. Na esteira da nova política industrial e do PAC – dois dos programas do governo com maior afinidade entre si -, o ministro da Indústria e Comércio e Turismo e vice-presidente, Geraldo Alckmin, tem alinhado com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, novas formas de apoio compartilhado com a iniciativa privada para aumentar o gás de ambos os segmentos. Não se pensa em nada que lembre subsídio ou incentivo via Tesouro Nacional. Mas uma miríade de títulos e mecanismos para o aumento da formação bruta de capital fixo do país. Há uma preocupação do governo de que as políticas de fomento possam ser caracterizadas como repetição da estratégia dos “campeões nacionais”. Por isso, o modelo de financiamento usado recorrentemente nos demais governos do PT vai ficar lá mesmo, no passado.

Em 2024, os investimentos em infraestrutura alcançarão um recorde histórico, mas ainda com um carry over expressivo das concessões cavadas pelo ex-ministro e governador de São Paulo, Tarcísio Freitas. A comunicação será um fator fundamental para que a retomada das inversões em infraestrutura não esteja associada aos vícios e más práticas do passado.  A ideia é que 2025 seja melhor ainda, já que há um ano inteiro para trabalhar novas PPPs e concessões. Além da nova ordem mundial da “economia verde”, na qual o Brasil tem vantagens comparativas.

Em conversa com o RR, o diretor de planejamento da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base), Roberto Guimarães, deixou claro que o setor e o governo estão bastante alinhados. Ele lembra que a ABDIB participa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), do qual o presidente da Associação é um dos integrantes, além de atuar em todas as discussões sobre a política industrial, incluindo a Nova Indústria Brasil, lançada no mês passado. Guimarães classifica como excelente a troca com o atual governo e considera a nova política “muito bem desenhada”, com tudo para funcionar. Ele acredita que a reindustrialização do país está a caminho e agora é para valer. Bom ouvir palavras tão otimistas vindas de um vocalizador da indústria. Já era a hora.

O setor de bens de capital teve seu auge entre 1950 e o fim do século XX. De lá para cá o que se viu foi uma terra arrasada. Entre os pioneiros que acompanharam a ascensão e queda do setor, alguns se adaptaram e outros foram obrigados a se retirar. Poucos saíram ilesos. Em meio a esse processo de desmonte, alguns dos grandes nomes fundadores da ABDIB, como as Indústrias Villares, Cobrasma e Máquinas Piratininga, desapareceram. Outras, como a Bardella, se apequenaram ou entraram em recuperação judicial.

Entre as pioneiras, a Romi, por exemplo, continua operando e é uma das principais fabricantes de máquinas-ferramenta do Brasil, com uma produção diversificada e atuação internacional. Listadas na Bolsa, Inepar, Aeris e WEG (esta última um case de sucesso) são algumas que também atuam na área com destaque. Com relação à indústria da construção pesada, é desnecessário dizer a demolição feita com o Lava Jato ou dar nome aos bois daqueles que foram atingidos de forma brutal com a operação. Todas as grandes companhias foram empurradas para o cadafalso. E eram o creme que o Brasil tinha na indústria nacional.

#BNDES #Geraldo Alckmin #Lula #Ministério da Indústria e Comércio

Infraestrutura

Eleição deve empurrar leilão de saneamento de Porto Alegre para 2025

7/02/2024
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O destino da concessão de saneamento de Porto Alegre virou um pêndulo, que se mexe em função do relógio eleitoral. Os estudos no BNDES para a modelagem da venda da venda DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto) estão avançados. Mas o prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo, ainda não bateu o martelo sobre o timing do leilão.

Essa data está indexada a uma decisão maior. O que se diz nos bastidores é que, se Melo decidir disputar a reeleição – por ora, ele faz mistério –, a licitação será empurrada para 2025. Dessa forma, o prefeito se livraria do peso político de uma operação que tem tudo para ser desgastante. O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), que representa os funcionários do DMAE, já levou ao BNDES um documento apontando inconsistências no projeto de venda da empresa.

A entidade ameaça judicializar o caso, repetindo o imbróglio da Corsan, a companhia de saneamento do estado. Por conta de uma batalha judicial com os trabalhadores, o governo Eduardo Leite só conseguiu transferir a empresa para a Aegea sete meses após o leilão de privatização.

#BNDES #Corsan #DMAE

Destaque

Fazer ou não o disclosure dos benefícios fiscais? Os prós e contras do governo dar nome aos bois

6/02/2024
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O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não estão exatamente preocupados com a privatização dos ativos do Estado, mas, sim, com a montanha de benefícios de toda ordem – uma outra forma de privatização do Estado. Há tímidas conversas no governo sobre a conveniência ou não de se consolidar esses números, com a justificativa de alertar a população sobre a insustentável situação das contas públicas. O disclosure das cifras e o tom emocional da comunicação ressoariam no Congresso e bateriam direto nos lobbies e grupos de interesse. São tantas contas, legitimas ou não, que o próprio governo não sabe o tamanho do rombo fiscal decorrente da soma das isenções, incentivos, gastos previdenciários e sociais, entre outros. Até porque na inércia o custo sempre sobe.

Relatório oficial calcula que os gastos com a Previdência, em 2023, serão equivalentes a 3,9% do PIB, ou seja, R$ 395 bilhões. Isso sem esquecer que Paulo Guedes fez uma reforma para aliviar esse custeio. Sem ela, estaríamos vivendo uma hecatombe fiscal. Mas o ex-ministro deixou um bomba de efeito retardado: a reforma da Previdência II, a missão.

O regime previdenciário do Brasil ocupa a 65a posição em um ranking de 70 países. Bem, pelo menos é um gasto legítimo. O que podem ser chamados de “gastos ilegítimos” são subsídios e incentivos, entre outras prebendas, concedidos a quem não precisa ou não tem fundamento justificável. Em 2022, o governo Bolsonaro deixou compromissos com essas rubricas de R$ 581 bilhões, o que corresponde a 5,86% do PIB do exercício fiscal do ano de 2021.

O fato é que somente os incentivos e a Previdência, somados, são superiores a 9% do PIB. Não há orçamento que aguente. Trata-se de um montante maior do que a despesa dos juros da dívida pública, de 7,9% do PIB, que nem sequer amortiza o principal. Voltando aos gastos ilegítimos ou sem sustentação de necessidade de apoio ou fomento, está o setor rural.

O agronegócio, possivelmente o segmento mais capitalizado do país, recebe subsídios. Tudo bem que ele entrega muito e é o que o país tem de mais elogiável. Mas o benefício é injusto e descalibrado, concentrador de renda e foge ao padrão internacional. Ainda mais inaceitáveis são os penduricalhos vergonhosos, tais como a linha de financiamento de crédito incentivado do BNDES para compra de jatinhos, usufruída por um leque de endinheirados, que vai de Luciano Huck a doleiros.

Nos Estados Unidos, existe uma taxa de 3% a 10% sobre a aquisição dessas aeronaves. Bolsonaro também isentou de tributos a compra de veleiros para competição e lazer. O imposto de importação de pistolas e revólveres foi suspenso, à exceção das Forças Armadas. A taxação das armas de fogo não é baixa, da ordem de 55%, mas não faz sentido o estímulo fiscal a esse item, cuja importação triplicou desde 2016. 

Um exemplo imbatível das distorções dos critérios de benefícios seria o “neopentecostalismo tributário”, ou seja, a discussão que se dá hoje no governo se pastores devem ser ou não gravados nos seus proventos. A traquitanda parece não ter fim. A questão maior é que o arcabouço fiscal foi feito em função do aumento das receitas. Sim, e o cumprimento das metas depende, em alguma parte, de um pedaço das despesas citadas acima e de outras ainda mais submersas.

A dúvida é se esse rombo deve ser esquartejado caso a caso, sem maiores alardes, com cortes espaçados, ou anunciado em campanha de comunicação à la “Lava Benefício”, mostrando o impasse do Estado devido a uma distribuição de recursos inexplicáveis, herança de governos variados, e, sejamos justos, consequência também de algumas acidentalidades, tais como a pandemia. Seja lá a opção que for escolhida, haja força política para levar essa missão à frente.

#BNDES #Fernando Haddad #Lula #Ministério da Fazenda

Destaque

Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência

31/01/2024
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Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.

O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.

De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.

Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.

Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.

Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.

O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.

Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.

Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.

Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.

O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.

#BNDES #Daniel Ludwig #David Alcolumbre #Jari Celulose

Infraestrutura

Zema quer colocar mais um pacote de rodovias sobre o balcão

24/01/2024
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Em ano eleitoral, o governador Romeu Zema quer acelerar o plano de concessões rodoviárias do estado. Segundo o RR apurou, Zema e seus assessores conversam com o BNDES para que o banco faça a modelagem da licitação de mais 1,1 mil km de rodovias. As estradas cortam as regiões de São João del Rei, da Lagoa da Prata-Itapecerica e de Patos de Minas-Arcos. No fim do ano passado, não custa lembrar, o governo de Minas assinou contrato com a agência de fomento para estruturar a concessão de três outros lotes de rodovias, nos eixos Vetor Norte, da Zona da Mata e do Noroeste do estado. Juntando todas essas operações o volume de investimentos beira os R$ 20 bilhões.

#BNDES #Romeu Zema

Destaque

Ministério da Fazenda flerta com a extinção da regra de ouro

22/01/2024
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O Ministério da Fazenda vem “tateando” a ideia de extinguir a regra de ouro. A regra nasceu na Constituição de 1988 com a prerrogativa de ser o principal mecanismo de equilíbrio das contas públicas do Governo Federal. Ocorre que raramente ela é seguida à risca pelos governantes. E invariavelmente seu descumprimento é tratado no Congresso como algo comum.

Suas normas proíbem a emissão de dívidas para o pagamento das chamadas despesas correntes da administração pública, os gastos de custeio. A emissão de dívida pública somente seria permitida para os gastos com capital (investimentos). Em teoria, a regra existe para evitar o endividamento do Estado com sua própria máquina, mas, na prática, ela acaba sendo contornável.

A regra funciona de forma complementar ao teto de gastos/arcabouço fiscal (existem ainda o resultado primário e a Lei da Responsabilidade Fiscal como mecanismos para o controle das contas públicas). Só que as sanções previstas na regra de ouro são mais severas. O seu descumprimento configura crime de responsabilidade fiscal e pode levar até à destituição do presidente da República.

Em relatório divulgado em dezembro, a OCDE classificou a regra de ouro como um instrumento que “fez pouco para preservar o investimento público no passado”. Isso porque nas inúmeras violações do ditame constitucional o Legislativo aquiesceu, aprovando dotações orçamentárias e perdoando o presidente e seus ministros da área econômica. No começo de 2018, foi divulgado que o Governo Temer estudava uma possível flexibilização da regra de ouro, tornando- a similar ao teto de gastos (ou seja, passível de ser ajustada automaticamente e sem nenhum tipo de punição ao governante). À época, o governo havia pedido ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a devolução de R$ 180 bilhões ao Tesouro, em uma tentativa de “solucionar” o endividamento com custeio.

A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 oficializou o não cumprimento da regra por parte da gestão Temer. O governo anunciou que a norma não conseguiria ser cumprida, necessitando do aval do Congresso para a emissão de mais títulos. Bolsonaro, com a alegação de motivos variados, pediu arrego por três vezes. Paulo Guedes dizia que a regra de ouro era uma peça de antiquário. No entanto, continua em vigor e fincada na Constituição.

#BNDES #Economia #Ministério da Fazenda

Investimento

BNDES pisa no acelerador para atender Mato Grosso do Sul

17/01/2024
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O BNDES deve encurtar o prazo de 36 meses para definir o novo plano de negócios da MS Gás. O governo de Mato Grosso do Sul tem pressa em ter o documento em mãos para decidir o que fazer com a empresa – da qual possui 51% das ações – e tem como sócia a Commit (Grupo Cosan e Mitsui), com 49% do negócio. A parceria entre as partes termina em 2028. É nesse contexto que a modernização do modelo regulatório será analisada a toque de caixa pelo banco e discutidos futuros incentivos para o setor no estado. Procurado pelo RR o BNDES salientou que “o contrato com o Estado do Mato Grosso do Sul tem prazo de até 36 meses, podendo os estudos serem concluídos antes desse prazo”.

#BNDES #Mato Grosso do Sul #MS Gás

Destaque

BNDES despeja mais recursos para estimular debêntures de infraestrutura

3/01/2024
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O BNDES vai abrir o cofre em 2024 para turbinar os investimentos em infraestrutura no país. A liberação dos recursos se dará prioritariamente por meio de debêntures incentivadas. Segundo o RR apurou, o banco deverá disponibilizar algo em torno de R$ 30 bilhões para a compra desses papéis.

Esse valor representa um salto de 130% em relação ao total desembolsado pelo BNDES para a aquisição de debêntures incentivadas ao longo de 2023 – aproximadamente R$ 13 bilhões. Para se ter uma dimensão ainda maior do que o número representa, significa dizer que o BNDES vai alocar para a compra desses títulos privados 50% a mais do que todo o volume de financiamentos liberados para projetos de infraestrutura ao longo de 2023, da ordem de R$ 20 bilhões. Procurado pelo RR, o BNDES não quis comentar. 

Em 2023, as debêntures incentivadas corresponderam a aproximadamente 65% dos empréstimos do BNDES para a área de infraestrutura. No banco, a estimativa é que esse índice possa chegar perto dos 75% em 2024. Esta é uma modalidade de crédito ainda pouco explorada pelas empresas privadas no Brasil, o que aumenta a importância do BNDES como seu principal fomentador.

Devagarinho, esse cenário tem mudado. Em agosto do ano passado, a Aegea Saneamento realizou a maior oferta de debêntures de infraestrutura já feita no mercado brasileiro, com a venda de R$ 5,5 bilhões. O próprio BNDES ficou com cerca de um terço dos papéis, ou R$ 1,9 bilhão. A boa notícia foi a forte demanda: havia comprador firme para R$ 9,6 bilhões. 

#Aegea Saneamento #BNDES

Saneamento

Pernambuco acerta os ponteiros para a licitação da Compesa

14/12/2023
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A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, quer colocar o edital da Compesa na rua até abril de 2024. O prazo é considerado o limite do limite para que a venda dos ativos ocorra até agosto, fora do calendário das eleições municipais. O cálculo político da governadora é que, iniciada a campanha, a pressão dos municípios contra a operação será praticamente incontornável. O governo de Pernambuco estuda com o BNDES um formato similar ao da Cedae, com a venda de concessões de saneamento em bloco e a permanência da Compesa sob controle do estado.

#BNDES #Compesa #Pernambuco #Raquel Lyra #saneamento

Destaque

BNDES pode ser o fiel da balança na capitalização da Iguá

6/12/2023
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A Iguá Saneamento é um pêndulo que balança entre dois modelos de capitalização. De um lado, está a proposta de um IPO, que contemplaria, em um segundo momento, a transformação em uma public company; do outro, uma solução “caseira”: os acionistas da empresa vêm mantendo conversações em torno de um possível aumento de capital. Esta segunda hipótese conta com um personagem-chave: o BNDES. Segundo o RR apurou, o banco já deu o firme que, em caso de aporte, acompanhará a chamada, assim como os dois maiores acionistas da Iguá, as canadenses CPP Investments e AIMCo (Alberta Investment Management Corporation). Consultado pelo RR, o BNDES informou que não comenta o assunto. A Iguá também não se pronunciou.

Do ponto de vista estratégico, o aporte talvez seja o formato mais conveniente para a dupla de gestoras do Canadá. Hoje, por meio da BNDESPar, o banco de fomento tem 10,9% do capital total da holding de saneamento. No entanto, sua importância para a empresa é proporcionalmente maior. O BNDES usa um duplo figurino na Iguá: acionista e um dos maiores financiadores da companhia. Em junho, por exemplo, o banco comprou R$ 1,8 bilhão de um total de R$ 3,8 bilhões em debêntures emitidas pela empresa. Foi o maior lançamento incentivado de papéis do setor de infraestrutura já realizado no Brasil.

#BNDES

Energia

BNDES deve energizar hub de hidrogênio verde potiguar

30/11/2023
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A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e seus assessores estão debruçados sobre o projeto de criação de um complexo de hidrogênio verde no estado. Fátima já levou a ideia ao governo federal. Segundo o RR apurou, recebeu garantias firmes de que o BNDES entra no negócio. Ressalte-se que Fátima tem prestígio junto ao presidente Lula. Foi, inclusive, coordenadora da sua campanha no Nordeste.

#BNDES #Hidrogênio verde #Paraíba

Destaque

Risco Mantega é um pêndulo entre o Planejamento e a Petrobras

29/11/2023
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A ameaça Guido Mantega parece não largar o governo Lula. A proposta inicial era empurrá-lo para a presidência da Vale, “esquecendo” que a empresa não é mais estatal. Agora, surgem duas ideias no governo de arrepiar.

A primeira é incluir Mantega em um troca-troca com Simone Tebet: ela iria para a Pasta da Justiça e Mantega reassumiria o Ministério do Planejamento, cargo que já ocupou no Lula I, entre 2003 e 2004. Na segunda, e perigosíssima alternativa, ele ficaria de regra três para a presidência da Petrobras, como potencial substituto de Jean Paul Prates, que balança mais do que bambu em ventania. Mantega chegaria à estatal com o poder de conduzir o recém-anunciado plano de investimentos da companhia, uma montanha de dinheiro de US$ 102 bilhões a ser desembolsada pelos próximos cinco anos.

A essa altura, a hipótese mais suave é encher a árvore de Natal do ex-ministro de vagas em conselhos de administração, como BNDES, Itaipu, BB etc. O fato é que tanto o PT quanto o próprio Lula parecem se sentir na obrigação de recompensar Mantega pela lealdade nos tempos das águas mais profundas da Lava Jato. O ex-ministro chegou a ser foi preso no hospital quando acompanhava um exame médico da sua esposa e não abriu o bico.

#BNDES #Guido Mantega #Lula #Ministério do Planejamento #Simone Tebet

Empresa

Scania pisa fundo na venda de caminhões a gás no Brasil

23/11/2023
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A entrega de 100 caminhões movidos a biodiesel para a Amaggi é só a partida. A Scania lançou mão de uma agressiva estratégia comercial para tracionar as vendas do modelo 500 R 6×4 Super ao agronegócio. As negociações envolvem a garantia de financiamento do Scania Banco a taxas de juros próximas das oferecidas por bancos de fomento – BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Os caminhões a gás são a grande aposta da montadora sueca em seu processo de transição energética. Nas projeções da empresa, eles representarão 10% das suas vendas no Brasil até 2028. Ao contrário de concorrentes, a Scania se baseia na premissa de que ainda vai demorar para que o mercado de veículos pesados movidos a eletricidade amadureça no Brasil.

#Amaggi #BNDES #Scania

Saneamento

Governador da Paraíba quer acelerar venda da Cagepa

21/11/2023
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O governador da Paraíba, João Azevedo, tem mantido conversações diretas com o BNDES para destravar a privatização da Cagepa, a companhia de saneamento do estado. O processo está com quase um ano de atraso. Estima-se que a venda da empresa possa render cerca de R$ 4 bilhões – o governo controla 99,98% das ações ordinárias. Quando ocupou a Secretaria de Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia da Paraíba, em 2017, o próprio Azevedo via a empresa como viável. Dez anos depois, o panorama é outro. A Cagepa não tem meios próprios para cumprir o Marco do Saneamento.

#BNDES #Capega

Destaque

Está na hora do Brasil aproveitar as sinergias entre as áreas de Defesa e de Ciência e Tecnologia

10/11/2023
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De um lado, a notória escassez orçamentária da área de Defesa; do outro, o flagrante déficit do Brasil em inovação, pesquisa e desenvolvimento científico. Talvez seja hora de cruzar esses dois problemas em busca de uma solução comum. Militares de alta patente do Exército, Marinha e Aeronáutica têm se dedicado a discussões nessa direção, que eventualmente podem servir de subsídio para o governo atacar dois grandes gaps do país.

A ideia central seria levar para dentro das Forças Armadas um “pedaço” da Pasta de Ciência e Tecnologia, leia-se projetos e programas que tenham sinergia com a indústria de defesa. Esse crossover poderia se dar pela divisão de áreas e tarefas por departamentos específicos, tanto do lado das Forças Armadas quanto da Ciência e Tecnologia. O conceito não é exatamente novo. No primeiro governo Lula, os Ministério da Defesa e da Ciência e Tecnologia, em parceria com o BNDES, então presidido por Carlos Lessa, chegaram a realizar oito rodadas de debates para discutir oportunidades conjuntas que unissem investimentos em projetos militares e o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

As discussões deram origem a um caudaloso documento de 316 páginas que, quase duas décadas depois, segue atual e poderia servir de proxy para a elaboração de um plano estratégico nacional – o material está disponível na internet.

No Brasil, há um histórico cruzamento entre as Forças Armadas e o desenvolvimento científico e tecnológico. O grande símbolo é a Embraer. Nascida dentro da Aeronáutica, a empresa é a mais inovadora e bem-sucedida iniciativa da indústria brasileira. Os exemplos não ficam apenas no passado. Agora mesmo a Marinha está desenvolvendo o seu submarino nuclear, um projeto na fronteira da fronteira da tecnologia. Há países em que a linha divisória entre a indústria de defesa e o desenvolvimento tecnológico é extremamente tênue, difícil até de definir onde termina um e começa o outro. Que o digam os Estados Unidos.

No ano passado, o país investiu mais de US$ 100 bilhões em tecnologia de defesa divididos por 24 áreas estratégicas. São projetos de inovação que transbordam do campo militar e têm impacto direto sobre setores como telecomunicações, microeletrônicos, softwares, biomedicina, logística, energia e até proteção climática, entre outros. Em maio deste ano, o governo Biden lançou a nova Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia voltada ao setor de defesa, que define 14 áreas tecnológicas críticas e vitais para manter a segurança e a soberania. Entre elas, estão biotecnologia, ciência quântica, inteligência artificial, energia renovável, computação avançada e interfaces homem-máquina.

Os índices de investimento público nas áreas de defesa e de ciência e tecnologia no Brasil são cadentes. Corta-se o pouco que se tem. Em 2011, o orçamento das Forças Armadas (R$ 62 bilhões) correspondia a 1,5% do PIB. Neste ano, essa proporção caiu para o menor nível em 12 anos. Os R$ 124 bilhões em verbas destinadas ao Exército, Marinha e Aeronáutica equivalem a algo em torno de 1,1% do PIB. É menos da metade da média global – 2,3% do PIB.

Para efeito de comparação, o Brasil está atrás de todos os países dos Brics: a Rússia desembolsa 5,3% do seu orçamento com despesas militares; a Índia, 2,5%; a China, 1,8%. Outro indicador reforça o gap orçamentário da área de Defesa. Com aproximadamente 2% do PIB global, o Brasil responde por apenas 1% do investimento soberano global na área militar. O quadro é ainda mais crítico quando se destrincha a natureza das verbas. Do orçamento das Forças Armadas deste ano, apenas R$ 8,4 bilhões, ou 6,7%, serão destinados à compra de equipamentos. Na Ciência e Tecnologia, os números são ainda mais desalentadores. A área dispõe de um “nano-orçamento”: as verbas federais previstas para este ano correspondem a 0,1% do PIB.

#Aeronáutica #BNDES #Exército #Forças Armadas #Lula #Marinha #Tecnologia

Infraestrutura

BNDES garante o “asfalto financeiro” para ponte entre Brasil e Bolívia

24/10/2023
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Segundo o RR apurou, o governo brasileiro confirmou às autoridades bolivianas que o BNDES vai financiar a construção da ponte entre a cidade de Guayaramerín e Guajará-Mirim (RO). A informação foi transmitida pelo Itamaraty na semana passada. O banco de fomento deverá entrar com a maior parte dos US$ 52 milhões necessários para a obra.

O DNIT pretende publicar o edital até a primeira semana de novembro. A obra consiste em apenas 1,2 quilômetro de pista, mas o suficiente para abrir um novo corredor logístico aos exportadores brasileiros, notadamente para o escoamento de produtos da Região Norte para Bolívia, Peru e Chile. Trata-se de uma pendência bilateral centenária. A construção da ponte está prevista desde o Tratado de Petrópolis, em 1903, quando da anexação do Acre pelo Brasil. 

#BNDES #Dnit

Destaque

Iveco corre contra o relógio para colocar seus blindados na Argentina

19/10/2023
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Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, uma negociação comercial com o país vizinho agita os bastidores nas áreas diplomática e militar. A Iveco mantém gestões junto ao governo, notadamente ao ministro da Defesa, José Múcio, para que o Brasil feche até o fim de novembro os termos da venda dos blindados Guarani produzidos em Sete Lagoas (MG) ao Exército argentino. Por termos, entenda-se, principalmente, o financiamento do BNDES, condição fundamental para que a Argentina consiga sacramentar o pedido.

Segundo o RR apurou, na tentativa de viabilizar a operação, a companhia e o próprio governo brasileiro já trabalham com a hipótese de uma cisão na encomenda. Nesse caso, o banco financiaria uma primeira tranche, envolvendo a venda de metade dos 161 veículos previstos originalmente – o que significaria um contrato da ordem de R$ 1 bilhão.  

O timing é fundamental. A negociação está diretamente ligada ao pleito do próximo dia 22, na Argentina. A Iveco tenta criar um fato consumado, um hedge para o caso do oposicionista Javier Milei vencer as eleições. Durante a campanha, o candidato de extrema direita tem repetido que vai aumentar consideravelmente os gastos na área de Defesa.

Fala, inclusive, em retornar a níveis de 30 anos atrás, quando o país investia quase 2,5% do PIB no setor – hoje, esse índice não passa de 0,8%. No entanto, em relação especificamente ao projeto de compra dos novos blindados para o Exército, Milei é uma incógnita. Até agora, não deu pistas do que pretende fazer.

O risco é que, uma vez eleito, ele enxergue a operação mais seu fardamento político do que militar. O negócio ficou razoavelmente carimbado como um acordo entre Lula e Alberto Fernandez, sobretudo pela garantia de financiamento do BNDES. 

As tratativas para o fechamento do contrato são complexas. Passam não apenas pela Iveco, fabricante dos blindados, e também por canais diplomáticos e militares entre os dois países. O Exército brasileiro está diretamente envolvido nas negociações.

Em maio, o próprio comandante da Força, general Tomás Miguel Paiva, esteve em Buenos Aires, quando teria tratado do assunto com o seu congênere argentino, o general Guilherme Pereda. Além de trabalhar por uma operação importante para a indústria de defesa brasileira, o Exército tem um interesse especial no acordo: detentor dos direitos sobre o Guarani, a instituição pode arrecadar até R$ 140 milhões em royalties caso os 161 veículos sejam vendidos.  

Em tempo: há ainda um componente adicional nesse enredo. Na leitura da Iveco, o governo Lula tem um “débito” para honrar. Em julho deste ano, o Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento do Itamaraty vetou a negociação de 450 viaturas Guarani para a Ucrânia. Os veículos seriam transformados em ambulâncias blindadas.

  Até hoje, as razões para a decisão não foram esclarecidas pelo governo brasileiro. A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados já requereu ao Itamaraty que explique os motivos do veto. O fato é que a Iveco viu escapar um contrato que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões.  

#Argentina #Blindados #BNDES #Iveco #Lula

Empresa

J&F investe R$ 2,3 bilhões para aumentar frota de barcaças

11/10/2023
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O apetite de Joesley e Wesley Batista pela área de mineração pode ser medido pelos investimentos paralelos em logística. O RR apurou que a J&F, holding do clã, vai construir 400 barcaças para o escoamento de minério, ao custo total de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. A montagem das embarcações ficará a cargo de quatro estaleiros: Juruá e Eram, ambos no Amazonas, Maguari, no Pará e Enseada, na Bahia. De acordo com a mesma fonte, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) já aprovou o projeto. Na prática, o FMM poderá financiar até 90% do valor, mas a tendência é que o BNDES também participe da operação. Com a encomenda, a J&F Mineração vai triplicar sua frota de barcaças. A empresa tem planos ainda de comprar outros 20 rebocadores, um investimento estimado em R$ 800 milhões. A princípio, a expansão da frota mira a ampliação da produção de minério de ferro e manganês no Mato Grosso Sul, nas reservas compradas junto à Vale no ano passado. Essa é a ponta do iceberg à vista de todos. Abaixo da linha d´água, há planos ainda maiores. O aumento da estrutura logística daria suporte à ampliação dos negócios em mineração, por sua vez, ligados ao projeto dos irmãos Batista de investir em transição energética, com a extração de lítio – conforme o RR noticiou hoje pela manhã.

#BNDES #Fundo de Marinha Mercante #J&F #Joesley Batista #Wesley Batista

Saneamento

BNDES deve irrigar plano de investimentos da Corsan

11/10/2023
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A Aegea voltou a bater na porta do BNDES. A holding negocia com o banco um empréstimo para a gaúcha Corsan, cujo contrato de concessão foi assinado em julho após um alonga batalha judicial contra os empregados da empresa. O plano de investimentos da companhia prevê um desembolso de R$ 13 bilhões ao longo da próxima década. Uma das possibilidades seria a emissão de debêntures incentivadas de infraestrutura, que seriam integralmente ou em grande parte compradas pelo BNDES. O banco já é o grande financiador da Aegea: no ano passado, emprestou mais de R$ 19 bilhões para as subsidiárias Águas do Rio 1 e 4, leia-se os contratos de concessões da antiga Cedae.

#Aegea #BNDES #Corsan

Destaque

Governo estuda usar BNDES e Petrobras como “avalistas” dos green bonds brasileiros

9/10/2023
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O governo reserva um papel importante para o BNDES e a Petrobras no lançamento de títulos verdes já anunciado pelo ministro Fernando Haddad. A ideia em discussão na equipe econômica é usar o banco de fomento e a petroleira para garantir a emissão na Bolsa de Nova York, estimada em R$ 10 bilhões pela própria Pasta da Fazenda. BNDES e Petrobras entrariam comprando parte dos títulos, como forma de estimular a demanda e assegurar a colocação dos green bonds.

Seria quase uma operação de tesouraria soberana. As duas estatais funcionariam como uma espécie de avalistas do lançamento, em um gesto eivado de simbolismo. Ao investir nos papéis, as duas estatais, ou seja, o próprio governo afiançaria os títulos soberanos com selo ESG. Seria a União comprando a União. De quebra, BNDES e Petrobras colocariam em sua carteira papéis com um razoável potencial de rentabilidade.

A petroleira, ressalte-se, tem em tesouraria cerca de R$ 4,7 bilhões em títulos públicos. Já o BNDES é um tradicional financiador da União: carrega em carteira aproximadamente R$ 66 bilhões em papéis emitidos pelo Tesouro.

A medida é vista na equipe econômico como um “seguro emissão” ou algo que o valha. A necessidade do BNDES e da Petrobras entrarem ou não na operação e o volume de títulos adquiridos por ambos dependeriam da procura pelos papéis. O cuidado é mais do que justificável. Haddad e seus assessores tratam esse primeiro lançamento de green bonds do Tesouro fundamental, quando não determinante para o êxito de futuras operações similares. Conforme o RR já informou, a equipe econômica já tem planos de lançar outras duas tranches de títulos ESG: uma voltada à Europa e outra especificamente para o que seria um sindicato de fundos soberanos do Oriente Médio. A equipe econômica considera o lançamento dos bônus verdes como uma de suas iniciativas mais relevantes, algo capaz de mudar o patamar do Brasil na captação de recursos internacionais. O objetivo é engendrar um mercado permanente, com potencial de resiliência, que permita emissões com alguma regularidade.

#BNDES #ESG #Fernando Haddad #Petrobras

Infraestrutura

Grupo chinês avança na construção da Ferrovia do Pará

9/10/2023
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As tratativas para a participação da China Communications Construction Company (CCCC) na construção da Ferrovia do Pará avançaram mais alguns quilômetros. Segundo o RR apurou, representantes da CCCC deverão vir ao Brasil ainda neste mês para encontros com o governador Helder Barbalho e outras autoridades locais. De acordo com as informações apuradas, a companhia, um gigante com faturamento anual da ordem de US$ 150 bilhões, já sinalizou a possibilidade de financiamento do China Development Bank (CDB). Não custa lembrar que o CDB e o BNDES assinaram um acordo neste ano para investimentos em infraestrutura no Brasil. A Ferrovia do Pará, que prevê a ligação de Marabá ao porto de Vila do Conde, em Barcarena, é um dos maiores projetos logísticos da Região Norte. Seu custo total é estimado em quase R$ 10 bilhões.

#BNDES #China Communications Construction Company #Helder Barbalho

Destaque

BNDES é o combustível financeiro da parceria entre Embraer e Saab

5/09/2023
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O BNDES terá um papel relevante para turbinar a operação da Embraer no setor de Defesa, notadamente a partir da parceria firmada com a sueca Saab. Segundo o RR apurou, há negociações para que o banco de fomento financie contratos de exportação do F-39 Gripen “made in Brazil”. Trata-se das aeronaves militares que serão montadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP) e comercializadas conjuntamente pela companhia brasileira e pela Saab.

Estudos preliminares feitos pelas duas empresas indicam um potencial de encomendas da ordem de US$ 1,5 bilhão na América do Sul em um período de até três anos. A primeira parada deverá ser a Colômbia. Existem tratativas para a venda dos F-39 Gripen à Força Aérea Colombiana, que pretende substituir gradativamente suas 22 aeronaves israelenses IAI Kfir, em uso há mais de 40 anos. De acordo com a mesma fonte, as Forças Armadas do Equador e do Chile também já demonstraram interesse pelo F-39.

Os equatorianos querem tirar de linha os Atlas Cheetah, criados na África do Sul nos anos 1980 a partir de uma atualização do francês Mirage III. Já a Força Aérea chilena pretende desativar os caças norte-americanos Northrop F-5 E/F. Procurados pelo RR, Embraer e BNDES não quiseram se manifestar.

O BNDES, além de acionista, é historicamente um dos maiores financiadores da Embraer. Os números são hiperativos. Nos últimos 25 anos, a agência de fomento liberou cerca de US$ 25 bilhões para a companhia, que resultaram na venda de mais de 1,2 mil aeronaves.

No momento, a carteira do banco soma 26 operações ativas de empréstimo para a empresa. A mais recente foi firmada em novembro do ano passado: um crédito de R$ 2,2 bilhões para a produção e venda de jatos comerciais. Ao financiar a venda dos F-39 Gripen montados em Gavião Peixoto, o BNDES dá propulsão a um acordo bilateral costurado diretamente pelos governos do Brasil e da Suécia. Inicialmente, a fábrica de Gavião Peixoto seria responsável apenas pela montagem de 15 dos 36 caças F-39 Gripen comprados para a Força Aérea Brasileira.

A associação entre as duas empresas passou a ter contornos maiores após o memorando de entendimentos firmado em abril, com o objetivo de “buscar novas oportunidades de negócio”. Por novas oportunidades de negócio, entenda-se o que tem tudo para ser uma relação de ganha-ganha. A Saab passa a ter uma cabeça de ponte na América Latina, valendo-se do poder de influência do Brasil na região para a venda de aeronaves militares.

A Embraer, por sua vez, tem a chance de dar um novo impulso a suas vendas no setor, operação que perdeu alguma altitude nos últimos dois anos. Em 2021, a área de Defesa & Segurança respondeu por 13,7% do faturamento total da companhia. No segundo trimestre deste ano, esse índice caiu praticamente à metade (6,8%).

#BNDES #Embraer #Força Aérea Brasileira

Destaque

Governo quer fundos de pensão de volta à infraestrutura

24/08/2023
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Na esteira do PAC, há discussões no governo em torno da ideia de que os fundos de pensão voltem a ter um papel relevante nos investimentos em infraestrutura. A questão é burilar um formato de negócio em que as fundações e consequentemente seus beneficiários não sejam expostos aos mesmos riscos do passado, tanto em relação ao retorno financeiro, quanto, principalmente, aos malfeitos que pulverizaram bilhões de reais. Uma das hipóteses que ganha corpo é condicionar os investimentos em novos projetos ou concessões à emissão de debêntures incentivadas, com a garantia firme de que o BNDES ficaria com uma parcela expressiva dos papéis. Ressalte-se que há um projeto de lei (2.426/2022) em tramitação no Congresso que cria um novo modelo de debêntures para infraestrutura e prevê redução de tributos às empresas emissoras do papel. A proposta já foi aprovada na Câmara, e a articulação política trabalha para acelerar a votação no Senado. 

Ainda que como um chiste, há quase um PAC inteiro dentro dos fundos de pensão. O setor de previdência privada soma hoje mais de R$ 1,5 trilhão em recursos, praticamente o volume de investimentos previstos no novo Plano de Aceleração do Crescimento (R$ 1,7 trilhão). Previ, Petros e Funcef respondem por quase 30% desse valor, com algo em torno de R$ 480 bilhões em patrimônio. O governo entende que essa fonte de recursos – ou seja, os fundos de pensão – precisa ser trazida para o “project finance” do PAC. Sobretudo em um país que entre 2019 e 2022 investiu, em média, o pífio índice de 0,35% do PIB em infraestrutura.  

Segundo estudo do Ipea, de abril de 2021, as fundações de previdência privada brasileiras investem, em média, apenas 2,2% do seu patrimônio em infraestrutura. De acordo com a mesma pesquisa, é metade da média verificada nos 39 maiores fundos de pensão do mundo (4,5%). A Previ é um bom exemplo do eclipse dos fundos de pensão na área de infraestrutura ao longo dos últimos anos. Em 2014, a entidade investia no setor o equivalente a 10,9% do seu patrimônio total. Em 2017, esse índice já havia caído a 5,1%. Hoje, estima-se que esteja abaixo dos 3%.

#BNDES #Funcef #PAC #Petros #Previ

Infraestrutura

PPP vira solução para a transposição do Velho Chico

14/08/2023
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O governo deverá lançar mão de PPPs para concluir um projeto que é pessoalmente caro ao presidente Lula: a transposição do Rio São Francisco. Os estudos estão sendo feitos a quatros mãos, entre o Ministério do Desenvolvimento Regional e o BNDES. A estimativa do governo é que ainda sejam necessários aproximadamente R$ 2 bilhões para terminar as obras – ao todo, já foram investidos R$ 12 bilhões. Do projeto original, falta mísero 1% para a conclusão do empreendimento. Ou quase: a área técnica da Pasta do Desenvolvimento Regional identificou problemas nos 99% de obras já entregues. O principal deles é a baixa vazão do rio em alguns trechos, especialmente na Paraíba, que está impedindo a distribuição da água em diversos municípios. 

#BNDES #PPPs

Destaque

Queda nos dividendos das estatais já está “precificada” no ajuste fiscal

9/08/2023
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Haja aposta eletrônica, cassino, “imposto do pecado” e o que mais estiver ao alcance. O governo vai ter de cortar um dobrado para aumentar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal. Um dos grandes desafios da equipe econômica neste momento é encontrar formas de compensar a queda no pagamento de dividendos das estatais, que, nos últimos anos, se tornou uma importante fonte de receita para a União. A redução da derrama está dada, em razão de uma combinação de fatores, a começar pela própria redução da lucratividade das empresas, vide a Petrobras.

O lucro de R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre representou uma queda de 47% em relação a igual período no ano passado. A petroleira não está sozinha. Ainda que não na mesma proporção, a Caixa Econômica também amargou um resultado decepcionante no primeiro trimestre – o ganho de R$ 1,9 bilhão representou um recuo de 5% na comparação com o mesmo intervalo em 2022. 

Outro fator determinante para a queda da receita com os repasses de dividendos vem de uma decisão do próprio governo: é líquido e certo que, na gestão Lula, as grandes estatais – leia-se, sobretudo, Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica – voltarão a ter um forte papel na indução de investimentos e na ampliação de programas com impacto social. Em suma: vai sobrar menos dinheiro para remunerar os acionistas. Não faltam movimentos que apontam nessa direção. A Petrobras já sinalizou seu retorno ao setor de fertilizantes e a retomada dos projetos para a renovação da matriz energética – neste último caso, com a possibilidade de criação de uma subsidiária específica. 

O Banco do Brasil, por sua vez, está abrindo o cofre para a agricultura. O Plano Safra 2023/24 será o maior da história, com R$ 240 bilhões, 27% a mais do que na edição anterior. Já na Caixa Econômica, a ordem é impulsionar o crédito habitacional. Só no primeiro semestre, o banco destinou R$ 85 bilhões para o financiamento da casa própria, 15% a mais do que em igual período no ano passado. A conta deve crescer nos próximos meses, diante da disposição do governo de turbinar o recentemente relançado Minha Casa, Minha Vida. 

Somente em 2021 e 2022, a soma dos dividendos pagos à União pelas estatais foi de R$ 131,4 bilhões. Ressalte-se que o repasse correspondeu a 3,6 vezes a cifra prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) totalizando-se os dois anos (R$ 36 bilhões). Na média, a Petrobras, sozinha, foi responsável por quase 70% do que o Tesouro arrecadou com a participação nos lucros das estatais. Em seus cálculos, o governo estima que terá de aumentar a arrecadação em até R$ 150 bilhões para cumprir as metas do arcabouço fiscal.

Para efeito de comparação, trata-se do equivalente a quase três vezes o montante que a Petrobras repassou à União em 2022 a título de participação nos lucros – em torno de R$ 55 bilhões. Valores como esse ficarão no passado. A locomotiva dos dividendos já começou a desacelerar. Na semana passada, a petroleira anunciou a distribuição aos acionistas de R$ 14,9 bilhões, relativos ao segundo trimestre deste ano.

O valor é 83% inferior aos dividendos pagos pela estatal em referência ao segundo trimestre de 2022. Banco do Brasil, Caixa e BNDES vão seguir a mesma toada. No caso da agência de fomento, a nova política nem esperou por 2023, retroagindo ao ano passado. O banco já anunciou que pagará à União o equivalente a 25% do lucro de 2022, e não mais 60% com estava previsto originalmente. Com isso, o repasse caiu de R$ 24 bilhões para R$ 10 bilhões.

#arcabouço fiscal #Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica #Petrobras

Destaque

Alckmin assume a missão de criar o “novo arcabouço industrial” brasileiro

24/07/2023
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Enquanto Fernando Haddad se concentra nas reformas econômicas, Geraldo Alckmin está imbuído de uma missão tão ou mais relevante: a criação do que pode ser chamado de “novo arcabouço industrial” brasileiro. Não se trata apenas do soerguimento de um setor que já respondeu por 36% do PIB em meados dos anos 80 e hoje derrapa na casa dos 10% – por si só uma tarefa hercúlea. Alckmin pretende se creditar como uma espécie de “reinventor” da indústria no Brasil. A premissa é que não basta jogar dinheiro de helicóptero aleatoriamente. Há escolhas de Sofia a serem feitas, ou seja, é preciso focar em setores em que o país tenha notórias vantagens comparativas. A inovação e a transição energética serão fatores transversais. O “novo arcabouço industrial” deve perseguir três eixos: o rejuvenescimento da indústria, inserção nas cadeias globais de suprimento e descarbonização. 

Os pouco mais de R$ 100 bilhões em recursos para a indústria anunciados por Geraldo Alckmin no início deste mês são apenas a primeira tranche. Vai ter mais dinheiro, ainda neste ano. Uma espécie de “Plano Safra da indústria”, expressão cunhada pelo próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Entre os alvos de Alckmin estão áreas correlatas à produção agrícola, como fertilizantes, defensivos, beneficiamento de alimentos, máquinas e equipamentos. Também estão na mira segmentos como o complexo industrial de saúde e o desenvolvimento tecnológico militar. Vai ter dinheiro, sim. Mas para as empresas e setores que se adaptarem às novas exigências. Todos os projetos terão de desaguar na expansão da matriz de energia limpa e na inovação. Ou seja: será um processo quase darwiniano. 

Geraldo Alckmin está seguindo a direção dos ventos que sopram nas maiores economias do planeta. Há um resgate do protagonismo do Estado na atividade econômico – um dos ditames do que o RR já chamou de “Novo Consenso de Washington”. O próprio chefe de governo à frente da maior economia do mundo estimula, sanciona e avaliza uma política industrial proativa, a partir de subsídios públicos. Joe Biden vem tentando reviver a era do Estado grande a partir de uma forte concessão de subsídios para o revigoramento da indústria dos Estados Unidos. Somente para a produção de semicondutores, o governo norte-americano reservou um pacote de US$ 52 bilhões, com o objetivo de frear o avanço da China no fornecimento de chips.  

O governo terá de encarar alguns dilemas para levar adiante a versão brasileira da política industrial baseada no “Estado grande”. Um deles é o que fazer com os setores intensivos em mão de obra e que perderam a viagem, como têxtil, móveis, calçados? Juntos, esses três segmentos, por exemplo, somam mais de 1,5 milhão de empregos, em sua esmagadora maioria uma força de trabalho de baixa formação. Seria necessário um descomunal esforço em capacitação para que parte dessa mão de obra pudesse migrar para setores mais competitivos da indústria, calcados na inovação. Ressalte-se que o desemprego é a consequência mais dramática da “africanização” da indústria brasileira: entre 2012 e 2022, o setor fechou mais de 758 mil postos de trabalho, segundo dados do IBGE. Outro desafio para o ministro Geraldo Alckmin é enfrentar o lobby de segmentos mais atrasados da indústria, como o automotivo. As montadoras entregam muito pouco vis-à-vis a enxurrada de incentivos que recebe. 

#BNDES #Fernando Haddad #Geraldo Alckmin #IBGE #indústria

Empresa

E se o BNDES costurasse a fusão da Americanas e do Magazine Luiza?

19/07/2023
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Em outras épocas, para ser mais preciso durante o regime militar, no caso de uma empresa que estivesse virtualmente quebrada e impactasse estruturalmente o setor, o ritual era convocar os outros players que pudessem assumir seus escombros e fazê-la renascer. Foi assim com o Projeto Jari: Azevedo Antunes, Antônio Ermírio de Moraes, João Fortes e outros tantos foram chamados para salvar a empresa. Os tempos mudaram e os generais não regem mais os destinos da iniciativa privada. Mas há casos e casos. Como perguntar não ofende, será que uma força tarefa, constituída pelos bancos credores das Americanas, que em última instância são os mesmos do Magazine Luiza – também altamente endividado -, com o fundamental apoio do BNDES, não poderia criar as condições para a fusão de ambas? Existem sinergias entre as duas, os bancos teriam um prejuízo menor e a agência de fomento poderia, de repente, estar criando uma “JBS do varejo”, guardadas as devidas proporções. É bom que se ressalte o indiscutível ótimo negócio que o BNDES fez participando intensamente da construção da maior empresa de proteína do mundo. E como se essas motivações não fossem suficientes, a operação teria um inegável impacto social. Americanas e Magazine Luiza somam aproximadamente 73 mil funcionários. É um Maracanã apinhado de gente em dia de clássico. A Luiza Americanas ou Americanas Luiza teria pelo menos o mérito de salvar milhares de empregos.

Tudo bem, tem o Cade, CVM e outras pedras no caminho. Mas levantar essa catedral, como dizia o saudoso engenheiro Eliezer Batista, pelo tamanho da obra merecia chutar até paralelepípedos. Ah, mas é o risco moral? E o compromisso com a livre iniciativa? Procurem ver o histórico recente do que faz o governo norte-americano quando as suas empresas mais relevantes estão se afogando e prestes a ir à bancarrota. Fica aqui a provocação. 

#Americanas #BNDES #Magazine Luiza

Empresa

Aegea negocia novo crédito do BNDES

14/07/2023
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A Aegea Saneamento estaria em conversações com o BNDES, com o objetivo de fechar um financiamento para a Corsan, arrematada em leilão em dezembro do ano passado. O plano de investimentos na ex-estatal gaúcha prevê um desembolso de R$ 16 bilhões até 2033. Nas contas da Aegea, o primeiro ano de investimentos, da ordem de R$ 1,5 bilhão, cabe no seu caixa. Daí para a frente, o grupo vai precisar de munição extra. Ressalte-se que a Aegea já firmou um empréstimo de longo prazo com o BNDES, no valor de R$ 19,3 bilhões, para o pagamento das outorgas e o financiamento das duas concessões adquiridas no leilão da Cedae

#Aegea #BNDES

Saneamento

Governo pernambucano faz a “privatização” possível da Compesa

12/07/2023
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Assessores da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e técnicos do BNDES estão discutindo cenários para a Compesa, a companhia de saneamento do estado. A privatização da empresa sempre foi o Plano A da governadora, mas, nos últimos meses, perdeu força por pressões políticas. O modelo que começa a ganhar corpo passa pela divisão da Compesa em concessões regionais e a busca de investidores para projetos específicos, provavelmente por meio de SPEs. Tudo, ressalte-se, sem venda de ações. Ou seja: uma “privatização” sem privatização. 

 

#BNDES #Compesa #Raquel Lyra

Privatização

BNDES deve fatiar concessão de saneamento do Pará

30/06/2023
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O governo do Pará e o BNDES estudam fatiar a privatização dos serviços de saneamento no estado. Consultas prévias a grupos privados do setor indicam, desde já, a dificuldade de vender uma única concessão, dada a expressiva extensão territorial do Pará e as necessidades distintas de investimento para cada região. A área técnica do BNDES quebra a cabeça para montar a possível divisão. Uma das ideias é repartir a própria licença de Belém, considerada o filé mignon.  

#BNDES #Pará

Política externa

Brasil e Argentina avançam em negociações na área de energia

28/06/2023
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Na esteira do recente encontro entre Lula e Alberto Fernández, na última segunda-feira, a secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, deverá desembarcar em Brasília nos próximos dias. Na agenda, duas missões: negociar com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um acordo para a compra de gás do Brasil e discutir o possível empréstimo do BNDES à construção do gasoduto Nestor Kirchner. 

 

#Alberto Fernández #Argentina #BNDES #Lula #Ministério de Minas e Energia

Destaque

BNDES cerca a Embraer por todos os lados

26/06/2023
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O BNDES quer entrar no capital da Eve, a fabricante de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL na sigla em inglês) controlada pela Embraer. Não faltam motivações para esse movimento. Ao se associar à empresa, o banco de fomento aumentaria o apoio a uma indústria nascente e hoje uma das maiores apostas de longo prazo da Embraer. Somando-se todas as cartas de intenção firmadas até agora, a Eve já contabiliza mais de 2,8 mil encomendas potenciais do veículo, conhecido como “carro voador”. No fim do ano passado, o BNDES aprovou um financiamento da ordem de R$ 490 milhões para a empresa. A cifra representa 75% do valor total que a Embraer prevê investir na fase de desenvolvimento e testes do protótipo. É o que se pode chamar de um “empréstimo-decolagem”, para tirar o projeto do chão. No entanto, a necessidade maior de recursos ainda está por vir. O BNDES deverá ter um papel importante no financiamento de contratos de venda do eVTOL. A Eve enfrenta uma concorrência que já está alguns pés acima, tanto em termos de desenvolvimento tecnológico quanto de funding. É o caso da norte-americana Joby Aviation e da alemã Lilium, fabricantes de “carros voadores” que receberam mais de US$ 900 milhões do braço de venture capital da Lufthansa. A também norte-americana Archer, por sua vez, contou com um aporte da United Airlines.

Financiar por financiar, o BNDES poderia se limitar à aprovação de empréstimos para a Eve. No entanto, a investida na companhia é um movimento de maior altitude. Trata-se de uma questão de Estado. A entrada no capital da fabricante de “carros voadores” é vista no BNDES como uma forma, mesmo que indireta, de aumentar seu poder dentro da Embraer. O governo Lula não esconde de ninguém que pretende ter maior influência na condução da companhia, para além dos direitos que lhe são garantidos pela golden share detida pela União. Recentemente, o próprio BNDES, dono de 5,4% do capital da companhia, trabalhou para emplacar um representante no Conselho de Administração. O eleito foi Marcio Rosa, atual secretário-executivo do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC) e nome de confiança do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.

#BNDES #Embraer #Eve #eVTOL #Ministério de Indústria

Negócios

Licitação do saneamento em Porto Alegre deve ir para a geladeira

23/06/2023
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O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, está repensando o timing para a concessão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). Além de assessores e aliados políticos, a recomendação de adiamento do projeto vem do próprio BNDES, responsável pela modelagem da operação. O motivo é o imbróglio jurídico em torno da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), realizada em dezembro do ano passado. A Aegea arrematou a empresa por R$ 4,1 bilhões, mas, seis meses depois, o futuro da estatal ainda é uma incógnita. Há diversas ações judiciais cruzadas, a maioria movidas por trabalhadores da Aegea, contra a privatização. Difícil imaginar que, no meio desse cenário, os investidores do setor tenham estômago para disputar o leilão da DMAE – um enclave em Porto Alegre, cercada de concessões da Corsan por todos os lados. Na Prefeitura e no BNDES, há o temor de uma licitação deserta, sem propostas.

#Aegea #BNDES #Corsan #Porto Alegre

Energia

BNDES quer ser uma fonte renovável de recursos para a Energisa

5/06/2023
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O recente empréstimo do BNDES à Energisa, no valor de R$ 700 milhões, foi apenas o ponto de partida. A empresa da família Botelho e a agência de fomento conversam sobre outros caminhos para acelerar os projetos do grupo em geração renovável. Entre os cenários contemplados está até mesmo a possibilidade de uma capitalização da Energisa – o banco, ressalte-se, já é acionista da companhia, com 11,3% das ações totais. Pela própria relação societária, o BNDES enxerga a empresa como um candidato natural para desaguar uma parcela expressiva dos recursos alocados para fomentar a transição energética no país. A Energisa já anunciou investimentos de R$ 2,3 bilhões até o fim de 2024 para aumentar sua produção de energia renovável. No ano passado, a companhia criou, inclusive, uma nova subsidiária, a (re)energisa, que assumiu todos os projetos do grupo em fontes renováveis. Consultada pelo RR, a Energisa disse que “não comenta interesse em ativos ou possíveis transações futuras”. O BNDES, por sua vez, não se manifestou. 

#BNDES #Energisa

Destaque

Governo dá a partida em novo complexo de biotecnologia da Fiocruz

1/06/2023
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O governo vai tirar do papel um importante projeto na área de saúde: a construção do novo centro de biotecnologia da Fiocruz, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O quebra-cabeças do funding do empreendimento, orçado em R$ 3,4 bilhões, começará a ser montado hoje. Segundo o RR apurou, a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, deverá aprovar a captação de um empréstimo de US$ 130 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para viabilizar o início das obras. De acordo com a mesma fonte, o restante dos recursos, algo em torno de R$ 2,7 bilhões, vai sair majoritariamente do BNDES. O novo complexo industrial aumentará em quatro vezes a capacidade de produção de vacinas e biofármacos da Fiocruz, com o objetivo de atender prioritariamente o SUS, por meio do Programa Nacional de Imunizações e do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica. O futuro centro de biotecnologia permitirá a fabricação de imunizantes hoje ainda não desenvolvidos pela Fundação Oswaldo Cruz. É o caso das vacinas dupla viral – contra sarampo e rubéola – e a meningocócica C, contra meningite e meningococcemia.  

O projeto leva, duplamente, a assinatura da ministra da Saúde, Nísia Trindade. O novo centro de biotecnologia da Fiocruz foi concebido durante a sua exitosa passagem pela presidência da entidade e, agora, começa a ser executado sob a sua gestão à frente da Pasta. Casa-se também à promessa do governo Lula e, mais especificamente, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, de investimentos no complexo industrial da saúde.   

O terreno que receberá o novo complexo de biotecnologia da Fiocruz, de aproximadamente 580 mil m2, foi doado pelo governo do Estado do Rio. O Centro de Processamento Final, a principal instalação, ocupará quase 60% da área total. O local já recebeu investimentos do Ministério da Saúde para terraplenagem e estaqueamento dos futuros prédios. A Pasta já iniciou também o processo de compra de alguns dos equipamentos.   

#BNDES #Cofiex #Fiocruz #Nísia Trindade

Destaque

BNDES estuda relançar a eterna ideia do mercado de acesso para as PMEs

23/05/2023
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BNDES pensa em resgatar uma ideia que vai e volta aparece entre os projetos cotados do banco. Trata-se do mercado de acesso, iniciativa que se coaduna perfeitamente com as prioridades de apoio à pequena e média empresa, estímulo ao mercado de capitais e atração para as operações de valores mobiliários de companhias que ainda não têm as condições para a capitalização em bolsas. Todas as iniciativas estariam em sintonia com a prioridade ESG do banco. É como se fosse criada uma nova instância na economia: a dos jovens entrantes no mercado de capitais que podem ter uma alternativa a venture capital ou a outros fundos empresariais, além do BNDES, é claro. Seria uma maneira de reduzir o risco dessas operações, que já teriam passado pelo crivo da avaliação do risco de rentabilidade e sustentabilidade pelos advisers (O próprio BNDES, por que não?). Serão menos subsídios do banco e mais garantias aos underwriting dessas companhias de menor porte, além de ampliação da base de investidores do mercado acionário. O mercado de acesso é uma ideia que se arrasta pelos governos brasileiros como um réptil invertebrado. Volta e meia a ideia retorna, mas destituída da necessária vertebração para que caminhe com estratégia, objetivo e apoio. No site do BNDES consta que o “conceito de mercado de acesso” teve sua primeira ocorrência registrada com o lançamento do Alternative Investment Market – AIM, constituído pela bolsa de valores da Inglaterra, em 1995. Aqui, no vai e vem das boas intenções, a ideia, chamada muitas vezes de “mercado de balcão”,  já rodou por todas as entidades do setor, tendo sido considerada de imprescindível até desnecessária. No mundo, inúmeros mercados de acesso foram estruturados, inspirados na bem-sucedida experiência inglesa. Alguns exemplos que servem de referência são os mercados de acesso do Canadá, Espanha, Coréia, China, Austrália e Polônia.   

BNDES, nos idos dos anos 90, criou um grupo de trabalho formado pela BM&F, CVM, BNDES, ABDI e Finep. Fizeram um diagnóstico e esse documento deve estar desaparecido, como tantos projetos estatais, em alguma das empoeiradas gavetas do tempo. Ainda na ocasião, o banco conseguiu que algumas empresas se tornassem companhias abertas e listassem suas ações no então segmento “Bovespa Mais”, sem a imediata oferta pública de ações – entre elas, a Altus Sistema de Automação, Biomm, Nortec Química, Nutriplant, Quality Software e Senior Solution.  

A ideia que volta à tona é a de fazer algum mix entre os subsídios necessários ao financiamento dessas companhias de menor porte e a criação das condições para viabilidade delas ingressarem no estágio da capitalização. No momento, com juros de 13,75%, o projeto parece um sonho fugaz frente a longa noite de rentismo e concentração de renda. Mas a iniciativa do BNDES, caso se concretize, é muito bem-vinda. No fundo, o banco está tirando um atraso de década. É hora também de trazer o setor bancário para contribuir no projeto. 

#ABDI #Alternative Investment Market #BNDES #CVM #Finep

Governo

Governo Lula vai bater ponto na Fiesp

23/05/2023
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O governo Lula deverá participar em peso da celebração do Dia da Indústria, na próxima quinta-feira, na Fiesp. Além do próprio Lula, até ontem o início da noite, segundo o RR apurou, já haviam confirmado presença o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o ministro da Economia, Fernando Haddad, e o presidente do BNDES, Aloysio Mercadante. Será, ao mesmo tempo, um afago à indústria e, de quebra, um desagravo a Josué Gomes da Silva, que se encontra extremante pressionado pelos problemas internos da entidade. Apoiador histórico do presidente Lula, o filho do ex-vice-presidente José Alencar sofreu recentemente uma tentativa de golpe na Fiesp, encabeçada por Paulo Skaf.  

#BNDES #Fernando Haddad #Fiesp #Lula

Destaque

Simone Tebet planeja lançar sua versão do Plano Nacional de Desenvolvimento

18/05/2023
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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, tem projetos mais ambiciosos do que ficar apenas tocando o cotidiano da Pasta. Tebet vem tentando convencer o presidente Lula a lançar uma espécie de Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). A iniciativa permitiria à ministra enfeixar sob a sua regência projetos hoje dispersos em outros ministérios e órgãos da administração federal. Ou seja: ao centralizar a gestão de uma miríade de propostas e programas, Tebet passaria a deter o poder de criar o mapa sobre o futuro da Nação. Hoje, o governo é apoiado pelo IPEA, IBGE, BNDES, as secretarias da Fazenda – e do próprio Planejamento – e a Receita Federal. Ainda tem o comitê estratégico do BNDES, o Conselhão, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, para não falar do projeto de criação do Conselho Superior de Economia da Presidência. Mesmo com toda essa traquitanda, o governo não tem plano, não tem projeto, não tem um horizonte mais bem definido para coisa alguma que não seja a sua quermesse com o Centrão. Tebet quer trazer para si a missão de realizar esse plano.  

Simone Tebet era uma menina quando o então ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, juntou o melhor da Inteligência brasileira no início dos anos 70 para construir a muitas mãos o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). No Ipea, onde se discutiam as ações, não havia crivo de ideologia, mas de competência. Isso, ressalte-se, na fase mais implacável da ditadura. Contudo, Reis Velloso, com seu jeito meio de monge, segurava o rojão. Os dois PNDs, concordando ou não com o teor, marcaram uma década de investimentos em infraestrutura e reformas profundas, e deram um horizonte ao país. Tebet parece ter intuído que falta algo similar no atual governo.  

Para levar seu projeto adiante, Simone Tebet poderia convocar especialistas de várias áreas do poder público, além de nomes da academia, técnicos do setor privado e militares. Tebet juntaria esse povo todo no seu “Projeto Manhattan” do crescimento econômico – alusão ao programa de pesquisa e desenvolvimento que produziu os primeiros artefatos nucleares na Segunda Guerra Mundial. No caso do Brasil, seria uma bomba atômica em relação ao planejamento existente no país. Simone Tebet quer abrir picadas para os novos investimentos, com a redução da insegurança e uma relação de prioridades.  

A iniciativa da ministra do Planejamento é pretensiosa. Ela deixaria nas mãos de Lula o que poderia ser o mais próximo de um roteiro de estadista. É compreensível que Simone Tebet queira um upgrade na sua Pasta. Afinal, ela é a ministra do Planejamento sem o planejamento. A despeito das futuras ambições políticas da ministra, seria muito bom a Nação poder não só enxergar suas mazelas, mas qualificar e quantificar seus problemas centrais e buscar uma saída no tempo. É parte expressiva do que o investidor precisa: um guia para alinhar suas expectativas com o futuro de longo prazo que que deveria estar sendo desenhado e avalizado pelo governo. 

#BNDES #PND #Receita Federal #Simone Tebet

Empresa

Águas do Brasil quer beber na fonte do BNDES

15/05/2023
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A Águas do Brasil vem mantendo tratativas junto ao BNDES em torno de um empréstimo. Os recursos seriam usados fundamentalmente para refinanciar o empréstimo-ponte fechado com um pool de bancos em 2021 para o pagamento da outorga do bloco 3 da Cedae, arrematado por R$ 2,2 bilhões. A Águas do Brasil tem estudado outros caminhos para a repactuação desse passivo, como uma nova emissão de dívida ou o lançamento de debêntures. No entanto, as condições não vêm se mostrando as mais propícias. O financiamento do BNDES daria tempo ao tempo para a companhia adiar a ida ao mercado e manter o cronograma de investimentos. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.

#Águas do Brasil #BNDES #Cedae

Saúde

BNDES deve doar “sangue” para a Hemobrás

10/05/2023
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Há articulações no governo para um aporte do BNDES na Hemobrás, fabricante de medicamentos hemoderivados e biotecnológicos controlada pelo Ministério da Saúde. A transfusão financeira teria como objetivo garantir a construção complexo fabril da empresa em Goiana (PE). O cronograma – seguidamente adiado nos últimos anos – prevê a conclusão das obras até dezembro. No entanto, há cerca de duas semanas, membros da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, entre os quais Humberto Costa (PT-PE), visitam o local e constataram os severos atrasos. Nos bastidores, Costa tem sido um dos principais articuladores do pedido de aporte do BNDES.    

Se depender apenas do orçamento da empresa, o prazo de término das obras neste ano é inexequível. Alguns dos blocos dos 17 prédios previstos sequer começaram a ser erguidos. A Hemobrás é vista no Ministério da Saúde como vital para garantir o abastecimento de hemoderivados para a rede pública hospitalar. Hoje, o Brasil ainda depende excessivamente das importações, responsáveis por 50% do consumo interno. Sem a conclusão das obras em Goiana, a Hemobrás é um projeto capenga, dada a impossibilidade de atuar de ponta a ponta na produção de medicamentos. Atualmente, o Brasil envia plasma ao exterior – notadamente à empresa suíça Octapharma – para ser transformado em remédio e posteriormente importado. O aporte do BNDES permitiria, por exemplo, que a Hemobrás iniciasse neste ano a produção do fator recombinante VIII, medicamento fundamental no tratamento da hemofilia.   

#BNDES #Hemobrás #Ministério da Saúde

Destaque

Petrobras estuda manter um pé na petroquímica com ressurreição da antiga Rio Polímeros

9/05/2023
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A Petrobras pode sair integralmente da Braskem, mas não da petroquímica. Entre os diferentes cenários contemplados pela direção da companhia está a ressurreição da Rio Polímeros – ou RioPol. Neste caso, a venda da participação da Petrobras na Braskem seria atrelada a um spin off das instalações do antigo Polo Gás Químico, localizado em Duque de Caixas (RJ). A estatal não apenas assumiria as instalações como voltaria a desenvolver a segunda geração a partir do site da velha RioPol, com capacidade instalada de 540 mil toneladas de polietileno por ano. Esse movimento poderia provocar uma guinada nos planos da Petrobras para a petroquímica, notadamente com o congelamento do Polo Gaslub, nada mais do que o rebrand do Comperj – um nome e um projeto que remetem a tempos escabrosos no compliance da estatal.     

Em março deste ano, a empresa anunciou a assinatura de contrato com a Toyo Setal Empreendimentos para a conclusão das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do complexo, instalado em Itaboraí (RJ). Ainda assim, os movimentos da gestão de Jean Paul Prates em relação ao Gaslub não têm sido assertivos. Trazem mais dúvidas do que certezas. Em fevereiro, durante reunião com lideranças do PT no Rio, entre quais os deputados Lindbergh Farias e Washington Quaquá, Prates acenou com a conclusão integral das obras, incluindo a implantação de unidades de produção de combustíveis e lubrificantes. O “anúncio” chegou a ser celebrado por Quaquá em um vídeo postado em suas redes sociais, no qual aparece ao lado do presidente da Petrobras. Mais recentemente, no entanto, em meados de abril, a Petrobras informou ao mercado que avalia mudar o escopo do Polo Gaslub, concentrando-se apenas na produção de insumos petroquímicos de segunda geração. Estima-se que somente esse projeto demandaria mais de US$ 2 bilhões em investimentos. Na ponta do lápis, faria mais sentido apostar e impulsionar um negócio já pronto e em operação, como o site da antiga Rio Polímeros – ainda que isso venha custar à Petrobras um deságio no valor de venda da sua participação na Braskem. Importante ressaltar que, do ponto de vista geográfico e político, o resultado seria o mesmo: a Petrobras garantiria investimentos e geração de emprego no Rio de Janeiro.    

Há poucos projetos com tamanha capacidade de contar a história recente da indústria petroquímica brasileira quanto a antiga Rio Polímeros. Tal qual uma bola de fliperama, o projeto ricocheteou entre as diversas idas e vindas societárias do setor ao longo das últimas duas décadas. Quando inaugurada, em 2005, a RioPol tinha como sócios Unipar, Suzano, Petrobras/Petroquisa e BNDES. Em 2007, a estatal comprou a Suzano Petroquímica, automaticamente aumentando sua participação no empreendimento. Em 2008, a Rio Polímeros passou ao guarda-chuva da Quattor, criada a partir da associação entre a Unipar e a Petrobras. Essa configuração durou não mais do que dois anos. Em 2010, a Quattor foi comprada pela Braskem. Naquele mesmo ano, a Rio Polímeros acabaria incorporada pela própria Braskem, desaparecendo definitivamente como empresa para ser um site a mais entre os ativos da companhia. 

#BNDES #Braskem #Comperj #Jean Paul Prates #Petrobras #Polo Gaslub #PT #RioPol

Governo

Governo pretende aumentar a munição financeira da Imbel

5/05/2023
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A conversa de Lula com os oficiais do Alto Comando do Exército pode significar um upgrade da Imbel, indústria armamentista que há anos anda mal das pernas. Pode-se afirmar que o resultado financeiro da estatal depende integralmente das injeções de dinheiro das Forças Armadas. O projeto que foi conversado com o presidente é transformar a Imbel, que hoje basicamente produz rifles e pistolas, em um núcleo de desenvolvimento tecnológico. É claro que o BNDES entraria nesse projeto. Em tempo: nos últimos 10 anos não faltaram candidatos privados a adquirir a empresa. O Exército, mesmo a estatal sendo deficitária, se recusou a vendê-la. Lula pode transformar a companhia de armas em uma espécie de Embraer, extrapolando o core business – a indústria defesa -, e migrando para uma área mais ampla da tecnologia.

#BNDES #Forças Armadas #Imbel #Lula

Empresa

Pernambuco dá a largada na privatização de empresa de saneamento

26/04/2023
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Assessores da governadora de Pernambuco. Raquel Lyra, iniciaram entendimentos com o BNDES para a elaboração do modelo de venda da Compesa, a companhia estadual de saneamento. O governo pernambucano pretende privatizar a empresa ainda neste ano, ou no mais tardar no primeiro trimestre de 2024. Para isso, Raquel Lyra terá de pisar em um campo minado. O que se diz nos bastidores é que a governadora quer encerrar a Parceria Público Privada entre a Compesa e a BRK Ambiental, responsável pela operação de água e esgoto em 15 municípios. O objetivo é agregar esses ativos à companhia, aumentando seu valuation para a privatização. Raquel tem o apoio de algumas das Prefeituras locais, que pressionam pelo fim da PPP alegando que as melhorias previstas em contrato não sendo realizadas. O problema é que o contrato com a BRK vai até 2049 e não há qualquer sinal de que a empresa queira deixar o negócio. 

#BNDES #Compesa #Raquel Lyra

Economia

Mercadante apara arestas com as grandes centrais sindicais

26/04/2023
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O RR apurou que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, está articulando um encontro com representantes dos trabalhadores no Conselho Deliberativo do FAT e com presidentes de centrais sindicais. A reunião deverá ser realizada no dia 12 de maio. Mercadante pretende apresentar seus planos para o uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, principal fonte de financiamento do banco. O presidente do BNDES já aventou a hipótese de utilizar o FAT para a concessão de subsídios a setores como energia renovável, fabricação de veículos elétricos, empresas de inovação, entre outros. De quebra, Mercadante deverá usar o encontrar para tentar reverter o climão com os representantes das centrais de trabalhadores. Nenhum deles foi convidado para a sua posse na presidência do BNDES. 

#Aloizio Mercadante #BNDES #FAT

Destaque

Empréstimo do BNDES para gasoduto argentino será vinculado a encomendas no Brasil

14/04/2023
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O financiamento do BNDES para a construção do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina, deve trazer algumas variáveis diferentes em relação a operações similares fechadas por governos petistas no passado. Uma delas é uma amarra que pode trazer dividendos para a indústria brasileira. Segundo o RR apurou, a ideia que começa a ganhar corpo no banco é vincular o empréstimo à garantia de aquisição junto a fabricantes no Brasil de parcela dos insumos empregados na obra. Ou seja: uma regra de “conteúdo local” por vias oblíquas. Seria a contrapartida para a liberação de aproximadamente US$ 700 milhões, cm o objetivo de financiar a construção do segundo trecho do pipeline, entre Buenos Aires e a província de Santa Fé, onde já existe uma rede de dutos até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.  

Outro dispositivo seria buscar uma solução de funding – via Tesouro ou o próprio BNDES – para que essas indústrias efetivamente recebam pelo fornecimento de produtos. Há um histórico de não pagamento de empréstimos internacionais da agência de fomento, vide Cuba e Venezuela, que devem mais de R$ 4 bilhões à instituição. Ressalte-se que, no caso da Argentina, a classificação de risco é ainda maior. O país vive uma delicada situação financeira e uma crise cambial. Em matéria publicada pelo site Brazil Journal na última quarta-feira, o diretor de finanças da Suzano, Marcelo Bacci, descortinou um pedacinho do problema ao mencionar que o lucro de exportadoras brasileiras fica retido na Argentina.

Essa tentativa de hedge seria uma forma de aplainar as críticas ao governo Lula pelo financiamento de obras no exterior, algo, inclusive, que poderia vir a ser replicado em outros projetos. Ocorre que anteriormente, mesmo a condicionalidade não estando presente, o propósito da exportação de serviços sempre foi aumentar a demanda por produtos brasileiros. De uma forma ou outra, isso foi feito. Não deverá ser muito diferente.

Caso o acordo seja levado adiante, uma das potenciais beneficiadas com a medida seria a Tenaris Brasil, leia-se o grupo ítalo-argentino Techint. Desde já, a empresa, uma dos maiores fabricantes de dutos da América Latina, desponta como forte candidata ao fornecimento para Vaca Muerta, a partir de sua fábrica em Pindamonhangaba (SP). Ressalte-se que o grupo já atua na construção do primeiro trecho do pipeline, entre Neuquén e Buenos Aires.  

#BNDES #Marcelo Bacci #Suzano #Techint #Tenaris Brasil

Política

Agora só falta Campos Neto se acertar com o governo

13/04/2023
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Há uma lufada de ar arejando os mercados. Bolsas subindo, dólar caindo, curva dos juros futuros em declínio e sinais de queda consistente da inflação. Sem querer fazer autoelogio, é tudo aquilo que o RR cantou que ocorreria depois do anúncio do arcabouço fiscal. Falta agora a fase 2: trazer Roberto Campos Neto para a quadra das boas notícias. Meio caminho já está andado. O balanço de riscos foi suavizado, por tudo que foi dito acima e pela melhoria do ambiente internacional. Campos Neto caminha para reduzir os juros em 0,25 ponto percentual em maio – no mais tardar em junho, mesmo mês em que o CMN se reúne para detonar o nível de 3% da meta de inflação. Campos Neto também já comprou que o target atual tem de ser corrigido, até porque a meta, como estáé incumprívelA não ser que a Selic chegasse a 26,5% – nas palavras do próprio presidente do BC. Nesse caso, a autoridade monetária distribuiria cicuta para todo o povo brasileiro. Campos Neto recebeu um paper acadêmico irrefutável que prevê uma queda, no mínimo, de 4 a 5 pontos da Selic em dois anos, se a meta de inflação subir para 4%. É como se ela caísse dos atuais 13,75% para cerca de 8%. O juro real desabaria.  

A seguir, o segundo passo: o maior entendimento entre BC e BNDES. Como se sabe, o BNDES de Aloizio Mercadante vai despejar dinheiro na economia. A cartilha do BC reza que a medida suaviza a potência da política monetária freando a queda dos juros. Mercadante diz que tem de onde tirar os recursos sem que eles saiam do caixa do Tesouro. Ele não acredita nessa história de que fomento creditício e Selic são inimigos mortais um do outro. No final, com o mercado, que não é mau nem bom, sancionando a melhora das expectativas e havendo bom senso político, os dois bicudos, Mercadante e Campos Neto, podem dar uma bitoca. Em tempo: o presidente do BC acredita para valer nos modelos econométricos que dão a tônica da política monetária. Mas está aprendendo que, além dos números, existe a política, uma visão que ficou rarefeita durante o mandarinato de Paulo Guedes. Deu no que deu. Mas os sinais são de que a autoridade monetária está menos inflexível. Uma excelente notícia. Afinal, como dizia Lord Keynes, “A realidade muda, eu mudo”.

#Banco Central #BNDES #Roberto Campos Neto

Destaque

BNDES é a ponta de lança do governo para a reestatização da Eletrobras

24/03/2023
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A gestão Lula pretende usar o BNDES como instrumento para a polêmica reestatização da Eletrobras. A ideia em discussão no governo passa pelo aumento da posição do banco no capital da empresa, seja com a aquisição de papéis em mercado, seja com a compra em bloco de ações pertencentes a outros sócios relevantes. Hoje, somando sua participação direta e os títulos na carteira do BNDES e da BNDESPar, a União detém 40,18% das ordinárias da Eletrobras. Apenas como um exercício meramente ilustrativo: a compra das ações em poder do BlackRock (5,1%) e do GIC, fundo soberano de Cingapura (6,4%), permitiria ao governo ter mais de 51% do capital da companhia – mais precisamente 51,6%. Significa dizer que a União voltaria a ser, matematicamente, a controladora da Eletrobras. Mas essa aritmética não basta. No quebra-cabeças petista da reestatização da Eletrobras, toda essa operação precisa estar encaixada com outra peça: a ofensiva do governo para modificar o estatuto da empresa.  

Conforme noticiou a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, a Casa Civil e a AGU planejam entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF. O objetivo principal é retirar o dispositivo que limita o poder de voto dos acionistas da Eletrobras a 10% mesmo que sua participação seja superior a esse patamar. Com essa barreira, tanto faz um investidor ter 10% ou 40%: vai mandar igual. A derrubada desse teto abriria caminho para o Estado retomar as rédeas na companhia, seja como o maior acionista individual, status que já possui, seja novamente em uma posição de controle, isto é, com 50% mais um das ações ordinárias. Esse segundo cenário é um motivo a mais para o governo tentar dinamitar o atual estatuto da Eletrobras. O governo Bolsonaro criou uma “cláusula de barreira” ou uma espécie de “trava anti-PT” – como se vê, com certa dose de razão. Trata-se da pílula de veneno estabelecida no Artigo 10 do estatuto: “O acionista ou grupo de acionistas que, direta ou indiretamente, vier a se tornar titular de ações ordinárias que, em conjunto, ultrapassem 50% do capital votante da Eletrobras e que não retorne a patamar inferior a tal percentual em até 120 (cento e vinte) dias deverá realizar uma oferta pública para a aquisição da totalidade das demais ações ordinárias, por valor, no mínimo, 200% (duzentos por cento) superior à maior cotação das respectivas ações nos últimos 504 (quinhentos e quatro) pregões”. Ou seja: pelas regras do jogo em vigor, se a União ultrapassar a marca de 50% das ONs, terá de pagar três vezes pelo restante das ações. Em sua sanha reestatizante, o governo quer dar um cálice de cicuta para essa poison pill, o que lhe permitiria reassumir o controle da companhia sem ter de desembolsar uma fortuna. 

Toda essa complexa arquitetura, que vai do mercado de capitais à Suprema Corte, junta a fome com a vontade de comer. De um lado, a disposição do governo de que o BNDES volte a ser um agente de participação do Estado em empresas ou setores estratégicos; do outro, a notória intenção do presidente Lula de promover a reestatização da Eletrobras, manifestada recorrentemente durante a campanha eleitoral. O governo teria novamente uma máquina para fazer políticas públicas na área de energia. Ao lado da Petrobras, a empresa seria também uma propulsora de investimentos em transição energética. Pelo menos é a lógica petista que rege todo esse movimento. Uma lógica tão tortuosa quanto contestável, em razão dos riscos que traz a reboque. 

As manobras do governo Lula para reestatizar a Eletrobras geram automaticamente insegurança jurídica. Caso a retomada do controle da empresa se concretize, estará aberta a porteira para outros casos similares. É como se o Brasil inventasse o modelo das privatizações por temporada, que poderão valer para um determinado governo, mas não para outro. Ao mesmo tempo, a investida joga por terra a ideia de public company, que poderia ser adotada para outras estatais. Não poderia haver recado pior para os investidores, já ressabiados. Recentemente, por exemplo, surgiram rumores de que a Petrobras poderia cancelar vendas de ativos fechadas na reta final do mandato de Bolsonaro. Se há um partido que deveria se preocupar em afastar a pecha de “rasga contratos” é o PT. 

Em tempo: sob certo aspecto, o Lula III está bebendo na fonte do Lula I. Guardadas as devidas proporções, a estratégia de usar o BNDES como ponta de lança para o Estado retomar seus antigos poderes na Eletrobras remete a uma operação conduzida pelo próprio banco em 2003. Na ocasião, sob o comando do economista Carlos Lessa, o BNDES comprou uma participação de 8,5% na Valepar, holding controladora da Vale, que pertencia à Investvale – fundo de investimento dos funcionários da mineradora. Com esse movimento estratégico, à época muito contestado pelos privatistas puro-sangue, Lessa fechou a porta para uma eventual desnacionalização da companhia e até mesmo uma transferência da sua sede para o exterior. Àquela altura a Vale tinha um bloco de controle definido. A Mitsui, por exemplo, poderia assumir o mando da empresa caso adquirisse as ações em poder da Investvale. Ainda que as circunstâncias não sejam exatamente as mesmas, a Vale da vez se chama Eletrobras. E o BNDES vai voltar a ser aquele BNDES.

#BNDES #Eletrobras #Lula #Petrobras #PT #STF #Valepar

Destaque

BNDES, BB e Caixa lideram o “frentão” da pequena e média empresa

22/03/2023
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O governo pretende descarregar um caminhão de recursos para as pequenas e médias empresas (PMEs). A ideia é usar a trinca BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, de forma conjunta, para aumentar consideravelmente a oferta de crédito para esse segmento. É quase como se o governo estivesse criando um banco específico para as PMEs, a partir da atuação integrada das três instituições federais. O projeto vem sendo tratado pela equipe econômica como prioridade. Um dos objetivos é possibilitar a redução do elevado endividamento dessas empresas, com a concessão de linhas especiais de crédito a custo mais baixo. Nos três últimos anos, esse universo foi duramente penalizado pela pandemia e pela disparada dos juros, que jogou a inadimplência nas alturas. Há cerca de 5,5 milhões de micro, pequenas e médias empresas envidadas, segundo o mais recente levantamento da Serasa, divulgado em outubro do ano passado. Trata-se do maior número desde o início da série histórica, em 2016.  

Durante a campanha, não custa lembrar, Lula fez seguidas promessas de medidas para aliviar o endividamento das PMEs. Esse “frentão” da pequena e média empresa, capitaneado pelos bancos federais, é também uma tour de force do governo para a redução do desemprego. Os pequenos e médios negócios representam geração de postos de trabalho na veia. Esse segmento foi responsável por mais de 70% dos novos empregos com carteira assinada criados no país em 2022. 

De acordo com os balanços de setembro de 2022, as pequenas e médias empresas respondem por aproximadamente 15% da carteira de crédito dos grandes bancos brasileiros. Trata-se de uma fatia desproporcional ao seu peso na economia: as PMEs têm uma participação de aproximadamente 27% do PIB. Entre os bancos públicos, há um considerável espaço de crescimento. O BNDES é aquele em que os pequenos e médios negócios aparecem com maior representatividade entre os empréstimos totais (23%). No Banco do Brasil e na Caixa, esse índice é bem menor: respectivamente de 10% e 8%. Se serve de alento, todos os três bancos estatais ampliaram o volume de crédito para pequenas e médias empresas no comparativo entre setembro de 2022 e setembro de 2021 – BNDES (7%), Caixa (10%) e BB (18%). Ainda assim, trata-se de um ritmo insuficiente para dar fôlego às PMEs. 

A disposição do governo em aumentar o crédito para as pequenas e médias empresas terá razoável impacto na estratégia dos grandes bancos federais, a começar pelo BNDES. O banco, por exemplo, já estuda tomar recursos no exterior para aumentar sua capacidade de concessão de crédito, muito com foco nas PMEs. O próprio presidente da agência de fomento, Aloizio Mercadante, já defendeu publicamente que o BNDES pague menos dividendos à União, passando a ter isonomia com o Banco do Brasil. Atualmente, o banco da Avenida Chile distribui 60% dos seus lucros aos acionistas, contra 40% do BB.   

#Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica #PIB #PMEs

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BNDES quer usar Biomm para reduzir déficit de insulina no Brasil

21/03/2023
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O RR tem informações de que o BNDES planeja aumentar sua participação na fabricante de medicamentos Biomm. Com 8,6% do capital, a agência de fomento é hoje o terceiro maior acionista da companhia – atrás da TMG Capital (12,8%) e do Lab Fundo de Investimentos (9,45%). Trata-se de um movimento feito com os dois olhos na saúde pública. A principal motivação do BNDES para o aporte na Biomm é acelerar a produção de insulina na fábrica da empresa em Nova Lima (MG), com o objetivo de reduzir a extrema dependência do Brasil em relação às importações. Atualmente, o país compra no exterior 100% da insulina glargina que consome. Esta é a última geração do medicamento. Hoje, a empresa atua basicamente na comercialização do insumo, a partir de parcerias com laboratórios internacionais. A Biomm distribui aproximadamente 10% da insulina glargina utilizada no país. Esse mercado é um duopólio concentrado nas mãos da Sanofi (64% de share) e da Lilly (26%). Procurado pelo RR, o BNDES não quis se pronunciar. 

Para além da insulina, o entendimento no BNDES é que a Biomm pode vir a ser um dos maiores produtores de medicamentos biotecnológicos e também de vacinas da América Latina. Neste último caso, a atuação da empresa poderia ser potencializada a partir de uma parceria com a Fiocruz, referência na fabricação de imunizantes no país. Ressalte-se que a atual ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi presidente da instituição. O aporte de capital do BNDES permitiria à Biomm avançar em outros projetos, como o desenvolvimento de remédios para tratamento de câncer e a fabricação própria de imunizantes, a começar pela Covid-19. Neste último caso, a empresa tem feito movimentos para entrar nesse setor, mas ainda por meio de parcerias. Recentemente, solicitou à Anvisa o registro definitivo da Convidencia, vacina contra o coronavírus produzida pela chinesa CanSino, mas o pedido foi negado pela agência.  

Curiosamente, o BNDES olha para o futuro fazendo uma volta ao passado. O banco foi um dos primeiros financiadores da criação da Biomm, nascida a partir de uma costela da Biobrás, vendida em 2002 para a dinamarquesa Novo Nordisk. Nos primórdios, a agência de fomento chegou a ter 15% do capital, um negócio à época pautado por suspeições. Um dos idealizadores da Biomm é o empresário Walfrido dos Mares Guia, ainda hoje acionista da empresa, com 5,9%. Mares Guia foi ministro do Turismo no primeiro mandato de Lula. 

#Biomm #BNDES #Fiocruz

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Governo Lula e Benjamin Steinbruch se encaixam nos trilhos da Transnordestina

28/02/2023
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O governo vai abrir o cofre para financiar a conclusão das obras da Transnordestina, a cargo da CSN. Segundo o RR apurou, a ideia é lançar mão de uma tríplice injeção de capital, com empréstimos do BNDES, do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDN) e do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) – os dois últimos vinculados à Pasta da Integração e do Desenvolvimento Regional. Segundo a mesma fonte, paralelamente o Ministério dos Transportes estuda uma nova mudança no modelo de construção da ferrovia. De acordo com as discussões travadas dentro da Pasta, a ideia é usar a liberação de dinheiro público como moeda de troca para que a CSN reassuma integralmente a concessão do empreendimento e consequentemente a construção de todo o traçado original. No ano passado, a partir de um acordo com o governo Bolsonaro, houve uma cisão do projeto. A siderúrgica permaneceu responsável apenas pelas obras entre Eliseu Martins (PI) e o Porto de Pecém (CE), um trecho de aproximadamente 1,2 mil quilômetros, devolvendo à União a concessão do ramal de 520 quilômetros entre Salgueiro e o Porto de Suape, ambos em Pernambuco. Essa fratura da Transnordestina serviu apenas para jogar um problema no colo do governo Lula: estudos feitos pelo Ministério do Transporte indicam que a operação desse segundo pedaço até Suape de forma isolada, sem a garantia de conexão e os ganhos de escala do trecho entre Piauí e Ceará, torna o negócio praticamente inviável. 

Além da promessa de financiamento público, há um outro fator tão ou mais importante para colocar toda essa operação nos trilhos: a notória conexão entre Benjamin Steinbruch e o governo do PT surge como um potencial facilitador para o reencaixe entre as duas “Transnordestinas”. O dono da CSN é bastante próximo, sobretudo, de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. No fim do ano passado, inclusive, Mercadante chegou a sondar o empresário para que ele assumisse o Ministério do Desenvolvimento e da Indústria – conforme o RR noticiou. Essa sintonia poderá ajudar a contornar entraves de ordem técnica que levaram a CSN a devolver à União parte da ferrovia. A siderúrgica alega que o governo pernambucano impactou o projeto, ao autorizar a construção de uma barragem no antigo leito dos trilhos. A obra exigiu um aumento de 42 quilômetros na extensão da ferrovia e, com isso, gerou um gasto extra de algumas centenas de milhões de reais com desapropriações.  

O acordo com a CSN e a reintegração dos dois trechos da Transnordestina sob uma única operação contribuiriam para destravar o empreendimento junto ao Tribunal de Contas da União. No início de fevereiro, o TCU apontou irregularidades na cisão da concessão em duas, autorizada pela ANTT no ano passado. Como consequência, a Corte suspendeu a liberação de qualquer recurso do governo federal para o empreendimento – tanto a parte nas mãos da CSN, quanto o trecho hoje sob responsabilidade da União. Ou seja: a engenharia financeira que vem sendo traçada em Brasília, com aportes do BNDES e dos fundos regionais, depende do nihil obstat do TCU. 

Atualmente, há pouco mais de 800 quilômetros de trilhos já instalados. Faltam quase mil quilômetros para a execução de todo o projeto conforme a sua concepção original. Estima-se que sejam necessários mais de R$ 8 bilhões para a conclusão da Transnordestina. Parte desses recursos poderão vir, por exemplo, por meio de uma emissão de debêntures incentivadas de infraestrutura, com a garantia de subscrição por parte do BNDES. O governo Lula trata o projeto como prioritário, não apenas pela sua importância econômica e social para a região – as obras deverão gerar cerca de cinco mil postos de trabalho diretos e indiretos -, mas também pelo seu “traçado político”. A Transnordestina corta estados governados por petistas ou aliados. Consta que os governadores do Ceará e de Pernambuco, respectivamente Elmano de Freitas e Raquel Lyra, têm mantido conversas frequentes com o ministro do Desenvolvimento Regional, Wellington Dias, em busca de apoio do governo federal para a retomada das obras. Nesse contexto, há ainda disputas federativas alimentadas pela própria divisão da Transnordestina em duas, na gestão de Jair Bolsonaro. Parlamentares de Pernambuco alegam que a manutenção desse formato vai criar um desequilíbrio concorrencial entre os dois maiores portos do Nordeste, beneficiando o Porto de Pecém, no Ceará, em detrimento do Porto de Suape.  

Tudo muito bom, tudo muito bem… Até se entende que o governo tenha as mais variadas motivações – seja de ordem econômica, seja de ordem política – para se engajar no projeto. No entanto, a Transnordestina é um benchmarking às avessas, um exemplo de como uma concessão não deve ser feita. Sua construção já torrou um enorme montante de recursos públicos. Há concessões que notoriamente não deram certo e hoje estão às portas de serem devolvidas à União – como, por exemplo, o Aeroporto do Galeão ou a Malha Oeste. No entanto, nenhuma delas consumiu tanto dinheiro e nem de perto apresenta o histórico de idas e vindas da ferrovia. Por muito menos, concessões foram tomadas ou relicitadas pelo governo.

#Benjamin Steinbruch #BNDES #CSN #Lula #PT #TCU #Transnordestina

Destaque

Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras

15/02/2023
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O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.   

O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.   

Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.   

Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.  

#3G Capital #Americanas #Beto Sicupira #BNDES #Eletrobras #estatal #família Abdalla #fraude #Jorge Paulo Lemann #Lula #Marcel Telles #privatização #Vale

Internacional

Bolívia também quer dinheiro do BNDES

14/02/2023
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Além do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, outro projeto da “vizinhança” poderá cair no colo do BNDES. Segundo fonte do Itamaraty, o governo da Bolívia já fez uma primeira consulta ao Brasil sobre a possibilidade de o banco de fomento financiar a construção de usinas de biodiesel no país. A primeira leva envolveria a instalação de três plantas, um investimento previsto da ordem de US$ 150 milhões. A ideia dos bolivianos é que a primeira planta, com capacidade de produção de 1.500 barris de biodiesel/dia, entre em operação ainda neste ano. No Ministério das Relações Exteriores, há informações de que o próprio presidente da Bolívia, Luiz Arce, pretende se reunir com Lula para tratar do assunto.

#Argentina #Biodiesel #BNDES #Bolívia #gasoduto #Itamaraty #Luiz Arce #Ministério das Relações Exteriores #Nestor Kirchner #usinas

Negócios

O campo está nos calcanhares de Aloizio Mercadante

2/02/2023
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A Frente Parlamentar da Agricultura pressiona o governo por um aumento dos repasses do BNDES para o agronegócio. Até o momento, o banco reservou cerca de R$ 2,9 bilhões para sete programas de crédito voltados à safra 2022/2023. Os recursos começam a ser liberados hoje.  A bancada ruralista alega que os recursos não dão nem para a saída. Um exemplo: a previsão é que os créditos destinados ao financiamento de estruturas de armazenagem se esgotem ainda no mês de fevereiro, dada a escassez de silos no país – no Mato Grosso, o déficit de estocagem atinge metade da safra de grãos. Em tempo: a cobrança por mais dinheiro não vem apenas dos grandes ruralistas, mas também de entidades sociais e cooperativas do setor. Nesse caso, o pleito é por um aumento do crédito do BNDES para a agricultura familiar. O valor previsto para a safra 2022/23 é de R$ 491 milhões. 

#BNDES

Destaque

Ministério da Saúde injeta sangue novo na Hemobrás

30/01/2023
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, iniciou estudos com o objetivo de revitalizar e ampliar a Hemobrás, fabricante de derivados de sangue criada no primeiro mandato de Lula, mais precisamente em 2004. A prioridade é concluir as obras de construção dos 17 prédios previstos no projeto original do complexo fabril da empresa, localizado na cidade de Goiana (PE). Segundo o RR apurou, o governo planeja ainda aumentar a capacidade instalada da estatal: no caso do plasma, por exemplo, a meta é ampliar a produção de 500 mil litros para algo em torno de 700 mil litros por ano.  

Nísia Trindade e sua equipe tratam a expansão da Hemobrás como fundamental para reduzir o déficit de hemoderivados no Brasil e a dependência da indústria internacional. Em alguns produtos, as importações respondem por mais de 50% do consumo interno. Somente com a aquisição de imunoglobulina, o governo gasta por ano algo em torno de US$ 120 milhões. O custo e, não raramente, a falta de derivados atingem, sobretudo, a rede do SUS. A situação se agravou durante a pandemia de Covid-19, com o elevado número de internações de pacientes em estado grave e, consequentemente, um boom na demanda por hemoderivados. A expansão da Hemobrás se encaixa ainda no projeto do governo e, mais precisamente do BNDES, de investir no complexo industrial da saúde.

A Hemobrás tem uma trajetória repleta de solavancos. As obras se arrastam desde 2005 e já consumiram mais de R$ 2 bilhões. Ao longo desse período, a estatal foi atacada por “sanguessugas”, leia-se um esquema de corrupção desbaratado, em 2015, pela Operação Pulso, da Polícia Federal. O governo Bolsonaro ensaiou a privatização da Hemobrás, mas, como tantas outras promessas de desestatização, o projeto ficou no papel.  

#BNDES #Hemobrás #SUS

Destaque

Governo Lula ensaia um arriscado remake na indústria naval

27/01/2023
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A gestão Lula ensaia um preocupante volta ao passado. O governo pretende usar o BNDES e, mais especificamente, o Fundo da Marinha Mercante (FMM) na proa de um projeto de ressurreição da indústria naval brasileira. A ideia é aumentar o orçamento do FMM e, consequentemente, os empréstimos feitos pelo banco de fomento com recursos do Fundo. O governo enxerga uma oportunidade de estimular a produção de plataformas e equipamentos destinados à instalação de eólicas offshore, segmento que deverá ter uma pesada onda de investimentos no Brasil. Outra proposta em discussão é usar o FMM para fomentar a renovação da frota de apoio à Petrobras – medida que, a julgar pelo track records dos governos do PT, viria acompanhada do aumento dos índices de conteúdo local.  

A missão caiu no colo de Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. No que depender da sua vontade, Alckmin tem outras prioridades à frente da Pasta, como, por exemplo, o complexo industrial de saúde e área de defesa. No entanto, cumprindo os desígnios de Lula, que já manifestou por diversas vezes a disposição de reativar a indústria naval no país, Alckmin tem mantido interlocução com o setor. Segundo o RR apurou, representantes da construção naval já fizeram chegar a Alckmin a proposta de criação de um projeto nos moldes do antigo Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobras). 

Ao longo do governo Bolsonaro, o Fundo da Marinha Mercante aguou. Entre 2019 e 2022, os repasses do FMM somaram aproximadamente R$ 3,3 bilhões. A cifra liberada em 2020, por exemplo (R$ 350 milhões), foi a mais baixa dos 13 anos anteriores. Nos quatro anos anteriores (de 2015 a 2018), o Fundo da Marinha Mercante havia financiado cerca de R$ 12,6 bilhões em projetos. Isso em um período em que a Lava Jato já havia destroçado boa parte da indústria naval.  

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas é difícil entender o que o governo pretende. Por mais que mire em novas oportunidades de impulso à indústria local – como no caso das eólicas offshore -, o projeto de apoio da indústria naval com dinheiro do FMM repete uma política adotada nos governos de Lula e Dilma que deu errado. Muito errado. Mais do que isso: a investida remete a episódios escabrosos com a aplicação de recursos públicos em empresas como Sete Brasil e OSX.  

#BNDES #Lula

Destaque

Americanas é a campeã de empréstimos do BNDES ao varejo

26/01/2023
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Entre tantos outros pontos até então na penumbra, o escândalo contábil da Americanas joga luz sobre a excessiva generosidade do BNDES com a companhia de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcelo Telles. A enorme diferença entre o volume de recursos disponibilizado pelo banco para a empresa e para suas principais concorrentes causa estranheza. Segundo levantamento feito pelo RR, entre 2002 e 2018 o BNDES liberou para a Americanas R$ 5,529 bilhões, em 12 operações de empréstimo. No mesmo período, Carrefour, Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Via Varejo, somadas, receberam do banco um total de R$ 2,497 bilhões, ou seja, menos da metade do crédito concedido à companhia de Lemann, Sicupira e Telles. Entre as big five do varejo, quem chegou mais “perto” nesse intervalo foi o Carrefour, com um total de R$ 1,193 bilhão em financiamentos. Significa dizer que a rede francesa tomou junto ao BNDES apenas 21% da dinheirama obtida pela Americanas entre 2002 e 2018, como mostra a tabela abaixo.

 

De imediato, os números deixam no ar algumas perguntas: por que coube ao BNDES financiar a instalação de quiosques, por exemplo? Afinal não são as empresas de Lemann e sócios um exemplo de capitalização via mercado? A crítica ao acesso do dinheiro bom e barato do BNDES pelas empresas do varejo não deveria ser feita pelas próprias instituições financeiras que dinamitam o banco desde o governo Lula 2? Por que tanta condescendência com o trio? Não faz sentido desviar recursos de pequenas e médias empresas, infraestrutura e de todo o setor secundário da economia para o varejo. E o que é pior, praticamente uma única empresa do varejo. Trata-se de um setor responsável por mais de 26% do PIB brasileiro, enquanto a indústria segue a passos largos em seu processo de africanização – a indústria de transformação afunda na casa dos 11% do PIB, menor índice desde 1947.

Há outro número que salta aos olhos, conforme o gráfico abaixo. Os acordos firmados entre os “Lemann Brothers” e o BNDES cresceram significativamente ao longo das últimas duas décadas, até chegar à soma de R$ 4 bilhões obtidas em duas operações entre 2013 e 2108.  

 

 

 

A maior soma anual de empréstimos foi registrada em 2018, no valor de R$ 2,4 bilhões – do valor contratado, segundo o RR apurou, a rede varejista utilizou efetivamente R$ 1,2 bilhão. A cifra bate o recorde anterior, de 2014, que, por sua vez, bate o recorde de 2010, que, por sua vez, bate o recorde anterior, de 2009. Outro dado chama a atenção e escancara ainda mais o abismo que separa a Americanas de suas concorrentes no ranking de empréstimos da agência de fomento. A partir de 2011, não há registro de novos empréstimos para Magazine Luiza, Via Varejo, Pão de Açúcar e Carrefour.  

Ao se colocar uma lupa sobre o volume de recursos liberados pelo BNDES à Americanas, crescem também as dúvidas sobre a própria viabilidade do modelo de negócio da companhia. O objetivo dos empréstimos sugere uma crescente necessidade da empresa de Lemann e cia. de ir ao mercado para financiar o seu dia a dia. Das duas grandes operações de crédito fechadas entre 2014 e 2018, no já citado valor somado de R$ 4 bilhões, aproximadamente R$ 1,6 bilhão tiveram como finalidade declarada, de forma integral ou em parte, o financiamento ou reforço do capital de giro da rede varejista. É justamente onde foi depositado o ovo da serpente das “inconsistências contábeis” traduzidas em um rombo no balanço de ao menos R$ 20 bilhões. Talvez a maior esquisitice nessa relação materna do BNDES com a Americanas não seja especificamente a deferência do banco à varejista, e, sim, o intervalo de tempo em que esses empréstimos se realizaram. A transferência da grana do banco para o bolso corporativo de Lemann e seus sócios, digamos assim, se deu majoritariamente nos governos do PT. Ou seja, os ícones do financismo mamaram nas mesmas tetas que alimentaram, por exemplo, Marcelo Odebrecht e os irmãos Batista, da JBS. No momento, cabe aprumar o BNDES de forma a evitar que esses desvios de prioridade aconteçam e o dinheiro que deveria irrigar a economia física e estratégica do país vá parar nos dutos das “inconsistências contábeis” de espertos que se autointitulam os reis do mercado.

#BNDES #Lojas Americanas

Infraestrutura

Planos de Alckmin passam longe de gasoduto argentino

24/01/2023
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O possível apoio do BNDES ao projeto de construção do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, sinalizado ontem pelo presidente Lula, encontra, a princípio, um foco de resistência dentro do governo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, alimenta outros planos para o setor. Segundo o RR apurou, em encontro na quarta-feira passada, com dirigentes de centrais sindicais, o também ministro da Indústria e do Comércio disse que está empenhado em acabar com a desindustrialização do Brasil e que, para tanto, além da reforma tributária, é preciso oferecer às empresas juros mais baixos, crédito e infraestrutura. Ato contínuo, mencionou a necessidade de investimentos internos na oferta de gás. De acordo com a fonte do RR, Alckmin citou, com eloquência, o gasoduto Rota 1 e Rota 2 da Petrobras (a Rota 3 atrasou e tem previsão de entrada em operação em 2024), que levará o gás do pré-sal à costa brasileira, com alguns trechos passando pelo mar. Alckmin defendeu a construção da Rota 4 e revelou já ter conversado com o seu colega Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, sobre a importância dos investimentos em gasodutos. Foi além, afirmando que ambos esperam a posse de Jean Paul Prates na estatal, para tratarem deste assunto. Segundo ainda o vice e ministro, não faz sentido a reinjeção de gás nos campos petrolíferos, em função da falta de gasodutos que leve o produto às empresas consumidoras.  

O governo de Alberto Fernández solicitou um financiamento do BNDES da ordem de US$ 700 milhões para a construção de uma linha do gasoduto Nestor Kirchner, com cerca de 500 km, entre Vaca Muerta, na Patagônia, até a Província de Santa Fé, a nona cidade mais populosa daquele país, na região centro-leste. A partir dali, com outro aporte, o empreendimento traria o gás a Uruguaiana (RS), para em seguida abastecer Porto Alegre. Em dezembro, o banco admitiu que havia conversas sobre a operação de crédito, mas não confirmou o aporte. 

#Argentina #BNDES #Geraldo Alckmin

Destaque

Complexo industrial da saúde está na lista de prioridades do BNDES

20/01/2023
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, receberá um presente do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Um dos setores escolhidos como prioridade na política de investimentos do banco é o complexo industrial da saúde. Nísia é presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Não é de hoje que defende a expansão da instituição para que ela se torne a maior exportadora de vacinas da América Latina. Agora, está há dois passos do paraíso. Ressalte-se que a Fiocruz já tem uma notória inserção no mercado internacional. Por intermédio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a Fundação figura entre os 15 maiores fabricantes de vacinas para países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2021, por exemplo, exportou mais de 7,4 milhões de doses de imunizantes contra meningite meningocócica e febre amarela. No caso desta última, estima-se que a Fiocruz já tenha comercializado mais de 180 milhões de unidades para aproximadamente 70 países. O apoio do BNDES poderá permitir um salto na fabricação desses produtos, mas, sobretudo, transformar a Fundação em uma fornecedora mundial de vacinas contra a Covid-19, globalmente competitivas.  Atualmente, a Fiocruz tem capacidade de produzir, por ano, algo em torno de 180 milhões de doses e exportar até 75 milhões de unidades desse volume. 

Nísia Trindade é a pessoa certa no lugar certo para comandar um plano de fortalecimento do complexo industrial da saúde no Brasil. Além da produção de vacinas, a injeção financeira do BNDES poderá se espraiar pela produção de equipamentos e de outros insumos. Um dos projetos com maior potencial de crescimento já está dentro de casa: a fabricante de insulina Biomm, da qual o banco de fomento tem 8,6%. A empresa tem ainda como acionistas uma miríade de fundos e investidores, entre os quais, por sinal, um velho conhecido do PT: o empresário Walfrido dos Mares Guia, que comandou o Ministério do Turismo no primeiro mandato de Lula. Após um início titubeante e uma longa demora para entrar na fase operacional, a Biomm já produz quatro tipos de insulina, além de medicamentos utilizados no tratamento de câncer de mama em estágio inicial e metastático e trombose venosa profunda. 

#BNDES

Negócios

Vibra não vê a hora de sair da ES Gás

19/01/2023
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Uma das primeiras missões de Ernesto Pousada, que assume a presidência da Vibra Energia em 1º de fevereiro, será acelerar as tratativas com o governo do Espírito Santo e o BNDES para a privatização da ES Gás. O processo, coordenado pelo banco de fomento, se arrasta há mais de um ano, com sucessivos adiamentos. A Vibra quer virar essa página ainda neste semestre, tirando a ES Gás do seu portfólio – a distribuidora capixaba é tratada pelo grupo como um negócio menor e não estratégico. A empresa tem 49% da ES Gás, herdada da antiga BR Distribuidora. Os 51% restantes estão nas mãos do governo do Espírito Santo. Consultada pelo RR, a Vibra afirmou que não se manifestará sobre o tema.

#BNDES #BR Distribuidora #ES Gás #Vibra Energia

Negócios

Fundição Tupy parte para aquisições internacionais

28/12/2022
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O RR apurou que a Fundição Tupy pretende deslanchar, a partir do ano que vem, um plano de aquisições no exterior. A empresa mira a América Latina. A Tupy já tem duas fábricas no México, além de uma unidade de produção em Portugal. Ressalte-se que a empresa está prestes a “ganhar” dois importantes acionistas: a volta do PT ao poder reduz consideravelmente a probabilidade de o BNDES e a Previ, donas de 50% do capital, venderem suas participações na companhia – movimento ensaiado pelo banco de fomento e pelo fundo de pensão há pelo menos dois anos. 

#BNDES #Fundição Tupy #PT

Negócios

Lone Star cobra um pedágio milionário para deixar a Atvos

27/12/2022
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O Lone Star vai vender caro sua posição na Atvos, antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O fundo norte-americano até está disposto a encerrar o contencioso para reassumir o controle da empresa. Mas, para isso, valendo-se do chapéu de credor, quer direito de preferência no pagamento das dívidas da companhia. Os norte-americanos alegam ter mais de R$ 1 bilhão a receber da Atvos. A briga é encarniçada.  Conforme o RR antecipou, o Lone Star entrou na Justiça para brecar a transferência do controle da empresa para o fundo Mubadala, costurada pelos bancos credores, notadamente BNDES e Banco do Brasil. Por trás do Lone Star encontra-se o investidor norte-americano de origem irlandesa John Grayken, conhecido no mercado por transformar uma mesa de negociações em um campo de batalha, de onde quase sempre sai como vencedor.

#Atvos #Banco do Brasil #BNDES #Lone Star #Odebrecht

Negócios

Energisa já enxerga o BNDES a seu lado em 2023

27/12/2022
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Os caminhos da família Botelho, dona da Energisa, vão se cruzar com o de Aloizio Mercadante. O clã trabalha, desde já, com a possibilidade de uma guinada na relação com o BNDES. Sob a gestão de Gustavo Montezano, o banco vinha trabalhando para vender sua participação de 11,3% na Energisa – conforme o RR informou. Agora, o jogo pode virar. Os Botelho já vislumbram um cenário não apenas com a permanência do BNDES no capital, mas como novos aportes da agência de fomento para investimentos conjuntos.

#BNDES #Energisa

Política

Um pedacinho de Henrique Meirelles no BNDES

26/12/2022
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A indicação de Alexandre Abreu para uma das diretorias do BNDES deve ser creditada na conta de Henrique Meirelles. Ambos são próximos desde o governo Temer. Foi Meirelles, ex-presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos, quem levou Abreu para ocupar o cargo de CEO do Banco Original, braço financeiro dos irmãos Batista. Antes, quando assumiu o Ministério da Fazenda, Meirelles trabalhou pela permanência do executivo na presidência do Banco do Brasil. Mas, na ocasião, acabou sendo voto vencido: Temer optou pela nomeação de Paulo Rogerio Caffarelli.  

#BNDES #Henrique Meirelles

Política

Mercadante tentou levar Benjamin Steinbruch para Ministério

23/12/2022
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O Barão do Aço, Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, foi sondado por Aloizio Mercadante para ocupar a pasta da Indústria e Comércio. Os dois são unha e carne. Mercadante tinha um argumento adicional para o aceite de Steinbruch: sua própria nomeação para o BNDES. “Vamos ser o Pelé e Coutinho do setor”, teria dito Mercadante, que ficaria “subordinado” ao “Barão”. Mesmo com toda essa animação, o convite não colou. Steinbruch argumentou que vive uma fase de decisões estratégicas na empresa e um rolo com familiares para ver quem é dono de que. O curioso é a malha fina entre os empresários que estavam cotados para a Indústria e Comercio: o presidente da CSN era vice de Paulo Skaf, na Fiesp, que agora tenta demolir seu sucessor na entidade, Josué Gomes da Silva, que, por sua vez, foi convidado para o MDIC e não aceitou.

Bem melhor fez Lula. Com tantos fricotes nessa área, simplificou tudo. Chamou Geraldo Alckmin e entregou-lhe a Pasta. Com isso, esterilizou Mercadante. O presidente do BNDES passa a responder ao vice-presidente, que tem maior autoridade formal e é ”indemissível”. De quebra, mandou o seu coordenador dos Grupos de Transição para o Rio de Janeiro, bem longe de Brasília. Mercadante fazendo política é um rinoceronte dentro de uma casa de louças.

#Aloizio Mercadante #Benjamin Steinbruch #BNDES #CSN

Política

Mercadante no BNDES não é um bom sinal. Mas podia ser pior

13/12/2022
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Lula bateu o martelo da nomeação de Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES na véspera da sua diplomação. A conversa já vinha rolando há um bom tempo, mas o presidente eleito empurrava a definição para frente. A alternativa ao BNDES seria a indicação de Mercadante para a Petrobras. Mas dentro do grupo mais próximo do presidente a nomeação para a petrolífera foi considerada como uma sinalização mais arriscada. O próprio Mercadante concordou. Afinal, o banco de fomento não tem ações em mercado nem o impacto que a estatal tem nas bolsas de valores. Fora o fato de que, pelos notórios eventos pretéritos, a escolha do presidente da Petrobras tem de ser feita com muito carinho.  

 

Havia dúvida como se daria a relação de Mercadante com o futuro ministro da Indústria e Comércio – especula-se que o mais cotado é o atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva – tendo em vista o tamanho que o economista possui no PT e junto ao próprio Lula. A pergunta é se o titular do banco não ficaria maior do que o ministro, pilotando um verdadeiro enclave dentro da Pasta. No passado, o excessivo empoderamento do então presidente do BNDES, Guido Mantega, gerou atritos com os ministros Antônio Palocci e Luiz Furlan, além do presidente do BC, Henrique Meirelles. Deu no que deu.  

 

Quanto aos dizeres de Lula de que não fará privatizações, a declaração está em linha com o discurso de campanha e é um recado sobre a linha de atuação que o banco terá sob a gestão de Mercadante. Com certeza, havia outros nomes de gabarito, próximos do vice Geraldo Alckmin e com uma aceitação muito maior pelo mercado. Mas está dado. O sinal não é bom. 

#Aloizio Mercadante #BNDES #Lula #Petrobras

As interrogações que cercam os R$ 115 bilhões do FAT

23/11/2022
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A reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), marcada para daqui a pouco, às 14h, promete ser quente. Sobretudo do lado dos representantes da área sindical no colegiado. O Plano Estratégico do FAT para o período 2023-2026, que será apresentado no encontro, foi elaborado sem qualquer discussão com a equipe de transição do futuro governo. Segundo um conselheiro ouvido pelo RR, a tendência é que, a partir de janeiro, com uma nova composição, o Codefat refaça as contas e remaneje suas verbas. O que está jogo é a gestão de um dos maiores orçamentos públicos da esfera federal: a PLOA em tramitação no Congresso envolve recursos do FAT da ordem de R$ 115,9 bilhões apenas para 2023. Para as duas principais rubricas, o Seguro-Desemprego e o Abono Salarial, estão reservados, respectivamente. R$ 44,4 bilhões e R$ 25,5 bilhões. O orçamento do FAT prevê ainda o repasse de R$ 23,6 bilhões ao BNDES.

#BNDES #Codefat

Negócios

Empréstimo da Embraer já estava “precificado”

18/11/2022
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Corre no mercado que um grande banco de investimento brasileiro entrou pesado na ponta compradora de ações da Embraer na quinta e sexta-feira da semana passada. Nesses dois dias, a média de negócios com o papel foi de R$ 184 milhões. Esse valor foi 74% superior à média do volume movimentado nos dez pregões anteriores (R$ 105,6 milhões). A forte investida da instituição financeira chamou ainda mais a atenção do mercado pelo seu, digamos assim, poder preditivo: na segunda-feira seguinte, dia 14, o BNDES anunciaria um empréstimo de R$ 2,2 bilhões à Embraer. Desde a quinta passada, dia 10, quando o premonitório banco iniciou a pescaria de ações, o papel acumula uma alta de 12%.

#BNDES #Embraer

Infraestrutura

Um verniz na lataria

31/10/2022
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Entidades da área de transporte de cargas têm pressionado o Ministério da Infraestrutura. Cobram a regulamentação do Programa Renovar, criado há mais de um mês para estimular a renovação da frota de veículos pesados no Brasil. Sem as normas, nada anda, a começar pela disponibilização das linhas de crédito pelo BNDES.

#BNDES #Ministério da Infraestrutura

Acervo RR

Ajuste fiscal

19/10/2022
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A ordem no BNDES é fechar a venda da participação acionária de 11,3% na Energisa ainda neste ano. Ou seja: a tempo do valor, estimado em cerca de R$ 2 bilhões, ser contabilizado no balanço de 2022.

#BNDES #Energisa

Bolsonaro e Lula miram na redução do câmbio

17/10/2022
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Um refresco cambial é o que os arautos da área econômica de ambos os candidatos à Presidência pretendem usufruir no início do seu governo. Todos preconizam uma inflexão no valor da moeda. Um dólar cotado na faixa de R$ 4,00 seria a meta. Mas ninguém pensa em mexer no tripé macroeconômico. Nem apreciar o real artificialmente, vendendo um pouquinho das reservas cambiais, usando de operações de swap, ou coisas assim. Não é disso que se trata. O governante que vier vai vender Brasil. Na equipe econômica de Lula há o entendimento de que o anúncio de medidas ambientais fortes – inclusive, com projetos de investimentos “limpos” na Amazônia – e um pacote vultoso de empreendimentos voltados à área de energia renovável, tendo a Petrobras e o BNDES como parceiros, trarão um caminhão de dinheiro.

Ainda mais se o petista for o garoto propaganda das medidas no exterior. Lula vende bem. A lógica virtuosa é a mesma de sempre: dólar entrando, real valorizando e inflação caindo. Bolsonaro já iniciou o mesmo movimento. Paulo Guedes aproveitou a reunião do FMI, em Nova York, para vender o Brasil. Apresentou, em diversos encontros com os bancos, a “espetacular” agenda de resultados macroeconômicos do governo: PIB subindo, desemprego e inflação caindo, superavit primário e dívida bruta sob controle.

Se o câmbio cair, melhoram todas as variáveis. Guedes quer que o governo faça marketing no exterior, que trate com ufanismo nossos triunfos: energia renovável e commodities agrícolas, principalmente – o ministro já pisou e repisou que o Brasil é o garantidor da segurança alimentar do mundo. Mas o tiro de maior calibre que Paulo Guedes pretende dar é a privatização da Petrobras. A equipe econômica considera que a operação amassaria o câmbio. O combo inclui também um número de concessões superior ao do “primeiro” governo Bolsonaro. Guedes sempre repete que tem muito dinheiro voando no mundo e que o Brasil, além de ter feito seu MBA em concessões na gestão do coronel Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura, reúne os ativos naturais que todos querem. Boas intenções, ideias animadoras, mas de complexa execução. Um real comportadamente apreciado todo mundo quer. A ver quem saca do coldre a tão difícil previsibilidade.

#BNDES #Lula #Ministério da Infraestrutura #Paulo Guedes #Petrobras #PIB

Lula vai soltar algum spoiler na economia?

5/10/2022
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O comitê da campanha petista pressiona Lula a antecipar nomes da sua equipe econômica e anunciar propostas concretas, tudo o que o candidato não fez até o momento. Essa mobilização é um reconhecimento de um equívoco. Sob certo aspecto, Lula desdenhou da realidade eleitoral ao não assumir riscos e não dar pistas de sua política econômica na disputa do primeiro turno. Não são discussões em linha reta. Dentro do PT, há estratégias e propostas distintas, defendidas pelas diferentes correntes de pensamento econômico que foram se aninhando na campanha de Lula. A eminência parda da área econômica no partido, Aloizio Mercadante, defende que o candidato anuncie medidas mais afeitas ao ideário histórico do PT. Entrariam nesse rol o aumento do salário-mínimo, a promessa de correção da remuneração do funcionalismo público e a garantia de constitucionalização do Bolsa Família, que Lula promete recriar no lugar do Auxílio Brasil. Ou seja: o benefício passaria a ser uma ação de Estado e não do governo da ocasião. Mercadante entende, inclusive, que Lula deve explorar ao máximo essas propostas nos debates eleitorais do segundo turno. A premissa é que são medidas que Jair Bolsonaro não seria capaz de “bidar”. Ou seja: seriam ativos quase exclusivos do candidato do PT.

Por sua vez, Geraldo Alckmin defende um discurso mais ameno, voltado a crescimento, linha que encontra eco em Andre Lara Resende e Pérsio Arida, colaboradores na formulação do programa econômico petista. O duo “Larida” seria da opinião que Lula deve esmiuçar propostas para estimular investimentos, especialmente na área de infraestrutura, e fomentar a criação de frentes de trabalho.

Lula sempre foi da opinião que nome de ministro e política econômica só se anuncia depois da eleição. Foi o que fez em seu primeiro mandato, divulgando a nomeação de Antonio Palocci somente no dia 12 de dezembro de 2002, portanto um mês e meio após a vitória nas urnas. No entanto, a redução da diferença para Jair Bolsonaro no primeiro turno – bem inferior à apontada pelas pesquisas – joga um fator de pressão para que o petista antecipe fatos. Até como forma de conter especulações que, a essa altura, levam mais tensão à campanha petista. Nos últimos dias, surgiram rumores no mercado de que Lula estaria propenso a indicar um economista “puro-sangue” do PT para o Ministério da Fazenda. Nesse caso, o futuro ministro sairia da “lista tríplice” formada por Aloizio Mercadante, Guilherme Mello e Gabriel Galípolo.

Mercadante é uma espécie de decano dos economistas do PT, colaborador histórico de Lula e, por isso mesmo, talvez o nome com maior suporte político dentro do partido. Mello e Galípolo, por sua vez, são estrelas em ascensão. Com a mesma idade, 39 anos, ambos se destacaram durante a campanha como dois dos principais formuladores do programa econômico de Lula. Mello, da Unicamp, já disse que o governo Lula pretende revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal. O que isso significa? Pouco ou nada se sabe, o que só ajuda a alimentar tensões no mercado.

Já Galípolo tem uma trajetória, digamos assim, menos convencional para o perfil dos economistas historicamente próximos ao PT – ainda que seja um colaborador de Mercadante há mais de dez anos. Formado pela PUC, foi CEO do Fator, o que, em tese, talvez o coloque em uma situação de vantagem, como um nome um pouco menos rascante para o mercado. Galípolo também é próximo de Luciano Coutinho, o que em parte explicaria as especulações do seu nome para um BNDES vitaminado – ver RR de 5 de setembro.

Em conversas com assessores próximos a Lula, o RR apurou que, apesar de eventuais pressões do partido, Lula pende para a saída mais desejável pelo mercado, leia-se um Ministério “PTucano”. Na prática, a construção desse staff já vem surgindo aos poucos, de forma gradativa – em uma combinação antecipada pelo RR ao longo dos últimos meses. Geraldo Alckmin segue como forte candidato ao Ministério da Fazenda – como informou a newsletter no dia 19 de setembro. Dentro do próprio PT, ressalte-se, há focos de resistência ao nome de Geraldo Alckmin – e, consequentemente à “tucanização” da economia. Um dos argumentos é que o vice-presidente da República não seria um ministro demissível. Tudo tem seu jeito. Alckmin pode até não ser “demissível”, mas seria perfeitamente “deslocável”, caso assim fosse necessário. Por essa linha, Lula formalizaria também a presença de André Lara Resende e Pérsio Arida em sua equipe econômica. É outro movimento que não vem de hoje. Em março de 2021, mais precisamente na edição do dia 16, o RR foi o primeiro veículo a noticiar a aproximação de Lara Resende e Lula e a possibilidade do ex-tucano integrar um eventual governo petista.

O RR não acredita que Lara Resende seja o escolhido para o cargo de ministro. O mercado financeiro se ressentiria da escolha, em razão das suas “novidadeiras” teorias monetárias. Mas ele será um importante colaborador de Lula na formulação da política econômica, o que já foi endossado pelo próprio petista. O mesmo se aplica a Pérsio Arida, outro nome egresso do ninho tucano, que também confirmou sua colaboração com o comitê responsável pelo programa econômico e igualmente se achegou a Lula pelas mãos de Alckmin. A presença de Lara Resende e Arida traz para o governo petista o ativo da maior revolução monetária do país, com o fim da hiperinflação. Ou seja: Lula pode capitalizar o fato de que arregimentou das antigas fileiras tucanas a dobradinha que ajudou a idealizar o Plano Real e a resolver o maior problema do povo: a carestia. Mesmo que o petista não tenha apoiado o Real na sua origem.

O regra três da área econômica de Lula é, como sempre foi, seu ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Seu apoio a Lula não teria sido uma decisão destituída de qualquer acordo ou interesse. Meirelles é quindim do mercado. A newsletter aposta que seu nome está guardado para a saída de Roberto Campos Neto da presidente do BC daqui há dois anos – ver RR de 9 de setembro. Campos Neto já afirmou que não se recandidatará, o que também é o desejo do PT. Meirelles estaria sentado no Conselho da controversa corretora de criptomoedas Binance, aguardando a convocação. Será, então, o mais longevo presidente do BC e joia rara dos três governos Lula. Mas Meirelles não é papo para a campanha eleitoral. Os atores agora são outros.

#Auxílio Brasil #Banco Central #BNDES #Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

Esse trem vai sair?

30/09/2022
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Entreouvido pelo RR no BNDES: a espanhola Acciona teria interesse na privatização da CBTU-MG e do metrô na Grande Belo Horizonte. O leilão está marcado para o apagar das luzes de 2022 – e talvez do governo Bolsonaro: 22 de dezembro

#BNDES

Operação caseira

9/09/2022
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A família Botelho, controladora da Energisa, já manifestou ao BNDES o interesse em comprar a participação do banco na empresa de energia. A agência de fomento está contratando um assessor financeiro para se desfazer da sua fatia de 11,3% no capital da Energisa.

#BNDES #Energisa

BNDES será o “Ministério da Indústria” de Lula

5/09/2022
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O governo Lula já tem definido que voltará a fazer política industrial. O comitê de assuntos econômicos do candidato do PT, contudo, tem outros planos para a instância responsável pela indústria. Quem receberá esta competência não fica em Brasília nem é sequer um ministério. O dono da bola, ou para ser preciso, da indústria é um banco de fomento e está situado na Av. Chile, no Rio de Janeiro, quase em frente à Petrobras.

Trata-se do BNDES, que receberá uma verdadeira reparação do estrago cometido na gestão Bolsonaro e voltará a gerir a política do setor secundário da economia. A missão deixa de ser do Ministério da Economia – coisa que nunca foi mesmo -, e o antigo Ministério da Indústria e Comércio permanece extinto. É uma missão hercúlea para o banco: reduzir o hiato entre o crescimento do Produto Industrial de pouco mais de 30% do PIB, há cerca de 40 anos, para 11% do PIB, na atual gestão.

Apesar de Lula insistir em afirmar que o BNDES financiará primordialmente as pequenas e médias empresas – declaração comum a todos os candidatos porque dá voto – nas internas do comitê econômico do PT o programa para ressureição da indústria já ganhou os retoques finais. O banco vai financiar, sim, as PMEs, com a transferências dos Sebraes nacional e regionais e mais foco e aportes nessa operação. Mas não são as PMEs a pedra de toque do BNDES idealizado pelos petistas. A divisão de funções é bem mais ampla.

O BNDES voltará a atuar na substituição de importações – adubo, chips, aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites aeroespaciais, complexo industrial de saúde, entre outros (ver RRs de 28 de janeiro e 28 de julho) – com financiamento ou cofinanciamento a empresas que se dispuserem a ingressar nesses setores. O banco se dedicará também às concessões, tocando o mesmo diapasão que permitiu a Paulo Guedes amealhar centenas de bilhões de compromissos de investimentos até 2030. Todos os projetos deverão estar em linha com a agenda ESG e a renovação da matriz energética. A ideia é que a combinação desses vetores potencialize a indústria e inverta a rota de “africanização” do setor. O BNDES é o órgão de governo mais abalizado para cumprir essa tarefa. Se vai conseguir, somente o futuro dirá.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Indústria e Comércio #PT

Acervo RR

Classificados

31/08/2022
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O governo pretende vender até novembro um lote de imóveis que pertenciam à Eletrobras e permaneceram com a União após a privatização. A modelagem do negócio está a cargo do BNDES.

#BNDES #Eletrobras

Rio Tejo

10/08/2022
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O grupo Águas de Portugal tem trocado figurinhas com o BNDES, sedento em participar dos próximos leilões de saneamento.

#Águas de Portugal #BNDES

As artimanhas fiscais do governo dentro da lei

2/08/2022
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O RR decidiu fazer algumas observações sobre fatos fiscais discutíveis e, algumas vezes, oportunistas que contraditam o próprio discurso do governo. São números impressionistas, que não levam em consideração, por exemplo, a correção pela inflação. Mas trazem à tona inquietações submersas em relação ao que move determinadas decisões do governo. Vamos a elas:

  • Causa estranheza, em plena vigência do Estado de Emergência, cujo um dos motivos da sua decretação foi permitir o financiamento do Auxílio Brasil fora do teto, o governo antecipar dividendos das estatais com a mesma finalidade. Por que não fez antes? Não fez por quê?

 

  • Qual a razão da insistência de privatizar as principais estatais, que são verdadeiras vacas leiteiras do governo? Que desperdício seria vender empresas geradoras de prováveis R$ 100 bilhões em dividendos para a União neste ano?

 

  • Pode não ser uma pedalada fiscal sob uma avaliação rigorosa. Mas provoca espécie uma operação de transferência de parcela dos dividendos das grandes estatais para o BNDES, que, por sua vez, transferirá os recursos para o Tesouro com o objetivo de financiamento dos gastos de custeio do governo. Dilma Rousseff nunca teve tamanha criatividade.

 

  • Entre 2019 e 2021, a União arrecadou R$ 70,7 bilhões com dividendos de estatais. Caso a previsão de R$ 100 bilhões para este ano seja atingida, o Tesouro vai amealhar, portanto, R$ 170,7 bilhões durante o mandato de Jair Bolsonaro. No mesmo intervalo, as despesas discricionárias do governo central somaram R$ 455,7 bilhões. Em um exercício hipotético, se os dividendos com estatais entre 2019 e 2022 fossem integralmente alocados a investimentos, representariam 37,4% do total de gastos discricionários do período.

 

  • A título de curiosidade “privatológica”: somando-se a participação direta da União e as ações em poder do BNDES, o governo detém 36,5% do capital total da Petrobras. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da estatal no fechamento de ontem, essa fatia equivale a algo como R$ 158 bilhões. Ou seja: somente os dividendos pagos à União no primeiro semestre deste ano, cerca de R$ 50 bilhões, correspondem a um terço dessa cifra. Vale mesmo vender a estatal? Uma vez privatizada, esses recursos somem.

 

  • Ainda a Petrobras: caso fossem investidos na construção de novas refinarias, os dividendos pagos pela estatal à União tornariam o país superavitário na produção de diesel – as importações respondem por 23,2% do consumo.

 

  • Para se ter uma ideia do impacto dos dividendos da estatal na produção de diesel, apenas o valor de R$ 50 bilhões antecipados pela Petrobras à União no primeiro semestre daria para “comprar” cinco vezes a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), vendida ao Mubadala. Nem seriam necessárias as cinco. Apenas três refinarias com a capacidade da RLAM cobririam o déficit de diesel no país. Como se sabe, nenhuma empresa privada se apresentou ainda para construir qualquer refinaria.

 

  • Não custa lembrar que a comparação da antecipação de dividendos com as pedaladas fiscais de Dilma são uma “forçação” de barra. As pedaladas foram feitas ao arrepio da lei. A antecipação de dividendos “tapa teto” está dentro das regras, mas não deixa de ser uma contabilidade criativa muito heterodoxa, especialmente jeitosa para um ano eleitoral.

#Auxílio Brasil #BNDES #Jair Bolsonaro #Mubadala #Petrobras

Programa de Lula reserva um novo figurino para o BNDES

28/07/2022
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Bye Bye “cavalos vencedores” ou “campeões nacionais”. A política industrial que se discute no PT não acende sequer uma vela para as prioridades das gestões de Lula I e II e Dilma I e II. Não sobrou saudade do projeto de inserção internacional do BNDES nos tempos de Luciano Coutinho na presidência do banco.

Pelo contrário. A nova proposta é focar em produto e não em empresa. Coutinho, como se sabe, elevou à enésima potência o apoio a companhias como JBS, Odebrecht (e outras indústrias da construção pesada), Oi, BRF, Marfrig, entre as mais votadas. Não que tenha errado de todo. O estímulo à JBS, Marfrig e BRF permitiu que o Brasil se tornasse um gigante da cadeia da proteína e praticamente o player formador de preços no setor de carnes. Rememorando a origem dos “campeões nacionais”: a tese foi a resultante de uma disputa acadêmica entre Coutinho e o ex-presidente do BNDES Antônio Barros de Castro que defendia o financiamento a setores – o que não deixa de ser um apoio a produtos – e não a empresas. O PT vai resgatar o pensamento de Barros de Castro, colocando no centro da política industrial os insumos estratégicos, ou seja, os setores escolhidos.

As informações vazadas ao RR permitem algumas conclusões: primeiramente, vai ter política industrial, sim, com um BNDES proativo; em segundo, há um crossover da política de substituição de importações com a “nova política industrial do PT”; terceiro, os economistas que têm debatido o programa petista acreditam que ingressamos em uma era de “desglobalização”; quarto, as consequências geoeconômicas da guerra entre Rússia e Ucrânia podem estar apenas começando, com impactos enrustidos na cadeia global de suprimentos; quinto, o Brasil é dependente em demasia de produtos como fertilizantes, chips e itens essenciais do complexo industrial de saúde; Portanto, estes últimos estão entre os primeiros da fila de prioridades.

#BNDES #BRF #Lula #PT

Mudança de rumo

28/07/2022
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O BNDES decidiu não operar, a partir do ano que vem, a linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O banco vai seguir com empréstimos às atividades agropecuárias do pequeno produtor rural, mas utilizará dinheiro próprio. Com a decisão, o R$ 1,5 bilhão da rubrica Depósitos Especiais do FAT, a ser aplicado em 2023, que o BNDES utilizaria nos financiamentos, estará nas mãos de outra instituição financeira federal, talvez o Banco do Brasil ou o Banco do Nordeste.

#BNDES #FAT

Terceira divisão

19/07/2022
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O BNDES elegeu uma nova prioridade na área de saneamento: estimular e coordenar concessões de tratamento de água e esgoto em pequenas cidades. Até porque, depois da Cedae, a privatização das grandes empresas estaduais do setor deve rarear.

#BNDES #Cedae

Prazo apertado

12/07/2022
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O governo da Paraíba e o BNDES correm para fechar até outubro o modelo de capitalização da Cagepa, a companhia de saneamento do estado. Privatização está fora de questão.

#BNDES #Cagepa

Um colar de PCHs

12/07/2022
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A Maturati Participações abriu tratativas com o BNDES em busca de financiamento para a construção de seis PCHs no Rio Cuiabá. Depois de muitas idas e vindas, que incluíram um contencioso no STF, o investimento, enfim, começa a sair do papel. O governador Mauro Mendes anulou o projeto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso que proibia a instalação de hidrelétricas ao longo do manancial.

#BNDES #Maturati Participações

BNDES na Defesa

30/06/2022
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O projeto de construção do novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt) da Marinha do Brasil tem tudo para avançar mais alguns nós. Há tratativas para que o BNDES financie fabricantes de peças e equipamentos da indústria naval. Procurado, o banco confirma que “poderá apoiar os fornecedores da cadeia de suprimentos necessários para a construção do NApAnt”. A cargo da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o projeto de montagem da embarcação está orçado em quase R$ 700 milhões. Depois do Prosub, o novo programa de submarinos da Marinha, é um dos maiores investimentos em curso na Força Naval. A construção do navio será feita pelo estaleiro Jurong Aracruz (EJA) e pela Sembcorp Marine Specialised Shipbuilding.

#BNDES #Marinha do Brasil

Saneamento

22/06/2022
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Corre no BNDES a informação de que a espanhola Sacyr pretende disputar concessões de saneamento no Brasil. O grupo já tem negócios em infraestrutura rodoviária no país.

#BNDES

O bye, bye, Brasil da Vale?

15/06/2022
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Há na Vale um “manda chuva” que defende a mudança da sede fiscal da companhia para Bruxelas. O assunto é sério. E pode ir ao Conselho. Em seus idos de empresa estatal, a Vale, então conhecida pelas iniciais do seu nome, CVRD, tinha uma cabeça de ponte naquele país, a Rio Doce Europa. A subsidiária era comandada por Eliezer Batista, um mito entre os “valerianos”, o que por si só já justificava ser considerada uma segunda sede.

A partir de Bruxelas, a Vale lançava seus tentáculos pelo mundo, fazendo daquele país um corredor para suas vendas. A sede da Vale só não se foi de vez porque Carlos Lessa, em sua polêmica gestão na presidência do BNDES, comprou ações suficientes da empresa para evitar a medida. De certa forma, guardadas as devidas proporções, é o que acontece com a JBS. A expressiva presença do banco no capital da empresa (cerca de 20%) é um impeditivo ao velho projeto dos irmãos Batista de transferir o centro de decisões da companhia para o exterior.

No caso da Vale, ressalte-se, essa trava não existe mais: em fevereiro do ano passado, o BNDES zerou sua participação societária na mineradora. Consultada pelo RR, a Vale não se manifestou. Um ex-diretor da Vale afirmou ao RR que a ideia é muito difícil, quase impossível, devido a resistências de ordem política. Mas, se fosse para ser implementada, a escolha não deveria ser Bruxelas, mas, sim, Pequim, pois a China é o grande comprador de minério de ferro do Brasil e, portanto, o hub natural para vendas no Oriente.

#BNDES #Eliezer Batista #Vale do Rio Doce

Parecia até o lançamento do Real

1/06/2022
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A cerimônia de posse do neurocirurgião Paulo Niemeyer na Academia Brasileira de Letras, na última sexta-feira, dia 27, às 21h, demonstrou que os “realistas”, conforme se chama a turma idealizadora do Plano Real, criaram uma verdadeira confraria. Estrela entre os economistas presentes, o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, ao ver o seu pupilo e ex-presidente do BC, Gustavo Franco, sozinho em um canto, fez gestos enormes para atraí-lo para perto de si. Isto feito, encheu-o de abraços e carinhos sem ter fim. O acadêmico Edmar Bacha, também um “realista” de quatro costados, ex-presidente do BNDES, não pode estar presente. Mas seu nome foi volta e meia citado entre o pequeno grupo. Pequeno só no número. Grande no prestígio.

#Academia Brasileira de Letras #BNDES #Paulo Niemeyer

Fundo de reconstrução de Guedes é só a ponta do iceberg

17/05/2022
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O fundo de reconstrução nacional para investimentos em infraestrutura, prometido ontem pelo ministro Paulo Guedes, é o primeiro movimento no tabuleiro após o encaminhamento dos estudos para a privatização da Petrobras. Guedes anunciou que o fundo será constituído das participações que a União detém em diversas companhias. Não especificou em quais. Apenas adiantou que a carteira do BNDES será vendida para geração do funding inicial.

Imagina-se que o fundo de reconstrução não será um segundo BNDESpar e também não terá o mesmo papel de banco de fomento do BNDES. O segundo movimento será a inclusão de outros ativos politicamente mais sensíveis. E o terceiro será adocicar a operação com a venda de uma fração das ações aos funcionários das estatais caso elas realmente venham a ser incluídas no fundo. A título de exemplo, algo similar ao modelo de privatização da Vale, quando o equivalente a 5,1% do capital total foi reservado para os trabalhadores da mineradora. Trata-se de uma engenharia híbrida.

As participações da BNDES-Par em empresas privadas seriam vendidas e os recursos diretamente aportados no fundo. No caso das estatais icônicas, o caminho seria outro: as ações da União nessas empresas seriam transferidas para o fundo. A privatização – seja da Petrobras, do BB ou da Caixa – poderia vir, portanto, por uma via oblíqua, com os devidos cuidados para não parecer uma desestatização lato sensu. Até porque vender uma dessas empresas na atual conjuntura seria um convite ao ingresso em um Vietnã político em plena campanha eleitoral. Curioso é pensar que, de certa forma, Guedes, neoliberal elevado à enésima  potência, está adotando uma ideia de um ícone da esquerda: Ignácio Rangel.

O economista defendia a venda das estatais maduras para a criação de novas estatais ou frentes geradoras de emprego, ao invés do abatimento direto da dívida pública. Como se sabe, investimentos em infraestrutura geram uma enxurrada de postos de trabalho. Verdade seja dita, Paulo Guedes sempre defendeu a criação de um instrumento similar, mas insistia com a tese de que os imóveis da União seriam os ativos aportados no fundo. A ver se o ministro fará todos os movimentos, guardando uma quarta jogada para o xeque-mate: a adoção de uma golden share e uma pílula de veneno, se  realmente o fundo vier a ser securitizado, carregar as estatais “sagradas” e tiver maiores pretensões de buscar dinheiro em mercado.

#BNDES #Paulo Guedes #Petrobras

Quem manda nas estatais?

19/04/2022
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já foi devidamente enquadrado pela corporação. Como diversos outros  executivos que tentaram comandar o banco como se estivessem na iniciativa privada, Montezano está apanhando do sistema de regras da instituição, que praticamente torna independente suas diversas áreas e departamentos. Algumas dezenas das deliberações de Montezano estão presas dentro da burocracia do BNDES.

José Mauro Ferreira Coelho assumiu a presidência da Petrobras com dois discursos: um, intramuros, para dentro da companhia, e outro para fora, através de entrevistas. Em ambos, faz uma profissão de fé na manutenção da política de preços de combustíveis da estatal. Tem até outubro para garantir que a sua palavra continua valendo.

#BNDES #Gustavo Montezano #Petrobras

Jogando a toalha

14/04/2022
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O BNDES e o Governo do Rio Grande do Sul cogitam reduzir o lance mínimo para a privatização da CEEE-Geração, inicialmente fixado em R$ 1,25 bilhão. Ao que parece, ouviram os gritos do silêncio do mercado: a primeira tentativa de leilão, em março, foi cancelada por falta de candidatos.

#BNDES #CEEE

Presidente da Fiesp movimenta suas peças no tabuleiro eleitoral

11/04/2022
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O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, joga em duas posições. Aquela que tem uma ex-posição maior é o distanciamento público do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente nos dois mandatos. Josué assumiu a entidade como um reformista, que pretende atrair a nata do setor para colaborar em propostas de política industrial.

O presidente da Fiesp, ao contrário do seu antecessor Paulo Skaf, não quer saber da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro. Se depender dele, Bolsonaro é passado. Mas, a outra posição no tabuleiro de Josué é a discreta colaboração com Lula para construção de uma política industrial “rebelde”, conforme os dizeres de Roberto Mangabeira Unger, que não siga apenas a receita única de incentivos, renúncias fiscais e dinheiro barato. Um dos interlocutores do manda-chuva da entidade é o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Apesar do desgaste dos últimos anos do governo do PT, quando a política de fomento do banco foi associada a práticas pouco ortodoxas de financiamento, Coutinho é um dos maiores, senão o maior, economista industrialista do Brasil, posto que dividia, mano a mano, com os saudosos Arthur Candal e Antônio Barros de Castro. Josué sabe que Lula e Ciro Gomes são os candidatos mais sensíveis ao revigoramento da indústria, que hoje representa cerca de 12% do PIB. Só que a candidatura de Ciro desidratou. Lula é a alternativa, não porque “papai” era colado com ele, mas porque é o único sensível à causa entre os postulantes à Presidência que devem chegar ao segundo turno das eleições. Há muito tempo que a Fiesp é uma bola murcha, para não dizer furada. Cabe a Josué mudar isso. Agora, é aguardar a hora em que ele vai sair do armário.

#BNDES #Ciro Gomes #Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula #PT

Contagem regressiva

7/04/2022
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O BNDES corre contra o tempo. O governo de Rondônia quer leiloar ainda neste ano a concessão de saneamento no estado.

#BNDES

Plano B para CEEE-G

5/04/2022
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O governo do Rio Grande do Sul e o BNDES discutem uma saída para a CEEE-G depois da frustrada tentativa de privatização da companhia elétrica – o leilão, marcado para março, foi suspenso por falta de candidatos. Uma das hipóteses aventadas é a divisão dos ativos da estatal em blocos – são cinco hidrelétricas, oito pequenas centrais hidrelétricas e duas centrais geradoras hidrelétricas. A venda, no entanto, ficaria para 2023, pela necessidade de reformatação de toda a operação.

#BNDES #CEEE-G

Rio Tâmisa

1/04/2022
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Circula nos corredores do BNDES que a Thames Water planeja entrar nos próximos leilões de saneamento no Brasil. O grupo inglês é um dos maiores operadores do setor na Europa.

#BNDES #Europa

Sem açúcar e sem afeto

31/03/2022
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O fundo norte-americano LoneStar busca um comprador para a Atvos, o antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O negócio, no entanto, é complexo, seja pela dívida da companhia – em torno de R$ 12 bilhões -, seja pela disputa jurídica entre os norte-americanos e os grandes credores financeiros. A LoneStar assumiu o controle da Atvos, mas enfrenta forte resistência do Banco do Brasil e do BNDES, entre outras instituições.

#Banco do Brasil #BNDES #LoneStar #Odebrecht

JBS prepara mudança da sede fiscal para os EUA

10/03/2022
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O RR apurou que a JBS retomou o processo de transferência da sua sede fiscal para o exterior, mais precisamente para os Estados Unidos. Ontem, de acordo com uma fonte do próprio BNDES, a mudança já era dada como praticamente certa nos corredores do banco, segundo maior acionista da companhia. Ressalte-se que a JBS USA, que engloba as divisões JBS USA Beef, JBS USA Pork e Pilgrim’s Pride, já responde por mais de 75% da receita do grupo. Ou seja: na prática, não é de hoje que o Brasil se tornou um satélite nos negócios dos irmãos Batista.

Além do tamanho da operação, outras questões empurram a JBS para os Estados Unidos, como menor risco sistêmico, redução do custo de financiamento e simplificação tributária. Ressalte-se que um movimento como este pode extrapolar os limites da companhia. A decisão da JBS de tirar sua sede do Brasil cria um estímulo para que outras empresas de commodities, a começar pela Vale, façam o mesmo. Levar a sede fiscal da JBS para o exterior é um plano antigo de Joesley e Wesley Batista.

Em 2016, a companhia tentou se transferir para a Irlanda. O movimento, no entanto, foi barrado pelo BNDES, então presidido por Maria Silvia Bastos Marques. Em 2019, sob o codinome de Projeto Hidra, o assunto voltou à baila na companhia. Na ocasião, a JBS trabalhou com a possibilidade de se mudar para a Holanda ou Luxemburgo. Mais uma vez, ficou no papel. Agora, no entanto, as circunstâncias são favoráveis aos irmãos Batista. O BNDES não tem mais o mesmo poderio de antes.

E, pelo jeito, nem quer ter. Nos últimos meses, vem se desfazendo de ações da JBS, no que parece ser um movimento de retirada gradativa da companhia. Além disso, o banco paga também o preço de ter comido mosca nas gestões anteriores. Não obstante o peso societário do BNDES, segundo maior acionista, atrás apenas da família Batista, não há no acordo de acionistas qualquer trava formal que dê à agência de fomento poder de veto sobre a transferência do centro de decisões da empresa. O RR fez várias tentativas de contato com a JBS, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Também procurado, o BNDES informou que “não comenta nenhum tipo de especulação a respeito de transações envolvendo suas participações no mercado.”. Igualmente consultada, a CVM disse que “não comenta casos específicos.”

#BNDES #JBS #Wesley Batista

Um atalho da Amazônia à Noruega

4/03/2022
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O RR apurou que os governadores da Região Norte, à frente Wilson Lima, do Amazonas, e Helder Barbalho, do Pará, vêm mantendo conversações diretas com a Noruega. O objetivo é obter recursos do Fundo Soberano do país europeu para projetos na Floresta Amazônica, “bypassando” o governo federal. Os estados se comprometem a cumprir uma série de metas no combate ao desmatamento ilegal. Ressalte-se que os noruegueses suspenderam, há dois anos, os repasses para o Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES, em resposta à leniência da gestão Bolsonaro com as queimadas na região.

#BNDES #Helder Barbalho #Pará #Wilson Lima

Saúde animal

16/02/2022
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O BNDES teria oferecido ao Opportunity sua participação de 12,2% na Ouro Fino, maior empresa de saúde animal da América Latina. O grupo de Daniel Dantas já é o segundo maior acionista da companhia, com 17%.

#BNDES #Daniel Dantas

Praça do pedágio

8/02/2022
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A Ecorodovias vem conversando com o BNDES. Deve ser a próxima empresa a “estacionar” na nova linha de crédito criada pelo banco para concessões rodoviárias, que tem como garantia a receita do pedágio.

#BNDES #Ecorodovias

Privatização à vista

3/02/2022
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O BNDES corre contra o relógio. O governador da Paraíba, João Azevedo, quer anunciar o modelo de concessão do saneamento no estado até abril.

#BNDES

Os planos de Lula para o futuro do BNDES

28/01/2022
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O BNDES vai completar 71 anos quando o futuro presidente assumir seu mandato. Mantido Jair Bolsonaro, pode-se esperar que o processo de desconstrução do banco prossiga. Caso o eleito seja Lula, a expectativa é de um banco de fomento fortalecido, diferente das gestões anteriores do PT, quando o crédito era uma função quase monotemática da instituição. O RR conversou com assessores de campanha do ex-presidente para a área econômica.

Do que a newsletter pode capturar das cercanias de Lula, a ideia é que o BNDES se torne em uma usina de projetos, dos mais diversos segmentos. O candidato da oposição pretende buscar recursos em todas as partes, mas para isso não considera suficiente a política de concessões do governo Bolsonaro. Concorda com o rumo, segundo assessores próximos, mas faz a velha crítica de que é preciso muito mais projetos greenfield.

O Brasil transfere muita coisa velha e oferta pouca coisa nova. Hipoteticamente, o BNDES se transformaria em algo como o BNDESP – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social e Projetos. Afinal, que outra instituição tem no país a capacidade de se tornar uma linha de montagem de propostas para novos investimentos além do BNDES? Quanto à carteira de ações do banco, que em grande parte será desfeita antes das eleições, o ex-presidente não é contrário à medida, de acordo com seus auxiliares ouvidos pelo RR. Ele entende se tratar de empresas maduras, que não precisam mais de apoio do BNDES.

Mas não renega a possibilidade de a BNDESPar vir a constituir uma nova carteira, resgatando o papel da instituição de capitalizar as empresas. Segundo assessores de campanha, Lula deixaria de lado a estratégia de apoiar o cavalo vencedor, ou seja, as megacorporações. Esses grupos podem se financiar através do mercado de capitais. Lula quer apoiar consolidações de empresas, criando novas companhias da indústria pesada, do complexo industrial médico-hospitalar e de tecnologia com porte competitivo no mercado. Tudo o que Bolsonaro não fez no seu governo.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lula

Desvio estratégico

27/01/2022
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Segundo informação que circula no BNDES, a APM Terminals, leia-se Maersk, e a Terminal Investment Limited, controlada pela MSC, estudam uma nova dobradinha para disputar a privatização da Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo). As duas empresas já são sócias na BTP (Brasil Terminal Portuário), no Porto de Santos. A investida sobre a Codesa seria um movimento estratégico do ponto de vista geoeconômico. Ambas enfrentam resistências para ampliar seus negócios em Santos. A Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), por exemplo, já solicitou ao Cade que impeça a participação da BTP no leilão do STS 10 – o novo terminal de contêineres do porto paulista. Consultada, a BTP informa que “segue o período de silêncio de um dos seus acionistas, não estando autorizada a comentar sobre o tema por motivos de compliance.”

#APM Terminals #BNDES #Codesa

Calote à vista?

19/01/2022
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BNDES estuda entrar na Justiça para cobrar do governo de Tocantins o valor relativo à consultoria para a privatização do Parque Estadual do Jalapão. O governador em exercício, Wanderley Barbosa, suspendeu a licitação e se nega a pagar a fatura, da ordem de R$ 1,8 milhão.

#BNDES #Wanderley Barbosa

Pimentel nos olhos dos outros…

19/01/2022
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O ex-prefeito de BH Fernando Pimentel tem o apoio de uma ala do PT para ser o coordenador da campanha de Lula em Minas Gerais. Mas, segundo uma fonte do partido, no núcleo duro da sigla há fortes restrições ao nome de Pimentel. Além da ligação com Dilma Rousseff, o ex-prefeito ainda carrega as sequelas das acusações de receber propina de empresas financiadas pelo BNDES.

#BNDES #Fernando Pimentel #Lula #PT

O mergulho da Equatorial

13/01/2022
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O que se diz nos corredores do BNDES é que a Equatorial Energia está submersa nos números da operação de saneamento na Paraíba. O leilão, sob regência do banco, está previsto para este ano. A Equatorial, ressalte-se, entrou recentemente no setor com a compra da concessão de saneamento do Amapá.

#BNDES #Equatorial

Mais concessões à vista

29/12/2021
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O governo do Maranhão mantém conversações com o BNDES em torno da possível concessão dos serviços de saneamento no estado. O governador Flavio Dino quer deixar tudo engatilhado até abril, quando deve se desincompatibilizar do cargo para disputar a eleição ao Senado.

#BNDES #Flavio Dino

Governo da Bahia e VLI estão a um passo dos tribunais

23/12/2021
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O governo da Bahia e a VLI – leia-se Vale, Mitsui, Brookfield e BNDES – estão à beira de um contencioso. Segundo o RR apurou, a estatal Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) pretende entrar na Justiça contra a empresa de logística, controladora da Ferrovia Centro -Atlântica (FCA). Um dos objetivos é brecar a renovação antecipada da concessão da FCA, neste momento tema de tratativas entre a VLI e a ANTT.

O governo baiano alega que o mau estado de conservação da ferrovia tem inviabilizado novos investimentos em mineração no estado. De acordo com a fonte do RR, ao menos dois grandes projetos, da ordem de R$ 5 bilhões, estariam parados por conta de gargalos logísticos relacionados à FCA. Coincidência ou não, os investimentos em conservação da ferrovia em território baiano começaram a escassear depois que a Vale, uma das maiores acionistas da VLI, encerrou sua operação de ferroligas de manganês no estado.

Em conversa com o RR, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral informou que, “no momento” não há qualquer ação judicial contra a VLI. Talvez seja só uma questão de tempo. A empresa confirmou à newsletter que “tem consultado órgãos do Governo da Bahia, como a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria de Infraestrutura, para que se trace uma estratégia conjunta de defesa da logística ferroviária utilizando todos os meios possíveis”. A CBPM também relatou ao RR que tem questionado a VLI através de ofícios enviados à ANTT, o mais recente na segunda semana de novembro. Também procurada, a VLI não quis se pronunciar.

#BNDES #Brookfield #Mitsui #Vale do Rio Doce #VLI

O carbono do BNDES

21/12/2021
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A meta do BNDES é fechar as primeiras operações de compra de crédito de carbono até junho de 2022. Trata-se de uma corrida contra o relógio. O projeto ainda precisa passar pelo crivo do Conselho do banco.

#BNDES

Conta-gotas

16/12/2021
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O radar do BNDES já captou sinais de que o leilão do Bloco 3 da Cedae, marcado para o dia 29 de dezembro, terá um ágio bem baixinho, quase para cumprir tabela. O lance inicial é de R$ 1,1 bilhão.

#BNDES #Cedae

Acervo RR

Pororoca

14/12/2021
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O governo do Amazonas abriu conversações com o BNDES para a privatização dos serviços de saneamento no estado. É projeto para 2023.

#BNDES #Governo do Amazonas

As águas vão rolar 1

29/11/2021
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A julgar pelo número de possíveis interessados, os leilões dos Blocos B e C da Companhia de Saneamento de Alagoas, previstos para 13 de dezembro, prometem ser disputados. 11 empresas/investidores fizeram visitas técnicas à operação – informação confirmada ao RR pelo BNDES, responsável pela modelagem da privatização.

As águas vão rolar 2

O GIC, fundo soberano de Cingapura, e a Itaúsa estariam articulando um aumento de capital na Aegea Saneamento. Entre outros ativos, a empresa assumiu a concessão dos blocos 1 e 4 da Cedae.

#Aegea Saneamento #BNDES #GIC

A volta de Joaquim Levy?

26/11/2021
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O ex-titular do Ministério da Economia no governo Dilma, Joaquim Levy, passou a ser cotado a ocupar o mesmo cargo na gestão Lula. Levy tem as bênçãos do mercado. E ainda dispõe de outro atrativo: intensificou-se tremendamente com a agenda ESG. Em tempo: Levy saiu do governo Bolsonaro, mais precisamente da presidência do BNDES, chamuscado. O que conta ponto junto a Lula e seu grupo mais próximo.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Economia

Infraestrutura quer estimular produção de trilhos no Brasil

26/10/2021
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O Ministério da Infraestrutura tem feito estudos com o objetivo de incentivar a retomada da produção de trilhos no Brasil, praticamente extinta desde os anos 80. Uma das ideias sobre a mesa seria usar parte dos recursos arrecadados com as próprias concessões ferroviárias para financiar a instalação de uma fábrica do equipamento no país. Trata-se de um projeto complexo, a começar pela atração de um player internacional do setor. No governo, há quem defenda o resgate do velho modelo tripartite, ou seja, dividir o controle do negócio entre o capital privado nacional, um investidor estrangeiro e o Estado.

Nesse cenário, muito possivelmente o traçado desse projeto passaria pelo BNDES. Procurado, o Ministério da Infraestrutura não se manifestou. Ainda que Alemanha e Estados Unidos também tenham um grande parque fabril para a produção de equipamentos ferroviários, o mais provável é que esse projeto mire em um grupo chinês. Hoje, a maior parte dos trilhos usados no Brasil vêm do país asiático. Além disso, a chegada de um fabricante local poderia estar vinculada à eventual entrada da China Railway Corporation no país. Maior operador ferroviário da China, o grupo é apontado como candidato às próximas concessões do setor.

A falta de trilhos no mercado interno e os altos custos de importação são vistos no governo como um desestímulo a investimentos privados em ferrovias. É hora de afagar esse capital reticente. O que não falta é ativo para leiloar. Além dos projetos incluídos no PPI – como a Ferrogrão e a relicitação da Malha Oeste -, o Ministério da Infraestrutura lançou recentemente o Pró-Trilhos (Programa de Autorizações Ferroviárias). O programa prevê a licitação de dez novos trechos de ferrovias que somam um investimento de R$ 53 bilhões. O setor ferroviário é quase que 100% dependente da aquisição de peças no exterior.

O próprio governo é um dos principais atingidos. Hoje, a estatal Valec é a responsável pela construção de quatro grandes ferrovia – Norte-Sul, os trechos II e III da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, Ferrovia Transcontinental e a ligação da Norte-Sul com a Transnordestina. No ano passado, o governo chegou a criar um Comitê Técnico de Desenvolvimento da Transformação Mineral, cuja uma das funções seria a “realização de estudos para agregar valor aos produtos metalúrgicos de alta qualidade, o que inclui a produção de trilhos para expansão da infraestrutura ferroviária nacional”. De lá para cá, no entanto, nada aconteceu.

#BNDES #Ferrogrão #Ministério da Infraestrutura #Transnordestina

Águas de Alagoas

26/10/2021
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O que se diz no BNDES é que a Aegea pretende entrar pesado no leilão do Bloco B da concessão de saneamento de Alagoas, previsto para o início de 2022. Consultada, a companhia diz que “está sempre atenta às novas oportunidades”.

#BNDES

Cosan a caminho do Espírito Santo

8/10/2021
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O RR apurou que a Cosan pretende disputar a privatização da ES Gás, prevista para o início de 2022. A empresa de Rubens Ometto já
teria, inclusive, consultado informalmente autoridades capixabas e o BNDES, responsável pela modelagem da operação. Ressalte-se que a Cosan é dona da Comgás e recentemente comprou a Gaspetro, herdando participações em 19 distribuidoras de gás.

#BNDES #Cosan #ES Gás #Rubens Ometto

Cabo eleitoral

29/09/2021
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Em tom de blague, FHC soltou uma boutade, mais ou menos assim: “Lula permanece calado e agradece em silêncio se Paulo Guedes anunciar também a privatização do BNDES, do Banco Central e até o Palácio do Alvorada”.

#Banco Central #BNDES #Fernando Henrique Cardoso #Lula #Paulo Guedes

Turbulência nos céus do Rio

23/09/2021
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A Changi Airports International, de Cingapura, estaria em busca de um sócio para a RioGaleão, concessionária do Aeroporto Internacional do Rio. Os asiáticos, donos de 51% do capital, sofrem os duros efeitos da pandemia associada à perda de voos para o Santos Dumont. Nos últimos dois anos, a movimentação no Galeão caiu aproximadamente 70%. No ano passado, diante da crise, a concessionária se viu obrigada a negociar com o BNDES a suspensão temporária do pagamento do empréstimo contraído para o pagamento da outorga.

#BNDES #Changi Airports International #RioGaleão

GS Inima rumo à Cedae

22/09/2021
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A sul-coreana GS Inima estuda participar do leilão do bloco 3 da Cedae, marcado para dezembro. Segundo o RR apurou, a empresa vem mantendo conversações com o BNDES, responsável pela modelagem da venda da estatal. O valor mínimo de outorga deverá ser fixado em R$ 2,6 bilhões. Trata-se do único bloco da Cedae que não foi vendido no leilão de abril. Procuradas, GS Inima e BNDES não quiseram se pronunciar.

#BNDES #Cedae

Irrigação

2/09/2021
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A Aegea Saneamento estaria mantendo tratativas para obter um empréstimo substancial do BNDES. Só com a outorga dos dois blocos da Cedae arrematados em abril, a empresa terá de desembolsar R$ 15,4 bilhões. Consultados, Aegea e BNDES não quiseram comentar o assunto.

#Aegea Saneamento #BNDES

Divórcio elétrico

19/07/2021
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O BNDES planeja vender sua participação de 9,9% na AES Brasil. Tomando-se como base o valor em bolsa, a fatia do banco está estimada em torno de R$ 500 milhões.

#BNDES

As águas vão rolar

12/07/2021
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A ordem no BNDES é acelerar o passo: o governo da Paraíba pretende licitar a concessão de saneamento em 93 cidades do estado até o primeiro trimestre de 2022.

#BNDES

Uma história cada vez mais enrolada

8/07/2021
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A enroscada saga da Usina São Fernando – ver RR de 25 de junho – teve um novo capítulo. Funcionários da sucroalcooleira vêm fazendo gestões junto ao BNDES e ao Banco do Brasil, os dois maiores credores da empresa, na tentativa de aprovar a venda do controle à Millenium Holdings. Esta última teria se comprometido a contratar parte dos 1,2 mil trabalhadores demitidos da usina. Ocorre que a Millenium venceu o leilão judicial, mas não levou. Foi desclassificada pela Justiça, que aceitou a oferta da segunda colocada, a Energética Santa Helena – pelo que se diz nos bastidores, com o apoio do BNDES e do BB.

#Banco do Brasil #BNDES

Duelo no Amapá

5/07/2021
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No BNDES, Aegea e BRK Ambiental são apontadas como nomes certos no leilão da Caesa, empresa de saneamento do Amapá. A licitação está marcada para 2 de setembro. Procurada, a Aegea diz que “está sempre atenta às novas oportunidades”. A BRK, por sua vez, não se pronunciou.

#Aegea #BNDES #BRK Ambiental

Açúcar meio amargo

25/06/2021
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A Energética Santa Helena, que arrematou a Usina São Fernando em leilão judicial na semana passada, anda não teria apresentado as garantias para a compra da empresa sucroalcooleira. O valor da operação é de R$ 322 milhões. O assunto passa obrigatoriamente pelo BNDES, maior credor da São Fernando. Para aumentar a tensão, ressalte-se que a própria Santa Helena está em recuperação judicial. Procurados, a empresa e o BNDES não se pronunciaram.

#BNDES

Participação sub judice

25/06/2021
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O que se dizia ontem no BNDES é que a Oliveira Energia, uma das candidatas ao leilão da Companhia de Eletricidade do Amapá, marcado para hoje, ainda não havia conseguido fechar o project finance da operação.

#BNDES

Há uma estranha fuligem de carvão solta no ar

17/06/2021
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Parece até uma coincidência provocada pelas energias crepitantes do inferno. Somente no mais profundo dos círculos de Dante estariam conjugados a disposição de senadores de incluir na MP da Eletrobras um financiamento de R$ 2,5 bilhões para “revitalização” da indústria carbonífera, o estímulo de termoeletricidade a carvão para os futuros leilões e uma controversa e eventual do gestão do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, junto ao BNDES para o financiamento de termelétricas à base do combustível poluente. Tudo ao mesmo tempo e agora, junto com as declarações duríssimas do Departamento de Estado norte-americano, de que punirá financeiramente e comercialmente os países com mau comportamento ambiental. A termoeletricidade a carvão é um dos itens mais incandescentes nesse balaio de castigos que os EUA pretendem infringir ao Brasil.

A Europa seguirá a cartilha do governo Biden. Para todos os efeitos, Albuquerque teria o argumento de que vale tudo na crise hídrica. Mas será que cola? Não seria mais adequado ao “zeitgeist ambiental” buscar a cobertura energética apenas através das termelétricas a gás natural, biomassa e recuperação de resíduos? O ministro poderia justificar que a termoeletricidade a carvão é mais barata. Mas, qual o preço de “carbonizar” a matriz energética do país? Tudo indica que, para Albuquerque, esse não seja um dilema relevante. O RR enviou à assessoria do ministro uma série de questões.

Recebeu como resposta que as perguntas somente seriam atendidas na sexta-feira e mesmo assim com a ressalva de que “poderiam tentar”. O BNDES foi bem mais rápido. Informou que “não financia usinas térmicas a carvão e a óleo combustível e não há procedimentos em curso para que isso mude”. Vale lembrar que, em 2019, o assunto esteve em voga nas Minas e Energia. Na ocasião, o secretário de Planejamento da Pasta, Reive Barros, disse publicamente que o Ministério apresentaria um “programa específico de viabilização de termelétricas a carvão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina”.

Citou ainda que a ideia era o Ministério de Minas e Energia conversar com o Ministério da Economia para que o BNDES voltasse a financiar essas usinas. O tema submergiu. A queda do nível dos reservatórios parece tê-lo deixado à mostra novamente. O RR considera, contudo, que o almirante Bento Albuquerque é uma autoridade responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente. De qualquer maneira, é uma coincidência dos infernos.

#BNDES #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Linha do Equador

18/05/2021
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No BNDES, a Equatorial Energia é a grande aposta para o leilão de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá.

#BNDES

Dor de cotovelo

7/04/2021
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O BNDES talvez tenha errado o timing. Cerca de um mês após o banco zerar sua participação na Vale, as ações da mineradora subiram quase 8%. A valores de hoje, o BNDES teria amealhado R$ 1,8 bilhão a mais na operação.

#BNDES

Pacotão rodoviário

23/03/2021
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O ministro Tarcísio Freitas pretende anunciar em setembro a licitação de um pacotão de concessões rodoviárias. Segundo a fonte do RR, são mais de 5,5 mil km de rodovias federais em 11 estados. Os estudos estão sendo conduzidos pelo BNDES e pela consultoria Logi. Se, na atual circunstância, Freitas vai ter sucesso nesse feirão de concessões, aí já é outra história.

#BNDES #Tarcísio Freitas

Pule de dez

19/03/2021
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Informação de cocheira: no BNDES, a Iguá Saneamento é tida como a mais forte candidata para uma Parceria Pública Privada nos serviços de tratamento de esgoto em 23 cidades do Ceará. A licitação, que deverá ser realizada neste ano, envolve investimentos de mais de R$ 8 bilhões. Consultada, a Iguá diz que “avalia constantemente as oportunidades previstas”.

#BNDES

SOS caminhoneiro

8/03/2021
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A equipe econômica quebra a cabeça em busca de medidas para baixar a temperatura entre os caminhoneiros. Uma ação na ponta da agulha é a prorrogação dos contratos de financiamento de veículos pesados no âmbito do BNDES. É Tarcisio Freitas prevalecendo sobre Paulo Guedes.

#BNDES #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Parece replay

4/03/2021
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Pela terceira vez em um ano, Romeu Zema reabriu tratativas com o BNDES para a privatização da Copasa, a estatal de saneamento de Minas.

#BNDES #Romeu Zema

Alagoas tem pressa

25/02/2021
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O que se diz no BNDES é que a concessão do serviço de saneamento no interior de Alagoas sai ainda neste ano. O pacote engloba quase 90 municípios, que deverão ser divididos em blocos.

#BNDES

Aegea já tem o mapa da mina na Cedae

10/02/2021
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Informação fisgada pelo RR no BNDES: a Aegea vai entrar na disputa pelo bloco 1 da Cedae, que engloba bairros da Zona Sul do Rio e outros 18 municípios. No pacote, cidades como Maricá e Saquarema, fronteiriças à Região dos Lagos. É sinergia na veia. A Aegea é dona da Prolagos, concessionária de saneamento local. Consultada, a empresa saiu pela tangente e disse que “tem avaliado novas licitações publicadas em todas as regiões do país”.

#BNDES #Cedae

Segundo tempo

9/02/2021
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Além da Cedae, o BNDES já trabalha na privatização da companhia de saneamento do Amapá. De acordo com a mesma fonte, é negócio para o segundo semestre.

#BNDES #Cedae

Ninguém enxerga que a indústria está morrendo?

1/02/2021
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O RR apurou que a Secretaria do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia monitora, com preocupação, a situação da Audi no país. O receio é que a montadora alemã seja a próxima a encerrar sua produção no Brasil. Os movimentos recentes reforçam essa percepção. Em dezembro passado, a empresa suspendeu a fabricação do A3 Sedan, único modelo que era montado na unidade de São José dos Pinhais (PR). Ouvida pelo RR, a Audi foi diplomática. Afirmou que estuda um novo modelo para ser produzido no Brasil. Diz ainda que “boa parte dessa decisão passa pela definição do que irá ocorrer com os créditos de IPI acumulados durante os anos de Inovar Auto, que não foram integralmente devolvidos”.

O RR, contudo, reitera que a empresa estuda cair fora do país. Caso atravesse a porta de saída, a Audi se juntará a Ford, Ford Caminhões, Roche, Eli Lilly, Sony, Mercedes-Benz e Nikon, empresas que encerraram suas atividades industriais no Brasil desde o início do governo Bolsonaro. Diante do crescente êxodo de multinacionais, talvez tenha chegado a hora de rever o “super” Ministério da Economia. A “sub-pasta” da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, colocada sob o guarda-chuva de Paulo Guedes tornou-se um apêndice menor e ineficaz, com graves reflexos para a economia, geração de empregos, retenção de talentos e mesmo estímulo à educação mais sofisticada no país. Com Guedes não vai haver policy para o segmento. O ministro despreza qualquer tipo de política industrial. Há uma bifurcação de motivos para esse “bye, bye, Brazil”.

De um lado, existe uma variável estrutural: o elevado Custo Brasil, uma questão que exige tempo para ser equacionada. Por outro, há um forte componente conjuntural. A gestão Bolsonaro não acena com PIB crescente, aumento de investimentos e muito menos incentivos – que não precisam, necessariamente, ser fiscais. O Chile, por exemplo, exige o compromisso de permanência de uma empresa por 10 anos para a concessão de benefícios. Por aqui, o governo Bolsonaro adota a política do “cada um por si”.

O BNDES hoje é tudo: estruturador de operações financeiras, adviser de privatizações, trem pagador do Tesouro, menos banco de fomento. Paulo Guedes diz que a indústria está crescendo. Como de hábito, ergue suas verdades sobre um terreno arenoso. Esse crescimento ao qual ele se refere se deve a três variáveis. Em primeiro lugar, a base de comparação usada – o mês imediatamente anterior – é baixa. Em novembro de 2020, a atividade industrial avançou 1,2% em relação a outubro. Por esse critério, foi a sétima alta consecutiva. No entanto, quando a comparação se dá com o mesmo período em 2019, foram 10 meses seguidos de baixa. Apenas em outubro e novembro de 2020 a indústria voltou a crescer frente aos mesmos meses no ano anterior.

Além disso, o auxílio emergencial e as políticas de cobertura de pagamento de salários dos trabalhadores durante a pandemia tiveram um impacto positivo circunstancial. Ressalte-se ainda o divórcio de boa parte dos brasileiros com as regras sanitárias: mais da metade da população determinou, com o apoio do presidente Bolsonaro, que o isolamento não precisava ser cumprido, o que antecipou a retomada da economia – ao custo de milhares de mortos a mais. Hoje, a indústria de transformação responde por 11% do PIB, o menor nível desde 1947. Há estimativa que chegue a 9% em 2024.

Segmentos vitais vão recuar ainda mais. A formação bruta de capital fixo deve cair 2,3% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o terceiro, segundo projeção do Boletim Macro do Ibre-FGV. A construção civil, que tem peso no cálculo do PIB industrial, deu um piparote em dezembro, com a maior utilização de capacidade operacional desde 2014. Mas, a previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção é de uma queda de 2,8% do PIB do setor em 2020. Esse cenário provoca efeitos colaterais que podem demorar anos para serem curados. Há uma crescente exportação de talentos no país, notadamente para países como Estados Unidos, Alemanha e Suécia. São profissionais de alta formação que potencialmente teriam de ser absorvidos pela indústria nacional. E daí.

#Audi #BNDES #Ford #Mercedes-Benz #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Muralha chinesa

29/01/2021
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O RR auscultou nos corredores do BNDES: China Gezhouba Group Corporation e China Communications Construction Company estariam montando um consórcio para o leilão da Cedae.

#BNDES #China Gezhouba Group Corporation

PPP com acarajé

28/01/2021
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O governo da Bahia e o BNDES já trocam figurinhas sobre a formatação de uma PPP na área de saneamento na Região Metropolitana de Salvador. A meta é realizar a concorrência ainda neste ano. O vencedor passará a atuar em parceria com a estatal Embasa. Consultado, o banco confirma as tratativas com o governo baiano.

#BNDES

Pedágio alto demais

27/01/2021
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A exigência do BNDES para entrar no capital da Codemig – a venda do controle da empresa – foi recebida pelo governador Romeu Zema como a ajuda de quem não quer ajudar. Zema não tem esperanças de que a Assembleia Legislativa de Minas aprove a operação.

#BNDES #Codemig #Romeu Zema

Porto de Santos avança

13/01/2021
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O consórcio contratado pelo BNDES para montar o estudo de viabilidade da privatização do Porto de Santos deverá concluir seu trabalho até abril. Ato contínuo, o Ministério da Infraestrutura pretende dar a largada nas audiências públicas. A ideia fixa de Tarcísio Freitas é fazer a licitação ainda em 2021. A ver.

#BNDES

RR é a melhor vacina contra a desinformação

23/12/2020
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Em meio ao “novo normal” imposto pelo terrível ano de 2020, ao menos um ponto não mudou: o assinante do RR teve acesso irrestrito aos corredores do Poder. Em 20 de abril, um mês após Jair Bolsonaro decretar estado de calamidade pública, o RR foi o primeiro veículo a noticiar os estudos dentro do governo para a criação de uma espécie de “Plano Marshall” brasileiro, um amplo programa emergencial de geração de investimento e de empregos. Poucos dias depois, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, surgiria no noticiário confirmando os estudos e fazendo referência exatamente ao termo “Plano Marshall”. O RR antecipou o flerte entre Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Em 3 de julho, a newsletter informou que Marinho estava montando uma intensa agenda de viagens de Bolsonaro para inaugurar obras no Nordeste, o que de fato ocorreu nos meses seguintes.

O poder em marcha

Em 5 de maio, o RR descortinou o incômodo dentro das Forças Armadas diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro em associar a corporação a um discurso de intimidação e de risco de ruptura institucional, tema que ganharia o noticiário nos dias seguintes. O RR também antecipou a importante missão que o general Hamilton Mourão passou a ter no governo: em 22 de julho, noticiou, em primeira mão, que o vice-presidente se tornaria uma espécie de “embaixador do meio ambiente” da gestão Bolsonaro. Em 20 de agosto, o RR publicou, também com exclusividade, que o governo estenderia a “Operação Verde Brasil 2”, prorrogando a presença de militares no combate aos incêndios na Amazônia até o fim do primeiro trimestre de 2021 – o que se confirmaria em novembro.

Militares x “olavistas”

Os assinantes da newsletter tiveram também informações exclusivas sobre a disputa de poder entre os generais palacianos e a ala olavista do governo. Em 12 de maio, o RR cravou que os militares se movimentavam para ter um número maior de assentos no Conselho Nacional de Educação (CNE), tradicional área de influência de Olavo de Carvalho desde o início da gestão Bolsonaro. Em 25 de setembro, o RR revelou articulações para a possível saída do “olavista” Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. Desde então, o noticiário tem tratado da hipótese de substituição do chanceler. Na última semana, a mídia passou a abordar também a possibilidade de demissão do embaixador brasileiro em Washington, o igualmente “olavista” Nestor Forster, informação antecipada pelo RR em 7 de dezembro.

Laços de família

Em 7 de agosto, o RR revelou que, ao criar o Centro de Inteligência Nacional na Abin, o presidente Jair Bolsonaro estava instituindo um “Family office” dentro da agência, com o objetivo de usar o aparato de Inteligência do Estado em benefício de si próprio e dos seus. Em dezembro, estouraria a denúncia de que a Abin produziu relatórios para Flavio Bolsonaro. Em 8 de junho, o RR informou, com exclusividade, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estava trabalhando para viabilizar o desembarque no Brasil da Sig Sauer, fabricante de armamentos de origem suíça. Mais: a newsletter antecipou as articulações conduzidas com o auxílio do “03” para uma parceria entre a empresa e a Imbel. Três dias depois, o assunto estaria em toda a mídia.

Despedida antecipada

O leitor da newsletter acompanhou de muito perto o processo de sucessão do Itaú Unibanco. Em 9 de setembro, o RR informou que Marcio Schettini deixaria o banco caso não fosse o escolhido para suceder Candido Bracher na presidência. Dito e feito! No início de novembro, preterido em detrimento de Milton Maluhy Filho, Schettini, diretor geral de varejo, anunciou sua saída do Itaú. No dia 9 do mesmo mês, o RR voltou ao tema para detalhar os bastidores da escolha, conduzida pelo próprio Bracher, e o mal estar que ela causou junto aos acionistas do Itaú.

Em janeiro, o RR informou com exclusividade que a Petrobras lançaria um plano de redução de despesas da ordem de R$ 1 bilhão, o que se confirmaria pouco depois. Também em janeiro, a newsletter revelou que Embraer e Boeing haviam desmobilizado um grupo de trabalho que discutia o desenvolvimento conjunto de aeronaves comerciais, apontando a medida como um indício de iminentre rompimento da fusão. Três meses depois, a associação entre as duas companhias foi para o espaço. Ainda sobre a Embraer, em julho o RR antecipou que a empresa estava negociando um empréstimo do BNDES, operação oficialmente confirmada em dezembro.

Em março, o RR foi o primeiro a noticiar os estudos no BNDES para a compra de participações em companhias aéreas, como forma de reduzir os efeitos da pandemia sobre o setor. Menos de 15 dias depois, o projeto se tornaria público, ainda que, na prática, não tenha decolado. Outro furo que veio dos céus foi a notícia de que o empresário David Neeleman, fundador da Azul, venderia sua participação na portuguesa TAP, antecipada pelo RR em 12 de fevereiro. O RR antecipou também o que poderia ter sido uma das maiores operações de M&A do ano no país. Na edição de 26 de agosto, informamos que a Ser Educacional estava levantando recursos para fazer uma oferta de compra do controle dos ativos da Laureate no Brasil.

Menos de um mês depois, a proposta de R$ 4 bilhões estava sobre a mesa dos acionistas do grupo norte-americano. A Ser acabou perdendo a disputa empresarial para a Ânima Educação. Em 5 de novembro, mais um furo no noticiário corporativo: o RR antecipou que os principais acionistas da Qualicorp se movimentavam para comprar o restante da participação de José Seripieri Filho, fundador da operadora de planos de saúde, devido às denúncias de corrupção contra ele. Menos de um mês depois, os sócios da companhia e o empresário fecharam um acordo para a transferência das ações, quase no mesmo período em que o STF homologava a delação premiada de Seripieri.

Cortes no Ministério Público

No dia 8 de dezembro, a newsletter revelou os planos do procurador geral da República, Augusto Aras, para fechar escritórios de representação do MPF e reduzir custos operacionais devido à escassez orçamentária da instituição – informação que acabou confirmada pelo próprio Ministério Público.

Gol atrás de gol

Em 16 de março, o RR informou, com exclusividade, que o início do Campeonato Brasileiro seria adiado por conta da pandemia. Uma semana depois, a newsletter antecipou que os clubes haviam pedido ao governo a suspensão dos pagamentos do Profut, o programa de refinanciamento de dívidas das agremiações esportivas junto à União – medida que seria implantada pouco depois. Que 2021 seja um ano muito diferente em quase tudo, menos na capacidade do RR de entregar a seu assinante um conteúdo qualificado e exclusivo.

#Anima Educação #BNDES #Eduardo Bolsonaro #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho #Qualicorp #Sig Sauer

Água parada

15/12/2020
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O que se ouve dentro do BNDES é que dificilmente a privatização da Copasa sairá em 2021. A Assembleia Legislativa de Minas está criando mil e um empecilhos para a operação.

#BNDES #Copasa

Racionamento com pandemia? É só o que falta

9/12/2020
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O RR teve acesso a um documento assustador, produzido pela RC Consultores (empresa do ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro), que trata do risco de um racionamento de energia no país. Os principais pontos são os seguintes:

  •  Enquanto o consumo de energia sobe, o nível dos reservatórios desce nas diversas regiões do país. No Sudeste, cuja estrutura de armazenamento representa 75% do sistema nacional, o nível está em apenas 16,87% da capacidade total, valor muito abaixo da média histórica para o período.
  • Os reservatórios do Sudeste perdem 0,3 ponto percentual de recursos a cada dia. Neste ritmo terminaremos 2020 com pouco mais de 11% da capacidade total. Nunca enfrentamos situação parecida no passado recente.
  •  A bandeira 2 vermelha pouco efeito terá. O maior número de pessoas trabalhando em casa reduz a eficiência do consumo de energia.
  • Caso não chova o suficiente nas regiões críticas e o consumo continue em alta, restará como saída a importação de energia ou até mesmo restringir o consumo espontâneo via preços ou racionamento.
  • É preciso ações rápidas e tempestivas por parte do governo, sob o risco de um novo racionamento energético vir a anular todo o esforço de recuperação econômica. Em tempo: o almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, rechaçou qualquer possibilidade de racionamento, assim como negou interferência do governo na decisão da Aneel de reativar o sistema de bandeiras tarifárias, aplicando o nível vermelho patamar

#BNDES #Energia #Paulo Rabello de Castro #RC Consultores

Águas chinesas

9/12/2020
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A China Water Industry Group, uma das maiores empresas de saneamento da Ásia, é mencionada no BNDES como forte candidata à privatização da Cedae. Seria o début dos chineses no Brasil.

#BNDES

Porta de saída

2/12/2020
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Segundo informação filtrada do BNDES, o banco vai adotar o modelo de blocktrade para vender sua participação na Klabin, a exemplo do que fez recentemente na negociação de papéis da Vale. A BNDESPar detém 7,5% da fabricante de celulose e papel.

#BNDES #Klabin

De olho na Cedae

25/11/2020
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Informação auscultada pelo RR dentro do BNDES: a China Gezhouba Group Corporation (CGGC) já sinalizou ao banco o interesse em participar da privatização da Cedae.

#BNDES #CGGC

Prêmio ou castigo?

18/11/2020
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Não que tenha havido um meia volta volver na orientação do banco, mas a contribuição do BNDES para o ajuste fiscal, com o dízimo acima de R$ 100 bilhões, fica para depois de 2022. Isso se Jair Bolsonaro ganhar a eleição e Paulo Guedes permanecer firme no assento.

#BNDES

Uma balança comercial movida a proteína

12/11/2020
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Número auscultado pelo RR dentro do próprio Ministério da Agricultura: informalmente, a área técnica da Pasta já trabalha com a projeção de que as exportações brasileiras de carne bovina baterão seu recorde histórico neste ano, atingindo US$ 8,2 bilhões. Procurado, o Ministério informa que a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais não tem “estimativa oficial para os meses restantes do ano”. Uma vez confirmada, essa cifra representará uma alta de quase 8% em relação ao ano passado. Como se sabe a maior parcela dessas vendas cabe à JBS. E depois o governo ainda fica falando que o BNDES fez um mau negócio ao capitalizar a empresa. A JBS está certamente entre os melhores investimentos realizados no setor de commodities em todo o mundo.

#BNDES #Ministério da Agricultura

Locomotiva

11/11/2020
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O RR apurou que o secretário especial de Desestatização, Diogo Mac Cord, planeja realizar o leilão de privatização da Trensurb, o sistema de trens de Porto Alegre, em abril de 2021. Procurado, o Ministério da Economia informa que “os estudos estão sendo conduzidos pelo BNDES e ainda não há prazo para a conclusão”.

#BNDES #Ministério da Economia #Trensurb

Escondendo o jogo

10/11/2020
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No BNDES, o recuo de Claudio Castro em relação à privatização da Cedae é visto como jogo de cena de governador interino. A aposta é que, tão logo Castro seja efetivado no cargo, a operação volta à mesa. O Rio não pode abrir mão de uma receita estimada em R$ 10 bilhões.

#BNDES #Cedae #Claudio Castro

As águas vão rolar

10/11/2020
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Fevereiro de 2021: nos corredores do BNDES, a data já é dada como certa para a privatização de toda a operação de saneamento do Amapá, com investimentos previstos de R$ 3 bilhões.

#BNDES

Agreste financeiro

16/10/2020
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O governador Renan Filho negocia com o BNDES a formatação do modelo de venda da concessão de saneamento no Agreste de Alagoas. Recentemente, o estado privatizou os serviços em 13 municípios. Renan não tem muita escolha. Com a Covid-19, o caixa alagoano secou. Faltam recursos para manter os serviços de tratamento de água e esgoto em todo o estado.

#BNDES

Planalto Central

2/10/2020
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De uma fonte que acerta 11 em dez: a Energisa também vai entrar na disputa pela CEB. O BNDES dá tratos final ao modelo de privatização da distribuidora do DF, que deverá ser realizada ainda neste ano.

#BNDES #Energisa

“Caixa Adviser”

1/10/2020
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A Caixa Econômica vai “concorrer” com o BNDES. Está montando um braço para atuar como adviser de estados e municípios para a licitação de concessões públicas, notadamente saneamento. Já há tratativas com prefeituras de Minas e São Paulo.

#BNDES #Caixa Econômica

Marco “retardatório” do saneamento

28/09/2020
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O BNDES já trabalha com a hipótese do leilão de saneamento da cidade de Cariacica (ES) não se realizar neste ano. A licitação,  marcada originalmente para o último dia 14, já foi adiada para 20 de outubro. No entanto, existem mais de 600 pedidos de esclarecimento além de recursos para a impugnação do edital por parte de investidores do setor. Há termos conflitantes com o novo marco regulatório do saneamento que poderão criar insegurança jurídica para o consórcio vencedor.

#BNDES

Acervo RR

Rota de colisão

25/09/2020
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A direção da Volkswagen fez chegar ao governo a informação de que, caso a situação do setor automotivo se agrave ainda mais, poderá demitir até seis mil trabalhadores no Brasil – e não “apenas” os 3,5 mil já anunciados. De acordo com a fonte do RR, Paulo Guedes e cia. acham que é blefe e pressão barata da companhia para arrancar um pacote de ajuda maior do BNDES. Procurada, a montadora informa que “uma negociação sindical está sendo feita pela Volkswagen do Brasil, que tem fábricas em São Paulo e no Paraná.”

#BNDES #Paulo Guedes #Volkswagen

Rota de colisão

25/09/2020
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A direção da Volkswagen fez chegar ao governo a informação de que, caso a situação do setor automotivo se agrave ainda mais, poderá demitir até seis mil trabalhadores no Brasil – e não “apenas” os 3,5 mil já anunciados. De acordo com a fonte do RR, Paulo Guedes e cia. acham que é blefe e pressão barata da companhia para arrancar um pacote de ajuda maior do BNDES. Procurada, a montadora informa que “uma negociação sindical está sendo feita pela Volkswagen do Brasil, que tem fábricas em São Paulo e no Paraná.”

#BNDES #Paulo Guedes #Volkswagen

Privatização à vista

18/09/2020
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O Ministério da Infraestrutura, segundo o RR apurou, vai apresentar na próxima segunda-feira o modelo de privatização da Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo), desenhado pelo BNDES. Espera-se que não se repitam os contratempos do último dia 10, quando a Pasta reuniu uma seleta plateia de autoridades para discutir a proposta de desestatização dos Portos de Santos e de São Sebastião. O encontro estava marcado para às 17 horas, mas os representantes do Ministério da Economia, BNDES, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União e Antaq tomaram um chá de cadeira de mais de duas horas até o início da apresentação.

#BNDES #Codesa #Ministério da Infraestrutura

Acervo RR

Facho de luz

14/09/2020
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Bateu uma lufada de otimismo na Avenida Chile: o BNDES trabalha para que a privatização do braço de distribuição da gaúcha CEEE seja realizado ainda neste ano. Com pandemia e tudo.

#BNDES

Facho de luz

14/09/2020
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Bateu uma lufada de otimismo na Avenida Chile: o BNDES trabalha para que a privatização do braço de distribuição da gaúcha CEEE seja realizado ainda neste ano. Com pandemia e tudo.

#BNDES

Acervo RR

Conta-gotas

2/09/2020
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e o BNDES esbanjam otimismo: acham que dá para privatizar a concessão de saneamento da região de Cariacica ainda neste ano. Seria um aperitivo para os leilões do setor realmente para valer.

#BNDES

Conta-gotas

2/09/2020
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e o BNDES esbanjam otimismo: acham que dá para privatizar a concessão de saneamento da região de Cariacica ainda neste ano. Seria um aperitivo para os leilões do setor realmente para valer.

#BNDES

BC passeia com o Tesouro por labirintos cambiais

21/08/2020
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O Banco Central propôs. Paulo Guedes adotou. O Tribunal de Contas da União aprovou. O Secretário do Tesouro Nacional vibrou. Tudo bem! Tudo ótimo! Mas não deixa de ser esquisito surgirem do nada R$ 520 bilhões aportados pela autoridade monetária no Tesouro Nacional para pagar o equivalente a 10% da dívida bruta interna. O RR aceita que “surgir do nada” é meia verdade.

O dinheiro surgiu do lucro obtido com as reservas cambiais devido à desvalorização do real. Uma estranha geringonça contábil que suportaria a seguinte extrapolação: uma boa maxidesvalorização do câmbio seria uma medida heterodoxa para pagar metade da dívida interna. Nesse momento, com a inflação mergulhando em queda livre, o BC poderia operar um aumento do câmbio que faria a festa dos exportadores e a alegria dos privatistas.

São conclusões incompletas de uma operação que já foi chamada no governo Temer de  “pedalada cambial”, uma insinuação ao passeio de recursos entre o Tesouro e o BNDES, que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. O senador José Serra, um fiscalista de carteirinha, foi um dos que se levantaram para combater a contabilidade criativa da operação cambial. Como tudo no tempo muda, a começar pela pandemia e pela consistência técnica do presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi achada uma nova ou não aparente função para as reservas cambiais. Que venham, então, novas desvalorizações.

#Banco Central #BNDES #Paulo Guedes

Quanto vale a grife Klabin?

10/08/2020
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O BNDES está montando uma tropa de choque para a assembleia de acionistas da Klabin, prevista para outubro. Já teria o apoio do The Bank of New York e de grandes fundos estrangeiros, também minoritários da empresa, para confrontar a polêmica proposta da família Klabin. O clã quer receber R$ 360 milhões paraencerrar o contrato pelo qual a fabricante de papel e celulose paga royalties aos seus próprios acionistas para usar o sobrenome Klabin. O BNDES acha que o “brasão” da família só vale R$ 140 milhões. Os Klabin contam com o apoio siderúrgico do Grupo Monteiro Aranha, dono de 7% do capital do grupo. Juntas, as famílias Klabin e Monteiro de Carvalho formam o “Centrão” da companhia.

#BNDES #Klabin

Segunda chance

6/08/2020
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A alemã RWE, que já esteve no Brasil, ensaia seu retorno para participar das privatizações da área de saneamento engatilhadas no BNDES.

#BNDES

Dose dupla para a União

3/08/2020
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A exemplo do BNDES, a Eletrobras pretende reduzir ou vender integralmente sua participação na AES Tietê. Tomando-se como base a oferta apresentada pela norte-americana AES ao banco, sua fatia de 7,94% está avaliada em cerca de R$ 550 milhões. Procurada, a Eletrobras diz que “está sempre aberta a avaliar oportunidades de negócios”. Para bom entendedor…

#BNDES #Eletrobras

Preliminares

20/07/2020
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O governo goiano e o BNDES traçam as primeiras linhas para a privatização da estatal de saneamento Saneago.

#BNDES #Saneago

Rumo ao saneamento

9/07/2020
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A Equatorial Energia – um condomínio de grandes fundos de investimento, entre os quais o americano BlackRock e o canadense CPPIB – vai entrar nas privatizações de saneamento. No BNDES, sua participação no leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas, previsto para setembro, é dada como certa. É só um aquecimento. O grande alvo da Equatorial seria a Cedae.

#BNDES #Cedae #Equatorial Energia

O outro Paulo

8/07/2020
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Uma reunião em Petrópolis, na semana passada, praticamente enterrou as chances da candidatura do ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro à Prefeitura do Rio pelo PSD. A Rabello de Castro foi oferecido o comando da Fundação de Estudos Políticos, o think thank do partido. Pouco para quem deixou o PSC e entrou no PSD dando como certo ser o nome da sigla para a eleição municipal. Ou para quem ainda alimenta o sonho de ser Ministro da Economia.

Em tempo: o candidato do PSD à prefeitura do Rio deve ser o deputado federal e ex-presidente do Detran-RJ Hugo Leal.

#BNDES #Detran #PSD

Calça curta

2/07/2020
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A combalida indústria têxtil nacional está pedindo ao ministro Paulo Guedes ajuda do BNDES, além de outros pleitos. Não custa tentar.

#BNDES #Paulo Guedes

Tanque vazio 1

30/06/2020
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As montadoras começaram as negociações com o BNDES pedindo um apoio de R$ 7 bilhões, já estão na casa de R$ 1 bilhão e vão de se dar por satisfeitas se levarem R$ 500 milhões cada uma.

#BNDES

Apenas para constar

24/06/2020
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No BNDES, predomina a percepção de que as audiências públicas para a privatização da Cedae, marcadas para amanhã e o dia 6 de julho, servirão somente para cumprir tabela. Com a pandemia e o impeachment na soleira do gabinete de Wilson Witzel, a operação virou água parada.

#BNDES #Cedae

Empresas-âncoras

18/06/2020
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Os bancos não ficaram nada satisfeitos com as “empresas-âncoras” do BNDES.

#BNDES

Locomotiva BNDES

3/06/2020
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O Ministério da Infraestrutura trabalha com a data de março de 2021 para o leilão da Ferrogrão. Segundo o RR apurou, a Pasta mantém tratativas com grandes tradings agrícolas interessadas no negócio, a exemplo da Louis Dreyfus, Amaggi e Cargill. Todas topam entrar na operação, desde que o BNDES, redescoberto com o coronavírus, faça parte do comboio. O investimento total beira os R$ 13 bilhões.

#BNDES #Ferrogrão #Ministério da Infraestrutura

Privatização standby

21/05/2020
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A equipe do governador Eduardo Leite tem feito seguidas reuniões virtuais com o BNDES em torno do processo de privatização da Sul-gás e da distribuidora de energia CEEE. A ordem no governo gaúcho é deixar tudo engatilhado para a venda das duas estatais no primeiro trimestre de 2021. Haja otimismo, bá!

#BNDES #CEEE

Ferrugem no casco

18/05/2020
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O que já era ruim ficou muito pior: com a pandemia, o fiapo de esperança que Camargo Corrêa e Queiroz Galvão tinham de vender o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) evaporou. Conversas que vinham sendo mantidas com investidores de Cingapura foram interrompidas. Em recuperação judicial, o EAS emborcou com uma dívida de R$ 1,4 bilhão – R$ 1 bilhão apenas com o BNDES. Hoje, trata-se praticamente de uma empresa fantasma. Não há mais do que 20 funcionários nas instalações do estaleiro em Pernambuco.

#BNDES #Camargo Corrêa #EAS #Queiroz Galvão

Jetleg

18/05/2020
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Por mais paradoxal que possa parecer, a Gol deve receber um balão de oxigênio do governo peruano antes mesmo do apoio do BNDES. A companhia negocia com as autoridades do Peru sua adesão a um pacote de benefícios que será lançado no país para socorrer o setor de aviação civil.

#BNDES #Gol

Água parada

14/05/2020
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Os estudos para a concessão dos serviços de saneamento no Acre e em Alagoas, que estavam a pleno vapor dentro do BNDES, foram para o freezer. É projeto para ser descongelado apenas em 2021. E olhe lá…

#BNDES

Baixa voltagem

5/05/2020
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O BNDES é o fiel da balança da venda da AES Tietê. O banco trabalha para que a AES aceite a oferta da Eneva – leia-se a Cambuhy, dos irmãos Moreira Salles e o BTG. O banco enxerga uma janela de oportunidade: com o negócio, poderá reduzir sua exposição no capital da AES Tietê de 14,4% para algo próximo dos 6%.

#AES #BNDES #BTG

“Plano Marshall” começa a ganhar forma

20/04/2020
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O governo já discute possíveis modelos para o financiamento de um amplo programa emergencial de geração de investimento e emprego – o “Plano Marshall” brasileiro, como vem sendo informalmente chamado por economistas, entidades empresariais e pelas próprias autoridades. Segundo a newsletter Insight Prospectiva, que circula junto a um público seleto de empresários e formadores de opinião, um dos cenários mais prováveis envolveria investimentos da ordem de  R$ 1,2 trilhão na execução de grandes projetos de infraestrutura. Nesse modelo, a maior parte dos recursos, aproximadamente US$ 100 bilhões – ou R$ 500 bilhões –, sairia da venda de reservas  cambiais.

Entre outras fontes de receita estariam o BNDES, o Tesouro Nacional e os fundos de pensão. O banco de fomento, por exemplo, poderia entrar com R$ 200 bilhões – a esta altura, os pagamentos à União não fazem qual- quer sentido. Cerca de R$ 300 bilhões viriam da aplicação direta do Tesouro. Dentro do próprio governo, a percepção é que, para ser efetivo, o Plano de Recuperação Econômica  precisa ser praticamente um Estado dentro do Estado.

Ainda segundo Insight Prospectiva, sua gestão  caberia a um gabinete supraministerial, com orçamento separado e longe dos grilhões impostos pela PEC do Teto. E o governo nem precisaria perder tempo  em busca de um nome para o comando dessa missão. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, é considerado um executivo talhado para o desafio. Além da competência, Freitas reúne outros predicados. É jeitoso, não deixa arestas políticas e goza de prestígio no Congresso.

Oriundo do Exército, teria o apoio do núcleo militar do Palácio do Planalto. Ressalte-se que já existem projetos avançados nas Forças Armadas, notadamente no âmbito do Centro de Estudos Estratégicos do Exército (Ceeex), para um grande plano de recuperação dos investimentos na área de infraestrutura. O déficit de investimentos no setor é um problema antigo: o Brasil soma mais de 14 mil obras públicas paradas; cerca de 48% da população brasileira não têm acesso a rede de esgoto; a competividade logística do comércio exterior se deteriora a cada dia; o programa de expansão energética entrou em blecaute.

Com a pandemia da Covid-19, a questão ganha contornos ainda mais sérios. Será necessária uma grande cruzada pela retomada da economia e da geração de empregos. O plano de recuperação econômica incorporaria toda a agenda de concessões, PPPs e privatizações do governo. Teria ainda  um apêndice de política industrial.Se, há cerca de uma década ou mais, o Brasil tivesse um programa estratégico para o setor, parte do obsoleto e subaproveitado parque industrial poderia ter sido convertido para a produção de equipamentos de saúde, a exemplo de tomógrafos, aparelhos de raio-x e ultrassom.

#BNDES #Covid-19 #PEC do Teto #Tesouro Nacional

Questão de altitude

20/04/2020
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Dirigentes da Latam, Azul e Gol foram ao Olimpo: nos últimos dias, têm conversado diretamente com Paulo Guedes para acertar a ajuda do BNDES às companhias aéreas. Entre as empresas, a sensação é de que o presidente do banco, Gustavo Montezano, tem boa vontade, mas manda pouco.

#Azul #BNDES #Gol #Latam #Paulo Guedes

Antes que o trem descarrile de vez

20/04/2020
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A Supervia – leia-se Mitsui – estaria prestes a selar um acordo com o BNDES para suspender o pagamento de empréstimos junto ao banco ao menos até outubro. Mas não basta. A operadora de trens urbanos negocia com o governo do Rio a interrupção do pagamento de antigos passivos junto ao Estado – parte expressiva deles da época em que a empresa ainda era estatal. A Mitsui tenta empurrar para a última estação a medida que lhe doeria diretamente no bolso: uma injeção de capital na Supervia. A situação é delicadíssima: com a quarentena, a receita da concessionária despencou em 80%.

#BNDES #Mitsui #Supervia

Canteiros I

17/04/2020
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A criação de um sindicato bancário coordenado pelo BNDES para recuperar grandes empresas pode ser um achado para resgatar a indústria da construção pesada. Como se sabe, as empreiteiras constituíam um dos setores mais robustos da economia. Foram varridas do mapa pela Lava Jato. Como o país vai precisar, e muito, da construção pesada logo mais à frente, está descortinada a oportunidade para se corrigir um grande equívoco.

#BNDES #Lava Jato

Dilma e Paulo Guedes no mesmo lado da moeda

17/04/2020
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A história dá voltas que a própria história não acredita. Quem se lembra de que a “grande macroeconomista” Dilma Rousseff, no dia 2 de fevereiro de 2016, adentrou ao Congresso para anunciar sua firme intenção de fazer a reforma da Previdência e a necessidade de iniciar uma discussão imediata sobre “uma margem de flutuação do resultado fiscal para acomodar sua volatilidade”? A ex -presidente aproveitou a oportunidade para defender a recriação da CPMF, com objetivo de aumentar a arrecadação. Foi massacrada, entre
outros por Paulo Guedes. A roda do tempo girou e o ministro da Economia mudou. Passou a defender a CPMF e agora uma meta fiscal com componente variável, que se adapte a instabilidade econômica, já em 2021. Vá lá que a pandemia suporta mudanças de opinião devido à conjuntura excepcional – o BNDES foi resgatado e Keynes tornou-se um mal necessário para a equipe econômica. Registre-se também que a gestão de Dilma merece a grande maioria do balaio de críticas que lhe são dirigidas. Mas quem diria que em algum dia o mais radical dos ortodoxos e a mais pafúncia das heterodoxas iriam convergir em suas opiniões.

#BNDES #Dilma Rousseff #Paulo Guedes #Reforma da Previdência

Recortes da infecção nossa de cada dia

13/04/2020
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  • O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é quem mais resiste à realização de uma Assembleia Extraordinária do Copom para baixar imediatamente a taxa Selic.
  •  Voltou forte no Congresso Nacional a ideia de fazer um Proer para a construção pesada.
  • As fintechs vão acabar nomeando o coronavírus como seu bichinho de estimação.
  • Por sinal, quando passar a pandemia e os grandes bancos fizerem o levantamento das perdas, entre os estragos estará a assimetria no tratamento do governo em relação às fintechs.
  •  Há um dilema no BNDES: o banco vai utilizar somente critérios técnicos e ajudar empresas mais sólidas e com melhores garantias ou vai rasgar o protocolo e emprestar para corporações com alto risco? A cartilha do bom humanismo diz que não é hora de se verificar o credit score.
  • Pergunta que não quer calar: por que o BC cogita abrir crédito a empresas inadimplentes e resiste, turrão, a dar garantias para o refinanciamento do débito das pessoas físicas negativadas?
  • O Ministério Público Federal do Rio não teme a infecção pelo coronavírus. Tem feito entrevistas e diligências.
  • Uma fonte do MPF diz que falta espremer muito o ex-governador Sérgio Cabral para extrair mais do suco da corrupção. Por exemplo: o laranjal de Cabral ainda não foi devastado. E já se sabe que há mais de uma dezena de relações promíscuas incluindo agências de publicidade, empresas de RP, gráficas etc.
  • As livrarias de rua, que vinham sofrendo com a queda da demanda, estão sendo entubadas pelo coronavírus. O mesmo, muito pelo contrário, não se pode dizer das drogarias. De 10 saídas do consumidor em tempo de confinamento três são para idas às farmácias. Os supermercados permanecem campeoníssimo, com quatro saídas.
  • Circula uma ideia no Palácio do Planalto de, quando chegar a hora, celebrar a queda expressiva das infecções com uma grande festa nacional. Jair Bolsonaro seria a estrela da celebração, tratada como uma vitória do governo contra o vírus. O que pega na proposta é o efeito Mandetta. É impossível controlar a eventual saudação das multidões ao ministro da Saúde. E Bolsonaro e Mandetta dividindo a festa é pedir demais.

#Banco Central #BNDES #Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta #Proer

Trem parado

8/04/2020
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O BNDES vai concluir até o  fim do mês o trabalho de modelagem da privatização da Trensurb, empresa federal que opera o metrô de Porto Alegre. Vale apenas para cumprir tabela. No Ministério da Infraestrutura, ninguém mais leva fé na venda da companhia em 2021, como prevê o cronograma original.

#BNDES #Ministério da Infraestrutura #Trensurb

Calendário

19/03/2020
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Se o coronavírus permitir, o BNDES pretende leiloar neste ano a Casal, empresa de saneamento de Alagoas.

#BNDES

Águas de março

11/03/2020
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Ronaldo Caiado diz a quem quiser ouvir que já há três grupos interessados na privatização da Saneago. Mas culpa o governo federal, notadamente o BNDES, pela demora na venda. Quem te viu quem te vê: no ano passado, o governador garantia que a empresa de saneamento não seria privatizada. Com R$ 3,5 bilhões de déficit fiscal, como manter promessas como essa?

#BNDES #Saneago

Acervo RR

Decantação

3/03/2020
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O BNDES ainda nem começou a trabalhar formalmente na venda de Cedae, mas a área técnica do banco já tem uma certeza: a estimativa do governador Wilson Witzel de arrecadar R$ 11 bilhões com a privatização da empresa deve ser efeito da geosmina na água do Rio de Janeiro.

#BNDES #Cedae

Decantação

3/03/2020
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O BNDES ainda nem começou a trabalhar formalmente na venda de Cedae, mas a área técnica do banco já tem uma certeza: a estimativa do governador Wilson Witzel de arrecadar R$ 11 bilhões com a privatização da empresa deve ser efeito da geosmina na água do Rio de Janeiro.

#BNDES #Cedae

As águas vão rolar

18/02/2020
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O governo do Rio Grande do Sul começou a rascunhar com o BNDES o modelo de venda da empresa de saneamento Corsan.

#BNDES #Corsan

Mais uma estatal sobre o balcão

4/02/2020
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O governador Ronaldo Caiado vai dar a partida na privatização da Goias- Gás. A operação passa pelo BNDES, que vai montar a modelagem da venda.

#BNDES

Operação água limpa

29/01/2020
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O ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro está cotado no Palácio Guanabara para assumir o comando da Cedae. O economista é filiado ao PSC do governador Wilson Witzel e do Pastor Everaldo, tido como o “dono” da estatal e responsável pela nomeação do atual presidente da companhia, Helio Cabral. Antes considerado um dos nomes mais fortes do segundo escalão da gestão Witzel, Cabral acabou desidratado pela crise da água no estado. Além do consenso no governo do Rio de que é preciso criar um fato mais forte em resposta ao episódio, um fator em particular aproxima Rabello de Castro da Cedae. Foi sob o seu comando, ainda durante o governo Temer, que o BNDES formatou o modelo de privatização da empresa de saneamento.

#BNDES #Cedae #Wilson Witzel

O papel do BNDES

17/01/2020
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Nem tudo vai tão mal assim na política do governo Bolsonaro para o meio ambiente. Graças ao BNDES, o Brasil produzirá seu primeiro papel higiênico com selo ambiental. A novidade virá da fábrica da Copapa, de Santo Antônio de Pádua (RJ), que recebeu um empréstimo de R$ 33,9 milhões do banco de fomento. O papel carregará menos produtos químicos em sua composição, e todo o processo de fabricação terá emissão neutra de carbono. No país em que o desmatamento da Amazônia cresceu 85% em 2019 e a água marrom da Cedae leva a população do Rio ao hospital, não deixa de ser um alento.

#BNDES

Portas fechadas

16/01/2020
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Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da Caoa, tentou até o último segundo arrancar um financiamento do BNDES para comprar a fábrica da Ford em São Bernardo. Ficou pelo acostamento. Talvez seu passado recente – com a citação nas Operações Zelotes e Acrônimo – tenha pesado. Consultado, o BNDES confirma que se reuniu com a Caoa, mas “não houve formalização de proposta de financiamento”.

#BNDES #Caoa

O carrasco da Av. Chile

2/01/2020
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O BNDES de Gustavo Montezano tem sido o mais duro credor à mesa de negociações da Renova Energia, leia-se Cemig. Vem do banco a maior pressão para que a empresa se desfaça da sua participação na Brasil PCH. O BNDES é contrário também ao período de carência de dois anos para o início do pagamento das dívidas. O passivo da Renova é superior a R$ 2,5 bilhões.

#BNDES #Cemig #Renova Energia

Torneiras abertas

10/12/2019
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Após deixar o índex do BNDES e destravar empréstimos do banco, o governo do Acre negocia uma linha de crédito para a área de saneamento. O estado é uma calamidade no assunto. Apenas 12,2% da população local têm acesso à coleta de esgoto. Mais da metade dos acreanos não dispõe de água potável.

#BNDES

Acordo de paz entre Klabin e BNDES

27/11/2019
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Mais do que somente um movimento financeiro, a decisão da Klabin de antecipar o pagamento de R$ 2,4 bilhões em empréstimo ao BNDES teve um forte componente “político”. Com o gesto, os Klabin esperam ter celebrado, de vez, a pax societária com o banco. Em fevereiro deste ano, a BNDESPar, acionista da companhia, entrou com uma queixa na CVM questionando o acordo feito pela fabricante de papel e celulose com os seus próprios controladores. Na ocasião, a Klabin comprometeu-se a pagar aos Klabin R$ 344 milhões para encerrar um contrato de pagamento de royalties pelo uso do sobrenome/marca.

#BNDES #BNDESPar #Klabin

Pequeno e médio BNDES

12/11/2019
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Gustavo Montezano anunciou que uma das prioridades do BNDES será o financiamento à pequena e média empresa. Quer dizer que uma instituição que foi vital para a existência da Embraer e esteve por trás das grandes obras brasileiras vai concorrer com o Sebrae. Os técnicos da casa estão encantados com Montezano.

#BNDES #Gustavo Montezano

Acervo RR

Equatorial

28/10/2019
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No BNDES, a Equatorial Energia é considerada pule de dez na disputa pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). O modelo de privatização da distribuidora está a cargo do banco e deverá ser anunciado até o fim de novembro. Se não ocorrer um curto-circuito no caminho, o leilão sai no primeiro trimestre de 2020.

#BNDES #Equatorial Energia

Risco endêmico?

17/10/2019
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O RR procurou saber das internas do BNDES. Conseguiu apurar que Gustavo Montezano, ligou batido para o chefe, Paulo Guedes, consultando-o sobre o que fazer em relação ao calote de Marcelo Crivella no banco. A preocupação é que a moratória gere um efeito cascata.

#BNDES #Gustavo Montezano

BNDES fora da Copel

15/10/2019
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O BNDES bateu o martelo: vai vender, ainda neste ano, sua participação na Copel. R$ 3,5 bilhões: é a ordem de grandeza do quanto o banco espera arrecadar com a oferta das ações na Bolsa.

#BNDES #Copel

Copasa sobre o balcão

30/09/2019
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No calendário do governo mineiro e do BNDES, a privatização da estatal de saneamento Copasa sairá até março de 2020.

#BNDES #Copasa

Em busca do waiver da Avenida Chile

20/09/2019
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O governador Romeu Zema tem feito gestões junto ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, para que o banco prorrogue mais uma vez o vencimento do empréstimo de R$ 933 milhões relativo à construção do parque eólico de Alto Sertão III, na Bahia. O empreendimento pertence à Renova Energia, leia-se Cemig e Light. O financiamento venceria em agosto, mas o banco já concedeu um primeiro waiver e esticou o prazo para 15 de outubro. Não foi o suficiente. O acordo com o BNDES é um dos movimentos necessários para viabilizar a venda de Alto Sertão III à AES Tietê, uma operação da ordem de R$ 400 milhões. Trata-se de um negócio fundamental para a própria sobrevivência da Renova.

#BNDES #Romeu Zema

O diplomata da Klabin

17/09/2019
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O ex-secretário de Política Econômica e sócio de Armínio Fraga no Gávea, Amaury Bier, tem servido como um algodão entre cristais no Conselho da Klabin, notadamente no que diz respeito às relações entre a família e o BNDES. Recentemente, houve atritos entre o banco e os controladores da empresa devido a royalties pagos ao clã dos Klabin.

#BNDES #Klabin

Privatização à vista

13/09/2019
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A equipe econômica de Romeu Zema abriu conversações com o BNDES em torno da venda da participação do governo de Minas Gerais na Gasmig. Meta perseguida pelos mineiros: colocar R$ 1,5 bilhão no caixa com a operação.

#BNDES #Gasmig #Romeu Zema

O fim da Vale verde e amarela?

12/09/2019
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Há planos no BNDES de reduzir a participação no capital da Vale. O RR já escutou a mesma coisa na Previ. A ação conjunta levaria a uma definitiva “privatização” da companhia. Hoje, mesmo sendo uma corporation, as duas estatais dão as cartas por lá. É um golpe de morte na estratégia engendrada pelo ex-presidente do BNDES professor Carlos Lessa, para evitar que à época a Vale fosse desnacionalizada. Aliás, exigência de controle nacional parece ter se tornado uma coisa kitsch.

#BNDES #Vale do Rio Doce

Desmatamento

27/08/2019
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Se depender de Jair Bolsonaro, o BNDES retira as condicionalidades ambientais dos empréstimos do banco. Na visão do Planalto, como já ficou evidente, esse negócio de meio ambiente é coisa do passado.

#BNDES #Jair Bolsonaro

“Banco de Brasília”

26/08/2019
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Só dá BNDES no Distrito Federal. Ou vice-versa. Além da privatização da Companhia Energética de Brasília e do metrô da cidade, o banco vai atuar também na formatação de uma Parceria Público-Privada para a Rodoviária do Plano Piloto. O local está um caos, devido à falta de investimento público. Para se ter uma ideia, parte das escadas rolantes está parada há mais de três meses. Por dia, cerca de 60 mil pessoas circulam pela Rodoviária.

#BNDES

Recuperação judicial

23/08/2019
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No que depender da Camargo Corrêa, o estaleiro Atlântico Sul vai entrar com pedido de recuperação judicial. A Queiroz Galvão, que está em RJ, é contra, mas deverá ser voto vencido. Só com o BNDES, a dívida do estaleiro é de R$ 1 bilhão.

#BNDES #Camargo Corrêa #Queiroz Galvão Energia

Impurezas

23/08/2019
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O governo de Roraima vai acionar o BNDES com o objetivo de montar a privatização da sua empresa de saneamento, a Caer. A questão principal é como filtrar o balanço da empresa, que carrega uma dívida da ordem de R$ 550 milhões.

#BNDES #Caer

BNDES ainda é o banco do desenvolvimento nacional?

21/08/2019
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deveria desviar sua mira dos empresários que compraram jatinhos com financiamentos do banco – afinal, quem compra jatinho são empresários – e colocar foco na produtora dos jatinhos. Bingo para quem falou Embraer. Aos neófitos vale o esclarecimento sobre a informação que Montezano se esmerou em deixar em terceiro plano: a linha de financiamento do BNDES para compra das aeronaves tem sido há vários anos um dos seus diferenciais de competitividade. Sem esses recursos, a Embraer perderia mercado para seus rivais, a exemplo da Bombardier, que teria condições de financiamento bem mais generosas para as três linhas que negocia no Brasil: Learjet, Challenger e Global. Certamente, a Embraer não teria chegado aonde chegou sem essa “parceria” com o banco. Todo mundo sabe disso no mercado de aviação executiva. E ao que consta, mesmo para o credo liberal, não é nenhum desatino uma agência de fomento financiar a comercialização dos produtos da companhia nacional – por enquanto – com o maior coeficiente tecnológico agregado. Essa história de caixa preta já está fazendo mal a todo mundo. Depois de empréstimo “não validado” à JBS, lá nos idos de 2005 – que todo mundo sabia, o TCU já tinha aprovado, e para o qual o banco já havia preparado sua argumentação considerando a operação lisa – agora surgem os jatos da Embraer como suspeita de comportamento inadequado. Fica um singelo conselho: melhor todo mundo começar a trabalhar e deixar essa “caixa malsinada” para quem não tem o que fazer a não ser ameaçar moinhos de vento.

#BNDES #Embraer #Gustavo Montezano

Privatização da CEB começa a sair do papel

13/08/2019
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A privatização da CEB – a Companhia Energética de Brasília – começa hoje. Segundo fonte do governo do Distrito Federal, autoridades locais terão a primeira reunião de trabalho com o BNDES para alinhavar o modelo de venda.

#BNDES #CEB

Montezano escuta os gritos da África no BNDES

12/08/2019
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, vai ter uma surpresa e se deparar com um problema quando abrir a suposta “caixa preta” do banco. A surpresa é verificar que a aposta geopolítica do Brasil em ocupar o mercado africano fazia total sentido, mesmo incorrendo em algum risco de inadimplência daqueles países – o que, por sinal, aconteceu. O problema vai ser como comunicar, ou omitir, que a exportação de engenharia para aquele rincão do mundo deveria ser, inclusive, resgatada, ao contrário de tornar-se um anátema.

A questão é como separar a imagem de setor corrupto por excelência dos serviços da engenharia nacional, conhecidos pela adição de valor tecnológico? Entre outras informações disponibilizadas no BNDES, Montezano passará a saber que: a conta da exportação de serviço de engenharia somente é inferior à da venda de commodities; o efeito multiplicador de renda é maior do que a da exportação de commodities – a cadeia de fornecedores ultrapassa 2.000 empresas, das quais 76% são pequenas e médias; o impacto sobre a interação dos negócios entre os países é de mais de 1,6 milhão de postos de trabalho diretos; desses, cerca de 600 mil já foram perdidos devido ao macarthismo com que o governo tratou o setor; foram gerados e/ou mantidos no Brasil 19.200 empregos a cada US$ 100 milhões exportados; à parte os referidos ganhos, acrescente-se o valor intangível da “Marca Brasil”, disseminada internacionalmente. É pouquíssimo provável que a China seja uma incapaz no jogo geopolítico.

A maior nação do Oriente apoiou as suas empresas exportadoras com US$ 70 bilhões em 2016. As exportações da China representam 45% do mercado africano. O Brasil não tinha praticamente nenhuma participação no mercado exterior africano em 2004. Com o dito apoio “nefasto” do BNDES, alcançou 4,1% em 2012. Em condições normais de temperatura, deveria estar detendo 7% do bolo do comércio daquele continente. Montezano chegou ao banco sabendo que uma parcela dessas operações foi realizada com o uso de práticas criminosas por parte dos acionistas controladores e gestores. Bingo! Ressalte-se que estão todos devidamente condenados e punidos. Talvez o presidente do BNDES não tenha evidências das perdas decorrentes do estigma das exportações de serviços e – por que não dizer? – da própria África. Mas, se tiver honestidade intelectual, Montezano dá meia volta e confessa a tintura ideológica. O RR aposta que ele se perfila entre os burocratas que ingressaram no BNDES para dignificar suas carreiras.

#BNDES #Gustavo Montezano

BNDES busca “impurezas” na insulina da Biomm

2/08/2019
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Engana-se quem pensa que Jair Bolsonaro trata as administrações pregressas do BNDES apenas com o fígado. Parte desse fel será processada pelo pâncreas, com a insulina produzida pela Biomm. Segundo o RR apurou, o banco decidiu não apenas vender a participação de 12% da BNDESPar no laboratório mineiro, mas também investigar as condições em que se deu o aporte de aproximadamente R$ 120 milhões da agência de fomento na empresa. Trata-se de um negócio que parece ter sido sob encomenda para o governo Bolsonaro e sua caça às bruxas petistas.

Um dos idealizadores do projeto e ainda hoje um dos principais acionistas da companhia é Walfrido dos Mares Guia. Ministro do Turismo e da Articulação Política no governo Lula, o empresário sempre foi muito próximo do ex-presidente. Após deixar o governo, o petista usou o jatinho particular de Mares Guia em deslocamentos pelo país. Em maio de 2017, por exemplo, Lula valeu-se do Cessna Aircraft prefixo PR BIR, do ex-ministro, para ir a Curitiba prestar depoimento ao então juiz Sergio Moro. O BNDES entrou na Biomm com duplo figurino, participando tanto do equity quanto do debt.

Cercada de controvérsias, a operação chegou a bater na malha fina dos órgãos de controle da União. Em 2016, uma auditoria da CGU levantou questionamentos à exposição do BNDES no negócio. Segundo o relatório do órgão de controle, com base nas próprias regras do banco, o empréstimo à fabricante de insulina deveria ter respeitado o limite de R$ 54 milhões, menos da metade do valor efetivamente repassado. Consultado, o BNDES informa que a referida auditoria da CGU “não apontou irregularidades, mas resultou em recomendações de melhorias de processo”.

Em relação à abertura de procedimento para investigar o investimento na Biomm, o banco disse não confirmar, com a ressalva de que “todas as operações podem ser objeto de auditoria interna, externa e de órgãos de controle”. Para bom entendedor… Perguntado sobre a decisão de deixar o capital da empresa, a agência de fomento afirmou que “não comenta informações a respeito da estratégia de desinvestimento” A Biomm já ultrapassou todos os prazos do seu cronograma original. A fábrica de Nova Lima (MG) deveria ter sido inaugurada em 2017. De lá para cá, no entanto, a entrada em operação tem sido sucessivamente postergada. Segundo o próprio banco, a unidade fabril está concluída e a empresa aguarda certificação da Anvisa para venda comercial dos produtos fabricados. Ressalte-se que, mesmo com os atrasos nas obras, o BNDES manteve os repasses para a empresa, fato também questionado pela CGU há três anos.

#Biomm #BNDES #Jair Bolsonaro

Cartas para a redação

22/07/2019
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Dilema de tostines na embalagem Gustavo Montezano: os tomadores de empréstimos do BNDES são declinantes porque há preferência por outras fontes de crédito ou estão reduzindo porque o banco tem menos dinheiro para emprestar? Cartas para a redação.

#BNDES #Gustavo Montezano

Nihil obstat

19/07/2019
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deverá dar sinal verde à venda do complexo eólico Alto Sertão III da Renova para a AES Tietê. O aval do banco, maior credor do projeto com quase R$ 1 bilhão em recebíveis, é condição sine qua nom. A venda do empreendimento é vista pela Cemig, controladora da Renova, como a única solução para evitar a recuperação judicial da empresa.

#BNDES #Gustavo Montezano #Renova

Consolidação da construção pesada pode ser a grande obra de Montezano no BNDES

17/07/2019
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O engenheiro Gustavo Montezano, que tomou posse na presidência do BNDES ontem, vai surpreender os que apostavam unicamente no seu perfil estripador. A abertura da “caixa-preta” do banco já são favas contadas. Mas, de dentro dela, pode emergir uma gentil consolidação entre as maiores empresas de construção pesada do país. O pupilo de Paulo Guedes está convencido de que esse movimento é o mais indicado para robustecer o setor de forma higienizada.

As grandes empreiteiras já foram um cartel antes de se tornarem uma máquina de corrupção. Talvez esteja na hora de se concentrarem ainda mais para sobreviver às sequelas do “petrolão” e da Lava Jato. O governo excomungou as chamadas big five da construção pesada – hoje circunscritas a Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Praticamente inviabilizou as empresas. Hoje as três construtoras, que já estiveram pela hora da morte, melhoraram seus fundamentos e estão reiniciando sua carteira de obras. Ao BNDES, que pariu o Mateus da exportação de serviço, caberia embalá-lo de forma sustentável, sólida, sem favorecimentos.

Questões à frente de Montezano: o maior impeditivo à consolidação corporativa não é econômico-financeiro, mas de diferença das culturas; a exemplo do que ocorreu na conglomeração final do setor bancário – Bradesco, Itaú e Unibanco – há lugar para a fusão de dois, o terceiro ficará sem a cadeira; o ideal é que a empresa nascente seja uma public company, o que vem a ser uma verdadeira alquimia societária em um setor marcado pelo controle familiar. O presidente do BNDES sabe que as mal faladas empreiteiras concentram o melhor capital humano da República – a Odebrecht é quase uma universidade. Rearrumar o setor e trazê-lo para o game da infraestrutura nacional representaria a remissão de um dos maiores desatinos com a indústria brasileira.

#BNDES #Gustavo Montezano

O “Paulo Guedes do Paulo Guedes”

12/07/2019
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, é considerado dentro do BNDES o maior adversário da instituição. Quem lhe grudou a pecha de carrasco do banco foi o ex-presidente da agência de fomento, Joaquim Levy, bombardeado por Sachsida desde o primeiro minuto no cargo. O secretário de Política Econômica foi quem mais cobrou de Levy o pagamento antecipado de R$ 100 bilhões ao Tesouro, a venda da carteira da BNDESPar e a abertura da enigmática “caixa preta” do banco. Sachsida nunca fez segredo de que, entre reestruturar o BNDES e extinguir a instituição, preferia a segunda hipótese. O secretário de Política Econômica é chamado de o “Paulo Guedes do Paulo Guedes”, devido à combinação de racionalidade, ímpeto e radicalismo ideológico. Mas há quem diga, em Brasília, que ele lembra mais, no estilo, o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, colocadas as enormes ressalvas em relação às preferências políticas de ambos. Augustin era chamado por Dilma Rousseff de seu “malvado favorito”. Quem assistiu ao seriado Game of Thrones vai entender a associação: Sachsida é a “mão” (hand of the king) de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

#BNDES #Ministério da Economia

Queda d´água

9/07/2019
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pretende anunciar em setembro a venda da Saneago. Conta, desde já, com o apoio do BNDES. Se há algo para o qual as torneiras do banco ainda estão abertas são as privatizações.

#BNDES #Ronaldo Caiado #Saneago

O orgulho falou mais alto

4/07/2019
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O ex-presidente do BC Gustavo Franco voltou atrás em sua desistência em assumir o comando do Conselho do BNDES, decisão antecipada pelo RR na edição de 19 de junho. Franco continua inelegível por diversos fatores, inclusive conflito de interesses. Uma das exigências, contudo, incomoda o pai do Plano Real por ser descabida: a cobrança de pagamentos atrasados à instituição. Franco considerou que abdicar da candidatura antes da burocracia terminar seu serviço faria com que a emenda se tornasse pior do que o soneto. A desistência evidenciaria o medo do resultado das averiguações. Portanto, Franco fica candidato até o fim. Se for o caso, pede para sair depois de tomar posse. Parece bem pensado.

#BC #BNDES

Deserto da Avenida Chile

1/07/2019
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O governador Romeu Zema vai bater à porta de Gustavo Montezano em busca de financiamento do BNDES para privatização da Copasa. É bom ir preparado para ouvir um “não”.

#BNDES #Copasa #Romeu Zema

Fila indiana

25/06/2019
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O nome de Natasha Gil Nunes estaria sendo cogitado para assumir a diretoria de Desestatização do BNDES, ocupada por Eliane Lustosa. Assim como Gustavo Montezano, novo presidente do banco, Natasha integra a equipe de Salim Mattar na Secretaria de Desestatização.

#BNDES

Um ex-futuro chairman no BNDES?

19/06/2019
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O episódio da demissão do ex -presidente do BNDES Joaquim Levy ainda vai render dividendos. A forma atabalhoada e deselegante como se deram o afastamento de Levy e a nomeação do novo titular do cargo, Gustavo Montezano, poderá provocar a defecção de outro colaborador do governo. Na verdade, candidato a colaborador. Gustavo Franco, convidado por Paulo Guedes para ocupar a presidência do Conselho de Administração, ainda não teve sua nomeação formalizada.

O economista, muito provavelmente, deve estar se perguntando: o que eu estou fazendo nessa posição? Franco tinha ouvido os ventos sussurrantes de Brasília soprando o seu nome para a direção do BNDES. O convite não passou sequer de raspão. O virtual presidente do Conselho foi comunicado da decisão da escolha de Montezano em tom marcial. Nada a consultar. Difícil imaginar que Franco aceite integrar um board que dispensa o chairman. O novo presidente do BNDES é tido como um “geniozinho”, mas nem de longe tem a senioridade do seu xará.

Gustavo Montezano adentra os corredores do banco com a pior imagem entre qualquer um dos presidentes que pisaram os tapetes da instituição. Trader de formação, tido como um cold killer no mercado, Montezano chega para cortar, desmontar, demolir, demitir. Mas, a pior missão destinada ao jovem é abrir em praça pública os contratos do banco. Pode expor a área técnica como ideológica somente por ter aprovado financiamentos à exportação de serviços de engenharia a países hoje degredados pelo governo. Esses dados já tinham sido divulgados no Livro Verde (um balanço de atividades da instituição de 2001 a 2016), com os cuidados para não gerar uma espécie de macarthismo com o pessoal do banco. Joaquim Levy não teve estômago para “construir” a demandada caixa-preta. Ele e seu antecessor, Paulo Rabello, ambos doutores pela Chicago University, não resistiram à densidade de conhecimentos e à competência do quadro técnico do banco. Passaram de carrascos a defensores. A ver o que acontece com o jovem Montezano.

#BNDES #Joaquim Levy

Contenção de risco na BR-163

18/06/2019
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O governo já perdeu a batalha, com a decisão do TCU de barrar a possibilidade de relicitação da BR-163, pertencente à CCR. Agora, o ministro Tarcisio Freitas tem feito gestões junto ao Tribunal para evitar uma punição ainda maior, leia-se a obrigatoriedade de devolver quase R$ 1,5 bilhão à companhia. A empresa entende ter direito a uma indenização da União, uma vez que recursos previstos em contrato não foram liberados pelo BNDES.

#BNDES #BR-163 #CCR

República dos Maia?

17/06/2019
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Rumores eletrizantes cortaram os ares de Brasília neste final de semana. Anteviam a nomeação do ex-prefeito e economista Cesar Maia para a vaga deixada por Joaquim Levy na presidência do BNDES. Maia “paipai” seria, obviamente, uma indicação de Maia “fifilho”. Caso se confirme a versão, estaria selada com cola araldite a aliança de Jair Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Paulo Guedes não é protagonista nessa história. Mas só tem a ganhar com o episódio. O presidente do BNDES é subordinado ao ministro da Economia. Mas quem conduziu o afastamento de Joaquim Levy foi Bolsonaro. Entretanto, sabe-se que Guedes vinha reclamando não é de hoje da excessiva autonomia de Levy. A sua postura pouco colaborativa, digamos assim, em acelerar as “despedaladas” – devolução dos empréstimos ao Tesouro – tornou-o persona non grata no Ministério da Economia. Ontem, às 15h37, Guedes caminhava, na Rua Joana Angélica, em Ipanema, juntamente à esposa Maria Cristina, com a expressão de tranquilidade de quem tinha espanado um problema. César Maia tem viés fiscalista e, sob esse aspecto, deve se adequar bem à equipe econômica. Porém, faz o estilo independente. Bem mais do que Levy. E sendo o pai do presidente da Câmara e tendo o peso político que tem, não estará subordinado nem a Guedes, nem a Bolsonaro. Por essas e outras, parece difícil imaginar o take over do BNDES pelo DEM.

#BNDES #Cesar Maia #Joaquim Levy #Rodrigo Maia

Dinheiro da passagem

14/06/2019
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Romeu Zema já saltou na “Estação BNDES“. Busca financiamento do banco para viabilizar a privatização do metrô de Belo Horizonte.

#BNDES #Romeu Zema

Vidas secas

10/06/2019
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, abriu tratativas com o BNDES em busca de financiamento para a privatização da companhia de saneamento Caesb. Se bem que está difícil pingar algo das torneiras do banco.

#BNDES

Gás do BNDES

29/05/2019
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O BNDES e o governo do Distrito Federal estão prestes a selar um acordo de financiamento para a construção de um gasoduto. O pipeline de aproximadamente mil quilômetros conectará São Paulo a Brasília, permitindo a distribuição de gás boliviano na capital federal e cidades satélites. Hoje, o pouco gás natural que chega ao DF é transportado por caminhão.

#BNDES

A “despedalada” e a fritura de Joaquim Levy

10/04/2019
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A pressão do Ministério da Economia para que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, devolva à União, “para ontem”, recursos da ordem de R$ 126 bilhões está deixando de ser uma guerra fria para se tornar uma guerra suja. Paulo Guedes saiu do front para evitar o desgaste de prosseguir apertando Levy. Seus assessores assumiram a missão de quebrar a resistência da “despedalada” dos recursos, com o pagamento antecipado ao Tesouro Nacional dos empréstimos realizados no passado. O presidente do BNDES, por sua vez, pretende que a operação seja coberta de todas as garantias, de forma a evitar mais um constrangimento pessoal junto às autoridades fiscalizadoras.

Levy permanece arrolado em inquérito civil de improbidade administrativa que tramita na Procuradoria da República no Distrito Federal. Segundo o inquérito, ele teria realizado de modo disfarçado e ilícito “suposta operação de crédito entre o Tesouro e os bancos públicos”. Levy teria pedalado em 2015, melhorando artificialmente as contas do governo. Assessores de Paulo Guedes foram escalados como tropa de choque do ministro da Economia. À frente, Daniella Marques Consentino, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da Pasta e uma espécie de “cão de guarda” de Guedes, acompanhada dos secretários da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, e do Tesouro, Mansueto Almeida.

Os três colocam em xeque a permanência de Levy no cargo. Daniella ataca por todos os flancos. Waldery bate forte publicamente, dando declarações que diminuem o presidente do BNDES; Mansueto opera conversando com os jornalistas em off the records e criticando a falta de um compromisso firme em relação aos recursos solicitados. Levy, por sua vez, diz que o ressarcimento à União é uma prioridade, “mas que o retorno dos aportes deve estar atrelado ao pagamento dos financiamentos que a instituição concedeu com esses recursos, incluindo estados, municípios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.”

Só para constar, são esses mesmos bancos que estão incluídos no inquérito contra o presidente do BNDES. Levy sabe que a operação é extremamente politizada. Há também o risco dela ser interpretada como um financiamento disfarçado do banco ao seu controlador. Por essa ótica, ele cairia nas garras da Lei de Responsabilidade Fiscal. A proposta implicaria redução de lucros e menos dividendos, impostos e contribuições. Ou seja: redução de receita primária para o Tesouro. Com relação às pedaladas de 2015, o presidente do BNDES diz que ocorreu exatamente o contrário. Ele não só conteve a prática como teria “despedalado” no final do ano fatídico. Por uma dessas travessuras do destino, Joaquim Levy experimenta no BNDES agruras parecidas com as vividas por Paulo Rabello de Castro, quando era presidente do banco. A diferença é que o ministro da Fazenda era Henrique Meirelles, uma verdadeira dama quando comparado ao obstinado Paulo Guedes e sua furiosa tropa de choque.

#BNDES #Joaquim Levy #Paulo Guedes

Privatização da CEB

10/04/2019
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, negocia com o BNDES apoio financeiro para a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). Procurado, o governo confirma o plano de vender o braço de geração da CEB e a CEB Participações.

#BNDES #CEB

Reality show

5/04/2019
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A convocação de Antônio Palocci e Guido Mantega é apenas um aquecimento. O presidente da CPI do BNDES, o deputado tucano Vanderlei Macris, guarda no bolso do colete um pedido de acareação entre os dois ministros da Fazenda do governo Lula.

#Antônio Palocci #BNDES #Guido Mantega #Lula

Venda da Saneago

26/03/2019
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O governo de Goiás tem feito estudos para a privatização da Saneago, a companhia de saneamento do estado. Se o BNDES ajudar, melhor…

#BNDES

Uma ponte para o BNDES

22/03/2019
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A EcoRodovias/Ecovias vai buscar o apoio do governo federal, mais precisamente do BNDES, para colocar de pé o projeto de construção da ponte entre Santos e Guarujá, orçado em quase R$ 3 bilhões. Antes, os herdeiros de Cecilio do Rego Almeida, controladores da companhia, terão de acertar os ponteiros com a Artesp – a agência reguladora de transporte de São Paulo. O empreendimento depende também do reequilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão da Anchieta-Imigrantes, administrada pela Ecovias.

#BNDES #Ecorodovias

Dueto

14/03/2019
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BNDES e Previ costuram uma oferta conjunta de suas participações na Fundição Tupy. A saída se daria por meio de um leilão em bolsa, com a pulverização do controle da empresa.

#BNDES #Previ

Pontapé inicial

11/03/2019
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Segundo o RR apurou, até quarta-feira o senador Eduardo Girão vai convocar o presidente do TCU, Múcio Monteiro, para ser ouvido pela Comissão de Transparência e Controle. O depoimento marcará o início da prometida devassa nos empréstimos do BNDES à Venezuela durante os governos petistas.

#BNDES #Múcio Monteiro #TCU

Uma coisa é uma coisa…

8/03/2019
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, deverá recorrer ao BNDES para vender ativos. Curiosamente, no Senado, Caiado era um dos mais ferrenhos denunciadores dos “desvios do banco”. Mas eram outros tempos…

#BNDES

Financiamento capital

7/03/2019
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O governador Ibaneis Rocha abriu conversas com o BNDES em busca de financiamento para o programa de privatizações do Distrito Federal. No pacote, o metrô local e a Companhia de Saneamento do DF, além de ativos do Banco Regional de Brasília (BRB), que deverá se transformar em uma agência de fomento. Este último é o caso mais complexo. O MPF investiga, no âmbito da Operação Circus Maximus, um suposto esquema de pagamento de propinas a executivos do BRB em troca da liberação de recursos para projetos como o antigo Trump Hotel, no Rio de Janeiro.

#BNDES

Caixa aberto

26/02/2019
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Há tratativas para que o BNDES financie projetos estruturantes e o programa de desestatização de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Alagoas. Outros estados deverão engrossar a lista.

#BNDES

Sessão nostalgia no BNDES

11/02/2019
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O presidente do BNDES, Joaquim Levy, vai tirar do exílio alguns economistas que já tiveram seus tempos de prestígio. Para presidente do Conselho do banco, foi convidado o ex-presidente do BC, Gustavo Franco. A frenética economista Elena Landau também participará do Conselho. A ideia é que o BNDES se torne uma grande consultoria ofertando serviços para os estados que decidirem por privatizações. Em tempo, a economista Eliane Lustosa, também ex-tucana e que faz parte desse grupo, permanece na diretoria do banco. Há tempo que Levy não fazia tanto carinho nesse agrupamento da PUC-RJ.

#BNDES #Joaquim Levy

Fila indiana

22/01/2019
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A gestora General Atlantic vai vender sua participação de 16% na Ouro Fino, fabricante de produtos veterinários. O BNDES deverá aproveitar a porteira aberta para se desfazer de sua fatia de 12%.

#BNDES

Vale o escrito no governo Bolsonaro?

17/01/2019
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A julgar pelas sinalizações da gestão Bolsonaro de que não respeitará contratos, é melhor que os proprietários de armas irregulares coloquem as suas barbas de molho. Até agora, o governo assustou quem trouxe dólares do exterior e também os tomadores de financiamentos do BNDES. Com relação aos primeiros, a mesma Receita Federal, que participou da anistia aos recursos repatriados, agora avisa que pretende descumprir a lei e investigar a origem do dinheiro. Quanto ao BNDES, a disposição de abrir os detalhes dos acordos de empréstimos dos 50 maiores tomadores é um rasgado desrespeito à lei do sigilo bancário. Todo e qualquer agente financiado pela instituição deve estar imaginando quando sua hora vai chegar. O decreto que legaliza as armas irregulares é canoa que desce pelo mesmo rio. E se der na cuca do governo ir atrás da origem das armas depois de recadastrar todo arsenal?

#BNDES #Jair Bolsonaro

Bolsonaro revela os “segredos” dos bancos públicos

8/01/2019
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De uma forma ou de outra, o governo vai flexibilizar a lei do sigilo bancário. A medida se aplicará somente aos bancos públicos. Mas não está decidido se valerá só para contratos pretéritos ou se tornará uma regra geral. Mesmo em relação aos financiamentos já acordados há dúvida se o disclosure seria aplicado de uma forma ampla ou somente nas operações com empresas envolvidas em investigações criminais.

No passado, o BNDES recusou-se a abrir os contratos de financiamentos de companhias envolvidas na Lava Jato, alegando a lei do sigilo bancário. A tendência é que apenas os termos dos empréstimos às empresas empepinadas sejam divulgados. Se dependesse de ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe, todos os grandes contratos de financiamento feitos junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social seriam abertos. A transparência seria um requisito para o financiamento público amplo, geral e irrestrito.

A medida pode até ter um anteparo de fundo ético, representando uma prestação de contas ao contribuinte, que é quem paga uma boa parte desses empréstimos. Mas ela tende a reforçar a desconfiança nos atos de governo, que diz uma coisa e faz outra. A Receita Federal recentemente ensaiou a tese de que a anistia em relação à origem dos recursos repatriados deveria ser suspensa, contrariando compromisso firmado em lei. Mexer no sigilo bancário, ainda que de forma estanque, pode suscitar insegurança regulatória.Outras operações financeiras legítimas poderiam ser abertas, sabe-se lá por quais critérios. A quebra de contratos e o devassamento da privacidade são dois corvos voando sobre a democracia. É bom que não se confunda liberalismo econômico e radicalização da transparência com aborto da fé pública.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lava Jato

BNDES paga hoje a dívida externa de amanhã

23/11/2018
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Para quem viveu décadas de crise cambial, chega a ser espantoso ver o resgate antecipado de dívida externa virar coqueluche no país. Além do Tesouro Nacional, que tem exercido a recompra de títulos em dólar, o BNDES demonstrou, ontem, que o câmbio é um tigre de papel. A diretoria do banco aprovou o pré-pagamento de dois financiamentos contratados junto ao BID, em 1999 (US$ 1,1 bilhão) e 2002 (US$ 900 milhões), ambos com prazo de pagamento de 20 anos. Em setembro, o BNDES concluiu uma recompra de bonds, com resgate de US$ 646 milhões, que produziu um resultado positivo de US$ 170 milhões. Ambas as operações buscam um gerenciamento melhor de ativos e passivos. Para um país que tangencia a insolvência devido a um brutal endividamento interno, é curioso verificar que débitos em moeda forte viraram café pequeno.

#BNDES

Levy é uma reserva de valor

14/11/2018
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Não foi o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que “bancou” a nomeação de Joaquim Levy para a presidência do BNDES. Guedes aquiesceu. A indicação veio por um caminho distinto, de fora do governo, e nem por isso menos influente. O núcleo mais próximo a Bolsonaro, que pensa estrategicamente, considera desejável que os “ministros essenciais” tenham seus potenciais substitutos para qualquer eventualidade, próximos, bem próximos, da área de atuação dos titulares. Nada disso quer dizer que Guedes não seja um dos ministros mais prestigiados do governo.

#BNDES #Joaquim Levy #Paulo Guedes

BNDES vira o banco de fomento da segurança

9/11/2018
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Sérgio Moro contará com um importante reforço no superministério da Justiça. No governo Bolsonaro, o BNDES deverá ter um valioso papel no fomento do combate ao crime organizado. O banco já está ultimando os trâmites para a criação de seu primeiro fundo patrimonial, voltado exclusivamente para a segurança pública.

A expectativa é de que o montante chegue próximo dos R$ 5 bilhões. A carteira será criada no modelo de endowment, ou seja, com recursos captados junto ao setor privado por meio de doações. A proposta fica como um legado da gestão de Raul Jungmann na Pasta da Segurança Pública.

O projeto já está sobre a mesa do governo de transição e, segundo o RR apurou, foi, inclusive, objeto de discussão no encontro que Sergio Moro teve com o próprio Jungmann na última quarta-feira. A ideia é que os recursos sejam usados no fortalecimento dos serviços de Inteligência e na aquisição de armamentos pelas forças de segurança pública estaduais. Consultado pelo RR, o BNDES informou que “vai apoiar o Ministério da Segurança Pública na estruturação e execução de PPPs para a construção e operação de unidades prisionais federais ou estaduais.”

A operação será municiada com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que servirão como lastro para a remuneração dos parceiros privados. O banco não se manifestou especificamente sobre o fundo patrimonial. Mas, no próximo dia 13, realizará um seminário exatamente sobre “endowment”, um indicativo do que está por vir. Ressalte-se que, em maio, o banco já havia criado um programa específico para o financiamento das polícias militar e civil – o BNDES Pro-Segurança Pública.

#BNDES #Sérgio Moro

O Ministério do Trabalho já acabou?

8/11/2018
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Ao que parece, o governo Temer já antecipou a extinção da Pasta do Trabalho. Na última terça-feira, a cadeira reservada no auditório do BNDES para o ministro Caio Vieira de Mello ficou vazia. Por lá, realizava-se o seminário “Histórico e Desafios do FAT”, para celebrar os 30 anos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Na véspera, na abertura da 150a Reunião Ordinária do Codefat, o ministro já dizia a quem quisesse ouvir o motivo da sua ausência no evento: “Não vou ficar mais um dia no Rio para ouvir o Serra”. O senador José Serra foi o autor da proposta constitucional que garantiu os recursos do PIS/Pasep para financiar o seguro-desemprego e teve participação na criação do FAT. No fim, nem Mello nem Serra compareceram ao seminário.

#BNDES #Michel Temer

BNDES versão pocket

15/10/2018
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O BNDES segue em seu processo de desidratação. A previsão é que os desembolsos do ano caiam 60% em relação aos realizados em 2017. As liberações para o terceiro trimestre apontam para uma queda superior em 30% nas aplicações. No primeiro semestre os desembolsos caíram a 17% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O banco está alinhado junto aos ministérios com maiores orçamentos, quase todos acumulando restos a pagar. Inacreditável, mas o governo de Michel Temer não consegue sequer gastar o autorizado. E mesmo assim produzirá um mastodôntico déficit nas suas contas.

#BNDES #Michel Temer

Causos do “Posto Ipiranga” 2 – “Lady Beth” pavimenta seu caminho para o futuro Ministério da Educação e Cultura

15/10/2018
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O pano de prato que Elisabeth Guedes vem bordando com a Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), o BNDES e o Ministério da Educação (MEC) revela uma parceria construída sobre paradoxos, na qual o livre mercado não é tão livre assim. “Beth” é irmã do ministeriável da moda, Paulo Guedes, e conhecida como braço direito do mano. Se ficar enfurecida, contudo, ela mesma é capaz de decepar mãos e dedos do irmão querido. A burocrata é chamada de “Lady Beth” numa alusão óbvia à terrível Lady Macbeth shakespeariana. Durante sua passagem pelo Ibmec, levada por Guedes, “Beth” reinou poderosa, dando ordem e mexendo com dinheiro grosso.

Da mesma forma como o irmão, que morde o inimigo até obter a regalia pretendida – aí então cala, ou às vezes até sopra –, “Beth” somente desliga a britadeira depois de dobrar o adversário e obter o butim. Guedes, por exemplo, barbarizou na imprensa o BNDES de Luciano Coutinho e suas taxas subsidiadas. Isso apenas até arrancar os recursos do banco para capitalizar o seu fundo de investimentos em educação. Depois da captura da bufunfa, nenhum pio mais. Paulo Guedes é um “liberalopata”, mas não carimba dinheiro público. Dizem os ex-acionistas do Ibmec que “Beth” é a lanterna na popa no projeto familiar de fazer um império financeiro a partir da educação. Guedes é a bolsa, é claro. Acompanhando os passos da dupla, “Beth” seguiu para a Universidade Anhanguera Morumbi e o irmão foi investir no fundo de educação da Abril.

Agiram todo esse tempo como irmãos parceiros, aliás, como sempre, com uma exceção: quando “Beth” vendeu suas ações do Ibmec, deu os recursos obtidos para Guedes aplicar. O câmbio, porém, deslizou drasticamente. E ela teve um brutal prejuízo com o conselho do irmão. Guedes se escondeu da sua fúria por semanas. Águas passadas, “Beth” assumiu a vice-presidência da Anup, enquanto o irmão tocava mais um fundo de educação (Bozano Investimentos). Mais recentemente, Paulo Guedes achou quem o quisesse para ser um Roberto Campos inflável. Em meio aos discursos liberaloides de cá e de lá, “Beth”, já surfando no misto de prestígio com pavor que o mano provoca, conseguiu aprovar com o BNDES e o MEC uma receita de R$ 2 bilhões para financiar bolsas com juros mais baixos.

O montante foi divulgado no mês passado. É um montão de grana para as universidades privadas, é claro. E não há sequer uma definição do perfil do aluno que será favorecido, cuja probabilidade esmagadora é de que seja de alta renda. O tema é bom. Se Guedes o colocar na campanha apertando a irmã, provará que é um verdadeiro “Chicago boy”. Mas é difícil o enfrentamento. Os “Guedes brothers” são unha e carne. E, não bastasse, o irmão morre de medo da irmã. A julgar pela trajetória dos dois, mais fácil Beth ganhar o futuro Ministério da Educação e Cultura.

#BNDES #MEC #Paulo Guedes

Biomm é um soco no pâncreas do BNDES

11/09/2018
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O BNDES já faz planos de vender a sua participação na Biomm, a fabricante de insulina criada pelo empresário e ex-ministro do governo Lula Walfrido dos Mares Guia. Há conversas preliminares com outros acionistas, como a Vinci Partners. Tudo, no entanto, depende da empresa cumprir a promessa de iniciar a produção e venda nos próximos meses. A fábrica de Nova Lima (MG) está pronta e a licença para o início da operação já foi solicitada à Anvisa. No entanto, tratando-se da Biomm, é melhor esperar pelos primeiros mililitros de insulina na seringa. O projeto tem sido adiado seguidamente. Dono de 12% do capital, o BNDES investiu mais de R$ 100 milhões no empreendimento. Consultado sobre a venda da sua participação, o banco diz “não confirmar a informação”.

#Biomm #BNDES

O 7×1 ainda cobra o seu preço no bolso da Viúva

8/08/2018
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A Copa do Mundo da Rússia já terminou e os cofres públicos brasileiros ainda pagam a conta da gastança de 2014. No quesito “imobiliário”, o Itaquerão e a Arena Pantanal despontam como os campeões de problemas. Segundo o RR apurou, uma nova tentativa de acordo entre o Corinthians e a Caixa Econômica naufragou.

O clube paulista não conseguiu renegociar o valor das parcelas e o prazo de financiamento feito pelo BNDES com recursos repassados pela CEF, responsável pela cobrança do crédito. O banco federal tem usado chuteiras com travas de alumínio nas negociações, até em função do tamanho da bola de neve. O passivo acumulado já estaria na casa de R$ 1,3 bilhão, quase três vezes o valor original do empréstimo (R$ 500 milhões).

Procurados, Corinthians e Caixa não se pronunciaram. Em outros gramados, o governo do Mato Grosso tenta dar um destino à Arena Pantanal. O governador Pedro Taques definiu o mês de novembro como o novo prazo para entregar o estádio a um operador privado. Que assim seja. No entanto, a concessão – a princípio, sob o regime de Parceria Público Privada (PPP) – já foi adiada duas vezes por falta de interessados.

Segundo o governo, uma empresa apresentou uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para a administração da Arena, mas a proposta ainda está em estudo. A Arena Pantanal parece ter sido erguida para dar errado. O Ministério Público investiga denúncias de propinas na construção; a Mendes Junior, responsável pelo empreendimento, abandonou os canteiros sem concluir as obras, e o estádio é um monumento ao desperdício de recursos públicos. Com poucos eventos no ano, o governo do Mato Grosso é obrigado a gastar R$ 300 mil por mês para cobrir os custos de manutenção.

#BNDES #Copa do Mundo

Choque de realidade

7/08/2018
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Não obstante o otimismo do BNDES, que marcou o leilão da Amazônia Energia, Eletroacre, Ceron e Boa Vista Energia para o próximo dia 30, a Eletrobras tem uma expectativa mais modesta. A tendência é que apenas uma das distribuidoras seja privatizada ainda neste mês. Em tempo: a Equatorial Energia, que levou a Cepisa, teria interesse na empresa amazonense.

#BNDES

A insulina do BNDES

30/07/2018
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A direção do BNDES respira um pouco mais aliviada com o acordo firmado pela Biomm, que distribuirá insulina da norte-americana MannKind no Brasil. A parceria praticamente garante para este ano o início da operação comercial do laboratório mineiro criado pelo ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. No entanto, ainda não assegura o começo da produção da fábrica Nova Lima (MG), na qual o BNDES já injetou mais de R$ 100 milhões. A unidade era prometida para 2016, depois para 2017, quem sabe 2018 e já ficou para 2019.

#BNDES

Azeite e vinagre

26/07/2018
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O ex-diretor do BNDES, Darc Costa, estaria flertando com o capitão Jair Bolsonaro. Darc, que era apelidado no banco de Darth Vader, é egresso dos quadros da Escola Superior de Guerra (ESG). É difícil, contudo, imaginar qualquer análise combinatória com Darc, o embaixador informal da Bolívia e Venezuela no Brasil, e Paulo Guedes, o coordenador da campanha de Bolsonaro.

#BNDES #Jair Bolsonaro

Internacional

Classe econômica

16/07/2018
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O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, teria sido um dos últimos a ser informado dos detalhes sobre o modelo da negociação entre a Embraer e a Boeing. Na própria área técnica do banco, não faltam ataques à forma como a operação foi conduzida. Acionista da Embraer, o BNDES foi praticamente uma testemunha distante das tratativas.

#BNDES

Vazamento de gás

3/07/2018
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O programa de privatização de concessionárias estaduais de gás, no âmbito do BNDES, vem perdendo fôlego. Mesmo nos casos em que os advisers já foram contratados, a exemplo da pernambucana Copergás e da MSGás, do Mato Grosso do Sul, a percepção dentro do banco é que a operação ficará para 2019.

#BNDES #Copergás

O fadeout do BNDES

22/06/2018
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O BNDES estaria preparando sua saída do Marfrig. A redução da participação se daria gradativamente, para evitar uma pressão exagerada sobre o preço da ação. O banco tem um terço do capital do frigorífico.

#BNDES #Marfrig

BNDES é a âncora da venda do Atlântico Sul

12/06/2018
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Segundo o RR apurou, representantes da Apollo Global Management já abriram conversações com o BNDES em torno da dívida do Estaleiro Atlântico Sul com o banco, de R$ 1,2 bilhão. A gestora norte-americana tem interesse na aquisição da companhia, controlada pela Queiroz Galvão e pela Camargo Corrêa. Procurado, o BNDES confirmou que “qualquer alienação do ativo” depende da sua aprovação.

#BNDES

A “EPE” da Av. Chile

17/05/2018
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A área criada pelo BNDES para estruturação da projetos é uma espécie de EPE – Empresa de Pesquisa Energética – ampliada. A EPE, como se sabe, foi muito celebrada na partida e espezinhada no decorrer do tempo. O BNDES, que terceirizará boa parte da análise de projetos, vai fazer a alegria das “McKinsey’s da vida”.

#BNDES

Preparação

10/05/2018
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O BNDES estaria se preparando para deixar o capital da Marfrig. A operação se daria por meio de um leilão em bolsa.

#BNDES #Marfrig

BNDESPar vende ativos

27/04/2018
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A BNDESPar vai vender suas participações na Copel e na Fundição Tupy. As operações deverão se dar por meio de leilão na Bolsa. No BNDES, a estimativa é embolsar mais de R$ 3 bilhões.

#BNDES

BNDES já trata 2018 como um ano perdido

26/04/2018
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A área técnica do BNDES responsável pelos financiamentos à ex-portação de serviços de engenharia já virou a folhinha do calendário para 2019. O setor está encruado pela Lava Jato e somente raros projetos deverão entrar no banco. As empreiteiras estão estigmatizadas e os próprios técnicos do BNDES são colocados sub judice ao cumprirem seu trabalho de análise e recomendação. É uma doideira, porque a exportação de serviços gera divisas, encomendas no mercado nacional e inserção geopolítica. É o caso de torcer para que o futuro mandatário tenha força política e a cabeça no lugar. Por enquanto, o cenário no banco é fronteiras fechadas para a comercialização dos serviços de engenharia.

#BNDES

O banco de fomento da “Regra de Ouro”

24/04/2018
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Uma das principais missões do novo presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, é arrancar do orçamento mais R$ 30 bilhões, além dos R$ 100 bilhões devidos ao Tesouro e com pagamento previsto para este ano. O dinheiro vai todo para cumprir a “Regra de Ouro”. Se conseguir o feito, o total de repasses do banco chegaria a R$ 160 bilhões, considerando que já foram pagos R$ 30 bilhões. Oliveira, quando estava ministro do Planejamento, era o único integrante da equipe econômica que insistia na impossibilidade de honrar com os compromissos da “Regra de Ouro”. Segundo ele, se conseguir pagar em 2018, não paga em 2019.

#BNDES

Uma ponte de volta para casa

19/04/2018
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O ex-diretor do BNDES Carlos Costa prepara-se para voltar à área acadêmica, de onde é egresso. Deverá lecionar muito provavelmente no Insper. Até há algumas semanas, Costa era dado como um dos mais fortes candidatos à sucessão de Paulo Rabello de Castro. Seu prestígio no banco era crescente. Para se ter ideia do seu grau de influência, basta verificar a soma de responsabilidades do seu antigo cargo: diretor de Planejamento e das Áreas de Crédito, Área de Comércio Exterior e Fundos Garantidores, Área de Indústrias de Base e Área de Tecnologia de Informações, além do departamento de comunicação do banco. A história de Costa é, curiosamente, tangenciada pelo nome “Paulo”. Antes de Rabello de Castro, um outro “Paulo”, o Guedes, atravessou sua trajetória profissional. O ex-diretor do BNDES foi um dos fundadores do Ibmec-SP, que pertencia, à época, a Guedes e a Cláudio Haddad. Hoje este último é o dono do Insper, cujo embrião foi o Ibmec-SP. Se confirmada sua ida para o Insper, ela será uma volta de 360 graus, ou seja, um retorno aonde o futuro começou.

#BNDES #Insper #Paulo Rabello de Castro

Risco jurídico trava privatizações na área de saneamento

13/04/2018
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O programa de privatizações no setor de saneamento é um rio que está passando na vida do BNDES, arrastando para longe um volume potencial de investimentos de mais de R$ 25 bilhões. Embora, formalmente, a área técnica do banco ainda trabalhe na modelagem de venda de nove concessionárias, as negociações com os respectivos governos estaduais estão praticamente paradas. Isso se aplica, inclusive, a empresas que já se encontravam em um estágio mais avançado, como a pernambucana Compesa e a paranaense Cosampa.

O ressecamento da operação se deve, fundamentalmente, à falta de investidores dispostos a enfrentar o risco jurisdicional do setor. Grupos internacionais, a exemplo da espanhola Aegea, da francesa Veolia e da sul-coreana GS Inima recuaram nas conversações com o BNDES e os governos estaduais. O marco regulatório da área de saneamento, que data de 2007, é visto como anacrônico e repleto de cavilosidades que aumentam a insegurança dos grandes grupos internacionais.

A base jurídica é muito frágil, notadamente no que diz respeito à legalidade e à extensão dos contratos de concessão. Um dos casos mais emblemáticos envolve a maior das nove concessionárias do programa, a Cedae. Não há qualquer garantia jurídica, por exemplo, de cumprimento do contrato de 50 anos firmado com o município do Rio de Janeiro. A rigor, de uma hora para a outra, a empresa pode perder o contrato de concessão que responde por mais de 70% das suas receitas.

#Aegea #BNDES

Síndico ausente

6/04/2018
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O BNDES, responsável pela formatação da venda da Cedae, tem encontrado dificuldades de interlocução com o governo do Rio. Depois que o dinheiro do BNP saiu, como antecipação da venda da empresa, Pezão perdeu o interesse pelo assunto. Aliás, pelo
que o governador se interessa?

#BNDES

José Marcio Camargo surge como alternativa para que o BNDES não se torne o “Banco do Jucá”

29/03/2018
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Aparentemente está tudo certo na sucessão da equipe econômica. O secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, assumiria a Pasta. O secretario de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida, iria para o Ministério do Planejamento. E o atual titular do Planejamento, Dyogo de Oliveira, que ameaçava sair se não fosse nomeado ministro da Fazenda, iria para o BNDES. Uma solução ao contento do que desejava Henrique Meirelles.

Em Brasília, comenta-se que a dança do miudinho, ritmo nordestino em que as partes se sacolejam com passos curtos, tem sido praticada, dia sim, dia não, por Michel Temer e Meirelles. Na sucessão da equipe econômica, Temer prometeu a Meirelles que pedido feito seria pedido aprovado. Teve de contornar as demandas de parte do MDB. O partido pleiteava o cargo de ministro da Fazenda para Dyogo de Oliveira.

A carga contra Guardia e Mansueto, por sua vez, era porque ambos estariam mais identificados com o PSDB do que com o MDB. Seria um contrassenso entregar o filé da reforma ministerial ao inimigo em um ano eleitoral. Até ontem, o senador Romero Jucá – um dos articuladores da campanha contra os pupilos de Meirelles, chamando-os de quinta coluna a serviço dos tucanos – trabalhava nos bastidores para que seu apadrinhado Oliveira emplacasse na Fazenda. O BNDES, segundo ele, seria um prêmio de consolação. O problema de Oliveira é que, em qualquer dos cargos, ele carregará o DNA de Jucá e, portanto, a marca da Lava Jato como legado do seu protetor.

Com a virtual confirmação de Guardia na Fazenda, a presidência do BNDES virou motivo de comemoração entre os emedebistas. Em meio às intrigas da Corte, um nome surgiu ontem como tertius: o do economista José Marcio Camargo. Sua indicação para a presidência do BNDES repetiria o modelo adotado na escolha de Paulo Rabello de Castro. Ou seja: seria da cota pessoal do presidente Temer. A medida teria por objetivo blindar o banco neste período eleitoral, desassociando-o de nomes e fatos políticos.

Camargo tem serviços importantes prestados ao Palácio do Planalto e à presidência da Câmara dos Deputados. Esteve presente em todas as reuniões com empresários e parlamentares para explicar as reformas. O ex-professor da PUC-RJ tem bom relacionamento com o núcleo duro do governo e é afinadíssimo com Guardia e Mansueto. Atualmente é economista da gestora de recursos Opus. Trata-se de uma candidatura eminentemente técnica, sem mácula de qualquer ordem. Um predicado de valor inestimável para um presidente do BNDES.

#BNDES #Secretaria da Fazenda

Solução de emergência

28/03/2018
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Além de responsável pela modelagem do leilão, o BNDES poderá ter um segundo chapéu na venda das seis distribuidoras de energia federalizadas: financiador da operação. O clima no governo é de vai ou racha. O “racha”, neste caso, é um prejuízo de aproximadamente R$ 21 bilhões no balanço da Eletrobras caso o leilão fracasse e as distribuidoras sejam liquidadas.

#BNDES #Eletrobras

O popular

26/03/2018
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Se Paulo Rabello de Castro for realmente candidato a presidente, levará uma montanha de votos dos funcionários do BNDES. Apesar da postura um tanto heterodoxa, Rabello de Castro, compreende o corporativismo do banco e fala o que seus colaboradores querem ouvir. A Associação de Funcionários do BNDES bem que poderia fazer uma pesquisa.

#BNDES #Paulo Rabello de Castro

O império contra-ataca

23/03/2018
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Acendeu o sinal amarelo na campanha de Ciro Gomes. O candidato chamou o ex- vice-presidente do BNDES, Darc Costa, para conversar sobre seu programa de governo. O apelido de Costa é Darth Vader.

#BNDES #Ciro Gomes

Todos os fios levam à State Grid

16/03/2018
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O interesse da GP na participação da AES na Eletropaulo não desperta simpatia no governo. A “torcida” em Brasília e – por que não dizer? – no BNDES, acionista da empresa, é toda pró-State Grid. Os chineses são fortes candidatos a entrar no capital da distribuidora paulista por meio do aumento de capital previsto para o fim deste mês, conforme antecipou o RR na edição de 8 de fevereiro. O governo vislumbra a operação como um prelúdio para a fusão entre a Eletropaulo e a CPFL, controlada pela State Grid, com um considerável reforço dos investimentos chineses no Brasil.

#AES #BNDES #Eletropaulo

TCU é o fio desencapado na licitação das distribuidoras

13/03/2018
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O responsável pela área de desestatização do BNDES, Rodolfo Torres dos Santos, que trabalha diretamente vinculado a Paulo Rabello de Castro, não esconde sua apreensão nas reuniões de diretoria do banco. O motivo tem três letras: TCU. Na agência de fomento, há uma crescente percepção de que o Tribunal de Contas da União será um óbice à privatização das seis distribuidoras de energia federalizadas dentro do cronograma estabelecido pelo BNDES – a intenção do banco é lançar o edital ainda nesta semana e realizar o leilão em abril. Segundo o RR apurou, o TCU já teria sinalizado que exigirá mudanças no modelo de venda das concessionárias do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Piauí e Alagoas – o relator do processo é o ministro José Mucio Monteiro. A licitação das distribuidoras se enrosca com a privatização da própria holding. Há duas semanas, outro ministro do TCU, Vital do Rêgo, determinou a abertura de auditoria para avaliar a diluição do controle da estatal e também a decisão da assembleia de acionistas que autorizou a Eletrobras a assumir cerca de R$ 19 bilhões em dívidas das distribuidoras de energia. O temor do BNDES é que o TCU amarre de tal forma os dois processos que a licitação das seis concessionárias só seja permitida após autorização para a venda da Eletrobras. Qualquer engarrafamento no cronograma pode significar a própria implosão das empresas. Se não forem licitadas até julho, as distribuidoras serão liquidadas, o que obrigaria o governo a abrir uma concorrência apenas pelas concessões da distribuição de energia nos seis estados.

#BNDES #Paulo Rabello de Castro

Térmicas a carvão renascem das cinzas com dinheiro do BNDES

9/03/2018
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O carvão vai sair do index do BNDES. O banco iniciou estudos para retomar o financiamento de termelétricas desta modalidade, praticamente banidas na gestão de Maria Silva Bastos. O projeto em discussão passaria pelo lançamento de um programa de renovação do parque térmico a carvão no país, cuja capacidade instalada caiu de 1,7 mil MW para 1,2 mil MW no intervalo de um ano devido ao fechamento de plantas obsoletas. O assunto já está sendo tratado com investidores do setor, representados pela Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM).

Segundo o RR apurou, o presidente da ABCM, Fernando Luiz Zancan, teria tido dois encontros recentes com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Procurado, o banco confirmou ter recebido propostas da ABCM, que ainda serão “apreciadas em reuniões internas para avaliação de alternativas.” A proposta principal dos investidores é complexa: a substituição de todo o parque gerador por seis novas térmicas de 350 MW cada uma, ao custo total de US$ 5 bilhões.

O argumento é que é mais barato recomeçar do zero do que apostar nas plantas em operação, em sua maioria com alto grau de obsolescência. Como contrapartida, além da perspectiva de redução do custo da energia, com a construção de usinas mais eficientes, a proposta chega revestida por um apelo ambiental. As térmicas seriam construídas com tecnologia de captura de carbono.

Até onde é possível separar uma coisa da outra, a suspensão dos financiamentos a térmicas a carvão se deu mais por uma decisão de diretoria do BNDES do que por uma política de governo. O próprio Plano Decenal de Expansão de Energia, da Empresa de Pesquisas Energéticas, prevê o aumento da oferta de energia a carvão de 20% entre 2016 e 2026. Em que pese o risco ambiental, maior fator para a anatematização do mineral, dois pontos estimulam o aumento dos investimentos no setor: as expressivas reservas da matéria-prima no país e o fato de se tratar de uma energia não indexada a moeda estrangeira.

#BNDES

Queimado na largada

9/03/2018
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Paulo Rabello de Castro ainda está no “vou, não vou”. Mas, de antemão, o nome do atual presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, cotado para sucedê-lo, já enfrenta resistência no BNDES. O motivo é a relação de Lozardo com a Marfrig, da qual é conselheiro. O banco é sócio e credor do frigorífico, um dos seus “cavalos vencedores”.

#BNDES #Marfrig #Paulo Rabello de Castro

Paulo Rabello “recorre” à Lei Maria da Penha

8/03/2018
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Prestes a deixar o BNDES para concorrer à Presidência pelo PSC, Paulo Rabello de Castro vai atrás do eleitorado feminino. Confidenciou a assessores a ideia de convidar Maria da Penha Maia Fernandes para ser vice de sua chapa. A farmacêutica cearense tornou-se símbolo da defesa dos direitos femininos ao dar nome à Lei que pune crimes de violência contra a mulher.

#BNDES #Paulo Rabello de Castro #PSC

Fio desencapado

7/03/2018
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O BNDES corre para deslanchar a venda das distribuidoras federalizadas até abril. Todos os editais foram aprovados pela diretoria do banco nesta semana. O próximo passo será uma apresentação a investidores, prevista para 19 de março.

#BNDES

O fim de uma estruturadora de projetos

7/03/2018
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Discretamente, o BNDES e o pool de bancos privados associados à iniciativa desativaram a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). A empresa foi criada em 2008 com a finalidade de elaborar estudos e modelos para concessões públicas, notadamente na área de infraestrutura. Teve alguma valia nas licitações realizadas no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No governo Temer, no entanto, praticamente sumiu do mapa. No fi m de 2016, a Empresa de Planejamento Logístico, vinculada ao Ministério dos Transportes, assumiu a coordenação dos estudos para concessões rodoviárias, ferroviárias e portuárias, esvaziando consideravelmente a EBP.

#BNDES #Dilma Rousseff

Etanol dos Gradin evapora suspeições

2/03/2018
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O empresário Bernardo Gradin conseguiu passar quase ileso pelas denúncias que atingiram a gestão da Braskem – foi questionado em relação a um contrato de preço da nafta e só. Talvez não tenha a mesma sorte no que diz respeito às suas relações empresariais com o BNDES. Gradin usou o modelo consagrado por Eike Batista de pedir dinheiro para um pré-projeto que só existe em sonhos e no rabisco de papel.

O BNDES, em 2011, colocou R$ 1 bilhão na Gran-Bio, produtora de etanol celulósico apresentada como o estado da arte no setor de combustíveis ecológicos. De lá para cá, a empresa dos Gradin apresentou mais problemas do que soluções, tornando-se um case de “cavalo perdedor”. No fim do ano passado, Bernardo Gradin voltou ao BNDES e pediu mais dinheiro. Em meio ao rolo da Lava Jato, seu pleito foi colocado na gaveta.

Há indícios de que o Ministério Público, entre outros projetos merecedores de averiguação, colocou a GranBio na lista dos financiamentos e participações a serem investigados. Afinal, por que os recursos oficiais foram investidos em um projeto sem as devidas contrapartidas? Consultados, GranBio e BNDES não se pronunciaram. Bernardo já foi tido como um campeão, quando acumulava as presidências da Braskem e da Abiquim. Hoje, esconde-se entre insucessos e um ruidoso contencioso com o clã dos Odebrecht, no qual nenhuma das partes sairá ganhando em relação ao status quo anterior.

#Bernardo Gradin #BNDES #Braskem

Temer atenta contra futuro presidente com herança criminosa na regra de ouro

1/03/2018
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Há no mínimo uma fissura moral na legislação da regra de ouro. Esta fenda pode levar a interpretações ou pelo menos ao debate sobre a responsabilidade do atual presidente por prejudicar extremamente o cumprimento do ditame constitucional no primeiro ano de governo do seu sucessor. O Art.85 da Constituição e a Lei no 1.079, de 1950, instituem que é responsabilidade do presidente e de sua equipe econômica a amortização ou criação de reserva para anular os efeitos de operações de crédito em descumprimento à regra de ouro.

O financiamento das despesas de custeio com a venda de títulos públicos caracteriza crime de responsabilidade contra a Lei Orçamentária e pode significar desde um obrigatório pedido de alforria ao Congresso até o impeachment do presidente. O que parece objeto de controvérsia é até que ponto o presidente pode passar para o sucessor como herança uma virtual impossibilidade de cumprimento da regra de ouro – até mesmo por motivações político-eleitorais – sem ser responsabilizado. Se for usado o regime contábil de competência, criminoso é quem deixa o governo sem tomar as providências para não contaminar o primeiro ano da gestão do entrante.

Ele carrega o ônus do futuro imediato resultante dos seus atos passados. Pelo regime de caixa, o abacaxi é de quem assumiu. Ele que se vire, cortando dedos e cedendo anéis. Hoje, a julgar pela interpretação dominante da legislação, o que vale é considerar o calendário gregoriano. Michel Temer e Henrique Meirelles, a quem foram dados os títulos de grão-mestres do ajuste das contas públicas, estão salvando a própria pele. Partem da interpretação de que seu compromisso com a regra de ouro acaba neste ano. Deixarão um buraco de R$ 200 bilhões para o sucessor, sem os recursos das piruetas fiscais com os quais o BNDES está pedalando, antecipadamente, os pagamentos ao Tesouro Nacional.

Temer está secando todos os recursos do banco para tampar o rombo da sua gestão. A equipe econômica está histérica com o atraso de meia dúzia de dias do BNDES no repasse de uma tranche de R$ 30 bilhões, ou 25% do valor devido. O atual governo confessa que a regra de ouro dificilmente poderá ser cumprida, em 2019, sem o pedido de recursos extraordinários ao Congresso ou mudança constitucional. Perguntaria o inquisidor: Dilma Rousseff não foi um bom exemplo de presidente que empurra para frente o descalabro fiscal?

Bem, Dilma foi “impichada” e não teve o benefício de poder demonstrar nos dois anos que lhe faltavam se conseguiria ou não lidar com a regra de ouro, que, diga-se de passagem, sempre foi honrada. Com Temer é diferente. Seus ministros anunciam desde já que a herança do sucessor é sinistra e de difícil resolução. O futuro presidente já assume como candidato a crime de responsabilidade. Se não houver uma regra para tornar regressiva a culpabilidade pela inconsequência fiscal, será o típico caso em que quem pariu Mateus não vai embalá-lo. E se Temer for reeleito? Sua atitude sugere que nem mesmo ele acredita nessa hipótese.

#BNDES #Michel Temer #Tesouro Nacional

Insulina da Biomm causa efeitos colaterais no BNDES

26/02/2018
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O aumento de capital da Biomm, anunciado na última quinta-feira, empurrou o BNDES para uma encruzilhada. Se correr, ou seja, não atender à chamada, o banco terá sua participação diluída e perderá de vista boa parte dos R$ 100 milhões que já alocou na fabricante de insulina; se ficar, terá de colocar mais dinheiro em um projeto que ainda não saiu do papel e já nasceu cercado de suspeições. Para quem não está ligando o nome à pessoa, a Biomm é a fabricante de insulina que tem como um de seus sócios o empresário e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, personagem próximo ao ex-presidente Lula.

Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, já reafirmou o “compromisso” do banco com o projeto. No entanto, o negócio provoca divisões dentro do BNDES. As maiores resistências viriam da área de Mercado de Capitais, muito em função da excessiva exposição da instituição na Biomm. O BNDES duplo chapéu: é financiador e sócio da companhia. Os atrasos no cronograma também alimentam o coro dos contrários.

A nova fábrica da Biomm em Nova Lima (MG) era prometida para 2016, ficou para 2017 e, garante a empresa, agora está finalmente concluída, aguardando apenas licenças regulatórias. No banco, há dúvidas ainda quanto ao retorno do negócio. O projeto já teria dado mais de R$ 120 milhões em prejuízos. Além das divergências externas, os questionamentos à permanência do BNDES no negócio também vêm de fora para dentro. Auditoria feita pela CGU apontou uma série de irregularidades no empréstimo do banco para a Biomm. O banco não teria respeitado seus próprios limites de exposição a risco de crédito. Teria também utilizado critérios fora do padrão tratando-se de projetos pré-operacionais, caso da Biomm.

#Biomm #BNDES

Governo junta cacos para cumprir a “regra de ouro”

9/01/2018
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Mesmo se o BNDES conseguir pagar integralmente os R$ 130 bilhões em empréstimos que deve ao Tesouro Nacional, a conta para cobrir o buraco da “regra de ouro” não fecha. Ficam faltando ainda cerca de R$ 54 bilhões, de uma conta a pagar de R$ 184 bilhões. Uma parte, contudo, o governo já tem de onde tirar. Com o aumento da arrecadação, devem entrar R$ 30 bilhões além do necessário para a cobertura do déficit fiscal de R$ 159 bilhões, no ano passado.

O governo tem ainda projetados no orçamento R$ 10 bilhões para esses tropeços. Ficariam faltando ainda R$ 34 bilhões. Um dos caminhos para arrumar o dinheiro é a venda de parte da Eletrobras. Os ministros do Planalto e da área econômica vão fazer um ataque maciço no Congresso para demover as resistências. De qualquer  forma, o estrago foi feito. Primeiramente, nunca houve risco de quebra da “regra de ouro” nos outros governos. Em segundo lugar, justamente o governo que pautou seu discurso pelo ajuste fiscal é quem arreganha o descontrole das suas contas.

Em terceiro, prestes a cometer crime de responsabilidade, o governo busca a mudança da Constituição para salvá-lo da irrevogável punição. Em quarto, justifica que a emenda constitucional seria feita de forma que a quebra da regra de ouro não mais ocorresse, pois haveria mecanismos e contrapartidas obrigatórias para evitar o desacerto. Algo como um piloto automático. Em quinto, abre uma brecha para ser chamado de governo caloteiro na campanha política; que só pagou porque mudou a Constituição do país. Temer e Meirelles precisam correr para culpar Dilma Rousseff por mais esse desatino. Na medida em que a gestão da presidenta vai ficando mais distante, os equívocos de política econômica não vão mais colar nela com facilidade. Tenha sido ela responsável ou não pela lambança.

#BNDES #Eletrobras

Há mais do que aviões de carreira nos céus brasileiros

5/01/2018
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A Líder Aviação, empresa de táxi aéreo, estaria na prateleira. A companhia, que atravessou um período de resultados crescentes fazendo transporte para as plataformas de petróleo offshore, viu esse mercado desabar. As operações offshore ocupavam mais de 100 helicópteros no país e a projeção era de que esse número chegaria a 200 aeronaves em 2020. Hoje são menos de 70. Procurada pelo RR, a Líder nega a venda do controle. Está feito o registro. De toda a forma, a empresa está lustrada para a venda. Na feira da Labace, a Líder anunciou que tinha fechado quatro negócios que não se realizaram. A empresa está preocupada com sinalizações de que sua situação é decadente. E tome de marketing e ações confeitivas. É ver até quando dá.

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Se o governo topar e o Congresso aprovar a participação de 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas, o país não terá mais empresa nacional no setor. Todas as aerolinhas já sinalizaram que venderão integralmente suas ações. Dependendo da forma que se olhe, é bom à beça, pois as companhias serão capitalizadas; ou ruim, porque é mais uma parcela da burguesia nacional que se escafede e um centro de decisões que é exportado.

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O apoio de pai para filho do BNDES, assim como sua participação no capital e verbas de fomento concedidas à Embraer nestes anos todos, além da presença quase exclusiva no financiamento de aeronaves, são alguns pontos discutidos em um dos mais altos andares de Brasília. Gente que quer ordenhar os recursos do banco. O consenso é que a operação de maior envolvimento com a Boeing, quer seja uma amizade colorida ou matrimônio, pode ter senões de diversas ordens, mas é boa para o banco, que vai ter um dos seus ativos bastante valorizados.

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O chinês HNA Group, acionista do Galeão, teria aberto tratativas para a compra da participação da Triunfo no aeroporto de Viracopos. A companhia brasileira é dona de 45% da Aeroportos do Brasil, controladora da concessão. Ressalte-se que a Triunfo está com a corda no pescoço: carrega uma dívida de R$ 2,5 bilhões e segue às voltas com um intrincado processo de recuperação extrajudicial.

#BNDES #Embraer #Líder Aviação

Mea culpa

4/01/2018
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O RR publicou ontem que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, flerta com uma triangulação entre o BNDES e um pedaço das reservas cambiais para honrar a “regra de ouro” em tempo hábil. Fica mantida a informação. O registro esquecido é que o governo pode se livrar de todos esses percalços se decidir ir ao Congresso, confessar o default, pedir um waiver, obter a aprovação para uma tranche excepcional da maioria do Legislativo, o que teria gosto acentuado de fracasso na política fiscal. Todo esse sarapatel em ano de eleições. Vixe!

#BNDES #Henrique Meirelles

Uso das reservas cambiais entra no cardápio de Henrique Meirelles

3/01/2018
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O ministro Henrique Meirelles diz que não, desmente, faz beicinho, mas, na verdade, flerta em usar um pedaço das reservas cambiais para se livrar dos riscos do ser enquadrado na “regra de ouro”. Trata-se de um dispositivo constitucional que impede o governo de emitir dívida para financiar despesa corrente. O não cumprimento do ditame é considerado no artigo 167 da Constituição como crime de responsabilidade e atinge diretamente o presidente da República e a equipe econômica. O Tribunal de Contas da União tem fiscalizado com atenção o buraco que existe e prevê a necessidade de um aporte de R$ 182 bilhões.

Segundo uma fonte do TCU, fala-se muito em reforma da Previdência, mas, no curto prazo, a regra de ouro é um problema bem  premente. A equipe econômica já dá como certo que o BNDES fará um pagamento dos empréstimos concedidos pelo Tesouro
em valor bem inferior aos R$ 130 bilhões com que o governo contava para reduzir o passivo. O banco já tem financiamentos contratados e deverá transferir um montante de cerca de R$ 59 bilhões, mais ou menos a mesma quantia paga no ano passado. A ideia em estudo é criar um fundo no exterior com US$ 40 bilhões das reservas cambiais, pouco mais de 10% do lastro em moeda forte do país, da ordem de US$ 380 bilhões.

Com esses recursos, o governo capitalizaria o BNDES com um aporte de aproximadamente R$ 80 bilhões. O banco, então, teria funding para chegar próximo ou até superar o valor de R$ 130 bilhões, que seria sua contribuição esperada para zerar a “regra de ouro” em 2018. A operação seria uma semi-pedalada, porque o governo não emitiria dívida nem faria empréstimo, mas usaria seus ativos, o que no final, contabilmente, dá mais ou menos no mesmo. A questão é como desatar o nó do aumento da dívida bruta em função da internalização das reservas.

O governo teria de esterilizar esses recursos por meio da emissão de títulos. Também nessa hipótese, ele superaria os 80% da relação dívida bruta/PIB, considerado o limite informal para o risco de solvência pelas agências de rating. O único aspecto mais confortável nessa equação é a provável reposição das reservas que seriam usadas em 2018. O governo trabalha com um nível de US$ 400 bilhões de lastro cambial para este ano. Ou seja: caso fossem utilizados os US$ 40 bilhões, esse aumento de US$ 20 bilhões projetado permitiria que as reservas permanecessem em torno de US$ 360 bilhões. Portanto, próximo da média de US$ 370 bilhões mantida em 2017. O certo mesmo é que o dinheiro para a regra de ouro vai ter de sair de algum lugar, seja lá qual for o expediente a ser usado. Nas palavras do secretário de Acompanhamento Econômico, Man-sueto de Almeida, “O que não pode é sermos todos presos”.

#BNDES #Henrique Meirelles #TCU

Energia do BNDES

19/12/2017
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É grande a expectativa na EDF de que o BNDES aprove ainda neste ano o financiamento para as usinas de energia solar Pirapora II e III, em Minas Gerais. O valor liberado pelo banco, que já apoiou a primeira etapa de instalação do complexo, deverá passar dos R$ 600 milhões. Os recursos vão engrossar os desembolsos do BNDES para o setor elétrico. A meta já anunciada é bater os R$ 14 bilhões em financiamentos neste ano, contra R$ 9 bilhões em 2016.

#BNDES

Gás chinês

13/12/2017
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A chinesa Beijing Gas é vista nos corredores do BNDES como forte candidata aos leilões da pernambucana Copergás e da sul-mato-grossense MS Gás – o processo de privatização de ambas é coordenado pelo banco.

#Beijing Gás #BNDES #Copergás

Debate eleitoral promete quebrar o tabu sobre as reservas cambiais

12/12/2017
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O uso de reservas cambiais para aditivar os investimentos e melhorar a situação fiscal, medida que já foi classificada como uma panaceia das esquerdas, será trazida para o centro do debate em 2018. De acordo com a mais recente edição de Insight-Prospectiva, boletim informativo da Insight Comunicação distribuído aos assinantes no último dia 5, Lula tem esmiuçado o assunto com os economistas do PT, tais como Nelson Barbosa, Luiz Gonzaga Belluzzo, Marcio Pochmann e Ricardo Carneiro. Duas propostas são lapidadas.

A primeira passaria pelo BNDES e envolveria um encontro de contas. Banco Central e Tesouro, por meio das devidas transferências, capitalizariam a agência de fomento, de forma que ela não precisasse devolver os R$ 130 bilhões de empréstimos para cumprir a chamada “regra de ouro” – norma que proíbe o financiamento dos gastos de custeio do governo por intermédio da emissão de títulos públicos. Como o país carrega US$ 380 bilhões em reservas, o uso de US$ 50 bilhões do lastro cambial capitalizaria o BNDES acima dos 100% do que ele está escalado para devolver.

Uma das formas para a execução dessa operação seria por meio de recebíveis da disponibilidade do Tesouro Nacional depositadas em sua conta única no Banco Central. De janeiro a novembro, essa fonte, que somente está sendo utilizada para o gasto de despesas de custeio, financiou despesas de R$ 92,2 bilhões. Desde 2014, a conta única cresceu R$ 433 bilhões. A explicação seria a política de câmbio combinada com o alto valor das reservas.

No presente, essa fonte de financiamento está sendo utilizada pelo governo para evitar que ele quebre a “regra de ouro” e seja decretado como incapacitado. O saldo dessas tecnicalidades é que o BNDES teria mais recursos para fazer políticas proativas de fomento. Outro caminho cogitado nas conversas entre Lula e os economistas do PT envolveria o aumento do crédito interno por intermédio do Banco Central, medida, por sinal, que tem defensores fora das hostes petistas, caso do sócio da consultoria Tendências, Nathan Blanche. Nesta hipótese, o BC abriria linhas de crédito aos bancos públicos e privados, com base nas reservas.

As instituições financeiras, por sua vez, ofertariam os recursos às empresas para investimentos em concessões, privatizações ou mesmo greenfield. O BC teria uma remuneração maior para as reservas do que a obtida com o investimento em ativos no exterior – quase a totalidade do lastro cambial do país. E se o BC transferisse recursos das reservas diretamente para o BNDES, substituindo os aportes de recursos feitos pelo Tesouro, essa operação também teria o efeito líquido de rebaixar a dívida bruta.

Para Lula, empunhar a bandeira do uso das reservas cambiais traria um paradoxo que nenhum outro candidato precisaria enfrentar. A proposta exigiria do petista um contrapeso, com o anúncio de medidas conservadoras. Diminuir as reservas cambiais em um ambiente de insegurança internacional pediria um discurso antagônico à agenda de desconstrução das reformas liberais do governo de Michel Temer. Trata-se do corner imposto por Temer, sua maldição a quem se afastar demais da sua agenda.

#Banco Central #BNDES #Lula #PT

De olho na Copergás

1/12/2017
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A Mitsui já disparou um torpedo para o BNDES tratando do seu interesse na Copergás, distribuidora de gás natural de Pernambuco. O modelo de privatização da empresa está sendo alinhavado pelo banco.

#BNDES #Copergás #Mitsui

Arbitragem política

24/11/2017
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Os pesos-pesados da indústria sucroalcooleira que controlam o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) entendem só haver uma saída para a contenda com a BNDESPar: politizar a questão. A Raízen, de Rubens Ometto, e a São Martinho estariam tentando sensibilizar o governo para que ele entre em campo e resolva o impasse com o braço de participações do BNDES. Em 2014, a BNDESPar ingressou no capital da CTC comprometendo-se a injetar mais R$90 milhões no negócio. No meio do caminho, puxou o freio de mão, alegando que a empresa tem folga de caixa e não precisa da capitalização. A pendenga foi parar na Câmara de Arbitragem da B3. Procurada, a São Martinho diz “não confirmar a informação”. A Raízen não se pronunciou.

#BNDES #CTC #Raízen

O economista e o pastor

24/11/2017
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O PSC quer misturar no mesmo caldeirão o presidente do BNDES e um dos maiores líderes evangélicos do país. O partido, do “pré-presidenciável” Paulo Rabello de Castro, tenta seduzir o pastor Silas Malafaia a se candidatar ao Senado.

#BNDES #Paulo Rabello de Castro #PSC #Silas Malafaia

O RR também afaga

10/11/2017
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O professor Aloisio Araujo, do Impa e da FGV, está trabalhando que nem um mouro e fazendo milhares de modelos práticos e regressão. Ele está debruçado na elaboração de diversas propostas microeconômicas capazes de fazer um enorme bem à economia brasileira. Araujo tem na agulha projetos para reformas no regime de partilha nas licitações do pré-sal e sugestões para a melhoria operacional e da dinâmica de funcionamento do BNDES.

O economista participa do Comitê da Fazenda que discute mudanças na Lei de Falências, um projeto da sua lavra, para efetuar aperfeiçoamentos. Aloisio Araujo também teria algumas colaborações a dar na área da política monetária. Mas esse é um campo em que todos se tornam luminares do dia para a noite, e como tal, regurgitam soberbas e recusam-se a ouvir os mais gabaritados.

Araujo é o mais renomado economista brasileiro no exterior, autor do maior número de artigos acadêmicos publicados em revistas técnicas internacionais, em diversos debates que frequenta é prestigiado por Prêmios Nobel de economia. Seus aniversários são celebrados pelos economistas mais laureados do planeta, como da Econometrics Society. Não ouvir o homem só pode ser produto de disfunção cognitiva ou ignorância desinibida.

#BNDES #FGV

Cuba e Andrade Gutierrez seriam um Frankenstein improvável

25/10/2017
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Quando se achava que tudo estava terminando é que se encontra mais. O Ministério Público está fuçando obras da Andrade Gutierrez em Cuba, que, até então, não constavam da lista das “top suspeitas”. De obras em Cuba somente se falava no Porto de Mariel, a cargo da Odebrecht, que representa um dos maiores financiamentos do BNDES no setor de exportação de serviços de engenharia. Segundo a fonte do RR, a suspeição é que a Andrade Gutierrez teria feito uma inusitada triangulação financeira entre países, realocando para projetos em Cuba empréstimos originalmente concedidos pelo BNDES para empreendimentos em Angola. Seria um Frankenstein sem tamanho, uma exótica combinação que envolveria superfaturamento de obra, incompetência, para se dizer o mínimo, do banco de fomento para avaliar empréstimos – uma hipótese na qual o RR não acredita –, e uma estranha troca de chumbo entre dois países de governos ditatoriais. Estranho, mas não impossível. Consultado, o BNDES informou que não financiou projetos da Andrade Gutierrez em Cuba, mas confirmou ter concedido crédito para contratos da companhia em Angola.

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Nota da Redação: a Andrade Gutierrez preferiu não responder às perguntas enviadas sobre o assunto. Ao contrário: seu diretor de comunicação, André Moragas, optou por fazer maledicências e associações desonrosas ao Relatório Reservado, esquecendo-se que procurou o RR em diversos momentos para repassar informações sobre empreiteiras concorrentes. Apesar das grosserias, o RR permanece aberto aos esclarecimentos de Moragas, toda vez que ele assim considerar necessário.

#Andrade Gutierrez #BNDES #Odebrecht

Pedalada salomônica

16/10/2017
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O recuo estratégico do ministro Henrique Meirelles na discussão com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, sobre o valor da devolução dos empréstimos do Tesouro ao banco indica que a Fazenda já pensa em um mix de soluções para compensar a redução do repasse previsto de R$ 130 bilhões, em 2018. É provável que uma complementação tenha de ser pedida ao Congresso para evitar que o governo quebre a “regra de ouro”. À margem do ajuste fiscal, o arranjo permitiria que nem Meirelles nem Rabello de Castro saíssem como o perdedor na disputa pelos recursos. A coluna do meio atende os anseios políticos de ambos.

#BNDES #Henrique Meirelles #Paulo Rabello de Castro

Crônica de um pobre país bilionário

3/10/2017
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O Brasil caminha a passos largos para se tornar um dos países prósperos do mundo se o critério for o da acumulação de reservas cambiais (liquidez internacional). Uma das mais renomadas consultoras de dados macroeconômicos, senão a mais renomada, a LCA prevê que o Brasil deterá US$ 972 bilhões em reservas, na média do período 2021/2030. Para chegar a esse cálculo, a LCA, que tem entre seus sócios o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, projeta um saldo médio de US$ 57 bilhões para a balança comercial no mesmo intervalo.

Em 2017, o lastro cambial do país fechará em torno de US$ 388 bilhões, somente inferior ao da China, conforme a medição do número de meses de importações correspondentes. A montanha de dólares ou, para ser preciso, de títulos do Tesouro norte-americano em sua maioria, mais do que dobrará em uma década e alguns quebrados, a não ser que ocorra algum acidente espetacular no percurso. A julgar pelo critério de acumulação de reservas, todo brasileiro é virtualmente um milionário.

Com base no último censo do IBGE, que calcula em 207 milhões de habitantes a população do Brasil, e usando um índice cadente de crescimento demográfico, cada cidadão seria detentor de US$4,37 milhões, em média, entre 2021 e 2031. Mesmo se fosse descontada a média da dívida externa bruta do país projetada para 2021/2030, na faixa de US$ 707 bilhões, o brasileiro ainda deteria um razoável pecúlio de US$ 1,28 milhão. Os mais críticos diriam que as reservas cambiais foram construídas à base de aumento da dívida interna bruta. E que, acertando as contas, o brasileiro teria, sim, dívida para pagar. Pode ser. Mas um endividamento baixinho seria como se fosse uma fortuna. O curioso é que um país que não faz obras, congela os investimentos em saúde e educação e tem índices alarmantes de violência possua tanto dinheiro assim.

#BNDES #IBGE #LCA

Operação desmonte

28/09/2017
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Se depender do Ministério da Fazenda, o BNDES fica só com o prédio da Av. Chile, uma parcela diminuta de funcionários para a manutenção e mesas, cadeiras e computadores. Além da devolução de R$ 180 bilhões em empréstimos do Tesouro Nacional, Meirelles estuda outras hipóteses para sangrar o banco: a venda de parte das carteiras do BNDESPar e de créditos bons junto a grandes empresas.

#BNDES #Henrique Meirelles

Pesos e medidas

22/09/2017
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Curioso: a JBS foi impedida pelo BNDES de transferir sua sede para o exterior. Por sua vez, a Braskem estuda, junto com a Petrobras, exportar o seu centro de decisões. Tudo bem… A JBS é uma coisa, e Braskem, Petrobras e BNDES são outra. Mas há algo de similar entre um caso e outro. Ou não.

#BNDES #Braskem #JBS

Pantomina

18/09/2017
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga supostas irregularidades nas operações entre J&F e BNDES começou mal. Em três dias, foram apresentados 130 requerimentos de audiência – algo sem paralelo entre as CPMIs dos últimos anos. O que não falta é parlamentar querendo tirar um pedacinho desse bife e garantir alguns minutos em rede nacional.

#BNDES #J&F

Luciano Coutinho veste a armadura do acadêmico

13/09/2017
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O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho traçou uma rota para atravessar o período de turbulência. Vai concentrar sua atividade e exposição em questões de ordem acadêmica, preferencialmente não relacionadas ao banco. Apesar da indissociabilidade com a LCA Consultoria, pretende se divorciar temporariamente de funções executivas, mesmo continuando ligado à empresa.

Luciano acha que o melhor desinfetante para as agruras sofridas com a Lava Jato é voltar a ser o que sempre foi: um economista industrialista, e escrever, escrever, como se não houvesse amanhã. Essa é sua chinese wall. Ele atravessa com a placidez de um monge os tormentos das circunstâncias, tais como o bloqueio dos seus bens por um juiz federal do Mato Grosso. Nada a ver com a Lava Jato. Aliás, o maior espalha-brasas entre todos os delatores, o empresário Joesley Batista, fez questão de ressaltar que Coutinho não tinha qualquer relação com suas operações pouco republicanas.

Em meio a tanta notícia desagradável, eis um fato positivo: Luciano Coutinho é um dos economistas com maior network entre os empresários de São Paulo e relacionamento no circuito internacional de agências de fomento. Ele continua a ser visitado, emitindo opiniões e prestando conselhos. Com seu jeito zen, não se arrepende sequer da longa temporada no BNDES, uma antiga obsessão profissional.

Coutinho largou umas das consultorias mais bem-sucedidas de São Paulo para dar expedientes de 15 horas com uma remuneração bem inferior à que tinha na sua empresa. Agora, inexoravelmente vai ter seu momento de Geni, tomando pedradas aqui e acolá. Por isso não é o momento de falar da teoria que fundamentava os “cavalos campeões” ou da exportação de serviços de engenharia. Em situações de linchamento não há defesa que se sustente. Mas, Coutinho faria quase tudo outra vez.

Seus amigos dizem que ele repensaria o timing de saída do banco, que poderia ter ocorrido quando se iniciaram os escândalos envolvendo a Petrobras. No entanto, ele quis se defender dentro da instituição. Depois do engenheiro Marcos Vianna foi o mais longevo presidente do banco e o mais identificado com a corporação. Quanto a sua gestão, os dados estão contidos no “livro verde”, com o qual o atual presidente, Paulo Rabello de Castro, vem defendendo a lisura e acerto técnico dos profissionais do banco.

#BNDES #Lava Jato #Luciano Coutinho

Escudo minoritário

13/09/2017
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O BNDES identificou que a Triunfo Participações tem usado minoritários como escudo para evitar a execução de suas dívidas. Da parte do banco, vem mais chumbo grosso por aí.

#BNDES #Grupo Triunfo

Empregos que batem asas

13/09/2017
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A Embraer tem um projeto estruturado para transferir, no horizonte de três anos, uma parcela da produção de aeronaves militares para os Estados Unidos. Nada muito diferente do que a empresa já fez com a montagem de jatos executivos, quase que inteiramente deslocada para a Flórida. É estranho que uma companhia pendurada no BNDES se torne uma grande exportadora de emprego do Brasil.

#BNDES #Embraer

Rabello não concorda

8/09/2017
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Paulo Rabello de Castro não concorda com a devolução de recursos do BNDES para o Tesouro, muito menos em valores superiores a R$ 100 bilhões. E ponto final.

#BNDES #Paulo Rabello de Castro

Dedo de prosa sobre o bazar das estatais

25/08/2017
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Se o governo está fazendo piruetas para misturar concessão com privatização e obter uma receita extra orçamentária de R$ 30 bilhões com a Eletrobras, só resta uma conclusão: o déficit primário projetado para o próximo ano não é de R$ 159 bilhões, mas, sim, de R$ 189 bilhões. Privatizações feitas a toque de caixa são a tradução perfeita para um buraco orçamentário maior do que o previsto. E o estouro dos fogos de artifício no céu do mercado leva a crer que o governo deu somente a sua primeira estocada mortal no triângulo das grandes estatais.

As 49 empresas elencadas no PPI têm um efeito mais confeiteiro. Várias delas já tiveram sua venda anunciada anteriormente inúmeras vezes. Mas a inclusão da Eletrobras muda o enredo completamente. O mencionado expediente da golden share tem mil utilidades, inclusive a de eventualmente não ter utilidade alguma ou ser uma trucagem eficaz. Sua insuficiência imunológica já forçou o BNDES a ingressar no capital de ex-estatal para evitar que fosse descumprido o escrito e o combinado.

Fica acertado, portanto, que a golden share funciona como uma apólice de segurança junto à sociedade para a venda de ativos com maior sensibilidade política. Alguém aí falou Petrobras? O Banco do Brasil e a Caixa Econômica já podem ir para a prateleira. A engenharia de privatização da Eletrobrás tem serventia para todo o triângulo das grandes estatais.

A Petrobras, sem dúvida, seria a missão mais difícil, pois necessitaria de negociação complexa no Congresso para a mudança constitucional que veda sua alienação. BB e CEF estão à disposição. A transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é sempre desejável em termos de ganho de eficiência. Mas vender monopólios ou quase monopólios é uma contradição do capitalismo.

Em qualquer hipótese, a desmobilização deve ser feita com o maior retorno para a sociedade. Vender na baixa é condenável segundo cláusula pétrea das leis do mercado. O ex-ministro Mário Henrique Simonsen dizia: se por acaso privatizar, a receita tem de ir para abater dívida pública e não para saldar o gasto corrente. Ou seja: não é boa medida vender as estatais e esterilizar os recursos cobrindo o déficit primário.

O decano das privatizações, o economista Ignacio Rangel, pregava que o retorno das vendas de ativos maduros deveria ser aplicado em setores nos quais o país estivesse demasiadamente atrasado. Que tal tecnologia hospitalar, inovações, para não dizer da velha senhora, a infraestrutura? Há quem diga ainda que a privatização contribuiria para reduzir a cultura de corrupção no país. Mais ou menos.

A criação de empresas monumentais aumentaria a capacidade de corrompimento e captura do Estado por esses agentes. Ah, mas a urgência do ajuste fiscal justificaria atos de coragem. Pode ser. Mas, quando se trata de patrimônio público, é um despropósito fazer da correria uma estratégia para a alienação dos ativos. Para quem já chegou até aqui, melhor seria menos açodamento

#BNDES #Eletrobras #Petrobras

Governo do Rio resseca a Cedae

23/08/2017
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O próprio governo do Rio tem contribuído para turvar ainda mais a privatização da Cedae. Segundo o RR apurou, o estado não estaria cumprindo os termos firmados com a companhia para o pagamento de uma dívida de R$ 198 milhões. Os atrasos se arrastam desde o ano passado. Candidatos à compra da Cedae já manifestaram ao governo do Rio e ao BNDES que não participarão do leilão sem garantias firmes de que os débitos serão pagos ou compensados.

A agência de fomento e as autoridades do Rio discutem uma forma de decantar esta impureza das contas da Cedae. Uma das hipóteses cogitadas é uma contrapartida fiscal, com o abatimento futuro de ICMS. Outro caminho seria o próprio BNDES assumir o passivo, tendo como garantia ações da concessionária. Procurada, a Cedae confirmou os termos de compromisso com o estado.

No entanto, não se pronunciou quanto ao valor da dívida e aos atrasos do governo, sob a alegação que, “em obediência ao Código de Defesa do Consumidor, não pode fornecer informações de clientes.” Entre 8 de agosto de 2007 e 30 de dezembro de 2015, o governo do Rio de Janeiro e a Cedae celebraram sete termos de acordo com o intuito de realizar a compensação de saldos em aberto entre as partes. No fim de 2015, foi fechado mais um Termo de Encontro de Contas referente ao exercício de 2014, no montante de R$ 109 milhões. Os atrasos colocam em risco, desde já, a quitação dos passivos até 2020, prazo estabelecido nos acordos.

#BNDES #Cedae #ICMS

Os caminhos de Brasília se fecham para a Triunfo

21/08/2017
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Para a Triunfo, tão ruim ou o pior do que a dívida de R$ 2,5 bilhões é o desmoronamento das pinguelas que a ligavam ao Poder. De um lado, o BNDES executa fianças bancárias por dívidas em atraso e vende ações do grupo; do outro, quem aperta o cerco é a Casa Civil e o Ministério dos Transportes. Segundo o RR apurou, a Triunfo tenta negociar a concessão da BR-060-153-262, que corta o Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.

O ativo, arrematado em 2014, já teria sido, inclusive, ofertado a empresas do setor, como EcoRodovias e Arteris. Ocorre que o governo já fez chegar à Triunfo a informação de que não autorizará a transferência da concessão. A Triunfo tem dois caminhos: ou pega carona na “MP das Rodovias” que está prestes a ser editada, estende por mais 14 anos o prazo para a duplicação da estrada e finalmente faz os investimentos de R$ 3,5 bilhões previstos e que nunca saíram do papel ou, então, o Ministério dos Transportes vai decretar a caducidade da licença e relicitá-la.

O argumento do governo é que o espírito da nova Medida Provisória não é criar um balcão de negócios de concessões, mas permitir que grupos com investimentos em atraso ganhem fôlego para deslanchar as obras. Quem não quiser que devolva a concessão, como acaba de fazer a Galvão Engenharia com outro trecho da BR-153. Procurada pelo RR, a Triunfo não quis comentar o assunto. Um a um, os caminhos traçados pela Triunfo com o objetivo de fazer caixa e sair da recuperação extrajudicial parecem se desmanchar.

O caso mais agudo foi Viracopos. O grupo tentou passar a concessão adiante, mas esbarrou na recusa do governo em renegociar os prazos de pagamento da outorga, o que forçou a devolução da licença. Tudo muito diferente dos tempos em que os sócios da Triunfo andavam sobre tapetes vermelhos em Brasília e tinham um excelente trânsito junto a autoridades, como, por exemplo, Eliseu Padilha. Uma relação, inclusive, que nunca foi muito bem compreendida pelo fato de um dos filhos do atual ministro da Casa Civil, Robinson Padilha, advogar para a companhia.

#BNDES #Grupo Triunfo #MP das Rodovias

Economia retrô

18/08/2017
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Há previsões no Ipea de que até 2020 a indústria participará só com 8,5% do PIB. O setor despencou 10 pontos percentuais em 30 anos. Já está no mesmo patamar de 1947 e vai ficar abaixo de tudo que já se viu na série histórica. E ainda querem dinamitar o BNDES.

#BNDES #Ipea

GranBio evapora no ar

1/08/2017
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Bernardo Gradin está vendendo a GranBio, produtora de etanol celulósico criada em parceria com o BNDES. A empresa é um daqueles projetos que foi sem nunca ter sido. Recebeu financiamento do banco no melhor modelo Eike Batista, em que o empréstimo ia para algo que nunca existiu fora do papel. Gradin aparenta querer se livrar de tudo no Brasil para ir viver sem riscos no exterior como bilionário que é. Permanecerá, a distância, em sua disputa judicial encarniçada com Marcelo Odebrecht pelo valor justo para a venda de parte minoritária da holding baiana. Mas é melhor mesmo ficar fora daqui. Gradin já foi citado por Paulo Roberto Costa na Lava Jato.

#Bernardo Gradin #BNDES