Tag: Americanas
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Empresa
Americanas vai ter dois CEOs?
12/09/2024Empresa
Americanas reserva um espaço na prateleira para a Uni.Co
28/05/2024Empresa
Itaú também tem a sua “Americanas” no Chile
23/05/2024
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Quando a Americanas vai prestar contas a acionistas e credores?
27/03/2024No fim da tarde de ontem, chegou a um dos maiores credores da Americanas a informação de que a rede varejista deverá adiar mais uma vez o anúncio do balanço de 2023, que já foi postergado para o fim de maio. Um indício nesta direção vem da resistência da empresa em convocar a assembleia geral extraordinária, para a análise das demonstrações financeiras do ano passado. Os credores pressionam a Americanas para que a Assembleia ocorra na primeira semana de junho, imediatamente à data prometida para o anúncio do balanço de 2023. Mas, até agora, nada. Talvez porque a Americanas saiba, desde já, que os acionistas não terão o que analisar no início de junho. Ressalte-se que, após seguidas promessas, a companhia só republicou as demonstrações de 2021 e 2022 quase no fim de 2023, em meados de novembro.
Empresa
St Marche ganha musculatura e mira Hortifruti
12/03/2024Os acionistas da rede de supermercados St Marche, à frente o fundo norte-americano-americano L Catterton, discutem um aumento de capital na empresa. Qualquer semelhança entre o aporte de recursos e apresentação de uma proposta pela Hortifruti Natural da Terra não seria mera coincidência. Formalmente, a Americanas diz que suspendeu o processo de venda da empresa. Puro jogo se cena. Quem chegar com R$ 800 milhões na mão leva.
Empresa
Por que Sicupira foi o mais castigado entre os sócios da Americanas?
28/11/2023Um operador contumaz do trio de acionistas de referência da Americanas considera um enigma que a maior responsabilidade pelo assalto contábil na empresa tenha sido depositada sobre as costas de Carlos Alberto Sicupira. Sobrou para Sicupira capitalizar a companhia com R$ 6 bilhões, mesmo valor que será dividido por Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Hipóteses existem aos quilos: “Beto” era do Conselho, o principal entusiasta da empresa; ele não foi capaz de segurar a língua de Sérgio Rial por um pouco mais de tempo; ou até mesmo que a “punição” é uma forma de manter intacta a fama de acertadores dos demais integrantes da trinca. Parece tudo pouco verossímil. Primeiro, porque o dinheiro dos Lemann Brothers se mistura em várias operações; a grana é cheia de capilaridades. Por isso, se fosse o caso de imputar um “castigo” maior a Sicupira, isso poderia ter sido feito sem estorricar o sócio e sem dar visibilidade à partilha. Segundo, porque o histórico do trio é exatamente o contrário, como demonstram os episódios do Banco Garantia (à época de grande repercussão) e Kraft Heinz. Como esse pessoal não dá ponto sem nó, tem alguma coisa mal explicada. Que os favorece, é claro.
Destaque
“Operação Lemann washing” avança a pleno vapor
5/10/2023No universo particular de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, é como se os crimes contábeis da Americanas jamais tivessem existido. O trio não apenas mantém distanciamento asséptico do escândalo da rede varejista como tem soltado novos balões de ensaio sobre projetos e investimentos, em sua estratégia diversionista. Nas últimas semanas, Lemann despontou no noticiário no figurino de mecenas da educação. A MegaEdu, ONG financiada pela Fundação que leva o nome do empresário, firmou um acordo de cooperação com o MEC para dar “apoio técnico” à conexão de escolas públicas à internet. A parceria levou a ONG de Lemann para dentro do governo: a MegaEdu passou a integrar um Conselho do Ministério das Comunicações com poder decisório sobre R$ 6,6 bilhões em verbas para a conectividade na rede pública de educação. Outro balão lançado aos céus nos últimos dias aponta Lemann como candidato à aquisição da SAF do São Paulo. Na sua historiografia não há registros de que o velho tenista – caso raro de jogador que disputou a Copa Davis por dois países, Suíça e Brasil – tenha apreço pelo esporte bretão e muito menos seja um aficionado do tricolor paulista. Mas, de repente, o sócio de referência da Americanas se revela um apaixonado torcedor. Há poucos terrenos mais férteis do que o futebol para uma operação de greenwashing – seja por parte de um Estado soberano, seja por parte de um empresário no cerne de um escândalo contábil.
As demonstrações de prosperidade e de normalidade no mundo de Jorge Paulo Lemann e, por extensão, de seus sócios só reforçam a capacidade do trio de desviar o foco e higienizar sua imagem permanentemente, graças a uma competente estrutura de lobby e ao trabalho institucional junto às mídias. É o que mostra, inclusive, levantamento publicado recentemente pelo próprio RR, atestado, a partir do monitoramento de veículos jornalísticos, o gradativo descolamento de Lemann, Telles e Sicupira da fraude contábil da Americanas (https://relatorioreservado.com.br/?s=americanas+ferramenta&search-type=normal&post_type=post). Pouco a pouco, os três acionistas de referência foram convenientemente desaparecendo do noticiário sobre o escândalo da rede varejista.
Especial
Os acionistas de referência da Americanas sumiram da “cena do crime”
16/08/2023Nem parece que a Americanas tem dono. Gradativamente, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira têm conseguido a façanha de descolar sua imagem do escândalo contábil da rede varejista, praticamente dissipando suspeições quanto a sua responsabilidade por uma das maiores fraudes empresariais da história do país. Parafraseando Sartre, os culpados são os outros. É o que mostra um minucioso levantamento obtido pelo RR. Trata-se de uma varredura nos 75 veículos impressos e online de maior circulação e audiência do país, produzida a partir de ferramenta da Knewin, maior empresa de monitoramento de mídia na América Latina. Os dados mostram com razoável detalhamento o “fade out” dos três acionistas de referência da Americanas ao longo dos meses. Em janeiro, mês em que o escândalo veio à tona, houve 3.062 menções a Lemann, Telles e Sicupira relacionadas à companhia. Em fevereiro, o número caiu para 2.322 citações. Nesse mês, ressalte-se, há um detalhe que fez diferença e, àquela altura, causou certa distorção no noticiário: o fator Lula. Em entrevista, ao ser perguntado sobre a fraude da Americanas, o presidente da República disse que “Lemann era vendido como suprassumo do empresário bem-sucedido no Planeta Terra” e “vai acontecer com ele o que aconteceu com Eike Batista”.
As declarações de Lula, como não poderia ser diferente, impulsionaram a exposição de Jorge Paulo Lemann e consequentemente de seus sócios em fevereiro. Mas, naquele momento, os três investidores já esvaneciam no noticiário. Em março, apenas dois meses após a revelação dos crimes contábeis da Americanas, é possível verificar a primeira queda brusca das menções a Lemann, Sicupira e Telles: foram 919 registros. A partir daí, a vinculação dos três investidores às fraudes da companhia despencou. Em julho, os 75 veículos monitorados fizeram somente 92 citações a Lemann, Telles e Sicupira associadas à Americanas. Ou seja: uma média de três registros por dia ou 1,2 por publicação ao longo de 30 dias. É como se os três investidores tivessem sumido do radar. Mérito da notória estrutura de lobby e de um trabalho institucional de excelência junto às mídias. Por sinal, o talento do trio para desaparecer começa dentro de casa: no próprio site de RI da Americanas, na composição acionária, os investidores sequer são nominalmente mencionados. Lemann e cia. se escondem atrás do termo “acionistas de referência”.
Culpados?
A julgar pela exposição na mídia, os acionistas de referência da Americanas já estão absolvidos pelos delitos contábeis da companhia. É o que sugere outro indicador do levantamento obtido pelo RR. Quando a busca se deu pelos termos “Jorge Paulo Lemann” E “Marcel Telles” E “Carlos Alberto Sicupira E “culpados”, até houve um momento em que o noticiário trouxe uma percepção de responsabilização dos investidores. Em janeiro e fevereiro, houve, respectivamente, 21 e 20 citações. Logo depois, em março, esse número desabou para cinco, zerando em abril e maio. Em junho, curiosamente, é possível identificar um repique: 51 registros. Algo similar ocorreu quando a pesquisa se deu com base nas expressões “Acionistas de referência” E “culpados”, uma forma de se aferir uma eventual incidência de reportagens em que os sócios da Americanas não fossem aludidos por seus nomes. Nesse caso, foram 70 matérias em junho, o maior indicador mensal do período analisado.
No entanto, nem tudo é o que parece ser. Uma vez que os nomes dos investidores ou a expressão “acionistas de referência” assim como o termo “culpado” estavam no mesmo texto, as matérias foram automaticamente capturadas na busca. Porém, ao se analisar o conteúdo, verifica-se que, não obstante as citações a Lemann, Sicupira e Telles, a expressão “culpado” não aponta na direção do trio. Ela está predominantemente associada a um contexto de responsabilização de ex-executivos da companhia e da dupla PwC e KPMG – as duas prestaram serviços de auditoria à companhia no período das fraudes.
O que chama a atenção neste caso não são as menções a ex-dirigentes ou às duas empresas de auditoria, todas mais do que justificáveis, mas, sim, a considerável assimetria no número de referências em relação à exposição dos acionistas da Americanas. Entre maio e junho, houve um salto nas citações à PwC (de 141 para 1.271) e à KPMG (de 134 para 990). O mesmo se aplica, em proporção ainda maior, ao ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez. Em maio, os 75 veículos que serviram de base para o levantamento fizeram 79 referências ao executivo. Um mês depois esse número cresceu 16 vezes, chegando a 1.307 registros. Esse aumento pode ser explicado pela convocação de Gutierrez pela CPI que apura a fraude contábil da Americanas – o executivo acabou apresentando um atestado para não prestar depoimento. No mesmo mês de junho, para efeito de comparação, houve 560 menções a Lemann, Sicupira e Telles vinculadas à Americanas, bem abaixo, portanto, do total de citações a KPMG, PwC e Miguel Gutierrez. Mais uma vez, a leitura é que a máquina de persuasão da Americanas entrou em campo, com um intensivo trabalho de “criminalização” de outros atores. O levantamento, ressalte-se, não joga luz apenas sobre o trabalho de comunicação de Lemann e cia. Muito provavelmente aponta para onde a estratégia jurídica do trio vai caminhar. Os acionistas de referência da Americanas já definiram os “culpados”.
Empresa
Credores do Hortifruti abrem um novo flanco judicial contra a Americanas
3/08/2023Em meio à reformulação do plano de recuperação judicial, por imposição dos bancos (especialmente Santander, Safra e BTG), a Americanas enfrenta uma nova queda de braço. Credores da Hortifruti Natural da Terra estão se mobilizando para entrar na Justiça. Vão exigir que os recursos amealhados com a eventual negociação da rede de supermercados, colocada à venda pela Americanas, sejam obrigatoriamente destinados a cobrir o pagamento dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pela empresa. Os CRAs do Hortifruti somam pouco mais de R$ 210 milhões. A Virgo Securitizadora é a principal credora, como detentora da maior parte das debêntures lançadas como lastro dos Certificados. Consultada sobre o tema, a Virgo informou que “a estratégia jurídica está sendo conduzida juntamente com o escritório de advocacia contratado para representar os interesses dos investidores, conforme deliberado e aprovado em assembleia.”. A Americanas, por sua vez, não quis se manifestar.
Contencioso
PagBank abre nova batalha contra Americanas na Justiça
20/07/2023O PagBank, leia-se o Grupo UOL, avalia recorrer contra a recente decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que estendeu por mais 180 dias o chamado stay period da Americanas. Ou seja: na prática, a Justiça suspendeu as obrigações da rede varejista como devedora e qualquer execução contra a empresa por mais seis meses. Segundo o RR apurou, a fintech tem buscado o apoio de outros credores da Americanas, notadamente o Banco Safra, na tentativa de derrubar a decisão judicial. São exatamente duas das instituições financeiras que têm se mostrado menos flexíveis no processo de recuperação judicial da companhia. O PagBank já protocolou na Justiça sua objeção ao plano de recuperação apresentado pela Americanas. O Safra, por sua vez, chegou a bloquear R$ 95 milhões em contas da rede varejista para cobrir créditos contra a empresa. Posteriormente, a companhia de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles conseguiu derrubar a decisão judicial. Consultado, o PagBank não quis se pronunciar.
Empresa
E se o BNDES costurasse a fusão da Americanas e do Magazine Luiza?
19/07/2023Em outras épocas, para ser mais preciso durante o regime militar, no caso de uma empresa que estivesse virtualmente quebrada e impactasse estruturalmente o setor, o ritual era convocar os outros players que pudessem assumir seus escombros e fazê-la renascer. Foi assim com o Projeto Jari: Azevedo Antunes, Antônio Ermírio de Moraes, João Fortes e outros tantos foram chamados para salvar a empresa. Os tempos mudaram e os generais não regem mais os destinos da iniciativa privada. Mas há casos e casos. Como perguntar não ofende, será que uma força tarefa, constituída pelos bancos credores das Americanas, que em última instância são os mesmos do Magazine Luiza – também altamente endividado -, com o fundamental apoio do BNDES, não poderia criar as condições para a fusão de ambas? Existem sinergias entre as duas, os bancos teriam um prejuízo menor e a agência de fomento poderia, de repente, estar criando uma “JBS do varejo”, guardadas as devidas proporções. É bom que se ressalte o indiscutível ótimo negócio que o BNDES fez participando intensamente da construção da maior empresa de proteína do mundo. E como se essas motivações não fossem suficientes, a operação teria um inegável impacto social. Americanas e Magazine Luiza somam aproximadamente 73 mil funcionários. É um Maracanã apinhado de gente em dia de clássico. A Luiza Americanas ou Americanas Luiza teria pelo menos o mérito de salvar milhares de empregos.
Tudo bem, tem o Cade, CVM e outras pedras no caminho. Mas levantar essa catedral, como dizia o saudoso engenheiro Eliezer Batista, pelo tamanho da obra merecia chutar até paralelepípedos. Ah, mas é o risco moral? E o compromisso com a livre iniciativa? Procurem ver o histórico recente do que faz o governo norte-americano quando as suas empresas mais relevantes estão se afogando e prestes a ir à bancarrota. Fica aqui a provocação.
Empresa
Americanas vai colocar suas lojas na vitrine
21/06/2023Corre no mercado que a Americanas tem conversado com o CSHG Renda Urbana FII, leia-se Credit Suisse Hedging Griffo (CSHG), entre outros grandes fundos de real estate. Em pauta, a venda de lojas. O CSHG é do ramo: em 2020, por exemplo, comprou em uma só tacada 66 pontos de venda das Casas Pernambucanas, por R$ 450 milhões. A proposta que ganha corpo na Americanas é montar “pacotes” agrupando imóveis em grandes capitais. A rede varejista tem aproximadamente 1.800 lojas próprias, algo como metade da sua rede. Consultados, Americanas e CSHG não se manifestaram.
Empresa
Marketplace da Americanas perde fôlego após fraude contábil
1/06/2023A crise financeira da Americanas está afetando a sua operação de marketplace, um dos negócios mais rentáveis do varejo. Segundo o RR apurou, desde o estouro da fraude contábil, em janeiro, a rede varejista teria perdido mais de 10 mil sellers, como são chamados os parceiros comerciais. Em termos absolutos pode parecer um ferimento leve: a Americanas ainda reúne cerca de 140 mil vendedores em sua plataforma. No entanto, em termos proporcionais, o corte é bem mais profundo: nos primeiros cinco meses do ano, as vendas do marketplace caíram cerca de 30% em relação a igual período em 2022. Consultada, a Americanas não se pronunciou.
Empresa
Minoritários querem brecar remuneração de conselheiros da Americanas
18/04/2023A próxima assembleia de acionistas da Americanas, marcada para o dia 29 de abril, promete ser quente. Segundo o RR apurou, o mesmo grupo de minoritários que entrou na Justiça requisitando o sequestro de bens dos acionistas de referência e gestores da empresa vai tentar barrar o aumento da remuneração de membros dos Conselhos de Administração e Fiscal. De acordo com a mesma fonte, esses investidores já estudam a possibilidade de outra ação judicial. A Americanas prevê, para 2023, um reajuste de 10% no pagamento aos integrantes do board. Entre os componentes do colegiado estão Carlos Alberto Sicupira, um dos sócios majoritários, e Paulo Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann. No caso do Conselho Fiscal, a proposta já divulgada pela empresa causou ainda mais rebuliço entre os minoritários: o valor da remuneração triplica na comparação com o ano passado. Nem mesmo o corte de 30% nos salários e bônus da gestão executiva, sugerido pela rede varejista, deve ser suficiente para acalmar os ânimos.
Destaque
Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras
15/02/2023O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.
O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.
Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.
Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.
Negócios
Itaú cinde as perdas com a Americanas para alardear um passivo menor
14/02/2023O Itaú tem usado de prestidigitação para enevoar o óbvio: o banco é o maior credor da Americanas no sistema financeiro do país. A instituição dos Setúbal e dos Moreira Salles soma aproximadamente R$ 6,1 bilhões em créditos contra a rede varejista, uma exposição de altíssimo risco duplamente tonificada. De um lado, são R$ 2,7 bilhões em empréstimos; do outro, cerca de R$ 3,4 bilhões pendurados em 30 fundos do Itaú Asset, a maior parte dessa cifra referente a debêntures da Americanas. Como não poderia de ser, todas as 30 carteiras estão negativas no mês. Entre os fundos mais carregados de papéis da empresa despontam: Itaú Diferenciado FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Corp Plus Renda Fixa Referenciado DI – FICFI, Itaú Active FIX 5 RF CP FICFI, Itaú Empresa MIX FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Top Renda Fixa Referenciado DI FIC, Itaú Excellence Renda Fixa Referenciado DI FIC. É o top 6 da exposição dos Setúbal e Moreira Salles à maior fraude contábil da história do Brasil.
O objetivo desse truque de ilusionismo foi criar a percepção no mercado de que o Itaú foi menos impactado pela fraude da Americanas do que seus congêneres. De fato, olhando-se apenas para as operações de empréstimo, assim parece ser: nesse quesito, os R$ 2,7 bilhões que o banco tem a receber estão abaixo das cifras contabilizadas por BTG (R$ 3,4 bilhões), Santander (R$ 3,5 bilhões) e Bradesco (R$ 4,5 bilhões). Ocorre que, para o Itaú, este número tem cumprido o papel da assistente de palco do mágico, que está ali apenas para desviar a atenção da plateia. De alguma forma, a cortina de fumaça até permitiu uma visão mais otimista, que, no entanto, não encontra eco nos números consolidados.