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O crepúsculo da Net
8/01/2020Após a incorporação da empresa pela Claro, a América Móvil prepara a pá de cal na Net: a extinção da antiga marca. Toda a operação de TV por assinatura no Brasil ficaria sob a bandeira da própria Claro. Ainda que mudem o nome e recorram à numerologia, os mexicanos não vão conseguir resolver o grande problema: a obsolescência de um negócio que perdeu mais de 150 clientes por hora em 2019.
Estão voltando as flores
14/01/2019A América Móvil/Claro, de Carlos Slim, fechou seu pacote de investimentos no Brasil para 2019. Segundo o RR apurou, a cifra passa dos R$ 10 bilhões.
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A portuguesa Galp – leia-se a chinesa Sinopec, sua controladora – bateu o martelo: vai aportar cerca de 400 milhões de euros no Brasil ao longo deste ano, valor confirmado pela própria empresa. A cifra, ressalte-se, envolveria apenas os 17 ativos de exploração e produção que já estão sob o seu guarda-chuva. Não entram nessa conta novos leilões da ANP.
Disque 190
12/09/2018A América Móvil/Claro planeja transferir algumas atividades do Rio de Janeiro para São Paulo, caso da área de engenharia. O pleito pela migração vem de alguns funcionários mais graduados, notadamente estrangeiros. O motivo, lamentavelmente, não poderia ser outro: violência.
Cidade melancólica
9/05/2018Mais uma grande empresa deverá bater asas do Rio de Janeiro. A América Móvil pretende transferir a sede da Embratel para São Paulo. O motivo principal é o processo de integração com a Claro; o secundário, a violência no Rio.
Chiaro e scuro
7/04/2017Estava escrito nas estrelas e no RR. A contratação do ex-Vivo Paulo Cesar Teixeira e a ressurreição do cargo de CEO da Claro confirmam o enfraquecimento do nº 1 da América Móvil no Brasil, José Antonio Felix, conforme informou o RR na edição de 27 de março. Aguarda-se pelos próximos capítulos.
América Móvil enfrenta um terremoto no Brasil
27/03/2017O chão está tremendo sob os pés do alto comando da América Móvil no Brasil. Nenhum dos dirigentes do primeiro escalão do grupo, assim como de suas controladas – Claro, Net e Embratel –, encontra-se em situação confortável neste momento, a começar pelo próprio CEO, José Antonio Félix. O executivo recebeu um recado direto do todo poderoso Carlos Slim. Na empresa, todos sabem que Slim não dá um segundo aviso.
A cobrança é por resultado, resultado e resultado. Félix, que galgou posições na Net em função de uma performance considerada consistente, tem esbarrado no que sempre foi sua principal fragilidade: não ser um executivo da área comercial – sua trajetória quase toda se deu na tecnologia. Seu comportamento também o distancia do perfil de gestor que as circunstâncias exigem.
O presidente da América Móvil Brasil é conhecido na companhia pelo humor instável e pela dificuldade de liderar e motivar a força de trabalho. Entre os funcionários do grupo, é visto como alguém que, na hora do estresse, perde os limites com razoável facilidade. Neste momento, por mais paradoxal que possa parecer, Félix é vítima da mesma estrutura administrativa que o fortaleceu quando ele foi escolhido para comandar a América Móvil no Brasil, em 2015. Toda a pressão recai sobre ele, uma vez que a Embratel e a Claro não têm mais presidente – a exceção é a Net, comandada por Daniel Barros, que, por sinal, foi trainee de Félix.
Para piorar, no caso da operadora de telefonia, ele não tem mais sequer o anteparo de José Formoso Martinez, histórico braço direito de Carlos Slim no Brasil. Já nem se pode atribuir responsabilidade a Formoso, que hoje ocupa um cargo praticamente simbólico, CEO da área empresarial da Claro. Não só porque ele já não tem mais a interlocução de outros tempos com Slim, mas principalmente pelo fato de que está prestes a deixar a empresa – ver RR edição de 6 de janeiro.
No vácuo deixado por Formoso, a força da gravidade empurra a pressão mexicana para os andares de baixo na gestão da Claro, chegando aos diretores regionais da companhia: Gustavo Silbert, que oficialmente ainda acumula a presidência da Star One, empresa de satélites do grupo, Marina Kawasaki e Raquel Possamai. Neste momento, todos se encontram igualmente pisando em solo gelatinoso. Além dos resultados, há outras queixas da matriz que justificam à caça às bruxas no Brasil.
A gestão de José Félix tem dificuldades em negociar com clientes, notadamente do segmento corporativo, a ponto de a América Móvil perder contratos para empresas menores. O grupo se nega também a rever contratos com fornecedores e apertar custos. Em tempos de bonança, talvez estes pecados passassem despercebidos ao acionista controlador. Da tríade de empresas que compõem a América Móvil no Brasil, a situação mais crítica é a da Claro.
Aliás, só não há maior visibilidade sobre as fraquezas da empresa devido às notórias circunstâncias da Oi, que a tornaram o para-raios do setor de telecomunicações. No ano passado, a Claro teve um prejuízo de R$ 1,6 bilhão. Em um mero exercício matemático, significa dizer que, em 2016, os mexicanos perderam aproximadamente R$ 26 com cada um de seus 60 milhões de clientes em telefonia celular no Brasil. Esse número sobe significativamente se levarmos em consideração os últimos quatro anos, período em que a companhia registrou um prejuízo somado da ordem de R$ 7,5 bilhões.
Entre 2014 e 2016, a Claro perdeu 11 milhões de clientes. Só no ano passado, sua base de assinantes na telefonia móvel caiu 8,8%, mais do que a soma de cancelamento de linhas da Vivo e da TIM. Se dependesse da Claro, Carlos Slim não chegava nem perto do posto de homem mais rico do mundo. Mas ele não vai ficar com essa conta sozinho.
Capítulos finais na sucessão da Claro
6/01/2017José Formoso Martínez, antigo braço direito de Carlos Slim no Brasil, prepara-se para deixar a América Móvil. O executivo deverá se aposentar até o fim do ano. Ex-presidente da Embratel, Formoso ocupa atualmente o cargo de CEO da área de Mercado Empresarial da Claro. Se confirmada, sua saída será o epílogo do processo de sucessão do grupo no país. Mais do que isso: será o xeque-mate de José Antônio Félix na disputa pelo comando dos negócios de Slim no Brasil, um enredo marcado por surpreendentes reviravoltas.
Tido como a terceira força nesse duelo doméstico, Félix, ex-presidente da NET, acabou assumindo o comando do grupo no país, superando dois mexicanos: o próprio Formoso e o então CEO da Claro, Carlos Zenteno. Este último, aliás, já nem está mais no país: foi designado para dirigir as operações do grupo na Colômbia. Formoso, ao contrário, deve ficar no Brasil. Hoje, o executivo passa a maior parte do tempo em São Paulo, mas pretende comprar um novo imóvel no Rio, onde já tem residência.
Viva Zapata
20/12/2016Um head hunter informal do mercado garantiu ao RR que o presidente da CVM, Leonardo Pereira, está de malas prontas para o grupo América Movil. A CVM nega.
Embratel recebe as últimas chamadas
29/07/2016América Móvil no Brasil, o que os próprios mexicanos já tratam, intramuros, como “o início do fim” da Embratel. Ao longo dos próximos meses boa parte das atividades da companhia será definitivamente encampada pela Claro. A medida passa pela transferência de áreas e departamentos do Rio, sede histórica da Embratel, para São Paulo. Como seria de se supor, muitos não embarcarão nesta ponte aérea. As mudanças serão acompanhadas de um inexorável downsizing, com o fechamento de centenas de postos de trabalho. O destino da Embratel já está traçado. Segundo informações filtradas junto à própria América Móvil, a marca passará por um processo de fadeout até desaparecer por completo do mercado. Toda a operação de longa distância do grupo, um negócio de importância relativa cada vez menor, e os serviços para o segmento corporativo serão concentrados na Claro. Com isso, a atuação dos mexicanos no mercado brasileiro ganharia seu contorno final. A área de telefonia será pendurada na marca Claro. Já a operação de TV por assinatura ficará dividida entre a Net e a Claro TV. Gradativamente, os mexicanos pretendem transferir parte da base de assinantes da Net para a Claro TV. Os esforços para a captura de novos clientes também ficarão concentrados nesta última. A rede da Claro TV está superdimensionada, com espaço de sobra para o aumento do número de assinaturas. Os investimentos em tecnologia, por sua vez, já estão devidamente amortizados, o que reduz os custos e torna as margens da operação bem maiores se comparadas às da Net. Mesmo porque os gastos para a expansão da rede de cabos da empresa são altíssimos. As medidas deverão ser anunciadas logo após os Jogos Olímpicos. O timing não é por acaso. A Rio 2016 será uma espécie de última chamada para o marketing corporativo da Embratel. Aliás, a própria Olimpíada acelerou os planos de reestruturação da América Móvil e o processo de esvaziamento da subsidiária. Patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos, a Embratel vem gastando rios de dinheiro em publicidade e ações institucionais, o que comprimiu ainda mais o orçamento e os gastos da companhia. E o que é pior: no entendimento dos mexicanos, o investimento não terá o retorno esperado vis-à-vis o valor gasto. O redesenho da América Móvil no Brasil passou também pela gestão. Desde meados do ano passado, José Félix, ex-presidente da Net, responde pelo comando do grupo no país. Sua nomeação é um exemplo de que Carlos Slim e os seus não escrevem por linhas retas. Carlos Zenteno e José Formoso Martínez – respectivamente nº 1 da Claro e da Embratel – sempre foram considerados os favoritos para assumir o manche do grupo. São mexicanos, próximos de Slim, têm uma folha de serviços prestados à Telmex e sempre pareceram estar um degrau acima em relação a Félix nos quesitos prestígio e poder. Talvez por isso mesmo, os mexicanos entenderam que a ascensão do executivo brasileiro seria uma solução “neutra”. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Embratel.