Segurança pública do Rio corre o risco de uma pane seca

  • 21/10/2016
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  A direção da BR Distribuidora – e, em última instância, da própria Petrobras – tem uma delicada situação para resolver que vai muito além da esfera comercial. Há quatro meses, a estatal não recebe pelo combustível de aviação fornecido aos helicópteros da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Como a inadimplência já passa dos 90 dias, a companhia tem a prerrogativa de suspender o abastecimento – conforme prevê a Lei nº 8.666. O fornecimento de gasolina, álcool e diesel para as viaturas da PM e da Polícia Civil vai pelo mesmo caminho: os atrasos já somam dois meses e meio. Ou seja: se os débitos não forem quitados até o fim deste mês, a BR também poderá interromper a entrega. Procurada, a Polícia Civil confirmou “os atrasos nos pagamentos à fornecedora de combustível”, mas informou “que sua frota de veículos continua sendo abastecida”. Disse ainda que “tem envidado esforços junto ao Governo e à Secretaria de Estado de Segurança para liberação dos recursos necessários”. Também consultadas, a BR Distribuidora e a Polícia Militar não quiseram se pronunciar.  Se estivesse diante da inadimplência de um cliente convencional, muito provavelmente a estatal não hesitaria em tomar uma atitude drástica. Mas esta é uma situação sui generis. A suspensão do fornecimento de combustível para as forças policiais do Rio provocará um caos na segurança pública, que já se encontra em situação dramática.  O orçamento da Secretaria de Segurança do Rio foi ceifado em mais de 30% neste ano. Significa dizer que mais de R$ 2 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos inicialmente viraram pólvora queimada. O efeito dominó sobre a cadeia de fornecedores das polícias foi inevitável. O impasse com a BR se arrasta desde o início do ano, quando o governo do estado passou a atrasar sistematicamente os pagamentos à companhia. Desde março, as Polícias Militar e Civil do estado instituíram uma espécie de sistema de cotas para as suas respectivas frotas. De lá para cá, delegacias e batalhões não podem mais abastecer o tanque de seus veículos no limite máximo. A cota diária seria de aproximadamente 20 litros para os carros da Polícia Civil e de 30 litros para a Polícia Militar.

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