Sebrae-RJ é um teste da força a distância de Sérgio Cabral

  • 27/09/2017
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Quantas vidas tem Cesar Vasquez, diretor-superintendente do Sebrae-RJ e cunhado do ex-governador Sérgio Cabral? Sua reconhecida capacidade de resiliência no cargo será colocada à prova mais uma vez no dia de hoje. Em reunião extraordinária marcada para às 9h30, o Conselho Deliberativo vai julgar o pedido de destituição de Vasquez. O executivo é acusado de ter cometido sucessivas irregularidades no comando do Sebrae-RJ, onde tem o condão de administrar um orçamento de R$ 225 milhões.

Na reunião, será votado também o afastamento do diretor de Produto e Atendimento, Armando Augusto Clemente, e do diretor de Desenvolvimento, Evandro Peçanha Alves. De acordo com os estatutos do Sebrae -RJ, é necessária a concordância de 11 dos 15 conselheiros para a destituição de membros da diretoria. O resultado é uma incógnita até mesmo para os versados nos assuntos da entidade. Vasquez tem uma enorme confiança no poder de fogo do seu protetor. Não é a primeira vez que o Conselho vota sua destituição. Na última vez, o ex-governador, mesmo encarcerado, mostrou sua força. Terá sido a última?

Conforme antecipou o RR na edição de 26 de abril deste ano, auditoria realizada pela Deloitte apontou uma série de irregularidades na gestão de Cezar Vasquez. Segundo o relatório produzido pela consultora, as movimentações suspeitas teriam somado cerca de R$ 10 milhões, a maior parcela referente à contratação de empresas terceirizadas e patrocínios a eventos. Em abril, o Conselho Deliberativo chegou a solicitar o cancelamento de um dos acordos suspeitos, com a empresa de TI ProBid.

Mesmo com alguns ferimentos, Vasquez bambeou e, mais uma vez, não caiu. A diretoria executiva rejeitou o pedido, alegando riscos jurídicos à entidade. Há denúncias ainda de que a ProBid teria contratado uma empresa com participação acionária de filhos do diretor do Sebrae-RJ Armando Clemente. Em carta enviada à presidente do Conselho Deliberativo, Carla Pinheiro, a entidade negou a acusação.

Procurado pelo RR, o Sebrae-RJ não quis se pronunciar. Outra acusação envolve o próprio filho de Cesar Vasquez, Francisco Cabral Vasquez. Segundo a fonte do RR, Francisco participou de dois eventos no exterior ligados ao Projeto de Empreendedorismo Musical Estrombo, criado pelo Sebrae-RJ. Em ambos os casos, teria viajado às custas da entidade na condição de pessoa física. O estatuto só permite o apoio a viagens de empreendedores vinculados a pessoas jurídicas. Será um projétil com calibre suficiente para atravessar o colete que mantém Vasquez no cargo há sete anos?

#Sebrae #Sérgio Cabral

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