PIB do 1º trimestre: todo crescimento significa recuperação?

  • 1/06/2018
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O crescimento do PIB no 1º trimestre de 2018 foi fraco: 0,4% em relação ao trimestre anterior. É um crescimento sem empolgação empresarial. O Brasil parece ainda estar em uma crise econômica: o PIB tem um tamanho muito inferior ao PIB de 2014 (ver gráfico), a taxa de desemprego é muito elevada e a fraqueza da demanda por produtos e serviços é prolongada.

 

No 1º trimestre de 2018, a produção industrial tropeçou, esteve basicamente estagnada, com valores 10% menores em relação ao que tinha no 1º trimestre de 2014. (fonte: PMI/IBGE). O volume de vendas do comércio varejista e o volume de serviços tiveram comportamentos bastante semelhantes ao da produção industrial. (fonte: PM/IBGE e PMS/IBGE) O Brasil viveu duas crises recessivas nos anos 1981-1983 e nos anos 1990-1992. Essas crises não foram tão graves quanto é a atual. Embora o desemprego tenha crescido naquelas ocasiões, não foi um crescimento muito acentuado. Mas, mais importante: o crescimento voltou a taxas vigorosas após as duas crises do século passado. (ver tabela)

Nos anos 1981-1983 e 1990-1992, a saída da crise veio através de elevadas taxas de crescimento do PIB acompanhadas da volta dos investimentos. A volta dos investimentos está para uma economia em crise assim como a volta do apetite está para um indivíduo em situação de pós-operatório. O crescimento do investimento no 1º trimestre de 2018 foi de 0,6% em relação ao trimestre anterior. Era o esperado diante da fraqueza do paciente. Alerta para reflexão: a economia brasileira pode estar vivendo uma situação de anormalidade crônica sem mostrar sinais de colapso total ou de recuperação conectada com uma expansão. Assim, navega com taxas baixas e voláteis que são do ponto de vista aritmético identificadas como crescimento positivo, mas do ponto de vista analítico podem não significar uma real recuperação econômica.

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