Pepsico quebra coco em busca do faturamento perdido

  • 26/07/2016
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 A número 1 da Pepsico no Brasil, Andrea Napolitano, está há seis meses no cargo, diagnosticando porque os resultados da empresa estão tão aquém do esperado. Uma ficha pelo menos já caiu: a operação brasileira não atenderá às expectativas da matriz só com o crescimento orgânico. Andrea tem autorização para ir às compras e está seguindo à risca a determinação. Abriu negociações, no mês passado, para comprar a Coco do Vale, líder do mercado do Nordeste. A empresa fatura R$ 300 milhões, o equivalente a 10% da receita de todo o mercado de água de coco no Brasil. Somente com essa aquisição, a divisão coqueira da Pepsico no Brasil, puxada pela marca Kero Coco, fecharia o ano com 51% do segmento. É apenas um primeiro passo. Andrea tem que correr atrás de outras empresas para mostrar a que veio.  A operação da Pepsico no Brasil tem conseguido a proeza de perder cada vez mais sua importância para o grupo norte-americano. Já representou 4% da receita líquida mundial há cinco anos e hoje vale metade disso, atrás do México, Rússia, Canadá e Inglaterra, além do maior mercado, os Estados Unidos. A projeção da própria companhia é de que até o fim do ano o percentual deverá cair para 1% e o Brasil não ficará mais nem entre os dez maiores mercados do grupo. Andrea Napolitano veio para mitigar esse resultado negativo já no seu primeiro ano no comando. A executiva não gostou do que viu, aliás, o que seria impossível, e pretende imprimir sua marca de durona na gestão da empresa. Vai ter de apertar porcas e parafusos.  A controlada perdeu nada menos do que vinte pontos percentuais de participação de mercado nos últimos quatro anos. Mas o foco mesmo são as aquisições. Desde 2009 – quando adquiriu a Amacoco não fez uma única nova compra de fabricante. Apostou errado suas fichas no crescimento orgânico. O resultado foi que enquanto seu carro chefe, a Kero Coco, cresceu as vendas em volume de aproximadamente 10%, as suas duas principais concorrentes, Ducoco e Sococo, registram aumento de 15%. Você aí, se quiser vender sua fábrica de bebida, disque Pepsico. A chance é boa. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Pepsico e Coco do Vale.

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