O quinta coluna da construção pesada

  • 2/09/2016
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 A saída de Vítor Hallack do comando da Camargo Corrêa não foi motivada somente pela passagem de bastão para a terceira geração do grupo. A presença do executivo tornou-se insustentável devido à sua rejeição unânime por todos os grandes players da construção pesada. Hallack é considerado um traidor da classe, um oportunista que se aproveitou da condição de a Camargo Corrêa ter inaugurado a temporada de delações premiadas para denegrir as demais construtoras no exterior.  Só a Camargo Corrêa tinha o benefício do perdão; a concorrência era morfética perante a Lei, o governo e o mercado. O fato é que a convivência com seus pares, a exemplo da Associação Brasileira da Indústria de Base-Infraestrutura (Abdib) e do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), tornou-se inviável. Hallack, aos olhos dos demais comandantes do setor, era Judas Iscariotes. O cargo de CEO não é compatível com a transformação da parceria histórica do oligopólio das empreiteiras em uma praça de guerra. Estava planejado, sim, que Vitor Hallack deixaria a presidência da Camargo Correa por decisão da família controladora de trazer para o management a prole em ascensão. Mas a destruição da diplomacia empresarial da construtora no seu núcleo duro de articulações certamente precipitou o processo.

#Camargo Corrêa #Vítor Hallack

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