O consenso de Pirro e o teste de resistência do “Ilanismo”

  • 19/03/2019
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A contraposição entre redução da taxa de juros e a reforma da Previdência começa a soar como um dilema falso. A essência do impasse é que a não aprovação da PEC alteraria negativamente as expectativas em relação ao ajuste fiscal e à solvência do Estado, com impacto nos prêmios futuros de risco. Esse cenário forçaria pelo menos a manutenção das atuais taxas de juros.

O consenso de Pirro, contudo, pode estar caindo por terra na reunião de hoje do Copom, a primeira com a participação de Roberto Campos Neto. Surpreendentemente, o cenário básico inclinou-se na direção de uma política monetária pró-estimulativa – nível de ociosidade crescente, melhora pequena das variáveis externas e perspectiva levemente cadente da inflação. A redução dos juros sinalizaria um ambiente mais arejado para aprovação da reforma da Previdência. Não só as expectativas, mas a realidade piorou, conforme demonstra a queda de 0,41% do IBC-BR de janeiro em relação a dezembro de 2018.

As quatro últimas projeções do Copom acusaram queda do PIB. O desemprego subiu na margem. A previsão de inflação para 2019 é de um índice abaixo da meta. A aprovação da reforma da Previdência pode ir além dos meses de junho e julho. Caso isso ocorra, o ambiente econômico se deprimirá. A sinalização de que a economia está sob controle e as expectativas ancoradas se daria exatamente pelo contrário, ou seja, um pouco de oxigênio na economia. Roberto Campos Neto tem hoje o primeiro teste se representa uma nova leitura da política monetária aplicada à conjuntura ou traz a continuidade do sectarismo de Ilan Goldfajn, responsável por parte da deterioração da atividade produtiva em função da sua política de corrigir os juros muito tempo depois dos malefícios causados sobre a economia.

#Reforma da Previdência

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