A nova “carta-bomba” do Postalis

  • 8/12/2016
    • Share

O Postalis estuda a criação de um fundo exclusivo para abrigar ativos podres de sua carteira. O problema é que esta possibilidade já abriu uma nova frente de conflito entre os associados e a diretoria da fundação. Escoltados por seus representantes nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, funcionários e aposentados dos Correios já estariam se mobilizando para brecar a medida tanto na esfera administrativa quanto, se necessário, na jurídica.

O receio dos beneficiários do Postalis é que as participações penduradas nesse fundo sejam vendidas a terceiros a preços aviltados, com enormes deságios sobre a cifra original lançada em balanço. Fundos especializados na compra de junk bonds teriam sondado o Postalis, oferecendo pagar, no máximo, 5% sobre o valor de face dos títulos. Procurado, o Postalis nega a criação do fundo, mas confirma que “estuda alternativas para a recuperação dos seus ativos provisionados”. A fundação afirma ainda desconhecer qualquer mobilização dos beneficiários contra a direção.

A eventual criação de um fundo com ativos podres ainda dependeria da anuência da Previc, o órgão regulador do setor, mas os associados da Postalis querem furar esse balão de ensaio antes que ele ganhe altitude. Em tese, a proposta até faz sentido: os recursos arrecadados com a venda dos ativos podres seriam destinados a amortizar o déficit acumulado da fundação, próximo dos R$ 6 bilhões. De boas intenções, no entanto, os beneficiários do Postalis já estão fartos. Eles temem que a medida seja usada para justamente encobrir irregularidades e, sobretudo, evitar a responsabilização jurídica de ex-dirigentes que aprovaram investimentos sob suspeita.

#Correios #Postalis #Previc

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.