Destaque

Vinci Partners puxa a fila da ressaca societária na Víssimo Group

  • 15/03/2024
    • Share

A Víssimo Group – uma das maiores importadoras de vinhos do Brasil, com faturamento na casa de R$ 1 bilhão – não está na sua melhor safra. Entre os acionistas há insatisfação com a performance da companhia. Segundo o RR apurou, a Vinci Partners está disposta a reduzir ou mesmo se desfazer integralmente da sua participação na empresa, dona da Grand Cru e da Evino. A gestora de Gilberto Sayão é a principal âncora financeira da Víssimo – há dois anos, aportou R$ 650 milhões. E não estaria sozinha no seu descontentamento. De acordo com a mesma fonte, outros acionistas da Víssimo também discutem sua saída do negócio. São, em sua maioria, investidores pessoas físicas, que entraram no capital da empresa entre 2020 e 2021, atraídos pelo salto no consumo de vinho no Brasil durante a pandemia e o período de isolamento social. Da euforia para a ressaca, foi um pulo. O ritmo de crescimento do mercado não se manteve, o que tem reduzido o interesse de investidores institucionais pelo setor. Foi o motivo que teria levado a Aqua Capital a vender a Grand Cru à Evino em 2021. O RR fez várias tentativas de contato com a Víssimo Group por intermédio de números de telefone disponíveis e por mensagens nas redes sociais da companhia, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. Também consultada, a Vnci Partners não se pronunciou.

No caso da Víssimo Group, além de questões conjunturais, a queda da rentabilidade está relacionada à própria fusão entre Evino e Grand Cru, no fim de 2021. O M&A foi uma resposta à compra da Cantu pela Wine, leia-se Península Investimentos e EB Capital, de Eduardo Sirotsky Melzer, Marcelo Claure e Pedro Parente, que havia sido fechada sete meses antes. No entanto, o negócio ainda não ganhou a tração esperada. Houve problemas de integração entre as duas redes e o nível de sinergia é restrito. A Evino, que sempre teve um tíquete médio menor, acabou puxando o catálogo e os preços da Grand Cru para baixo.

A cobrança dos acionistas é uma borra que já vem se acumulando há algum tempo no fundo da taça da Víssimo. No ano passado, Alexandre Bratt, egresso da Grand Cru, deixou a presidência da holding – no mercado, saída atribuída à pressão dos investidores. Talvez um CEO só fosse pouco para as dificuldades do grupo e a Víssimo passou a ter dois: Ari Gorenstein e Marcos Leal, fundadores da Evino. Olhando-se para o andar de cima, cabe à dupla administrar o descontentamento dos acionistas; mais abaixo, o problema é outro: a empresa teria uma relação um tanto quanto rascante com os revendedores. Segundo o RR apurou, nos últimos meses os lojistas da Grand Cru estariam enfrentando a falta de alguns rótulos em estoque. No setor, situações como essa se devem normalmente a dois fatores: erro de planejamento ou limitações de caixa.

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.