Uma tradução diferente do governo Trump

  • 22/11/2016
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 Nem tudo que vem de Mario Garnero merece crédito. Mas se há um assunto que ele domina com autoridade é geopolítica, especialmente a norte-americana. O empresário brasileiro com mais acesso a ex-presidentes dos Estados Unidos joga água fria nas previsões catastróficas que pululam no mercado a reboque da eleição de Donald Trump. Para Garnero, o candidato das promessas polêmicas dará lugar a um presidente pragmático, um caçador de resultados. Diferentemente do que muitos pregam, o empresário não espera mudanças substanciais nas relações econômicas com os Estados Unidos. Ele acredita que a manutenção e até mesmo a expansão dos acordos comerciais entre os dois países dependerá mais da solução da grave crise econômica brasileira do que de questões exógenas.

 Mario Garnero tem especial habilidade em psicografar governos republicanos. Coincidência ou não, seus principais relacionamentos políticos e empresariais na América se aninham no partido, um naipe que vai de George Schultz, ex-secretário de Estado e do Tesouro, a Ronald Reagan e, sobretudo, o clã dos Bush – houve um tempo em que George Bush era figurinha carimbada dos convescotes empresariais que a Brasilinvest, de Garnero, costuma organizar mundo afora. Acredite quem quiser: foi ele que fez a aproximação do governo Lula com George W. Bush a pedido de José Dirceu. Garnero também tocava de ouvido com o vice-presidente Dick Cheney. Não se pode, portanto, desprezar seu feeling em relação à política externa do novo governo norte-americano. Garnero aposta suas fichas que Trump não adotará medidas excessivamente protecionistas capazes de causar estrago no tabuleiro do comércio internacional. Em outras palavras: candidato é candidato e presidente é presidente. Até parece que fala em nome do departamento de estado norte-americano.

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