Grupos agrícolas internacionais vêm mantendo tratativas com os governos de Pernambuco e da Bahia para investir na produção de frutas nos dois estados. A área foi escolhida a dedo. O Nordeste desbancou a Região Sul e São Paulo e se tornou o grande hub de exportação do país. Pernambuco e Bahia são justamente os líderes do ranking, respectivamente, com 22% e 18% do total de frutas comercializadas para o exterior. O que se ouve aqui e ali é que uma das empresas dispostas a entrar no Brasil é a espanhola Atitlan. Sediada na região de Valência, a companhia tem operações também em Portugal, Marrocos e Peru e exporta frutas, notadamente cítricas, para quase 30 países. Assim como outros players internacionais da área de fruticultura que já operam no Brasil, a exemplo da norte-americana Del Monte Fresh Produce e da irlandesa Dole Food Company, um fator estratégico atrai a Atitlan para o país. Os grupos do setor têm procurado expandir suas operações por diferentes continentes como um hedge. O investimento em múltiplas regiões garante às empresas do setor o suprimento de frutas praticamente durante todo o ano – enquanto planta em um determinado país, colhe em outro. Essa rotação tem se tornado cada vez mais necessária diante dos extremos climáticos e das quebras de safra.