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O que esperar de um governo esquisito se não atos estranhos, dúbios, que despertam as mais variadas interpretações? A gestão Dilma Rousseff apresenta uma generosa fauna de decisões, no mínimo, inquietantes. Dois novos exemplos desta biodiversidade saltam aos olhos neste momento. O primeiro deles, a edição da Medida Provisória 695, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a adquirirem participações em instituições financeiras até 2018. O objetivo principal é permitir que os bancos públicos disputem ativos no mercado em condições de igualdade com instituições privadas. Tem todo o nexo, sobretudo no momento em que o governo se esforça para valorizar seus ativos. O problema é que a paranoia está no ar. A iniciativa tem servido de combustível para as mais temerárias ilações: o que o governo sabe e ainda não foi revelado? Há instituições precisando de socorro? Estas são algumas das indagações que têm circulado no mercado nos últimos dois dias, desde que a MP foi anunciada. A segunda estranheza que entrou em cartaz na semana foi a proposta do Ministério da Fazenda de se criar um seguro contra mudanças regulatórias, como forma de estimular a entrada de capital estrangeiro em projetos de infraestrutura. Sentido até faz: todos sabem que o governo quebra regras. O que chama a atenção é o sincericídio prévio no convite ao investidor externo, na linha “Nós vamos, sim, mudar a regra do jogo. Tenha à mão o número da sua seguradora”. Talvez fosse o caso também de se estabelecer uma apólice para aumento de impostos, redução de renda mediante confiscos, cortes em programas sociais. Fica a sugestão.
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