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Política
O governador – e presidenciável – Tarcísio Freitas parece empenhado em fazer da área de saúde uma das marcas da sua gestão. Segundo o RR apurou, nas próximas semanas o governo paulista vai lançar uma nova tabela de remuneração do atendimento ambulatorial nas Santas Casas e outras instituições filantrópicas no estado, conveniados ao SUS. O percentual exato ainda está sendo calibrado. Mas, de acordo com a mesma fonte, a tendência é que o governo de São Paulo pague algo como 50% a mais do que o valor determinado pelo Sistema Único de Saúde. O desembolso será um complemento. A título de exemplo: para cada real que as Santas Casas e demais hospitais receberem do SUS por atendimentos emergenciais e exames ambulatoriais, o estado repassaria aproximadamente 50 centavos a mais. A iniciativa se soma à medida anunciada pelo governo de Tarcísio de Freitas na última segunda-feira, leia-se a criação da “Tabela SUS Paulista”. A partir de janeiro, o governo de São Paulo vai repassar às instituições médicas beneficiadas um pagamento adicional pela realização de cirurgias. Em alguns procedimentos, esse “Bolsa Hospital” prevê uma remuneração adicional de até 400% do valor pago pelo SUS.
Ainda não está claro de onde o governo de São Paulo vai tirar recursos para bancar a iniciativa, que terá de ser incluída na proposta de lei orçamentária de 2024. De toda a forma, dores fiscais à parte, o pacote de medidas é louvável. Seu objetivo é acelerar a realização de atendimentos ambulatoriais a cirurgias que hoje estão representados nas Santas Casas e instituições filantrópicas, responsáveis por mais de 50% dos procedimentos hospitalares no estado. De quebra, como é difícil dissociar qualquer movimento de Tarcísio de Freitas de 2026, trata-se de um projeto capaz de fazer bem à saúde eleitoral do atual governador paulista. Ao instituir esse “SUS paralelo”, com desembolsos mais elevados do que os praticados pelo Ministério da Saúde, Tarcísio cria uma área de comparação, a seu favor, com o governo federal e, em última instância, com o presidente Lula.
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