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De um lado da mesa, o poderio da Sumitomo, que, em condições normais, já faria toda a diferença na negociação; do outro, as fragilidades do Grupo Triunfo, acentuadas pelas circunstâncias. Os japoneses estão se valendo do seu braço forte para se associar, em condições extremamente vantajosas, ao projeto de construção de um terminal portuário entre as ilhas Bagres e Barnabé – fora da área de concessão do porto de Santos. Trata-se de um dos poucos investimentos de maior vulto em curso na área de logística portuária no Brasil: o valor previsto é de R$ 3 bilhões. Para atracar no empreendimento, a Sumitomo quer dividir o controle acionário meio a meio, indicar o diretor financeiro e ter preferência sobre o uso do terminal para a movimentação de carga própria. Deve levar tudo. Que outro remédio resta à Triunfo? Com a conjuntura econômica adversa, o grupo depende da chegada de um sócio para viabilizar o terminal portuário. Procurada, a Triunfo nega a venda de uma participação do projeto para a Sumitomo. Está feito o registro. Mas, segundo o RR apurou, limitada pela necessidade de fazer pesados investimentos em outras áreas, notadamente no Aeroporto de Viracopos, a empresa busca um parceiro para o empreendimento em Santos há mais de um ano. A Sumitomo, por sua vez, não quis se pronunciar. O projeto prevê a construção de um terminal com capacidade para movimentar 15 milhões de toneladas de granéis e contêineres – para efeito de comparação o equivalente a 15% da capacidade do porto de Santos. O empreendimento se encaixa nos planos da Sumitomo de ter uma operação verticalizada no país, que enfeixe a produção, comercialização e toda a logística de transporte e exportação de grãos, notadamente para o mercado asiático. Os recentes investimentos dos japoneses no Brasil caminham nessa direção. No ano passado, o grupo comprou a Agro Amazônia, uma das maiores distribuidoras de insumos agropecuários no mercado brasileiro. A Sumitomo já divulgou a meta de triplicar o faturamento da empresa (na casa dos R$ 500 milhões) em até dois anos. Os japoneses planejam ainda investir em concessões ferroviárias – tanto no Sudeste, para acessar o Porto de Santos, quanto no corredor logístico amazônico – neste caso, a “estação final” é o porto de Belém. O projeto do terminal entre as ilhas de Bagres e Barnabé remonta a 2012. Inicialmente ele foi concebido para ser um terminal de minério de ferro da Vetria Mineração , sociedade entre a própria Triunfo, a ALL e a Vetorial, dona de minas em Corumbá (MS). Aos poucos, os demais sócios foram ficando pelo caminho. Para não perder a autorização obtida junto à Secretaria dos Portos (SEP) no fim de 2015, a Triunfo resolveu mudar o perfil do terminal para graneleiro e correr atrás de um novo parceiro.
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