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O contencioso societário da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) subiu de temperatura nas últimas semanas. Nos bastidores circula a informação de que o empresário José Eduardo Cabral de Carvalho, herdeiro da Ferbasa, estaria ameaçando fazer denúncias de irregularidades na gestão da companhia. Em círculos restritos do empresariado baiano, corre a boca a miúda que Carvalho teria, inclusive, documentos que comprovariam as supostas acusações. Pode ser, pode não ser. A disputa familiar em torno do controle da Ferbasa tornou-se um folhetim em que é cada vez mais difícil distinguir a realidade da ficção; o fato do boato. O RR encaminhou uma série de perguntas a José Eduardo Cabral de Carvalho. No entanto, seu advogado informou que “Considerando que o caso está sendo julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia, José Eduardo e a sua defesa entendem que, neste momento, ele se manifestará nos autos do processo.” Da mesma forma, o RR solicitou o posicionamento da Ferbasa, mas a empresa também não quis se manifestar.
O litígio remonta a 2015, quando da morte de José de Corgosinho de Carvalho Filho, fundador da Ferbasa e pai de José Eduardo Cabral de Carvalho. O herdeiro questiona a doação de ações da companhia para a Fundação José Carvalho, feita em vida pelo patriarca. A operação, realizada há mais de 50 anos, só foi revelada no testamento de José de Corgosinho de Carvalho Filho. Seu filho alega que a transferência foi ilegal e batalha na Justiça para assumir o controle da Ferbasa.
Uma das maiores fabricantes de ferroligas do Brasil, a Ferbasa parece ser blindada com titânio. A despeito do contencioso entre José Eduardo Carvalho e a Fundação José Carvalho, a companhia se mantém em um acelerado ritmo de crescimento. No ano passado, teve uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, 31% acima do faturamento em 2021. No mesmo intervalo, o lucro saltou de R$ 642 milhões para R$ 1 bilhão. A Ferbasa segue tão redondinha que o próprio mercado parece dar de ombros ao contencioso entre os herdeiros. Nos últimos 12 meses, em meio ao acirramento da disputa judicial, o valor de mercado da companhia acumula uma alta em torno de 10% – no fechamento do pregão de ontem, estava em R$ 4,27 bilhões.
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