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O Banco Central acompanha com prudência o delicado momento do Santander. Segundo banco da Zona do Euro em valor de mercado, o grupo espanhol registrou entre março e junho o maior prejuízo trimestral da sua história, de aproximadamente 11 bilhões de euros. O rombo decorreu da baixa contábil de 12,6 bilhões de euros que o banco foi obrigado a lançar em balanço para cobrir possíveis perdas nos Estados Unidos, Espanha, Polônia e, principalmente Reino Unido.
O caso da Inglaterra é o mais grave, conforme destacado pela mídia especializada internacional: o Santander teve de fazer um impairment da ordem de 6 bilhões de euros. Junto com os resultados desabou também a confiança dos investidores. Desde o início do ano, o valor de mercado do Santander na bolsa de Londres despencou 45%, atingindo os níveis mais baixos em uma década. São números que levaram a presidente mundial do banco, Ana Botín, a dizer, consternada, que “os últimos seis meses estão entre os mais desafiadores da nossa história”.
A direção mundial do Santander garante que as perdas globais são não monetárias e não recorrentes, sem impacto sobre a liquidez ou as posições de risco de crédito. Ainda assim, o Banco Central monitora a possibilidade de efeitos colaterais sobre o Brasil. Antes que alguém faça ilações precipitadas, no BC não há preocupação de que algo similar ocorra com a operação brasileira. Neste caso, o “problema” é justamente o inverso: a notória saúde financeira da filial.
O receio é que o Santander Brasil seja convocado para cobrir perdas internacionais do grupo por meio de uma maior transfusão de lucros para a matriz, no limite sendo forçado até mesmo a reduzir sua exposure no país. Tomando-se como base o tamanho do banco no Brasil, essa cota de sacrifício seria absolutamente natural. A subsidiária brasileira é hoje a maior operação dos espanhóis no mundo, respondendo por mais de um terço dos ganhos globais do Santander. Não por acaso, sem qualquer modéstia, o próprio Sergio Rial, CEO do Santander no país, costuma dizer que já é o presidente mundial do grupo, tamanho o peso do Brasil no conglomerado. Nessa toada, talvez o próprio Rial seja uma das “remessas” da subsidiária brasileira para a matriz na tentativa de acertar os rumos do conglomerado financeiro.
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