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A Raízen tem se aproveitado como nenhum outro grupo da crise do setor sucroalcooleiro, que atingiu o número recorde de 81 empresas em recuperação judicial ou em processo de falência. A companhia, que, em julho, comprou duas usinas da encalacrada Tonon por R$ 820 milhões, avança agora sobre a Abengoa Bioenergia. O alvo seriam as unidades de Pirassununga e São João da Boa Vista, duas das três usinas dos espanhóis no interior de São Paulo.
Mais uma vez, a Raízen aposta na fragilidade da presa. A Abengoa Bioenergia entrou em recuperação judicial, com uma dívida superior a R$ 800 milhões. As investidas da Raízen sobre as enfermas do setor têm seguido um mesmo roteiro. Ele passa pela conquista do apoio dos credores – na prática, em um setor com oito dezenas de empresas à beira do precipício quem manda mesmo são os bancos. Assim foi na Tonon, assim deve ser no caso da Abengoa Bioenergia. Entre os credores da companhia espanhola no Brasil está o conterrâneo Santander, que, em julho, chegou a pedir a falência do grupo.
A Raízen mira também na operação da indiana Shree Renuka, que entrou em recuperação judicial no Brasil com uma dívida em torno de R$ 3 bilhões. São duas usinas em São Paulo, Madhu e Revati. Desde 2010, o grupo asiático fez significativos investimentos e ampliou a capacidade de ambas para mais de dez milhões de toneladas. Ainda assim tem sofrido para vendê-las. Os dois leilões foram suspensos a pedido do BNDES. Tanto em um quanto em outro, a Raízen fez que entraria na disputa, mas, na hora H, saiu do páreo. Segundo a fonte do RR, na paralela a empresa estaria tentando angariar o apoio dos credores – entre os quais figuram Itaú, Votorantim e Bank of America – para assumir os ativos da Renuka no Brasil. Procuradas pelo RR, Raízen, Abengoa Bioenergia e Shree Renuka não se pronunciaram.
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