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Risco de ataque ao real deixa BC em estado de alerta máximo

  • 11/06/2018
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O Banco Central não diz e nem vai dizer, mas está preocupadíssimo com a possibilidade de um ataque especulativo ao real. Os principais motivos, igualmente inconfessáveis, são o avançar da campanha eleitoral – na qual os candidatos vão apresentando seus programas de governo, que simplesmente desmontam a gestão Temer –, e as trapalhadas do atual mandatário e equipe, que perderam o controle das reformas, das medidas microeconômicas e das negociações com as entidades de classe. Existem ainda as externalidades, tais como um inconveniente rebaixamento da nota do Brasil pelas três irmãs – Fitch, S&P e Moody’s –, algum relatório de análise de uma dessas pitonisas do mercado de capitais, e ,um default mais grave desses países que estão com a corda no pescoço.

O BC tem munição pesada, não há dúvida, mas o mundo é um oceano de liquidez. Nunca foi tão perigoso dar brechas para o capital internacional. E o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, está cansado de saber desses perigos. As casas bancárias e o noticiário estão tratando o risco da disparada do dólar como algo corriqueiro, “coisas do câmbio flutuante”. Em ordem de artilharia, Ilan lançaria mão de uma bateria intensa de swaps – a despeito do previsível custo fiscal da medida e das críticas esperadas que a iniciativa vai lhe custar –, elevação dos juros Selic, imposto fiscal nas remessas para o exterior (o presidente do BC já ensaiou a mordida, aumentando a cunha fiscal de 0,38% para 1,1%), e, finalmente, a venda à vista de dólares das reservas internacionais.

Na visão do BC, apesar de o Brasil ter uma batelada de reservas, a última medida é a venda do lastro cambial. Ela sinalizaria uma enorme fragilidade do país. Seria como se uma pessoa vendesse o seguro do carro – ou abrisse mão de parte do seu valor – justamente quando sabe que vai irreversivelmente bater com ele. A compreensão é que a situação está pior porque ela tem de vender hedge na “hora da morte”.

É possível que nada aconteça, que as irrigações com swaps no mercado cambial sejam suficientes, que o câmbio seja só um espirro. Ou não. Para todos os efeitos, é preciso desviar a ideia de que a política monetária do BC está mais voltada para os juros do que para os preços. E que as decisões do Copom priorizarão os perigos de desvalorização da moeda. Seria uma confissão do que o BC não quer confessar sob risco de que o que não é pareça que é e se torne o que não deve ser. A questão é como administrar esse “coeficiente de Pinóquio” na condução das expectativas.

#Banco Central

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