Destaque

Pressionada por prejuízos e dívida elevada, Inbrands está vestida para venda

  • 11/03/2025
    • Share

Os empresários Nelson Alvarenga Filho e Américo Fernando Breia saíram a campo em busca de um comprador para a Inbrands, uma das maiores holdings do varejo de vestuário do Brasil. Segundo o RR apurou, a dupla vem mantendo conversas com fundos de private equity.

Em 2016, não custa lembrar, a empresa, dona de marcas como Ellus, Richards, Salinas, VR e Tommy Hilfiger, chegou a fechar uma fusão com a Restoque, posteriormente rebatizada de Veste, que reúne grifes como Le Lis e Dudalina.

Mas o acordo acabou desfeito. Agora, o figurino societário é diferente: de acordo com a fonte do RR, Alvarenga e Breia estariam dispostos a se desfazer do controle da Inbrands, permanecendo no negócio como minoritários. Sinal dos tempos. A situação da empresa é complexa. A ponto de a BDO, auditora independente, mencionar, no balanço do terceiro trimestre do ano passado, a “existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia e suas controladas”.

Nem mesmo quem já veste as roupas da Inbrands parece levar fé no negócio. A Vinci Partners, que detém 44,9%, estaria se esquivando da hipótese de um aumento de capital na companhia e, sobretudo, da possibilidade de aumentar sua participação acionária. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Inbrands, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Queda de receita, prejuízos e dívidas. Essas são as estampas da Inbrands. Entre janeiro e setembro do ano passado, o faturamento foi de R$ 313 milhões, 17% a menos do que em igual período em 2023. No mesmo intervalo de comparação, as perdas subiram de R$ 34 milhões para R$ 45 milhões.

Nada, no entanto, se compara ao asfixiante peso do passivo. No ano passado, a relação dívida líquida/Ebitda chegou a oito vezes, o que compromete consideravelmente o curto prazo da empresa. Segundo informações apuradas pelo RR, Nelson Alvarenga Filho e Américo Fernando Breia cogitaram vender separadamente marcas do portfólio da Inbrands para fazer caixa.

A dupla chegou a sondar concorrentes, como a própria Veste e a Azzas 2154, leia-se Arezzo e Grupo Soma, mas esbarrou na falta de interessados. Ao menos um ativo ainda segue sobre o balcão: a Tommy Hilfiger. Nesse caso, porém, trata-se de um caso específico. Diferentemente das demais grifes, essa não é uma operação pertencente à Inbrands. O grupo é dono de 50% da Tommy do Brasil, que detém a licença para produção e comercialização da marca no país.

#InBrands

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2025.

Rolar para cima