PF segue as pegadas do gado contrabandeado

  • 8/07/2021
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A Polícia Federal estaria investigando um grande esquema de contrabando de gado para o Brasil com a participação de pecuaristas do Centro-Oeste. Segundo o RR apurou, a principal rota de entrada ilegal de animais no país seria pela fronteira entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul. O gado clandestino estaria abastecendo também fazendas do Mato Grosso e de Goiás.

Nos últimos dois anos, houve um aumento dos casos de apreensão de bois vivos na região – em uma das maiores operações, em outubro de 2020, foram capturados 120 bezerros em Ponta Porã (MS). No entanto, de acordo com a mesma fonte, as investigações mostram um crescimento desenfreado da atividade criminosa desde janeiro, na esteira da disparada dos custos de produção na pecuária, notadamente com a compra de ração. O gado paraguaio chega ao Brasil a um preço razoavelmente inferior, o que permite aos pecuaristas aumentar suas margens nas vendas aos frigoríficos.

A situação acendeu um sinal de alerta no Ministério da Agricultura. Para além da esfera criminal, há um grave problema de ordem fitossanitária: o risco de entrada no Brasil de animais com febre aftosa, entre outras enfermidades, o que pode provocar um estrago nas exportações de carne bovina. Era só o que faltava em um dos países “campeões” da Covid. Por esta razão, grandes frigoríficos do país têm feito pressão sobre as autoridades para combater o contrabando de bois vivos e aumentar a fiscalização sanitária, especialmente na fronteira com o Paraguai.

Procurada pelo RR, a Polícia Federal não se pronunciou. Já o Ministério da Agricultura confirmou que o “ingresso irregular de gado no país pode representar risco, pois o animais estariam entrando sem garantia de sanidade”. O órgão diz ainda que “está em contato com entidades locais para avaliar possíveis ações”.

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