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Petrobras congela um de seus principais projetos de exploração e produção

  • 21/12/2022
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A Petrobras pisou no freio em relação a um de seus investimentos mais importantes – e problemáticos. A estatal postergou o projeto de exploração e produção na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na costa do Amapá. Segundo o RR apurou, a estatal adiou para janeiro o simulado de vazamento na área, que estava programado ainda para este mês. A determinação já foi comunicada à área técnica por meio de relatório interno, o Sitop (Situação Operacional das Unidades). Na prática, a decisão provocará um efeito-cascata, empurrando para a frente todo o cronograma original. A questão vai além de um “simples” ajuste de timing. Nos gabinetes da Petrobras, a leitura é que a atual diretoria lavou as mãos e jogou um problema no colo da futura gestão da petroleira. Dentro da companhia, não há mais qualquer previsão em relação aos prazos de execução do projeto da Bacia da Foz do Rio Amazonas. Consultada pelo RR, a estatal adotou um tom protocolar: “A Petrobras está envidando todos os esforços e mobilizando os recursos necessários para a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO)”. E o cronograma? “A data para a realização da APO será definida em breve, junto ao Ibama”, diz a companhia, de forma evasiva.

O simulado de vazamento – um grande teste para a contenção de danos ambientais em caso de acidente – é condição sine qua nom para a companhia obter o licenciamento pelo Ibama. Ocorre que esse é justamente o ponto mais nevrálgico e polêmico do projeto da Bacia da Foz do Amazonas, desde muito antes da Petrobras assumir a gestão da área. A Total Energies – antiga acionista majoritária e operadora dos blocos FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127– tentou por quatro vezes receber a licença do Ibama. Em todas as ocasiões, o estudo de impacto ambiental apresentado pelos franceses foi rejeitado pelo órgão. Esta acabou sendo a razão determinante para a Total vender sua participação no negócio para a Petrobras. Desde então, a estatal tem mantido desgastantes tratativas com o Ibama. O próprio diretor de Exploração e Produção, Fernando Borges, está na linha de frente das negociações com o instituto ambiental – conforme o RR informou -, o que dá uma ideia da dimensão do problema para a Petrobras. A Margem Equatorial, ressalte-se, é uma das grandes apostas da companhia em E&P, tratada como a nova fronteira do pré-sal no Brasil. O plano de negócios da empresa 2023-2027 prevê investimentos de US$ 2,94 bilhões na região. 

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