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Há “maquiáveis” de plantão no Ministério da Economia. Segundo uma fonte pertencente à Secretaria de Fazenda de um grande estado, o governo estaria propondo uma espécie de toma lá dá cá para barrar o lockdown e, ao mesmo tempo, criar condições para acelerar a retomada econômica. A operação consiste em uma chantagem bem ao estilo do ministro Paulo Guedes: o “bom comportamento” na gestão da pandemia seria premiado com condições favoráveis de refinanciamento da dívida. Ou seja: os estados que flexibilizarem as regras de isolamento teriam facilidades para a sua recuperação fiscal. Como se faz isso, fora conversas de pé de ouvido, é difícil de entender. O argumento central é retirar o entrave à recuperação da atividade produtiva e, consequentemente, um potencial gerador de mais desemprego, o que exigirá a extensão do auxílio emergencial. A situação de penúria da maior parte dos entes federativos aumenta o poder de pressão do governo federal.
Este é um jogo de dados. O timing da retomada econômica depende fundamentalmente do ritmo de imunização da população. Não por acaso, nos últimos dias Guedes desandou a falar compulsivamente de vacinação. Esse ritmo é uma incógnita: há milhões de imunizantes que estão nas contas do Ministério da Saúde e podem não chegar ao Brasil no prazo previsto ou sequer chegar, caso da indiana Covaxin, ainda não aprovada pela Anvisa. Essa interrogação joga o país em um círculo vicioso: menos vacina potencializa a possibilidade do lockdown, que, por sua vez, é gerador de baixa atividade econômica, mais desempregados e um tempo bem mais longo para a recuperação da curva de crescimento. Nesse cenário, a única moeda de troca – ou de pressão – de Guedes e do governo junto aos estados seria o regime de recuperação fiscal contra o lockdown. As duas palavras até rimam. A questão é saber se fazem sentido politicamente.
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