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O que falta para a Embrapa ser uma estatal autossustentável?

  • 21/10/2024
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A Embrapa é considerada pule de dez na lista de estatais que serão liberadas pelo governo para buscar recursos próprios. O pano de fundo é a proposta da equipe econômica de que as empresas públicas dependentes do governo passem a gerar receita própria – conforme informou O Globo na última quinta-feira. O caso da Embrapa é uma discussão antiga. Há oito anos, por exemplo, dormita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê a criação da Embrapatec, uma subsidiária que ficaria responsável por negociar e comercializar tecnologias, produtos e serviços desenvolvidos pela estatal de agrociência. Volta e meia surge também a discussão sobre a abertura de capital. O problema é que a ideia sempre desperta fortes reações, a começar pelo competente corpo técnico da companhia. Mesmo quando se fala na possibilidade de venda de uma parcela minoritária do capital, com a permanência do controle nas mãos do Estado, há quem interprete como uma privatização da Embrapa. O governo Lula terá de quebrar essa armadinha linguística.

A Embrapa é uma empresa de excelência, um dos grandes cases da agricultura brasileira, trabalha na criação de supersementes e em formas de aumento da produtividade sem custos negativos para o meio ambiente. A estatal pode e deve vender serviços. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, para assinar um contrato de gestão com o governo e se transformar em uma empresa que passe a ser provedora de recursos orçamentários e não roedora, a Embrapa precisaria de investimento. Sem isso não há semente que a faça ser independente financeiramente.

 

#Agropecuária #Embrapa

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