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Candido Botelho Bracher se despediu da presidência do Itaú Unibanco, na terça-feira, dia 2, deixando como último legado uma dura derrota. Pela primeira vez desde 2008, quando da fusão do Itaú com o Unibanco, o Bradesco alcançou um lucro maior do que o do seu concorrente: R$ 19,458 bilhões contra R$ 18,536 bilhões em 2020. Mais do que um revés pontual, os números sugerem o esgotamento da estratégia adotada pelos Setúbal.
Há 13 anos, o clã empenhou mundos e fundos junto aos Moreira Salles para incorporar o Unibanco e ascender ao topo do setor bancário nacional. Ou seja: os Setúbal entregaram alguns anéis e dedos para o Itaú ser maior do que o Bradesco. Talvez tenham pagado um preço alto demais. Em 2008, o total de ativos combinados de Itaú e Unibanco era 40% maior do que o do Bradesco.
Mais de uma década depois, a diferença encurtou para 28%. Vale registrar que o crescimento de ativos do Bradesco foi orgânico. O banco da Cidade de Deus não comprou ninguém. Em relação à lucratividade, o Bradesco tirou a distância de forma ainda mais rápida. Em 2008, o lucro do Itaú foi 38% superior ao do concorrente (R$ 10,571 bilhões contra R$ 7,625 bilhões).
Ao longo dos anos seguintes, o banco dos Setúbal e dos Moreira Salles ainda manteria uma lucratividade, na média, em torno de 29% superior à do Bradesco. No entanto, os ventos começaram a mudar de direção nos últimos três anos. Balanço a balanço, o Itaú veio perdendo terreno. Em 2018, seus ganhos foram 19% superiores ao do Bradesco; no ano seguinte, essa diferença caiu para apenas 9%. Em 2020, veio a virada. O feito foi celebrado pelo alto escalão da casa bancária de Osasco. O presidente da instituição, Octavio de Lazari, reuniu cerca de 100 integrantes da diretoria e deu a palavra de ordem para enfrentar os desafios de 2021: humildade. É a cara do Bradesco.
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