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O conflito entre os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, constituiu uma verdadeira ópera bufa no andar de cima do governo. De um lado, a ala militar; do outro, o segmento ideológico. O enredo burlesco envolveria uma orientação de Jair Bolsonaro para que seu secretário iniciasse o processo de fritura do titular do Meio Ambiente. Dependendo do andar da carruagem, o próprio Ramos assumiria o Ministério do Meio Ambiente, que ganhou um status institucional bem superior ao dos primeiros meses de Ricardo Salles à frente da Pasta.
Não seria por outro motivo que os prestigiosos nomes do vice-presidente, general Hamilton Mourão, e da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, vêm sendo cogitados para o cargo, ambos com acúmulo de funções. Salles reagiu com a fúria de quem não teme o Exército e tem o apoio do Centrão e de Eduardo Bolsonaro – arquiduque da família imperial de Olavo de Carvalho. Chamou o general de “banana de pijama” e “Maria Fofoca”. Pois bem, foi o mesmo Jair Bolsonaro, “autor” da ordem a Ramos para que flambasse Salles, que atuou como mediador entre o general e o ministro do Meio Ambiente.
Levou-os para um almoço conjunto na base da Força Aérea Brasileira (FAB), onde trocaram salamaleques. Salles saiu da base aérea prometendo que ele e o secretário de Governo conversariam depois, mas teria dito aos seus colaboradores que se “Ramos quisesse terçar armas, veria quem tinha pólvora para vender”. A alusão foi feita em relação às citações de que Ramos é grande amigo de Bolsonaro há quase um quinquênio. Amigo, coisa nenhuma. Mas vento que venta lá, venta cá.
No Palácio do Planalto, Salles é chamado pelo grupo dos generais Braga Neto e Augusto Heleno, além, é claro, de Ramos, de “espiga de milho” ou “cara de pamonha”. A comédia chegou a uma temperatura mais alta, envolvendo o comandante do Exército, general Edson Pujol. Denúncias cruzadas, segundo fontes ligadas aos dois ministros, responsabilizaram Salles e Ramos pelo vazamento da notícia de que o secretário de Governo substituiria Pujol. De todo esse dramma bernesco, parece ter um único fundo de verdade: a compreensão, na alta esfera de governo, de que a pasta do Meio Ambiente ficou maior do que o chapéu de Ricardo Salles. O resto é fofoca, baixaria e desrespeito.
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