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André Esteves está acumulando um tesouro em recursos naturais, à espera que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que autoriza a venda de terras para o capital estrangeiro. Por meio da Timberland Investment Group (TIG), o BTG Pactual tem se mostrado um agressivo comprador de ativos florestais. Segundo o RR apurou, a Timberland entrou na disputa pelas reservas da Eldorado, a fabricante de celulose da J&F Investimentos – seus concorrentes são a chilena Arauco e a canadense Brookfield.
Em outro front, mantém negociações para a compra de bases florestais no país que somam mais de 200 mil hectares. Neste caso, contabilizando-se também a eventual aquisição dos ativos da Eldorado, o portfólio da Timberland no Brasil mais do que dobraria, pulando de 300 mil para aproximadamente 740 mil hectares. Consultado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar sobre o assunto. Já a Eldorado informou que “não há qualquer discussão em andamento para a venda de florestas”. Está feito o registro.
Ao mesmo tempo, o BTG é comprador de terras em geral, notadamente áreas agrícolas, com negociações engatilhadas no Norte e Nordeste. A agressiva política de aquisições deixará o banco em uma posição privilegiada para negociar com os fundos internacionais que já aquecem as turbinas para desembarcar no Brasil. O projeto de lei no 2289/07, que permite a venda de terras e bases florestais para estrangeiros, deveria ter sido votado ainda no primeiro semestre. Esta era a expectativa do relator, o deputado Newton Cardoso Junior, e dos partidos aliados.
No entanto, a crise política e as reformas empurraram a questão. Enquanto a votação não ocorre, André Esteves vai adubando sua carteira de ativos florestais no país, que já estaria precificada em mais de US$ 1 bilhão. A Lava Jato não foi capaz de incinerar as árvores do BTG. Este é um dos raros negócios que passou incólume ao desmonte das participações societárias do banco após a prisão de André Esteves, em novembro de 2015.
Trata-se de uma operação que vai além das fronteiras brasileiras. A Timberland está ampliando seu cinturão de ativos florestais em todo o continente americano. Segundo o RR apurou, neste momento o fundo também está envolvido em negociações para a compra de áreas na América Central e, sobretudo, nos Estados Unidos, onde já tem quase 300 mil hectares. Recentemente, ao lado de outros investidores, o Timberland desembolsou cerca de US$ 400 milhões para comprar as reservas da norte-americana Weyerhaeuser no Uruguai. Foram mais de 300 mil hectares.
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